VI-112 - A CIDADE DE JOÃO PESSOA DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA URBANA PARTICIPATIVA: A CONTRIBUIÇÃO DA SAMOPS SOCIEDADE DE ASSESSORIA AOS MOVIMENTOS POPULARES Luciana Silva do Nascimento 1 Pedagoga, UFPB, 1996, Pós-Graduação: Especialização: Educação em Movimentos Sociais - ME/CE/UFPB,1999..Mestranda do PPGE/ME/CE/UFPB, 2000 Orientadora Educacional da ATECEL (Associação Técnico-Científica Ernesto Luiz de Oliveira Júnior)/CAGEPA (Companhia de Água e Esgotos da Paraíba), 1997-1998. Técnica Educacional e Conselheira Secretária da SAMOPS, 1998. Josefina Maria de Oliveira Assistente Social - CRESS N O 2193/UNB,1978; Pós-Graduação: Estudante da Especialização Capacitação em Serviço Social e Política Social CFESS/CEADE/CFCRESS/UNB, 2000, Técnica Social e Conselheira da SAMOPS, 1998. Verônica Pereira Gomes Assistente Social - CRESS N O 1613 / UFPB, 1990; Pós-Graduação: Mestranda em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - CCHLA/UFPB. Técnica da área de saúde do município de João Pessoa, 1992, Assessora da SAMOPS, 1997; Conselheira do Conselho Federal de Serviço Social CFESS Gestão 2000/2002. Endereço 2 : Rua: Gal. Aldenor Quindere, 40 - Brisamar - João Pessoa-PB - CEP: 58033-500 - Brasil - Tel: (0XX83) 244-0417/221-5729 - e-mail: lucciann@bol.com.br, RESUMO A cidade de João Pessoa é um centro urbano de aproximadamente 550.000 habitantes (IBGE, 1996). Assim como às demais capitais do país não escapa à falta de estruturação de um planejamento urbano, o que se reflete no desordenamento de seus bairros e periferias e na vida cotidiana da cidade. A Sociedade de Assessoria aos Movimentos Populares- SAMOPS é uma Organização Não Governamental, sem fins lucrativos e atua nas áreas da Política Urbana/ Solo Urbano e Direitos Humanos/Segurança na grande João Pessoa, teve início no ano de 1985 e presta assessoria sócio-político, jurídico e pedagógico aos Movimentos Sociais Populares e Organizações da Sociedade Civil. Atualmente desenvolve as seguintes atividades ligadas as suas áreas de atuação: Coordenação no Fórum Estadual de Reforma Urbana, no Conselho de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, Coordena o Banco de Dados sobre Homicídios no Estado, está implementado o Banco de Dados Solo urbano e na área da Formação trabalha através da organização dos Núcleos de Defesa da Vida e das temáticas estratégicas de Geração de Trabalho e Renda e Gênero e Participação Política como um tema transversal. PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Urbano, Política Urbana, Educação Popular, Banco de Dados, Cidadania. INTRODUÇÃO No contexto histórico da década de 80 e precisamente em 20 de março de 1985, tem inicio a SAMOPS 1, Sociedade de Assessoria ao Movimento Popular e Sindical na Paraíba. A Sociedade definia-se como: Entidade Jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e apartidária, que visa assessorar o movimento popular e sindical buscando propiciar a união, a solidariedade entre as classes trabalhadoras e os setores populares da sociedade, na luta pela defesa de suas reivindicações por melhores condições de vida e de trabalho. (SAMOPS,1992). 1 Cf. CARNEIRO E ZENAIDE: 1995;20-26. ABES Trabalhos Técnicos 1
Inicialmente era composta por um quadro de sócios muito amplo, chegando em 1992 a contar com a participação de 227 associados, sendo 115 da área urbana e 112 da área rural. O início da SAMOPS se deu com a implantação da chamada Nova República nos anos 80. A Entidade caracterizava-se pelo trabalho de assessoria jurídica aos sindicatos rurais, urbanos e ao movimento popular de forma geral. A sua estrutura organizativa era composta por instâncias deliberativas e por uma diretoria administrativa, além do corpo técnico de apoio às atividades internas e externas. A instância máxima da entidade sempre foi à assembléia geral de sócios onde são tomadas todas as decisões pertinentes aos rumos que a SAMOPS deve seguir. No decorrer de sua história, prestou assessoria nas áreas de Direitos Humanos/ violência policial, criança e adolescente, educação popular, índios, gênero e ao Movimento Popular- Sindical. Atualmente a SAMOPS é uma Entidade não governamental, sem fins lucrativos e de interesse coletivo, que intervém nos espaços de políticas públicas, nas áreas de Política Urbana e Direitos Humanos/Segurança, através de assessorias no âmbito sociopolítico, jurídico e pedagógico aos Movimentos Populares, Organizações e à população em geral na cidade de João Pessoa e circunvizinhas, reforçando a luta por condições de vida digna e cidadania ativa. A SAMOPS possui hoje uma estrutura deliberativa assim distribuída: Assembléia Geral, Conselho Social (Diretoria e Técnicos) e Conselho Fiscal como instância de Fiscalização. Os profissionais ligados a SAMOPS sejam como sócios, colaboradores ou técnicos são oriundos dos Movimentos Sociais Populares, sindicatos, da Igreja e das próprias comunidades. Possui uma equipe multidisciplinar (técnicos e sócios colaboradores) formada por assistentes sociais, advogados, pedagogas, enfermeiras, pesquisadores jornalistas, psicólogas e professores da Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Em relação aos direitos humanos, a SAMOPS desenvolve, através de seu banco de dados, o monitoramento da violência criminalizada em parceria com o Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH. No âmbito da Política Urbana e da Educação Popular (EP),desenvolve trabalhos educativos e formativos através dos Núcleos de Defesa da Vida (NDV s), na luta por condições dignas de vida e moradia, através da utilização do solo urbano em áreas periféricas da grande João Pessoa. Em seus trabalhos, a SAMOPS articula-se com outras Entidades e movimentos populares, como é o caso da FDMMA Fundação de Defesa dos Direitos Humanos Margarida Maria Alves; MLM Movimento de Luta por Moradia; Cunhã Coletivo Feminista e o CEDDHC Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, entre outros. Atualmente são objetivos da entidade: assessorar os movimentos e organizações populares, monitorar e intervir nas políticas públicas referentes aos Direitos Humanos e ao solo urbano; capacitar, através dos núcleos de defesa da vida, lideranças comunitárias e as próprias comunidades localizadas nas Zonas Especiais de Interesse Social, (ZEIS) para intervenção nas políticas públicas. Em suas atividades, o princípio educativo utilizado é a participação, baseada nos princípios teóricos e metodológicos da Educação Popular, buscando principalmente ampliar e qualificar a intervenção na defesa dos direitos sociais adquiridos. Com relação às áreas da política urbana e dos direitos humanos/segurança as atividades desenvolvidas se articulam através de três linhas de ações, quais sejam: Formação trabalhos desenvolvidos junto às comunidades, com formação política, através dos NDV s Núcleos de Defesa da Vida, com prioridade para as ZEIS. Monitoramento das Políticas Públicas Trabalho de articulação política, organização e intervenção junto ao Fórum Estadual de Reforma Urbana no qual a SAMOPS faz parte da coordenação, ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, na Articulação Estadual de Políticas Públicas, no acompanhamento do Conselho de Desenvolvimento Urbano CDU. A SAMOPS coordena o Banco de Dados/homicídios do Movimento Nacional de Direitos Humanos, o Banco de Dados sobre homicídios é referência em todo o Estado da Paraíba e subsidia os dados nacionais. O Banco de Dados sobre o Solo Urbano - Em processo de implantação, o Banco de Dados/Solo Urbano, subsidiará todo o Estado acerca das condições de utilização do solo urbano no Estado da Paraíba. Nas áreas em que atua, a SAMOPS definiu como área de intervenção para o triênio 2000/2002 a inserção da Geração de Trabalho e Renda demanda posta pelo público do NDV a partir das reflexões acerca do 2 ABES Trabalhos Técnicos
desemprego, que é uma estratégia de articulação da discussão sobre o solo urbano, a luta para que o Estado implemente uma política de geração de trabalho e renda mais abrangente. Gênero e Participação Política Devido ao bom resultado que esta temática vem tendo com o público dos NDV s, é de interessante da SAMOPS que esta se firme como uma linha transversal nas ações da Entidade. METODOLOGIA A SAMOPS desenvolve em suas atividades a metodologia participativa baseada nos princípios teóricos e metodológicos da Educação Popular, priorizando a participação do público da Entidade nos espaços de decisão acerca dos trabalhos desenvolvidos com este, buscando principalmente ampliar e qualificar a intervenção na defesa dos direitos sociais adquiridos. Na metodologia participativa o relacionamento entre Entidade, comunidade e demais atores, se estabelece na medida em que acontece a interlocução entre os sujeitos, tendo como objetivo, a interação entre os participantes no processo de conhecimento em todas as atividades. A SAMOPS não só atua nos espaços de organização dos movimentos populares e das comunidades mas também intervém junto ao poder público na condição de propositora de políticas públicas, no monitoramento das ações do Estado e na articulação das entidades envolvidas com as áreas de atuação. Na busca de dinamizar o espaço formativo e organizativo da comunidade, a equipe técnica trabalha em torno da utilização de vários procedimentos, utilizando meios, técnicas e recursos didáticos, entre eles, reuniões, mini-cursos, treinamentos, palestras, assessorias, dinâmicas de grupo, arte-educação. O que facilita o despertar e a mobilização na concretização da proposta de trabalho. Através dessa dinâmica, torna-se possível à definição de direitos e deveres, como também, a co-responsabilidade de cada sujeito envolvido. Consideramos também, que a avaliação se dá em todos os momentos do processo, através de feedback (retroalimentação) para que isso ocorra de forma permanente e sistemática, a avaliação contempla o uso instrumental de relatórios, questionários, pesquisas, produção de material informativo e ações conjuntas com a comunidade e com os demais sujeitos sociais. DESENVOLVIMENTO No espaço de intervenção reservado pelo planejamento estratégico da SAMOPS ao monitoramento das políticas públicas, o Fórum Estadual de Reforma Urbana FERURB/PB, tem se destacado como um espaço de articulação política entre as entidades que intervém na área de política urbana. Esta articulação tem por finalidade o fortalecimento das Entidades participantes e o cumprimento do que está previsto na Lei Orgânica do município e no Plano Diretor da cidade. O trabalho no FERUB/PB, corresponde a um conjunto de intervenções articuladas ao projeto político estratégico da SAMOPS, que objetiva a efetivação da cidadania a partir da garantia dos direitos sociais adquiridos. Nesta perspectiva o FERURB/PB, tem se configurado como um espaço significativo de intervenção da sociedade civil organizada, movimentos e gabinetes de parlamentares comprometidos com esta área. No âmbito da Política Urbana destacam-se como principais demandas da SAMOPS: o reconhecimento e regularização das áreas (ZEIS), o parcelamento do solo, o estatuto da cidade, a infra-estrutura social da cidade, o funcionamento do Conselho de Desenvolvimento Urbano CDU de forma paritária (sociedade civil e governo), o fortalecimento do Fórum de Reforma Urbana, a organização dos Núcleos de Defesa da Vida NDV s e sua participação no processo de defesa da reforma urbana, as articulações com Entidades afins e a divulgação do Plano Diretor como um dos instrumentos de luta na viabilização das propostas. O Fórum de Reforma Urbana é um espaço de participação da sociedade civil construído com fins a articular, organizar e intervir na política urbana. A atual Coordenação do FERURB/PB é composta pela Fundação de Defesa dos Direitos Humanos Margarida Maria Alves, o Movimento de Luta por Moradia e a SAMOPS que tem como preocupação pautar as discussões demandadas pelas comunidades trabalhadas. ABES Trabalhos Técnicos 3
O Banco de Dados do Solo Urbano se constitui num instrumento importante para subsidiar a intervenção das organizações e movimentos populares. Embora em fase de implantação, o levantamento dos dados sobre a questão do Solo Urbano vem sendo feito a partir dos jornais locais e de pesquisas, documentos e documentários existentes sobre a temática. Visando qualificar ainda mais a intervenção do BD, foi iniciado um convênio com o NIDIHR/UFPB para levantamento e sistematização das informações já existentes acerca do Solo Urbano na grande João Pessoa. Estes dados subsidiarão a intervenção dos movimentos populares e servirão como fonte de pesquisa para universidades, jornais locais, pesquisadores, parlamentares e demais interessados na área de política urbana e do Solo Urbano. Os objetivos da SAMOPS com o Banco de Dados do Solo Urbano são: construir um observatório do Solo Urbano no Estado da Paraíba; subsidiar movimentos e organizações populares em suas principais demandas com relação ao Solo Urbano; divulgar junto aos órgãos públicos, parlamentares, organizações, imprensa e entidades, relatórios e dados sistematizados com informações que subsidiem e possibilitem a justa utilização do Solo Urbano; organizar um cadastro permanente das áreas de interesse social na grande João Pessoa. A perspectiva de funcionamento do BD no futuro é de coletar e sistematizar os dados sobre o solo urbano em nível estadual. Os Núcleos de Defesa da Vida 2 surgiram na SAMOPS no ano de 1994 através do programa Direito à Segurança visando trabalhar com direitos humanos nas comunidades parceiras. Inicialmente a formação do NDV tinha como objetivos básicos: 1- Formar líderes e agentes comunitários no sentido de adotarem uma postura vigilante frente à problemática da violência institucional; 2- Criar núcleos de defesa da vida de referência sobre vigilância social das atividades da polícia e seus agentes; 3- Treinar agentes comunitários e líderes para o repasse de informações e instrumentos legais de defesa do cidadão. Nos primeiros NDV s, os estudos eram feitos a partir da legislação e sua aplicação aos problemas do cotidiano vividos pelas comunidades. A metodologia utilizada prezava a participação e a diversificação de atividades e recursos pedagógicos. Utilizava-se, ainda, de indicativos da realidade trazida pelo grupo a ser trabalhado. A partir de 1997, com a avaliação realizada pela equipe técnica da SAMOPS e o acúmulo da experiência, foi definido que no triênio 97-99, os conteúdos a serem desenvolvidos nos NDV s abrangeriam todas as áreas de atuação da entidade. De acordo com o Projeto Trienal (1997:14): Adiantamos que é intenção da instituição ampliar este trabalho dos NDV s para outras áreas de conflitos pela posse do solo urbano... A SAMOPS visa que os NDV s sejam também um espaço de participação organizada dos agentes sociais, para que eles sejam capazes de lutar por políticas públicas para suas comunidades Em 1997, aconteceu, no Mosteiro de São Bento/JP, o primeiro curso promovido para lideranças do Movimento Popular de João Pessoa, com a participação de representantes de vários movimentos. Entre eles, o Movimento de Luta pela Moradia, a Pastoral de Favelas e associações comunitárias etc. Em 98 e 99 é dada continuidade aos NDV s com o mesmo objetivo traçado pelo projeto trienal acima mencionado. Nesses últimos três anos, os temas de estudo foram se modificando e adequando-se às novas demandas. Atualmente as temáticas são estratégicas para a discussão da política urbana. Para isso utilizam-se como procedimentos metodológicos: dinâmicas, trabalhos em grupo, apresentações de painéis e a exposição oral através do estudo de módulos. Os princípios metodológicos são baseados na Educação Popular, mas, devido à característica de valorizar a participação popular como elemento-chave na construção da experiência e as modificações internas ocorridas 2 Cf. Relatório: ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares. (org.). Experiências de educação em Direitos Humanos na Paraíba. Artigo de Carlos Monteiro. João Pessoa, 1999. 4 ABES Trabalhos Técnicos
na SAMOPS, os procedimentos metodológicos adequam-se aos elementos presentes no cotidiano da entidade e das próprias comunidades. O público da SAMOPS participante da formação dos NDV s é oriundo principalmente das Zonas Especiais de Interesse Social ZEIS, que tendo por principal preocupação as questões da moradia e do trabalho, como forma de melhoria das condições de vida, acreditam na força da intervenção organizada e buscam nos espaços de formação NDV informações que possibilitem o acesso aos direitos que lhes são negados. O passo final do trabalho de formação é a organização/formalização através de registro em cartório para atuação do núcleo. A idéia tem como objetivo principal que o NDV torne-se um espaço de discussão autônoma a partir da organização da própria comunidade em conjunto com as associações de bairros, sem atrelamento ao poder público e sem a manipulação de lideranças descomprometidas. A participação coletiva e a construção de intervenções organizadas constituem as bases para o planejamento e a continuidade dos núcleos de defesa da vida. Contudo, as características da ação de cada núcleo dependem da realidade da qual ele faz parte e do nível de formação política e escolar de seus participantes. Vejamos o resumo do histórico da formação e das ações dos NDV s durante os anos de 1994 a 1999 na grande João Pessoa-PB no resumo abaixo de acordo com a seguinte seqüência: ano em que aconteceu a formação feita pela SAMOPS, local, público, área temática, objetivo, conteúdo, metodologia, avaliação utilizada e resultados alcançados: HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DOS NÚCLEOS DE DEFESA DA VIDA - Local: Bayeux-João Pessoa. Público: integrantes da Igreja, associações clube de mães. Programa da SAMOPS: Direito à segurança. Objetivo: formar líderes e agentes comunitários para adotarem uma postura vigilante frente à violência institucional. Conteúdo: direitos individuais e coletivos, direitos sociais, direito e gênero, o papel das curadorias, Habeas Corpus e inquérito policial. Metodologia: participativa com base na realidade local, estudo da legislação. avaliação participativa. Resultados: debate organizado pela comunidade envolvendo três áreas: Imaculada, SESI, Mutirão, sobre as galeras em Bayeux. Foi formada uma comissão para continuar o estudo do tema. Local: Padre Zé João Pessoa Público: integrantes da Igreja, associações clube de mães. Programa da SAMOPS: Direito à segurança. Objetivo: formar líderes e agentes comunitários para adotarem uma postura vigilante frente à violência institucional. Conteúdo: acrescentou-se direitos do consumidor, remédios constitucionais. Metodologia: participativa com base na realidade local, estudo da legislação. Os participantes auxiliam na preparação dos módulos a partir da avaliação oral e escrita feita ao final do encontro. Utilização de dinâmicas, audiovisuais, arte educação etc. Resultados: reunião na associação comunitária do Padre Zé com o secretário de segurança do estado, contou com a presença de 110 pessoas. 1994-1995- 1996- Local: conjunto Valentina de Figueiredo João Pessoa. Público: integrantes da Igreja, associações clube de mães. Programa da SAMOPS: direito à segurança. ABES Trabalhos Técnicos 5
Objetivo: formar líderes e agentes comunitários para adotarem uma postura vigilante frente à violência. Conteúdo: Acrescentou-se História dos Direitos Humanos. Metodologia: Participativa com base na realidade local, estudo da legislação. Os participantes auxiliam na preparação dos módulos a partir da avaliação oral e escrita feita ao final do encontro. Utilização de dinâmicas, audiovisuais, arte-educação etc. Resultados: formação e organização do NDV-Valentina, com atuação em várias áreas das políticas públicas. Local: Mosteiro de são Bento João Pessoa. Público: lideranças do movimento popular, da Igreja e pessoas da comunidade. Programas da SAMOPS: Direitos Humanos/Segurança, Solo Urbano. Objetivo: amplia-se o objetivo para intervenção nas políticas públicas, através dos dois programas da Entidade Direitos Humanos/Segurança e Solo Urbano. Conteúdo: políticas sociais e cidadania, política urbana e plano diretor, sociedade civil e política, a participação da sociedade civil nos conselhos de políticas públicas. Metodologia: utilização de dinâmicas de grupo, trabalhos em grupo, utilização de recursos didáticos a avaliação acontece de forma oral e em cartazes ao final de cada encontro. Manteve-se a articulação com os NDV s já existentes. Foram feitos contatos com as comunidades Miramar e Tito Silva em João Pessoa. Público: integrantes da associação, pessoas da comunidade. Resultado: não aconteceu nas comunidades de Miramar e Tito Silva. 1997-1998- 1999- local: Mangabeira, Várzea Nova-Santa Rita /João Pessoa. Público: integrantes das pastorais e lideranças das comunidades. Objetivo: amplia-se o objetivo para intervenção nas políticas públicas através dos programas Direitos Humanos/Segurança e Solo Urbano. Conteúdo: estado e sociedade, política urbana e funcionamento da cidade, plano diretor, gênero e participação política, geração de trabalho e renda. Metodologia: são mantidos os princípios metodológicos. Os módulos são preparados individualmente por cada um dos técnicos e é produzido e distribuído um texto sobre o tema em estudo. São utilizadas dinâmicas de integração etc. A avaliação acontece na oralidade e com dinâmicas. Resultados: formação do grupo de geração de trabalho e renda Cooperativa de lavadeiras. Na história da SAMOPS, os ganhos com o NDV sobretudo são de cunho qualitativo; os quantitativos aparecem através dos multiplicadores que foram formados em cada comunidade e estão no cotidiano da cidade atuando em várias esferas. Mas, para a SAMOPS, o NDV representa um núcleo orgânico que retroalimenta tanto a organização e ação das comunidades como a própria Entidade, havendo sempre a preocupação de não criar dependências. Nesse panorama, a participação dos sujeitos sociais nas políticas públicas como um elemento vivo e dinâmico é fundamental para a construção da cidadania coletiva. Assim, é possível visualizarmos, nas ações desenvolvidas pelo NDV no âmbito das políticas públicas, a inserção de uma nova cultura política que traz ganhos significativos para o cenário político-social da grande de João Pessoa, como confirma GONH (1999:90): (...) lentamente tem sido construído no Brasil um novo tecido social onde desponta uma nova cultura política, ao lado das antigas formas de representação política integradoras, assistenciais e/ou clientelistas, que, infelizmente, ainda são hegemônicas. Inaugura-se uma nova era de fazer política na gerência dos negócios públicos, à medida que surgem, a partir de novas formas de representação política popular, exemplos da nova era da participação, agora ativa e institucionalizada. 6 ABES Trabalhos Técnicos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. CARNEIRO, Glória Maria. ZENAIDE, Maria de Nazaré. Representações sociais da prática institucional em Direitos Humanos e educação popular em João Pessoa. Relatório Final de Pesquisa. João Pessoa: UFPB, 1995. 2. GONH, Maria da Glória. Educação formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 1999. 3. MONTEIRO, Carlos A. Araújo. Relatório de atividades do núcleo de defesa da vida/samops. João Pessoa/PB 1996. (Texto mimeografado). 4.. Sociedade de Assessoria aos Movimentos Populares e Sindicais- experiências com educação popular em direitos humanos. In: Relatório de Educação em direitos humanos na Paraíba. João Pessoa-PB, 1999. 5. NASCIMENTO, Luciana Silva do. O resgate histórico do núcleo de defesa da vida Valentina de Figueiredo em João Pessoa-PB. Monografia, 2000 (Texto mimeografado). 6. Relatórios Trienais da SAMOPS 1992, 1997-1999/2000-2002. ABES Trabalhos Técnicos 7