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Transcrição:

processo Nº: 0342.11.0081904 Natureza: ação civil pública REQUERENTE: ministério público de minas gerais requerido (a): luiz pedro correa do carmo e outros S E N T E N Ç A Vistos etc., RELATÓRIO O MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa em face de luiz pedro correa do carmo, rangel advocacia e marcelo eustáquio rangel, partes qualificadas nos autos. Alegou, em breve síntese, que o primeiro requerido, na condição de Prefeito do Município de Ituiutaba, efetuou contratação da empresa ré, Rangel Advocacia, para prestação de serviços técnicos especializados na área de consultoria, assessoria e advocacia específicos da Secretaria Municipal de Fazenda, Administração e Recursos Humanos e Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer, através de procedimento licitatório. http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 1/12

Disse que, na verdade, a empresa requerida teria sido contratada não para prestar serviços técnicos especializados, mas sim para que um de seus sócios, o terceiro requerido, pudesse ocupar o cargo de Procurador da Fazenda da Secretaria de Fazenda, Administração e Recursos Humanos, cargo este de natureza em comissão. Defendeu não ser possível a terceirização de serviços rotineiros na área de advocacia pública, posto que estes devem ser realizados por servidores concursados, aduzindo, inclusive, que existem 8 (oito) cargos de advogado do município, dos quais apenas 1 (um) esta ocupado. Asseverou que já foi ajuizada outra ação de igual natureza no ano de 2010, em virtude da contratação irregular de outro escritório de advocacia, sendo prática reiterada do agente público. Acrescentou que a empresa ré, representada pelo terceiro requerido, passou a ocupar na realidade o cargo de Procurador da Fazenda, cargo este em comissão, que faz parte do quadro permanente do Executivo, de forma que existe incompatibilidade da terceirização dos serviços a ele inerentes. Ademais, o cargo de Procurador da Fazenda trata-se de um SC-02 (símbolo) cujos vencimentos mensais são de R$ 2.724,19, ao passo que o valor mensal recebido pela empresa requerida para prestar os serviços era de R$ 6.450,00, de maneira que estaria havendo evidente prejuízo ao erário. bens dos requeridos. Postulou, liminarmente, a suspensão do contrato administrativo, e a indisponibilidade dos Ao final, requereu a declaração de nulidade do contrato de prestação de serviços de assessoria jurídica e representação judicial ora questionada, com a consequente condenação nas penas do art. 12, II e III da Lei de Improbidades, com ressarcimento integral do dano, de forma solidária, perda das funções públicas, suspensão dos direitos políticos por até 5 anos, pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do dano ou multa de até 100 vezes o valor da remuneração percebidos pelos agentes públicos e proibição de contratarem com o Poder Público ou receberem verbas, direta ou indiretamente, pelo prazo de 3 anos. Instruiu a inicial cos documentos de ff. 31/202. http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 2/12

Liminar de ff. 204/205, deferindo parcialmente a tutela antecipada para suspender o contrato de prestação de serviços advocatícios e pagamentos mensais. Município de Ituiutaba intimado à f. 218. Os requeridos foram regularmente notificados, respectivamente às ff. 212, 214 e 216 e o O requerido LUIZ PEDRO CORREA DO CARMO ofertou manifestação às ff. 220/224, sustentando ausência de má-fé na contratação objeto dos autos. A segunda requerida ofertou Agravo de Instrumento às ff. 225/234, sendo a decisão mantida, conforme despacho de f. 235. O Recurso foi julgado deserto à f. 298/299. Recebida a inicial (f. 241), os réus foram citados e ofertaram contestação. O requerido LUIZ PEDRO CORREA DO CARMO (ff. 253/259) sustentou a carência de ação por inadequação da via eleita. No mérito, destacou a inexistência de prática de ato improbo, ou conduta desonesta. Pugnou pela improcedência dos pedidos. O requerido MARCELO EUSTÁQUIO RANGEL (ff. 261/266) arguiu preliminares de ilegitimidade passiva ad causam e falta de interesse processual, argumentando, ainda, que o autor não pode ingressar na justiça sem antes levar os fatos à apuração de Comissão Parlamentar de Inquérito. Defendeu a prestação do serviço de forma honrada, eficiente e de qualidade, com inegável utilidade para o Município. Sustentou ausência de dano ao patrimônio público, propugnando pela improcedência dos pedidos da exordial. A ré RANGEL ADVOCACIA também contestou às ff. 268/273, suscitando preliminar de falta de interesse processual por inadequação da via eleita, e no mérito, argumentou que os serviços foram prestados adequadamente, que não houve prejuízo ao patrimônio público, postulando, ao final, a improcedência dos pedidos. Juntou documentos de ff. 274/283. Houve impugnação às ff. 284/287. http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 3/12

Durante audiência de instrução e julgamento foi colhido o depoimento pessoal do terceiro requerido e ouvidas três testemunhas (ff. 328/333). respectivamente. As partes apresentaram alegações finais às ff. 336/347, 343/356 e 358/362, Vistos, estudados, e assim, em síntese relatados, PASSO A DECIDIR. FUNDAMENTAÇÃO PRELIMINARMENTE A norma infraconstitucional insculpida no 1º do art. 8º, da lei 7.347/85, confere ao Ministério Público, legitimidade para instaurar o inquérito civil e ação civil pública. Nesse sentido a lição de HUMBERTO THEODORO JUNIOR: A legitimação ativa para a ação civil pública é, naturalmente, do Ministério Público, a quem compete realizar o inquérito civil para apurar dados necessários à propositura da causa (Lei nº 7.347/85, art. 8º, 1º), e quem cabe receber informações, de qualquer interessado ou das autoridades judiciárias, para ensejar a propositura da ação em foco (idem, art. 6º e 7º). (Curso de Direito Processual Civil, volume III, 36ª edição, Ed. Forense, p. 537). E também de HUGO NIGRO MAZZILI: A 'menis legis' consiste em conferir iniciativa ao Ministério Público, seja para acionar, seja para intervir na defesa do patrimônio público, sempre que alguma razão especial exista para tanto, como quando o Estado não toma a iniciativa de responsabilizar o administrador anterior ou em exercício por danos por estes causados ao patrimônio público, ou quando razões de moralidade administrativa exigem seja nulificado algum ato ou contrato da administração que esta insiste em preservar, ainda que em grave detrimento do interesse público. (A defesa http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 4/12

dos interesses difusos em juízo, 6ª ed., p. 114). A legitimidade do Ministério Público, in casu, encontra-se disciplinada no artigo 17 da Lei federal 8.429/92, em decorrência do disposto no artigo 129, III, da Constituição Federal, que preceitua ser função institucional do Ministério Público promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Nesse sentido já decidiu o egrégio TJMG: AÇÃO CIVIL PÚBLICA - JULGAMENTO - COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU - MINISTÉRIO PÚBLICO - INQUÉRITO CIVIL - LEGITIMIDADE. (...) O artigo 129, inciso III, da CF/88, confere ao Ministério Público, promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Da mesma forma o 1º do art. 8º, da lei 7.347/85, confere ao Ministério Público, legitimidade para instaurar o inquérito civil. (Agravo de Instrumento cível nº 1.0382.06.067140-3/001, QUARTA CÂMARA CÍVEL, Rel.(a) Des.(a) Dárcio Lopardi Mendes, julgado em 18/10/2007, publicado em 01/11/2007). Rejeito, pois, a preliminar. que a preliminar não pode ser acolhida. No que pertine à alegada falta de interesse processual por inadequação da via eleita, tenho Como cediço, o interesse processual é a necessidade da parte de buscar a tutela jurisdicional para ver aplicado o direito positivo, devendo a medida lhe ser útil de forma a evitar um prejuízo. Sendo assim, referida condição da ação consiste na presença do binômio utilidadenecessidade, sem o qual a parte não possui legítimo interesse em provocar a manifestação do Poder Judiciário. In casu, a própria contestação traz ínsita a resistência dos requeridos ao pedido, sendo certo que o ajuizamento da ação é a única via de que dispõe o Parquet para conseguir a suspensão do contrato, com a imposição das penalidades previstas na Lei n 8.429/92. Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL INTERESSE DE AGIR RESISTÊNCIA AO PEDIDO CARACTERIZAÇÃO- Estando, de alguma forma, caracterizada a resistência ao pedido, subsiste o interesse do autor de pleitear em juízo. (...) Ademais, é desnecessário o prévio esgotamento da via administrativa para a submissão de qualquer matéria à apreciação do Judiciário, em decorrência do princípio do http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 5/12

amplo acesso à justiça: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito" (CF, art. 5, XXXV). Rejeito, pois, a preliminar. serem declaradas de ofício, Ultrapassadas essas questões, não havendo outras preliminares, tampouco nulidades a PASSO AO MÉRITO. Cinge-se a controvérsia em analisar se houve irregularidade na contratação da empresa Rangel Advocacia para prestar serviços ao Município de Ituiutaba, configurando ato de improbidade administrativa, passível de sofrer as sanções da Lei nº. 8.429/92. Inicialmente cumpre consignar que não restam dúvidas de que os serviços prestados pelo terceiro requerido Dr. Marcelo Rangel foram de inegável qualidade e utilidade para o Município, eis que se trata de profissional de renome, advogado atuante e reconhecidamente zeloso na realização de seu mister. Contudo, tenho que a questão central a ser avaliada diz respeito mais à forma da contratação e consecução dos trabalhos, consoante a seguir explicitado. A prova demonstra que em 20/05/2010 o Município de Ituiutaba firmou contrato de prestação de serviços técnicos especializados de advocacia com a Empresa Rangel Advocacia (ff. 91/93), constando, na cláusula 2.1, que a prestação dos serviços se daria na sede da contratante e se necessário in loco conforme conveniência da mesma, e na cláusula sétima que o contratado receberia pelos serviços o valor mensal de R$ 6.450,00. O prazo previsto para duração do contrato foi de 12 meses, no valor total de R$ 77.400,00, prorrogado, posteriormente, conforme aditivo de f. 145. extrai-se que: Das declarações prestadas pelo terceiro requerido no inquérito administrativo (f. 125) (...) o escritório passou a exercer as funções afetas a tal cargo, tais como elaboração de petição de execução fiscal, manifestações em processos ordinários em curso, pareceres em processos administrativos, etc; que nunca prestou http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 6/12

quaisquer serviços na Secretaria de Educação, exceto audiências em que figura a Prefeitura Municipal ou Secretaria de Educação e Fazenda como parte; que no âmbito da Secretaria da Fazenda o superior hierárquico é o próprio Secretário da Fazenda (...); que o declarante não ocupava qualquer cargo comissionado ou efetivo junto ao Município de Ituiutaba (...), que questionado porque tem assinado como Procurador da Fazenda, tendo em vista que referido cargo é em comissão, o declarante esclareceu que é em razão das funções por ele exercidas (...). Em juízo (f. 330), ele também afirmou: (...) na época da contratação foi contratado para exercer as funções de Procurador da Fazenda, a fim de realizar o contencioso, a exemplo de execuções fiscais, processo de licitação, processo administrativo, pareceres; que não chegou a trabalhar, na consecução deste contrato, na Secretaria de Educação (...). Dos depoimentos das testemunhas colhe-se: (...) que trabalha como pregoeiro nas licitações; Dr. Marcelo Rangel emitia parecer em todos os processos licitatórios e participava ativamente das licitações, certificando a regularidade das licitações até a fase final; pelo que se recorda no período em que o 2º requerido trabalhou nas licitações não ocorreram irregularidades. (Walcir Soares Valadão f. 331). O depoente é Secretário Municipal de Fazenda, Recursos Humanos e Administração; que o 2º requerido trabalha na função de Procurador da Fazenda (...) (Luiz Felix Resende f. 332) (g.n.). exerce a função de direito no departamento de Recursos Humanos; Dr. Marcelo foi contratado para trabalhar como Procurador da Fazenda; ele cumpria carga horária de 11:30 as 17:30 hs; que os contratos administrativos do Município passavam pelo crivo do segundo requerido inclusive assinava os contratos; além disso o requerido auxiliava no setor de licitação e trabalhava com a arrecadação de tributos para o Município; que o depoente trabalha como diretor de Recursos Humanos desde 2010; quando o depoente passou a ocupar esse cargo não era o requerido o procurador da Fazenda mas outro advogado; que esse outro advogado era nomeado em cargo em comissão; depois da saída do requerido foi nomeada outra advogada para o cargo; que não tem conhecimento de contratação de advogado para prestar serviço de assessoria jurídica depois de 2010 (Washington Doniro Pinheiro Silveira f. 333) (g.n.). No caso em análise, observa-se que o requerido desempenhava, efetivamente, as funções de cargo comissionado de Procurador da Fazenda, que tem previsão legal na Lei Orgânica Municipal, em seu art. 66, 4º, verbis: o Procurador Geral do Município e o Procurador Geral da Fazenda Municipal são nomeados, em http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 7/12

comissão, pelo prefeito do Município, cujo símbolo é SC-02 (f. 169), com previsão legal de remuneração de R$ 2.724,19 (f. 202). Diante desse quadro verifica-se que o requerido estava prestando serviços corriqueiros de assessoria jurídica à Secretaria da Fazenda, ocupando efetivamente o cargo de Procurador da Fazenda, e recebendo remuneração bem superior à do cargo por ele ocupado. Ademais, não se pode perder de vista, conforme observado pelo Ministério Público, que o Município de longa data, não preenche os cargos de advogado disponíveis, preferindo a contratação de serviços advocatícios fora de seus quadros para exercício de função intrínsecas à procuradoria, onerando demasiadamente os cofres públicos, o que é reprovável, até porque, há quebra de continuidade dos serviços jurídicos municipais. os serviços desenvolvidos pelo escritório requerido, na pessoa do terceiro demandado, se prestavam a realização de atos corriqueiros do setor jurídico da Secretaria de Fazenda, que deveriam, sem dúvida, ser oferecidos por servidor público, dos quadros municipais, seja a título efetivo ou comissionado. Para a caracterização da improbidade, como se sabe, faz-se necessária a apuração de conduta que viole frontalmente normas e princípios da Administração Pública. Ou seja, para que se legitime a aplicação das sanções previstas para os comportamentos ímprobos, é imprescindível que se comprove o caráter ilegal da conduta sob exame. A cautela mostra-se importante no momento de se definir determinada conduta como ímproba, nos moldes da Lei 8.429/92, sob pena de esvaziar a norma de sentido, destinada aos casos mais graves, que afetam o interesse público a ponto de serem exigíveis as severas punições ali previstas. Em razão e apesar destes fundamentos, o que se tem é que a contratação de escritório de advocacia, para que determinado advogado venha a prestar serviços rotineiros da área jurídica do Município, na condição de Procurador da Fazenda, com cumprimento inclusive de carga horária, ao valor mensal de R$ 6.450,00 foge, a meu ver, à razoabilidade e caracteriza ato de improbidade. Ademais, para a caracterização do ato de improbidade administrativa não é necessário o http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 8/12

dolo específico por parte do gestor público, basta estar claro a intenção de praticá-lo, confira-se: AÇAO CIVIL PÚBLICA - CONCURSO PARA PREENCHIMENTO DE CARGO PÚBLICO NA CÂMARA DE VEREADORES - FRAUDE PRATICADA PELO SEU PRESIDENTE PARA BENEFICIAR O FILHO - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CARACTERIZADA SANÇÕES APLICADAS PERTINENTES COM A GRAVIDADE DO FATO - RECURSO DESPROVIDO [...] Conquanto fluido o conceito, é inequívoco que para caracterização da improbidade administrativa não é exigível conduta revestida de dolo específico; "o dolo está configurado pela manifesta vontade de realizar conduta contrária aos deveres de honestidade e legalidade, e aos princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade." (REsp n. 765.212, Min. Herman Benjamin). (Apelação Cível n., de Ituporanga, rel. Des. Newton Trisotto, j. em 16.11.2010) (g.n). Quanto ao prejuízo ao erário, tenho por presente, este consubstanciado na diferença apurada entre o valor da remuneração para o cargo ocupado, que seria de R$ 2.724,19 (f. 202 cargo de símbolo SC-02), ao passo que o requerido recebia o montante de R$ 6.450,00 (f. 130). Além do mais, quando se refere ao prejuízo, não se fala apenas em dinheiro, mas também de uma série de valores que transcendem a razão monetária, porquanto a confiança da sociedade nas instituições pública é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. Em casos análogos, confira-se o que restou decido: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PREFEITURA MUNICIPAL. CONTRATAÇÃO DE ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA PARA A PRESTAÇÃO DE ASSESSORIA JURÍDICA. LEI COMPLEMENTAR QUE INSTITUIU O CARGO DE ASSESSOR JURÍDICO. ATIVIDADE PRESTADA POR PESSOA ESTRANHA AO QUADRO DE SERVIDORES. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. DOLO GENÉRICO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO. ATO ÍMPROBO CARACTERIZADO. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL. LEI N. 8.429/92. RECHAÇADA. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS QUANDO O AUTOR FOR O MINISTÉRIO PÚBLICO. RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. ADMINISTRATIVO - AÇÃO CÍVIL PÚBLICA - CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARTICULAR E PESSOA ESTRANHA AO QUADRO DE SERVIDORES PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONTABILIDADE EM MUNICÍPIO - SERVIÇOS QUE DEVERIAM SER PRESTADOS POR SERVIDORES EFETIVOS - AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA - LICITAÇÃO DIRECIONADA - ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - PREJUÍZO AO ERÁRIO NÃO CONFIGURADO - VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ART. 11 DA LEI FEDERAL N. 8.429/92). O direcionamento de processo de licitação, bem como a contratação direta de pessoa física para prestar serviços de contabilidade ao Município, que deveriam ser realizados por servidores do próprio quadro da municipalidade, mesmo sem ocasionar dano ao erário, já que os serviços foram efetivamente prestados, configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública (arts. 11 e 12, inciso III, da Lei federal n. 8.429/92), devendo os responsáveis cumprir as sanções pertinentes ao caso. (Apelação Cível n., de Ipumirim, rel. Des. Jaime Ramos, j. em 15.09.2011). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM FAVOR DO http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 9/12

MINISTÉRIO PÚBLICO - IMPOSSIBILIDADE, AINDA QUE SEJAM DEPOSITADOS NO FUNDO DE RECONSTITUIÇÃO DE BENS LESADOS. (Apelação Cível n., de Lages, rel. Des. Jaime Ramos, j. em 29.11.2012). (TJ-SC, Relator: Júlio César Knoll, Data de Julgamento: 12/06/2013, Quarta Câmara de Direito Público Julgado). Pontofinalizando, apesar de entender como irregular a forma de contratação e consecução do contrato, tenho que a hipótese não autoriza a anulação do instrumento, tal como requerido pelo Parquet, eis que, até a concessão da liminar, os serviços foram efetivamente prestados, gerando destarte o direito à contraprestação, porém, não da forma avençada, de forma que, nesse ponto, o pedido inicial improcede. DAS PENAS Como corolário deste raciocínio, observada a violação aos deveres da administração, impõe-se a aplicação das sanções previstas no art. 12, II, do referido diploma legal, já que a conduta dos requeridos está tipificada no referido art. 10. E as sanções previstas na Lei devem efetivar-se nos limites da proporcionalidade, consoante se infere do previsto no parágrafo único do mencionado artigo 12: Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente". JUAREZ FREITAS, Professor da PUC-RS, depois de chamar a atenção do intérprete para esse explícito convite legal à proporcionalidade, faz um apelo à prudência: "que não se alie cólera ao castigo" (ver, a respeito, o seu artigo "Ação Civil Pública - Improbidade Administrativa", in BDA - Boletim de Direito Administrativo - São Paulo, v. 21, n. 5, maio/2005). Segundo MARCELO FIGUEIREDO: "Grave problema que a lei encerra é o seguinte: sendo procedente a ação, as penas previstas se aplicam em bloco, ou o juiz pode 'discricionariamente' aplicálas, uma delas, ou todas em conjunto? De fato, é de se afastar a possibilidade da aplicação conjunta de penas em bloco, obrigatoriamente. É dizer, há margem de manobra para o juiz, de acordo com o caso concreto, aplicar penas, dentre as cominadas, isolada ou cumulativamente (...). Tudo dependerá da análise da conduta do agente público que praticou ato de improbidade em suas variadas formas. http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 10/12

(...) Mostra-se adequado o estudo a respeito do princípio da proporcionalidade, a fim de verificarmos a relação de adequação entre a conduta do agente e sua penalização. É dizer, ante a ausência de dispositivo expresso que determine o abrandamento ou a escolha das penas qualitativa e quantitativamente aferidas, recorre-se ao princípio geral da razoabilidade, ínsito à jurisdição (acesso à Justiça e seus corolários). Deve o Judiciário, chamado a aplicar a lei, analisar amplamente a conduta do agente público em face do caso concreto. Não se trata de escolha arbitrária, porém legal" (in "Probidade Administrativa: comentários à Lei 8.429/92 e legislação complementar", Malheiros Editores, São Paulo, 2000, p. 114/115). Como já decidido pelo STJ: "A aplicação das sanções da Lei n. 8.429/92 deve ocorrer à luz do princípio da proporcionalidade, de modo a evitar sanções desarrazoadas em relação ao ato ilícito praticado, sem, contudo, privilegiar a impunidade. Para decidir pela cominação isolada ou conjunta das penas previstas no artigo 12 e incisos, da Lei de Improbidade Administrativa, deve o magistrado atentar para as circunstâncias peculiares do caso concreto, avaliando a gravidade da conduta, a medida da lesão ao erário, o histórico funcional do agente público etc." (REsp 300184 / SP - Relator Ministro FRANCIULLI NETTO - SEGUNDA TURMA - Data do Julgamento 04/09/2003 - Data da Publicação/Fonte DJ 03.11.2003 p. 291). Ante a constatação da prática de ato de improbidade, porém, considerando que os serviços foram efetivamente prestados a contento dentro do âmbito da Secretaria da Fazenda, e, tendo em vista a presença do dolo genérico (e não específico de lesão ao erário), entendo ser aplicável aos réus, solidariamente, apenas duas penalidades, a saber: ressarcimento do valor do dano; e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. DISPOSITIVO Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE A PRETENSÃO formulada na petição inicial, resolvendo a lide com mérito, na forma do art. 269, I do Código de Processo Civil, para rejeitar as preliminares, reconhecendo a prática de ato de improbidade pelos requeridos luiz pedro correa do carmo, rangel advocacia e marcelo eustáquio rangel, e condenar os réus, solidariamente, em DUAS das sanções elencadas no artigo 12, II, do CPC, quais sejam: http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 11/12

a) ressarcimento do valor do dano, qual seja, da diferença entre o valor recebido mensalmente pelo escritório de advocacia e o equivalente ao valor da remuneração do cargo de Procurador da Fazenda, SC-02, à época da prestação dos serviços, a ser apurado por arbitramento na fase de execução de sentença, corrigido monetariamente a partir de cada recebimento, e acrescido de juros de 1% ao mês, estes a partir da citação; b) proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos. o Ministério Público. Custas na forma da lei, a serem suportadas na proporção de 70% pelos requeridos, isento do Ministério Público. Incabível condenação ao pagamento de honorários advocatícios, ante a atuação pro populo Oportunamente, arquivar, observadas as formalidades legais. P. R. I. Ituiutaba (MG), 12 de Setembro de 2014. VANESSA GUIMARÃES DA COSTA VEDOVOTTO Juíza de Direito 1ª Vara Cível de Ituiutaba http://www4.tjmg.jus.br/juridico/sf/proc_peca_movimentacao.jsp?id=1045431&hash=4285e5ea5c4dd6c4c3fccfeaee9e0b9b 12/12