MAE Planejamento e Pesquisa II

Documentos relacionados
Experimentos Balanceados com Dois Fatores

Métodos Estatísticos Avançados em Epidemiologia

Delineamento e Análise Experimental Aula 3

MAE Planejamento e Pesquisa I

Planejamento de Experimentos Suposições do Modelo e Comparações Múltiplas

Tópicos Extras 1ª parte. Testes Não Paramétricos, Análise Multivariada, Outras Técnicas

Planejamento de Experimentos Introdução - Teste t

MAE 317 Planejamento e Pesquisa I Profa. Júlia Maria Pavan Soler

Capítulo 9 - Regressão Linear Simples (RLS): Notas breves

Aula 2 Uma breve revisão sobre modelos lineares

ANÁLISE DE VARIÂNCIA DE UM CRITÉRIO (DIC)

Análise de Dados Longitudinais Aula

Modelos de Regressão Linear Simples - Análise de Resíduos

Modelos de Regressão Linear Simples - parte III

MAE 317 Planejamento de Experimentos I. Profa. Júlia Maria Pavan Soler IME/USP

Capítulo 9 - Regressão Linear Simples (RLS): Notas breves

Modelos de Regressão Linear Simples - Análise de Resíduos

AULA 11 - Normalidade e Inferência em Regressão Múltipla - Parte 1

Análise de Regressão EST036

Estimação e Testes de Hipóteses

Variância pop. * conhecida Teste t Paramétrico Quantitativa Distribuição normal Wilcoxon (teste dos sinais, Wilcoxon p/ 1 amostra)

Aula 14 Quadrado Latino 13/06/17

ANÁLISE DE VARIÂNCIA. y j = µ + τ i + e i j = µ i + e i j

Lucas Santana da Cunha de outubro de 2018 Londrina

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIENCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE V

Modelo de Regressão Múltipla

Inferência para várias populações normais análise de variância (ANOVA)

Delineamento e Análise Experimental Aula 4

TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA

INSTRUÇÕES. O tempo disponível para a realização das duas provas e o preenchimento da Folha de Respostas é de 5 (cinco) horas no total.

Modelos de Regressão Linear Simples - parte II

Cap. 9 Comparação entre tratamentos

Ralph S. Silva

Regressão Linear Simples

5. Carta de controle e homogeneidade de variância

Lucas Santana da Cunha de outubro de 2018 Londrina

Modelos de Análise de Variância

DELINEAMENTO EM BLOCOS AO ACASO

Estatística Básica. 13 de maio de 2009

5.3 Experimentos fatoriais a dois fatores. Ambos os fatores são supostos fixos e os efeitos de tratamento são definidos como desvios da média tal que

3. Experimentos a um único fator: Análise de Variância (ANOVA) 3.7 Comparações entre médias de tratamento

Esquema Fatorial. Esquema Fatorial. Lucas Santana da Cunha 06 de outubro de 2018 Londrina

ESQUEMA FATORIAL. Lucas Santana da Cunha Universidade Estadual de Londrina Departamento de Estatística

Especialização em Engenharia de Processos e de Sistemas de Produção

Conceitos Básicos Teste t Teste F. Teste de Hipóteses. Joel M. Corrêa da Rosa

Verificando as pressuposições do modelo estatístico

DELINEAMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS COM REPETIÇÕES. Profª. Sheila Regina Oro

EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

EXPERIMENTAÇÃO AGRÍCOLA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

4. Experimentos em Blocos aleatorizados, quadrados latinos e experimentos relacionados. 4.4 Experimentos em Blocos Incompletos Balanceados

EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS

Planejamento de Experimentos Experimento com um fator aleatório

Análise da Regressão múltipla: MQO Assintótico y = β 0 + β 1 x 1 + β x +... β k x k + u 3. Propriedades assintóticas Antes, propriedades sobre amostra

Prova # SUB 15 junho de 2015

ANÁLISE DE VARIÂNCIA (ANOVA) Prof. Anderson Rodrigo da Silva

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Testes de Comparações Múltiplas

Análise Multivariada Aplicada à Contabilidade

EXPERIMENTAÇÃO AGRÍCOLA

Experimentos Fatoriais

AULA 10 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Variância)

Esse material foi extraído de Barbetta (2007 cap 13)

Modelos de Regressão Múltipla - Parte VIII

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA INFERÊNCIA ESTATÍSTICA Parte II

Princípios de Bioestatística

DELINEAMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS (DBC)

1 Que é Estatística?, 1. 2 Séries Estatísticas, 9. 3 Medidas Descritivas, 27

POPULAÇÃO X AMOSTRA INTRODUÇÃO À BIOESTATÍSTICA TIPOS DE VARIÁVEIS CLASSIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS CLASSIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS 1) TIPOS DE VARIÁVEIS

AULA 10 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Variância)

Modelos Lineares Generalizados - Verificação do Ajuste do Modelo

ANÁLISE DE VARIÂNCIA - ANOVA. Prof. Adriano Mendonça Souza, Dr. Departamento de Estatística - PPGEMQ / PPGEP - UFSM

Análise de Regressão EST036

AULA 7 - Inferência em MQO: ICs e Testes de

Exemplos Regressão Dados de Contagem

ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL

Análise de Dados Longitudinais Modelos de Regressão - Perspecitva Histórica

EXPERIMENTAÇÃO AGRÁRIA

Testes de hipóteses. Wagner H. Bonat Fernando P. Mayer Elias T. Krainski

Exemplo Vida Útil de Ferramentas

MAE Modelos Lineares Generalizados 2 o semestre 2017

Prova # 2 8 junho de 2015

Escolha dos testes INTRODUÇÃO À BIOESTATÍSTICA QUANTIFICAÇÃO DOS GRUPOS DO ESTUDO PESQUISA INFERÊNCIA ESTATÍSTICA TESTE DE HIPÓTESES E

DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTATÍSTICA APLICADA)

AULA 07 Inferência a Partir de Duas Amostras

Inferência para duas populações

(a) Teste e IC para Duas Variâncias. (b) Teste para médias. Duas Amostras de Teste T e IC

INTRODUÇÃO A MODELOS MISTOS

REGRESSÃO LINEAR Parte I. Flávia F. Feitosa

Inferência Estatistica

H 0 : m 1 = m 2 =... = m I = 0 H a : pelo menos m u m k, para algum u k (u,k=1,2,...,i)

Análise de Regressão Linear Simples e

09 de setembro de 2013

DELINEAMENTO INTEIRAMENTE CASUALIZADO. Profª. Sheila Regina Oro

Esquema Fatorial. Lucas Santana da Cunha Universidade Estadual de Londrina

Exemplo Placas Dentárias

CORRELAÇÃO E REGRESSÃO

Exemplos Modelos de Quase-Verossimilhança

EXPERIMENTAÇÃO AGRÍCOLA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

AULA 8 - MQO em regressão múltipla:

Exemplo Multicolinearidade

Transcrição:

MAE0327 - Planejamento e Pesquisa II EXPERIMENTOS/ESTUDOS NÃO-BALANCEADOS COM FATORES FIXOS - PARTE 1 7 de agosto de 2016 Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 1 / 1

PLANEJAMENTO E PESQUISA I Estudos balanceados: cada casela (tratamento: combinação dos níveis dos fatores) tinha o mesmo número de observações Situações práticas: número de observações por casela não é o mesmo Motivos Estudos observacionais: o pesquisador tem pouco ou nenhum controle sobre o número de observações por casela Estudos experimentais: a) Problemas ocorridos durante a realização do experimento causam a perda de observações; b) Experimentos não-balanceados são planejados deliberadamente Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 2 / 1

EXPERIMENTOS/ESTUDOS NÃO-BALANCEADOS COM 1 FATOR Número de níveis do fator (grupos): r Número de unidades experimentais em cada grupo: n i Número total de unidades experimentais: n = r i=1 n i sendo MODELO DE MÉDIAS: y ij = µ i + e ij, y ij : valor da variável resposta da j-ésima unidade experimental no i-ésimo nível do fator (grupo); µ i : média populacional da variável resposta no i-ésimo grupo (não aleatório); e ij : erro aleatório; Suposição: e ij N(0, σ 2 ), independentes; Assim, y ij N(µ i, σ 2 ), independentes, i = 1,, r; j = 1,, n i Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 3 / 1

PARAMETRIZAÇÕES DO MODELO sendo y ij = µ + α i + e ij, y ij : valor da variável resposta da j-ésima unidade experimental no i-ésimo grupo; µ e α i : não aleatórios; µ i = µ + α i : média populacional relacionada ao i-ésimo grupo; e ij : erro aleatório; Suposição: e ij N(0, σ 2 ), independentes; Assim, y ij N(µ + α i, σ 2 ), independentes, i = 1,, r; j = 1,, n i Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 4 / 1

PARAMETRIZAÇÕES DO MODELO Problema: Temos r médias e r + 1 parâmetros (falta de identificabilidade) Para tornar o modelo identificável podemos: Estabelecer a restrição r i=1 α i = 0 Neste caso, µ = 1 r r i=1 µ i: média das médias em cada grupo; α i : incremento (positivo ou negativo) da média do grupo i com relação à média µ, isto é, α i = µ i µ Igualar um único α i à zero, por exemplo α 1 (casela de referência) Neste caso, µ: média do grupo 1 (grupo de referência), µ = µ 1 ; α i : incremento (positivo ou negativo) da média do grupo i com relação à média do grupo 1 (grupo de referência), isto é, α i = µ i µ 1, i = 2,, r A parametrização de casela de referência será a mais usada no curso Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 5 / 1

MODELO DE REGRESSÃO Consideremos o modelo y ij = µ + α i + e ij,, com α 1 = 0 (casela de referência) Observemos que y 11 = µ + e 11 y 12 = µ + e 12 y 1n1 = µ + e 1n1 y 21 = µ + α 2 + e 21 y 22 = µ + α 2 + e 22 y 2n2 = µ + α 2 + e 2n2 y r1 = µ + α r + e r1 y rnr = µ + α r + e rnr Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 6 / 1

MODELO DE REGRESSÃO O modelo do slide anterior pode ser escrito na forma matricial de um modelo linear como Y = Xβ + e, sendo Y = Y 11 Y 12 Y 1n1 Y 21 Y 2n2 Y r1 Y rnr, X = 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1, β = µ α 2 α r, e = e 11 e 12 e 1n1 e 21 e 2n2 e r1 e rnr Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 7 / 1

MODELO DE REGRESSÃO O modelo linear na forma matricial pode ser reescrito como o seguinte modelo de regressão (casela de referência), em que consideramos para os α is, (r 1) variáveis indicadoras, que vão assumir os valores 1 e 0 Temos y ij = µx ij1 + α 2 X ij2 + α 3 X ij3 + + α r X ijr + e ij, sendo X 1 = 1, para{ i = 1,, r e j = 1,, n i, 1, se a observação pertence ao grupo 2; X 2 = 0, caso contrário, { 1, se a observação pertence ao grupo 3; X 3 = 0, caso contrário, e assim por diante, até { 1, se a observação pertence ao grupo r; X r = 0, caso contrário Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 8 / 1

ESTIMADORES DE MÍNIMOS QUADRADOS O estimador de mínimos quadrados de β é dado por ˆβ = (X X) 1 X Y Tabela 1 Estimadores dos parâmetros (casela de referência) Parâmetro Estimador de mínimos quadrados µ ˆµ = ȳ 1 α 2 ˆα 2 = ȳ 2 ȳ 1 α 3 ˆα 3 = ȳ 3 ȳ 1 α r ˆα r = ȳ r ȳ 1 Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 9 / 1

EXEMPLO A injúria renal aguda (IRA) é inevitável durante o transplante renal e pacientes que sofreram a IRA estão mais suscetíveis a desenvolverem a doença renal crônica e a complicações secundárias Essas complicações são agravadas quando associadas a um consumo excessivo de sódio Ratos foram submetidos a tratamentos distintos e alocados a 6 grupos experimentais, caracterizados pela dieta, normossódica ou hipersódica, pelo tipo de cirurgia, Sham ou isquemia e reperfusão, induzindo à condição de IRA, e pelo tipo de tratamento com ou sem N-Acetilcisteína (NAC) O estudo tem como objetivo avaliar o tratamento com NAC e a influência da sobrecarga de sódio após a IRA Para isso, foram medidas as seguintes variáveis (em g/cm de fêmur) ao final do estudo: Rim direito, Rim esquerdo e Coração Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 10 / 1

EXEMPLO Os 6 grupos experimentais podem ser descritos como: 1 9 ratos submetidos à isquemia e reperfusão renal bilateral alimentados com dieta normossódica (IR NR) - Início 16 ratos; 2 7 ratos submetidos à isquemia e reperfusão renal bilateral alimentados com dieta hipersódica (IR HR) - Início 16 ratos; 3 8 ratos submetidos à incisão abdominal alimentados com dieta normossódica (Sham NR) - Início 8 ratos; 4 7 ratos submetidos à incisão abdominal alimentados com dieta hipersódica (Sham HR) - Início 8 ratos; 5 10 ratos submetidos à isquemia e reperfusão renal alimentados com dieta normossódica e tratados com NAC (IR NAC NR) - Início 12 ratos; 6 10 ratos submetidos à isquemia e reperfusão renal alimentados com dieta hipersódica e tratados com NAC (IR NAC HR) - Início 12 ratos Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 11 / 1

ANÁLISE DESCRITIVA - RIM DIREITO Tabela 2 Medidas descritivas da variável Rim direito (g/cm fêmur) Grupo n Média Mediana Desvio padrão Sham NR 8 0,51 0,51 0,053 Sham HR 7 0,58 0,54 0,104 IR NR 9 0,46 0,50 0,176 IR HR 7 0,78 0,73 0,218 IR NR NAC 10 0,55 0,61 0,202 IR HR NAC 10 0,66 0,67 0,171 Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 12 / 1

Rim direito (g/cm de fêmur) Quando o número de observações é menor do que 10, não se deve construir histogramas ou boxplots 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 Sham NR Sham HR I/R NR Grupo I/R HR I/R NR NAC I/R HR NAC Gráfico 1 Média ± 1 erro padrão da variável Rim direito por grupo Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 13 / 1

MODELO (CASELA DE REFERÊNCIA) y ij = µ + α i + e ij, i = 1,, 6 (grupos) e j = 1,, n i (unidades experimentais) µ e α i : não aleatórios; e ij N(0, σ 2 ), independentes; µ + α i : média populacional do Rim direito relacionada com o i-ésimo grupo, sendo α 1 = 0, y ij N(µ + α i, σ 2 ), independentes Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 14 / 1

SUPOSIÇÕES DO MODELO Homocedasticidade: Teste de Levene para igualdade de variâncias e gráfico dos resíduos studentizados versus os valores ajustados Normalidade: Teste de Shapiro-Wilks, teste de Anderson-Darling, boxplot e gráfico de probabilidade normal dos resíduos studentizados Independência entre as observações: Gráfico dos resíduos studentizados versus os índices das observações Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 15 / 1

Resíduo Studentizado -4-2 0 2 Resíduo Studentizado -4-2 0 2 Residuo Studentizado -3-1 1 2 3 Distância de Cook 000 005 010 015-2 -1 0 1 2 Percentil da N(0,1) 0 10 30 50 Índice 0 10 30 50 Índice 045 055 065 075 Valor Ajustado Gráfico 2 Gráficos de diagnóstico Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 16 / 1

TESTES PARA HOMOCEDASTICIDADE E NORMALIDADE Valor-p do Teste de Levene para igualdade de variâncias: 0,353 Valor-p do Teste de Anderson-Darling para verificação da normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,098 Valor-p do Teste de Shapiro-Wilks para verificação de normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,125 Suposições parecem satisfeitas Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 17 / 1

TABELA DE ANOVA H 0 : µ 1 = µ 2 = = µ r, ou equivalentemente, H 0 : α 2 = α 3 = = α r = 0 Tabela 3 Tabela de ANOVA FV SQ GL QM Estat F Valor-p Grupo 0,520 5 0,104 3,75 0,006 Resíduo 1,247 45 0,028 Total 1,767 50 Os resultados da Tabela 3 nos mostram que, ao nível de significância de 10%, há evidência de alguma diferença entre os grupos Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 18 / 1

COMPARAÇÃO DE MÉDIAS Uma vez que a ANOVA indica a existência de diferenças entre as médias, temos interesse em identificar essas diferenças Todas as médias diferem entre si? Existem grupos de médias cujos elementos são iguais entre si mas diferentes das médias de outros grupos? Para resolver essas questões vamos construir comparações múltiplas, controlando o coeficiente de confiança global Dentre os métodos existentes, vamos utilizar o de Bonferroni em que adotamos, para cada comparação entre duas médias quaisquer, um nível de significância igual a α g /c, sendo α g, o nível de significância global fixado e c, o número de comparações realizadas Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 19 / 1

COMPARAÇÃO DE MÉDIAS A partir do modelo de regressão (casela de referência) E(y ij ) = µx ij1 + α 2 X ij2 + α 3 X ij3 + + α r X ijr observamos que E(y 1 ) = µ 1 = µ E(y 2 ) = µ 2 = µ + α 2, e assim sucessivamente, até E(y r ) = µ r = µ + α r Assim, µ i µ 1 = α i, i = 2,, r µ k µ i = α k α i, k, i = 2,, r, k > i Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 20 / 1

As hipóteses relativas às igualdades de médias podem ser escritas, em forma matricial, como H 0 : c (1 r) β (r 1) = 0 (1 1) vs H 1 : c (1 r) β (r 1) 0 (1 1) Em geral, o vetor c é um vetor denominado contraste (vetor cuja soma dos elementos é igual a 0) Lembrar que β (1 r) = {µ, α 2, α 3,, α r } Dessa forma, para testar, por exemplo, H 0 : µ 2 = µ 1, teríamos c = [0, 1, 0, 0, 0, 0] (c não é um contraste) H 0 : µ 3 = µ 2, teríamos c = [0, 1, 1, 0, 0, 0] (c é um contraste) Como testar as hipóteses H 0 : c (1 r) β (r 1) = 0 (1 1)? Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 21 / 1

Lembrar que ˆβ N r (β, σ 2 (X X) 1 ), sendo X (n r) a matriz de planejamento dada por X = [X ij1, X ij2,, X ijr ] (ver slide 7) e que c ˆβ N(cβ, σ 2 c(x X) 1 c ) Pode-se mostrar que, sob H 0, F = 1ˆσ 2 (c ˆβ) (c(x X) 1 c ) 1 (c ˆβ) F (1,n r) O valor-p associado ao teste da hipótese H 0 pode ser calculado como P(F > f ), em que F F (1,n r) e f é o valor observado de F Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 22 / 1

RIM DIREITO - ESTIMATIVAS DOS PARÂMETROS Vamos adotar α g = 10% Como o número de comparações entre as médias do Rim direito sob os 6 grupos é igual a 15, vamos considerar para cada comparação um nível de significância igual a 0,10/15 = 0,007 Tabela 4 Estimativas dos parâmetros do modelo Parâmetro Estimativa Erro padrão Estat t Valor-p µ 0,505 0,059 8,587 <0,001 α 2 0,079 0,086 0,913 0,366 α 3-0,044 0,081-0,544 0,589 α 4 0,276 0,086 3,201 0,003 α 5 0,045 0,079 0,566 0,574 α 6 0,150 0,079 1,905 0,063 Ao nível de significância global igual a 5%, não há evidência de diferenças entre os grupos Sham NR e Sham HR, Sham NR e IR NR, Sham NR e IR NR NAC e Sham NR e IR HR NAC No entanto, há evidência de diferença entre os grupos Sham NR e IR HR Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 23 / 1

RIM DIREITO - COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS Tabela 5 Comparações entre as médias do Rim direito sob os 6 grupos, duas a duas Sham NR Sham HR IR NR IR HR IR NR NAC IR HR NAC Sham NR - 0,366 0,589 0,003 0,574 0,063 Sham HR - 0,151 0,032 0,681 0,386 IR NR - < 0,001 0,253 0,015 IR HR - 0,007 0,134 IR NR NAC - 0,163 Os resultados da Tabela 5 nos mostram que, ao nível de significância global igual a 10%, há evidência de diferença apenas entre os grupos Sham NR e IR HR, entre os grupos IR NR e IR HR e entre os grupos IR NR NAC e IR HR sendo que em todos os casos, a média do Rim direito é maior no grupo IR HR (Tabela 2) Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 24 / 1

ANÁLISE DESCRITIVA - RIM ESQUERDO Tabela 6 Medidas descritivas da variável Rim esquerdo (g/cm fêmur) Grupo n Média Mediana Desvio padrão Sham NR 8 0,49 0,51 0,049 Sham HR 7 0,60 0,53 0,134 IR NR 9 0,64 0,58 0,202 IR HR 7 0,84 0,69 0,297 IR NR NAC 10 0,54 0,50 0,155 IR HR NAC 10 0,64 0,51 0,261 Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 25 / 1

Rim esquerdo (g/cm de fêmur) 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 Sham NR Sham HR IR NR Grupo IR HR IR NR NAC IR HR NAC Gráfico 3 Média ± 1 erro padrão da variável Rim esquerdo por grupo Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 26 / 1

Resíduo Studentizado -3-1 1 3 Resíduo Studentizado -3-1 1 3 Residuo Studentizado -3-1 1 3 Distância de Cook 000 005 010 015-2 -1 0 1 2 Percentil da N(0,1) 0 10 20 30 40 50 Índice 0 10 20 30 40 50 Índice 050 060 070 080 Valor Ajustado Gráfico 4 Gráficos de diagnóstico Rim esquerdo Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 27 / 1

TESTES PARA HOMOCEDASTICIDADE, NORMALIDADE e IGUALDADE DE DISTRIBUIÇÕES Valor-p do Teste de Levene para igualdade de variâncias: 0,243 Valor-p do Teste de Anderson-Darling para verificação da normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,0002 Valor-p do Teste de Shapiro-Wilks para verificação de normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,0006 Suposições de normalidade não parece satisfeita Os valores-p indicam grande fuga da normalidade Teste de Kruskal-Wallis para comparar as distribuições (valor-p = 0,061) Ao nível de significância de 5% não rejeitamos a hipótese de igualdade entre as distribuições da variável Rim esquerdo sob os 6 grupos Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 28 / 1

ANÁLISE DESCRITIVA - CORAÇÃO Tabela 7 Medidas descritivas da variável Coração (g/cm fêmur) Grupo n Média Mediana Desvio padrão Sham NR 8 0,43 0,43 0,035 Sham HR 7 0,45 0,44 0,065 IR NR 9 0,41 0,41 0,033 IR HR 7 0,59 0,58 0,165 IR NR NAC 10 0,40 0,40 0,044 IR HR NAC 10 0,44 0,44 0,072 Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 29 / 1

Coração (g/cm de fêmur) 0,65 0,60 0,55 0,50 0,45 0,40 Sham NR Sham HR IR NR Grupo IR HR IR NR NAC IR HR NAC Gráfico 5 Média ± 1 erro padrão da variável Coração por grupo Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 30 / 1

Resíduo Studentizado -4-2 0 2 4 6 Resíduo Studentizado -4-2 0 2 4 6 Residuo Studentizado -2 0 2 4 Distância de Cook 00 02 04-2 -1 0 1 2 Percentil da N(0,1) 0 10 20 30 40 50 Índice 0 10 20 30 40 50 Índice 040 045 050 055 060 Valor Ajustado Gráfico 6 Gráficos de diagnóstico A juste de um modelo de ANOVA homocedástico - Coração Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 31 / 1

TESTES PARA HOMOCEDASTICIDADE, NORMALIDADE e IGUALDADE DE DISTRIBUIÇÕES Valor-p do Teste de Levene para igualdade de variâncias: 0,005 Valor-p do Teste de Anderson-Darling para verificação da normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,0001 Valor-p do Teste de Shapiro-Wilks para verificação de normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): < 0,0001 Suposições de homocedasticidade e normalidade não parecem satisfeitas (valores-p muito pequenos) Vamos ajustar um modelo de regressão por Mínimos Quadrados Ponderados com pesos iguais ao inverso das variâncias em cada grupo Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 32 / 1

Resíduo Studentizado -3-1 1 2 3 Resíduo Studentizado -3-1 1 2 3 Residuo Studentizado -3-1 1 2 3 Distância de Cook 000 004 008-2 -1 0 1 2 Percentil da N(0,1) 0 10 20 30 40 50 Índice 0 10 20 30 40 50 Índice 040 045 050 055 060 Valor Ajustado Gráfico 7 Gráficos de diagnóstico MQP - Coração Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 33 / 1

TESTES PARA HOMOCEDASTICIDADE, NORMALIDADE e IGUALDADE DE DISTRIBUIÇÕES - MQP Valor-p do Teste de Levene para igualdade de variâncias (resíduos studentizados): 0,999 Valor-p do Teste de Anderson-Darling para verificação da normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,502 Valor-p do Teste de Shapiro-Wilks para verificação de normalidade dos erros aleatórios (resíduos studentizados): 0,590 Suposição de normalidade parece satisfeita Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 34 / 1

TABELA DE ANOVA - MQP H 0 : µ 1 = µ 2 = = µ r, ou equivalentemente, H 0 : α 2 = α 3 = = α r = 0 Tabela 8 Tabela de ANOVA - MQP FV SQ GL QM Estat F Valor-p Grupo 12,56 5 2,513 2,53 0,042 Resíduo 44,73 45 0,994 Total 57,29 50 Os resultados da Tabela 8 nos mostram que, ao nível de significância de 10%, há evidência de alguma diferença entre os grupos Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 35 / 1

CORAÇÃO - COMPARAÇÕES MÚLTIPLAS - MQP Tabela 9 Comparações entre as médias do Coração sob os 6 grupos, duas a duas Sham NR Sham HR IR NR IR HR IR NR NAC IR HR NAC Sham NR - 0,464 0,359 0,012 0,121 0,807 Sham HR - 0,195 0,036 0,086 0,678 IR NR - 0,007 0,429 0,398 IR HR - 0,004 0,021 IR NR NAC - 0,187 Os resultados da Tabela 5 nos mostram que, ao nível de significância global igual a 10%, há evidência de diferença entre os grupos IR HR e IR NR e entre os grupos IR HR e IR NR NAC, sendo a média do Coração é maior no grupo IR HR (Tabela 7) Denise A Botter MAE0327 7 de agosto de 2016 36 / 1