CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 07 Aula Ministrada pelo Prof. Rubens Kindlmann 04/09/2018 E-mail: tributario@legale.com.br AULA 03 CONCEITO DE TRIBUTO O pagamento do tributo tem a finalidade de financiar o Estado. Definição expressa no Art. 3º do CTN, impõem requisitos cumulativos para caracterizar um tributo.
- Prestação pecuniária compulsória - Que não constitua sanção de ato ilícito - Instituída em lei - Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada Prestação que possibilita quantificar, liquida-la, exprimir em dinheiro. Observação: Não é pelo fato de que uma obrigação é perante o Estado e deve ser cumprida em pecúnia, que necessariamente deva ser tributo, pois, para ser considerado tributo, deve preencher os requisitos cumulativamente, ou seja, todos juntos. Existem obrigações que não tem natureza pecuária, mas são obrigações perante ao Estado.
Exemplo: Estampilha do cigarro, whisky (etiqueta que acompanha o produto). A Estampilha comprova que a obrigação tributária foi cumprida. Com a antecipação da aquisição da estampilha, se dá por quitado o tributo que é relativo a ela. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Sem a instituição do tributo por meio de lei, não como se exigir, logo, a lei deve criar o tributo para assim obter a figura da compulsoriedade. - Atos infra legais não podem instituir tributos. Importante: A constituição não cria tributo, mas atribuí a competência para os entes competentes criarem por meio de lei os respectivos tributos. Independente da confissão da dívida, não impede do contribuinte discutir no judiciário a legalidade do referido tributo Lei de Execuções Fiscais, 6830/80: Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.
Mesmo com confissão, pagamento e etc., não implica no impedimento de discutir o tributo perante o poder judiciário. Tributo não se confunde com sanção (pena). Em matéria tributária, a sanção é multa pecuniária. O tributo decorre da prática do fato gerador definido em lei, já a multa é em razão do descumprimento. Observação: Não quer dizer que o fisco não vá utilizar uma execução fiscal para buscar a satisfação do valor da multa.
Multa imposta ne lei 9430/96. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Importante: A máxima o acessório não segue o principal não é aplicado cegamente na esfera tributária. - Progressividade é uma majoração da alíquota a fim de cumprir o objetivo de cobrar mais. Quando o imóvel não estiver respeitando a função social, pode sofrer a alíquota progressiva do IPTU. Exceção: majoração da alíquota do IPTU pode ser elevada em razão da inobservância da função social, assim, o contribuinte que não atende.
A constituição estabelece a competência aos entes, que por sua vez, munido da competência tributária, institui o tributo, e o cobra por meio do lançamento (ato administrativo). Não pode um ente que não detenha a competência tributária para tanto, exigir tributo que não seja de sua competência, bem como os elementos do art. 142. A Pessoa jurídica de direito público munida da competência constitucional, é quem pode se valer do ato administrativo para verificar todos os elementos do art. 142, a fim de exigir o quantum devido, constituindo o crédito tributário.
Por fim, deve ser uma receita pública para caracterizar tributo. Deve ser direcionado ao erário o produto arrecado. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada