Estratégias para Acelerar os Investimentos Públicos no Brasil



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Estratégias para Acelerar os Investimentos Públicos no Brasil Ministro Paulo Bernardo Silva Brasília Novembro, 2009

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Principais Entraves Formulação dos projetos Licenciamento ambiental Contratação Implementação Controle

Formulação dos projetos Histórico de baixos investimentos em infraestrutura, com reflexo na desmobilização das empresas de engenharia; Histórico de baixo investimento em projetos (Carteira com baixa qualidade) Interferência dos órgãos de controle em questões técnicas; Deficiência na análise dos projetos; e Baixa oferta de recursos humanos especializados.

Licenciamento ambiental Complexidade e inadequação da legislação ambiental à realidade brasileira; Falta de um padrão e exagero nas condicionantes ambientais estabelecidas nos pareceres dos órgãos ambientais; Utilização de diferentes critérios de análise entre os analistas ambientais dentro de um mesmo órgão; Responsabilização individual diante dos órgãos de controle e justiça; Conflitos de competência do IBAMA com os órgãos ambientais estaduais; e Demora na manifestação do IBAMA e dos órgãos intervenientes no processo de licenciamento (Funai, IPHAN, Instituto Chico Mendes, e Fundação Cultural Palmares).

Contratação Dificuldades na execução descentralizada (convênios, contrato de repasses, termos de compromisso, regras diferenciadas entre os órgãos); Morosidade do processo; Licitações desertas e revogadas; Preço unitário (tijolo x casa); Preço unitário X preço global; Baixa capacidade técnica para instrução dos processos; Judicialização; e Regulamentação insuficiente da Lei 8.666/93

Implementação Problemas de gestão dos executores, inclusive na fiscalização; Morosidade em processos de desapropriação e de regularização fundiária; Problemas de gestão nas empreiteiras (capital de giro, paralisação unilateral, capacidade instalada insuficiente); Insegurança jurídica; Contrapartida não honrada; Alterações recorrentes de projetos; Complexidade do processo orçamentário; e Insuficiência de insumos e de mão-de-obra qualificada.

Controle Foco nos custos e processos em detrimento dos resultados (salário do engenheiro da transposição, vagão do metrô de Recife, mobilização excessiva de pessoal para atender o controle); Acórdãos que alteram contratos ou convênios já assinados (BDI); Interferência em leis de iniciativa do Poder Executivo (determinação para criar ações no PLOA); Interferência em decisões técnicas (ponte do Rio Madeira) Retenção de pagamentos com devolução dos contratos e/ou paralisação de obras (Ferrovia Norte Sul, BR 156, Transposição do São Francisco, paralisação do setor aeroportuário); Erros de auditoria sem responsabilização dos órgãos de controle (atraso na entrega das obras e prejuízo financeiro, como na BR 381/MG); Morosidade nas respostas dos órgãos de controle (caso da BR 116/MG); Politização nas decisões (Dispensa de licitação da Operação Tapa-buraco e Rodoanel de São Paulo).

Diretrizes Envolver a sociedade na busca de soluções (CDES e Conselhos Nacionais) Mudança de paradigma: Formulação dos projetos Licenciamento ambiental Contratação Implementação Controle Enfatizar a conclusividade e a entrega de produtos e serviços à sociedade com qualidade e de forma tempestiva Aperfeiçoar e regulamentar as leis que disciplinam os investimentos em infraestrutura (ambiental, licitações, DL 200/67).

Diretrizes Fortalecer a capacidade institucional dos entes federativos executores de obras descentralizadas; Criar um banco de projetos; Estabelecer agenda de investimentos de médio e longo prazos, negociada com o Congresso Nacional e os entes federativos; Fortalecer a capacidade institucional dos órgãos executores de infraestrutura da União Fortalecer o planejamento dos órgãos setoriais; Articular a agenda de infraestrutura do PPA federal com os estaduais