DECISÃO. Petição inicial instruída com os documentos de fls. 11/71. Vieram os autos conclusos para análise do pleito antecipatório.



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CONCLUSÃO Em 04 de novembro de 2015, faço conclusos estes autos ao MM. Juiz Federal Substituto desta 9ª Vara Cível, Dr. BRUNO CÉSAR LORENCINI.

Transcrição:

82 PROCESSO Nº 0000014-04.2012.4.02.5001 (2012.50.01.000014-6) CLASSE: AÇÃO CIVIL PÚBLICA AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RÉ: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO JUÍZA: DRA. MARIA CLÁUDIA DE GARCIA PAULA ALLEMAND DECISÃO Trata-se de AÇÃO CIVIL PÚBLICA ajuizada por MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL em face da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES, objetivando, em sede de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional, a concessão de ordem que determine que a Ré proceda à matrícula ou à reserva de vagas de todos os alunos oriundos do IFES, concluintes do ensino médio, aprovados no último VestUFES 2012, permitindo-lhes apresentar o documento de conclusão do ensino médio quando disponível. Alega o Autor, em síntese, que a impossibilidade de conclusão do ensino médio se deu em razão da greve dos professores deflagrada no ano de 2011, não sendo razoável, portanto, a negativa da UFES em proceder à matrícula dos alunos em questão, cujo prazo final é o dia 10/02/2012 (hoje). Petição inicial instruída com os documentos de fls. 11/71. (fl. 81). Redistribuição do feito a este Juízo da 5ª Vara Cível, em 10/02/2012 Vieram os autos conclusos para análise do pleito antecipatório. É o relatório. DECIDO. Conforme relatado, a pretensão autoral cinge-se à realização da matrícula dos alunos concluintes do ensino médio do IFES, aprovados no Vest- UFES/2012, independente da imediata apresentação do certificado de conclusão do ensino médio, uma vez que, em razão da grave ocorrida no ano de 2011, os estudantes ainda não concluíram a referida etapa do processo de aprendizagem. Não é demasia salientar que o candidato aprovado em processo seletivo que não tenha concluído o ensino médio ou curso supletivo não tem direito, em uma primeira análise, à matrícula em curso universitário. É bem verdade que a Constituição Federal, em seu art. 208, V, garante a todos o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. Entretanto, a mera aprovação no certame não concede ao 1

83 candidato o direito subjetivo de se graduar no curso superior. Isso porque, pelo que se depreende do disposto no art. 44, II, da Lei nº 9.394/96, a matrícula em curso superior somente é possível se e quando apresentado certificado de conclusão do ensino médio ou equivalente, por se tratar de requisito básico ao seu acesso. No entanto, verifica-se na presente demanda uma peculiaridade que excepciona tal regra, qual seja, a ausência de culpa dos alunos aprovados no certame pela não conclusão do ensino médio, tendo esta sido procrastinada por motivo exclusivo de greve na instituição de ensino a que se encontram vinculados. Com efeito, são notórias as notícias veiculadas na imprensa local dando conta das constantes greves na instituição de ensino frequentada pelos estudantes abarcados nesta ação (IFES), o que acabou por comprometer o calendário do ano letivo de 2011, cuja conclusão foi postergada para o ano de 2012. Assim sendo, conclui-se que, inexistindo o aludido movimento paredista, seria grande a probabilidade de os alunos já terem concluído o ensino médio quando da propositura da presente ação e, consequentemente, estarem habilitados para ingressar nos cursos da UFES para os quais foram aprovados. Diante de tal quadro, fugiria à razoabilidade penalizar novamente os estudantes, obrigando-os a prestar um novo processo seletivo para o ingresso na Universidade. A jurisprudência pátria vem se manifestando pela possibilidade de matrícula do aluno no ensino superior independentemente da apresentação de histórico escolar ou certificado de conclusão do ensino médio por motivo de greve dos professores da rede pública de ensino. Confiram-se, a título elucidativo: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ENSINO MÉDIO. GREVE DOS PROFESSORES. MATRÍCULA. UNIVERSIDADE. 1. Confirma-se decisão que autorizou precariamente matrícula em curso superior de estudante que ainda não concluíra o segundo grau na data do início do ano letivo, em razão de greve dos professores da rede pública, considerando-se que a decisão agravada expressamente ressalvou estarem seus efeitos condicionados à oportuna comprovação da conclusão do ensino médio. 2. Agravo de instrumento ao qual se nega provimento. (TRF1, AG 200401000049033, Relatora: DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA ISABEL GALLOTTI RODRIGUES, SEXTA TURMA, DJ 23/08/2004 PAGINA:110) AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APROVAÇÃO EM VESTIBULAR PARA INGRESSO EM ENSINO SUPERIOR. ATRASO NA CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO DEVIDO À GREVE DE PROFESSORES. MATRÍCULA PROVISÓRIA. EXCEPCIONALIDADE. RAZOABILIDADE. LIMINAR. 2

84 DECISÃO NÃO TERATOLÓGICA. Não merece acolhida o recurso de agravo interno onde a recorrente não apresenta qualquer subsídio capaz de viabilizar a alteração dos fundamentos da decisão hostilizada, persistindo, destarte, imaculados e impassíveis os argumentos nos quais o entendimento foi firmado. Não há ofensa ao principio da discricionariedade quando, em homenagem ao princípio da razoabilidade e com apoio em diversos precedentes jurisprudenciais, a decisão agravada entende que o candidato aprovado em concurso vestibular não pode ser impedido de ingressar na Universidade por motivos alheios à sua vontade, principalmente no que se refere ao atraso do calendário regular em virtude de greve na instituição de ensino federal. A agravante não logrou demonstrar que tal decisão é teratológica, foi proferida com abuso de poder ou em flagrante descompasso com a Constituição, a lei ou com a orientação consolidada de Tribunal Superior ou deste Tribunal. Sendo certo que apenas nesses casos se justificaria a reforma do decisum pelo órgão ad quem, em agravo de instrumento, e que o pronunciamento judicial ora impugnado não se encontra inserido nessas exceções. Recurso improvido. (TRF2, AG 200702010026279, Relator: Desembargador Federal FERNANDO MARQUES, QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R 10/11/2010, Página: 425) ADMINISTRATIVO REQUISITOS PARA MATRÍCULA NO ENSINO SUPERIOR ART. 44, II, DA LEI Nº 9.394/96 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS FIXAÇÃO APLICAÇÃO DO ART. 20, 4º, DO CPC. I Conforme consignado na sentença, dois são os requisitos para a efetivação da matrícula no ensino superior: conclusão do ensino médio ou equivalente e aprovação em processo seletivo (art. 44, II, da Lei nº 9.394/96). II No caso em análise, não houve controvérsia sobre a aprovação da Autora no vestibular, bem como restou comprovado justo motivo prorrogação do ano letivo de 2003 até abril de 2004 devido à greve dos professores do CEFET para o atraso na conclusão do ensino médio (fls. 21 e 79). III Em situações como a presente, este Tribunal tem admitido, de forma excepcional, a matrícula no ensino superior. Nesse sentido, dentre outros, REOMS nº 46285 (Processo nº 200251010017994 2ª Turma Rel. Antonio Cruz Netto DJU de 02/12/03, p. 128) e REOMS nº 53262 (Processo nº 200350020001389 1ª Turma Rel. Julieta Lídia Lunz DJU de 25/10/04, p. 132) IV Uma vez vencida, a Apelante que é uma universidade pública federal deve arcar com o pagamento de honorários advocatícios, cujo montante fixado na sentença é compatível com o disposto no art. 20, 4º, do CPC. V Remessa e apelação desprovidas. (TRF2, AC 200450010018038, Relator: Desembargador Federal SERGIO SCHWAITZER, SÉTIMA TURMA ESPECIALIZADA, DJU 07/05/2007, Página: 344) Assim sendo, entendo razoável postergar a entrega do certificado de conclusão do ensino médio à UFES, pelos alunos provenientes do IFES, após a conclusão do ensino médio de acordo com o calendário de greve daquela Instituição de Ensino, possibilitando, assim, a respectiva matrícula nos cursos para os quais foram aprovados por meio do Processo Seletivo UFES 2012. 3

85 E, nos fundamentos ora esposados, encontro a verossimilhança da pretensão formulada pelo Autor. O receio de dano encontra-se presente caso não concedida a medida ora pretendida, ante a exiguidade do prazo para a efetivação da matrícula dos estudantes nos cursos nos foram aprovados (10/02/2012 hoje). Ademais, não se verifica na hipótese perigo de irreversibilidade da medida a ser determinada, uma vez que bastará um simples comando deste Juízo para que retornem as partes ao status quo ante. Pelo exposto, nos termos da fundamentação, DEFIRO O PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA para determinar que UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO: (a) proceda à matrícula dos alunos concluintes do ensino médio (último ano) provenientes do INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES, aprovados no último Vestibular da UFES/2012, independentemente de comprovação de conclusão do ensino médio naquele ato, e desde que preenchidos os demais requisitos inerentes à hipótese, postergando a exigência de entrega dos documentos comprobatórios de conclusão da referida etapa até 15 (quinze) dias após a data da divulgação dos resultados do ano letivo de 2011 estabelecida pelo IFES no respectivo calendário de greve, prazo este razoável para a expedição dos certificados de conclusão pela Instituição de Ensino responsável; e (b) prorrogue o prazo para a realização da matrícula por mais 05 (cinco) dias úteis, possibilitando aos estudantes abarcados por esta medida efetuar as diligências pertinentes à efetivação de tal ato. O conteúdo desta decisão deverá ser divulgado pela UFES pelos mesmos meios de comunicação usados para os demais atos do vestibular. Encaminhe-se cópia desta decisão ao Núcleo de Comunicação Social desta Seção Judiciária para que comunique-a imediatamente à imprensa local. Intimem-se as partes, COM A MÁXIMA URGÊNCIA, sobre a presente decisão, se possível ainda hoje, em regime de plantão, ante a exiguidade do prazo para o cumprimento da ordem ora emanada. No ensejo, cite-se, observadas as cautelas de estilo. 4

86 Vitória, 10 de fevereiro de 2012. MARIA CLÁUDIA DE GARCIA PAULA ALLEMAND Juíza Federal Titular da 5ª Vara Cível Assinado Eletronicamente Art. 1º, 2º, III, a, da Lei nº11.419/06 Art. 1º do Prov. nº 58/09 da Corregedoria-Regional da JF da 2ª Região JESPPD Este processo tramita por meio eletrônico. Por força da Resolução nº 121/10 do Conselho Nacional de Justiça c/c o Provimento nº T2-PVC-2011/00018 da Corregedoria-Regional da Justiça Federal da 2ª Região, os dados básicos do processo, quais sejam, número, classe, assunto, nomes das partes e de seus advogados, movimentação processual e inteiro teor de despachos, decisões interlocutórias e sentenças, encontram-se disponíveis para consulta no site www.jfes.jus.br, bastando, para tanto, fornecer o número do processo. Já o acesso ao inteiro teor dos autos do processo eletrônico, vale dizer, peças processuais e documentos apresentados pelas partes, além dos dados básicos acima mencionados, dar-se-á apenas mediante a consulta especial, também a partir do site www.jfes.jus.br, disponível somente à parte, ao advogado ou ao procurador previamente cadastrado e habilitado por esta Seção Judiciária. 5