' -rr r * 11175,1;.-.' - ESTADJDA-PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. NILO LUIS RAMALHO VIEIRA ACÓRDÃO HABEAS CORPUS N 001.2006.001615-9/001 RELATOR: Des. Nilo Luis Ramalho vieira IMPETRANTE: Francisco Nunes sobrinho PACIENTE: Sandra do Nascimento Leite 411 HABEAS CORPUS - AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS MATERIALIDADE COMPROVADA - INDÍCIOS DE AUTORIA - PRISÃO EM FLAGRANTE - FLAGRANTE FORJADO - NÃO CONFIGURAÇÃO - ORDEM CONHECIDA E DENEGADA. - Não é flagrante forjado aquele resultante de diligências policiais após denúncia anônima sobre tráfico de entorpecentes. V ISTOS, relatadosediscutidos estes. autos de Hábeas Corpus, acima identificado. ACORDA a colenda Câmara criminal do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, denegar a ordem, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
RELATÓRIO Trata-se de Habeas corpus com pedido liminar. impetrado em favor de Sandra do Nascimento Leite, tendo por autoridade coatora o mm. Juiz de Direito da l a vara da Comarca de Campina Grande, que teria sido presa por policiais civis em sua própria residência. Alega o impetrante que o paciente foi preso no dia 30/01/2006, por ter sido convencida pelos policiais para que colaborasse com a Policia, informando o local onde havia drogas em sua residência, afirmando a mesma que referida droga pertencia a um menor que lhe fazia ameaças. No auto de prisão em flagrante, a paciente foi enquadrada na infração tipificada no art. 12 da Lei 6.668/76. Decisão negando a liminar às fls. 25. coatora às fls. 34. Informações da autoridade apontada como denegação da ordem (fls. 31/32). A D. Procuradoria de Justiça opinou pela.200 Eis o breve relato. -VOTO - O presente Habeas corpus tem por finalidade restaurar a liberdade de locomoção de Sandra do Nascimento Leite, sob o argumento de que não estão presentes os requisitos ensejadores da prisão em flagrante, que a mesma é
. primária, de bons antecedentes, trabalhadora e que o. flagrante foi forjado. Contudo, tais alegações não são suficientes para a concessão da ordem, pois consta nos autos as declarações da vítima (fls. 08/09), onde a mesma afirma que é a proprietária da droga e que comercializa a mesma. Quanto há alegação de que a paciente é inocente, esta ação não é o meio apropriado para tais discussões, pois aqui se faz necessário as provas pré-constituídas e estas não foram juntadas. Há apenas alegações de inocência e não, provas. EM relação ao flagrante forjado, tal alegação não pode prosperar, visto que este acontece quando a polícia. ou particulares criam falsas provas de um crime que não ocorreu. No caso em análise, a paciente foi presa em flagrante, sendo surpreendida pela Polícia em sua residência com uma grande quantidade de drogas, dentre elas a maconha e o crack. Diante da materialidade dos fatos, não há que se falar em flagrante forjado. Ademais, diz a jurisprudência: "Não é flagrante forjado aquele resultante de diligências policiais após denúncia anônima sobre tráfico de entorpecentes" (HC 74.195-9-5P) 0 impetrante também alega que o paciente é primário, de bons antecedentes, possui residência e empregos fixos. De acordo com o entendimento dos Tribunais superiores, estes não são requisitos para revogação da prisão: TIAP: "Processo Penal - Hábeas Corpus - Prisão em flagrante - Tráfico de entorpecente. 1) Por força da ressalva inserida no artigo 50, inciso XI, da Constituição Federal, o ingresso em residência encontra-se expressamente autorizado, em qualquer dia e horário e 4411In /41 P
independentemente de autorização judicial, quando, em seu interior, encontra-se configurado o estado de flagrância, como hipótese do delito insculpido no artigo 12 da Lei n o 6.368/76, sob a modalidade 'ter em depósito' ou 'guardar', o qual, sendo crime permanente. Admite prisão em flagrante em qualquer momento. 2) Ocorrendo prisão em flagrante, são completamente irrelevantes as circunstâncias do agente ser primário e de bons antecedentes ou ainda, de não estarem presentes os requisitos da segregação preventiva, para o fim de concessão da liberdade provisória, haja vista ser esta incabível em tal delito, por força de disposição legal, constitucionalmente admitida (artigo 50, inciso LXVI, da constituição Federal c/c artigo 2 0, inciso II, da Lei 8.072/90). 3) Ordem denegada". (RD3 17/292) constrangimento ilegal. Diante do exposto, não há que se falar em Pelo exposto, denego a ordem requerida. 111 É como voto. Decisão: Unânime". "Ordem denegada, em harmonia com parecer. Participaram do Julgamento: neo Relator: Des. Nilo Luis Ramalho vieira 1 0 vogal: Des. Antonio Carlos coelho da Franca 2 Vogal: Des. Leôncio Teixeira Câmara. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. wandilson Lopes de Lima, Promotor de Justiça convocado. Sala das sessões da câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 27 de abril de 2006 (data do julgamento). 419P
João Pessoa, 02 de maio de 2006. -- A Nilo Luds Ravika o Vi.ewa Relator. 410 ; 110 4
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