Transcrição Conference Call GPA 1T10 Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência do Grupo Pão de Açúcar para discussão dos resultados da Companhia no 1º trimestre de 2010. Este evento também está sendo transmitido simultaneamente pela Internet via webcast, podendo ser acessado nos endereços (www.gpari.com.br) e (www.globex.com.br/ri), onde se encontra a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após o seu encerramento. Informamos que o press release sobre os resultados das companhias também estão disponíveis nos sites de Relações com Investidores (www.gpari.com.br) e (www.globex.com.br/ri). Este evento está sendo gravado e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de alguma assistência durante a conferência queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador digitando * 0. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócio do Grupo Pão de Açúcar, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho, elas envolvem riscos incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro do Grupo Pão de Açúcar e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra à senhora Daniela Sabbag, diretora de Relações com Investidores do Grupo Pão de Açúcar, que fará a abertura da apresentação. Por favor, senhora Daniela, pode prosseguir. 1
Daniela Sabbag Bom dia a todos, bem-vindos à nossa teleconferência dos resultados do 1º trimestre de 2010. Estão hoje conosco Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração; Enéas Pestana, presidente executivo do Grupo; José Antonio de Almeida Filippo, nosso diretor financeiro, além dos diretores executivos e vice-presidentes José Roberto Tambasco, Ramatis Rodrigues, Caio Mattar, Claudia Elisa, Jorge Herzog e Padilha, além de Hugo Bethlem. A apresentação de hoje seguirá o formato tradicional que costumamos adotar, abordando os principais resultados operacionais e financeiros do trimestre e comentários também sobre o desempenho de Globex. Ao final das apresentações, abriremos para a sessão de perguntas e respostas. Gostaria agora de passar a palavra ao Abilio Diniz, presidente do Conselho, para os comentários iniciais. Abilio Diniz Bom dia a todos. É uma palavra do Conselho. Talvez possa parecer estranho a gente estar fazendo esse call hoje, com o GPA DAY amanhã, mas a intenção foi que a gente falaria de resultados do 1º trimestre hoje, para deixar o GPA DAY amanhã muito mais em termos de perspectivas, contando a vocês o que está sendo feito na companhia, o desenvolvimento que nos estamos fazendo e a busca sempre por melhores vendas e melhores resultados. Eu queria passar para vocês é que eu, como presidente do Conselho, estou bastante satisfeito com os resultados, tanto de vendas quanto de lucratividade. As perspectivas são excelentes para este ano. Fomos bem nesse começo de mês de maio e fomos bem também no mês de abril, respeitando a sazonalidade. A Páscoa teve realmente seu efeito maior no mês de março do que no mês de abril, mas eu me considero bastante satisfeito com tudo aquilo que está acontecendo aqui na companhia. As perspectivas, como eu já disse, são excelentes. Temos pela frente uma Copa do Mundo de futebol, onde nós, além de torcer vamos vender, vender tudo aquilo que nós temos direito: televisores, salgadinhos, cerveja. Tudo aquilo que nós pudemos fazer, estamos preparados para grandes vendas, para continuar crescendo as nossas vendas mesmas lojas, além do nosso crescimento orgânico que nós temos pela frente. As perspectivas em termos de Brasil são as melhores possíveis. Embora, às vezes, a mídia diga que, na menor turbulência externa o Brasil deixa de ser interessante para os investidores externos, não é assim que eu sinto como empresário e com toda a 2
minha participação lá fora e aqui no Brasil. O Brasil continua um país atraente o mais que se possa imaginar, é um país que cresce e distribui renda, onde os consumidores passam a participar cada vez mais do mercado de consumo, do mercado de trabalho primeiro e depois do mercado de consumo. As nossas perspectivas em termos de país são excelentes. Eu considero que a coisa mais importante que a gente tem hoje aqui no Pão de Açúcar é o time, são as pessoas que dirigem esta companhia. Estamos muito, eu como presidente do Conselho, muito contentes com o nosso time. O Enéas transmite a todos nós, tanto ao Conselho como aos demais executivos, uma serenidade, uma tranquilidade muito grande, o que faz com que o trabalho seja constante e objetivo. Eu quero dizer a vocês que na segunda e terça da próxima semana, toda a diretoria executiva e eu também, estaremos em Boulder, no Colorado, fazendo um workshop de dois dias com Jim Collins, que eu considero o maior guru de negócios da atualidade. Esse workshop já estava marcado para o início de dezembro e nós cancelamos, enfim, em virtude da negociação com Casas Bahia e transferimos agora, para este mês de maio. Então, estaremos todos indo para lá, fiquem tranqüilos, em aviões separados. Estaremos todos lá, toda a diretoria executiva e eu também, durante segunda e terça-feira. O Enéas, o Filippo e a Dani seguem depois direto para Nova York, onde participarão da reunião do Itaú BBA e estarão também mais com os nossos investidores externos. Muito bem, acho que todos vocês estão querendo ouvir uma palavra sobre Bahia, como estão as nossas negociações, o que vai acontecer e o que vai se passar. Nós temos estado completamente em silêncio perante a mídia e perante todos e eu acho que esse é um posicionamento profissional que nós temos que assumir e assumimos até agora. Agradeço ao nosso time, à nossa equipe, que tem se mantido com muita serenidade e sempre em silêncio. Mas esta é uma palavra a vocês analistas, investidores sobre o que está acontecendo neste momento. Nós estamos renegociando pontos importantes e pontos não importantes. E já que estamos mexendo em contrato, nós resolvemos mexer profundamente, não deixando nenhuma dúvida para frente, seguindo uma coisa que eu aprendi ao longo da vida de que contrata bem, nunca briga. Leva ao extremo as negociações, pensa bem se aquilo é realmente aquilo que a gente imagina, que a gente pensa. Então, o que está tomando tempo neste momento não são coisas tão relevantes, este pontos mais 3
relevantes, acho eu, já chegamos a um acordo e vamos conseguir superar todas as divergências. Nós estamos realmente detalhando todos os contratos. Desde o início quando esta questão surgiu, a minha posição foi por uma busca de solução negociada e coloquei todo o meu esforço, todo o meu profissionalismo a serviço da Companhia e deste objetivo, seguindo sempre aquilo que nós queremos, que são soluções negociadas. Nisso aí, fui apoiado pelo Enéas e por toda a diretoria e vicepresidentes que estão aqui, de buscar soluções negociáveis. E, graças à Deus, acho que estamos caminhando para ela. Isso é o que eu posso falar a vocês. É o que todos nós que estamos aqui podem falar. Não podemos falar mais do que isso neste momento, em benefício das negociações que estão em curso. Peço a vocês que não façam perguntas sobre este tema, mais do aquilo que eu já falei, porque nós não poderemos responder mais do que isso. Mas passo a vocês uma palavra de otimismo, uma palavra de tranquilidade e, mais que isso, uma palavra que eu acredito que todos ao final dessas negociações, analistas e investidores do Pão de Açúcar ficarão satisfeitos com as soluções alcançadas. Acredito também que com trabalho, com grande esforço vamos recuperar o tempo perdido, vamos fazer muita coisa para criar realmente uma grande companhia e alcançar os nossos objetivos, que são os mesmos, desde que esta ideia se iniciou ainda no passado. Isso é o que eu queria passar para vocês e todas as explicações e detalhes sobre a performance do Pão de Açúcar, sobre como está a nossa dívida, serão feitas pela nossa equipe que está aqui presente e eu acho que vocês ficarão, assim como eu, bastante satisfeitos com os resultados atingidos até agora. Eu quero agradecer a todos vocês a participação neste call e, sem dúvida nenhuma, muitos de vocês nós vamos ver amanhã no GPA DAY. Obrigada. Enéas Pestana Bom dia a todos. Obrigado por participarem da nossa teleconferência. É o Enéas quem está falando. Eu vou fazer um breve overview do cenário. Depois eu vou passar a palavra para o Filippo, que vai passar com vocês a apresentação, que inclusive foi disponibilizada, com mais detalhes sobre os nossos números, nossos resultados. Como o Abilio falou, em termos de cenário, é um ano completamente diferente do ano passado, um ano que começa mais positivo, sem conversas a respeito de crise e um ano que traz a Copa do Mundo, as eleições, que também são muito positivas do 4
ponto de vista de aquecer o mercado consumidor, o que para nos é muito importante. O ano começa com geração de emprego e com o setor imobiliário seguindo firme, então, é realmente um cenário bem positivo, bem diferente do ano passado. É claro que existe a competição e a importância de a gente estar muito alerta e muito preparado para esta competição. Outra questão que pouco se fala é o ganho de efetividade do controle fiscal trazido pela Nota Fiscal Paulista, mas principalmente pelo novo regime da substituição tributária, que o Fisco tem feito um esforço enorme de migração dos produtos da mesa desse regime. Hoje, mais de 70% da cesta comercializada pelo Pão de Açúcar no Estado de São Paulo já faz parte desse regime. O benefício que isso nos traz como uma empresa formal é a própria formalização do mercado. Nesse regime, fica impossível não fazer o recolhimento do imposto, de maneira que isso traz uma vantagem competitiva para uma empresa formal como a nossa e, portanto, somos grandes apoiadores de qualquer medida nesse sentido, na busca pela eficiência fiscal. Do ponto de vista interno, como o Abilio falou, o nosso time continua trabalhando muito integrado, muito unido, com muito entusiasmo. É um time maduro, que conhece muito bem esse negócio da Companhia e que continua trabalhando firmemente na busca dos objetivos, objetivos de médio e longo prazo, que se fazem presentes na estratégia de curto prazo. Em termos de fundamentos do negócio, eu gosto sempre de citar, que eu acho que é extremamente relevante, o quanto positivo nós estamos nos principais fundamentos de um negócio de varejo e que representam, são indicadores da saudabilidade desta Companhia. A primeira questão é a nossa competitividade. A Companhia nunca esteve tão agressiva ou com níveis de competitividade tão agressivos em cada região o micro região que estamos presentes. E isso, evidentemente, baseado no ganho de eficiência. As reduções das nossas despesas é que estão possibilitando esse investimento na competitividade, o que traz um crescimento de venda bastante relevante. Sem o efeito Globex, a gente tem um crescimento no Grupo de 20%, em vendas líquidas 23%, o que dá um crescimento mesmas lojas de 15% e um crescimento real, descontado pelo IPCA, de quase 10%. É um crescimento que conta com ganho de market share, porque a gente tem um consistente aumento do nosso fluxo de clientes e um aumento do valor do ticket médio. Isso com rentabilidade, quer 5
dizer, a gente vem mantendo a margem EBITDA, o que significa que a gente está investindo o ganho de eficiência obtido na redução das despesas na competitividade, que pode trazer a venda, traz o market share e o cash margin e o cash EBITDA com crescimento acima de 20%. Então, todos os fundamentos de um negócio de varejo encontram-se hoje aqui muito positivos na nossa companhia e isso eu, Abilio e os nossos acionistas acompanham de perto. É importante também reforçar que se passa uma análise cuidadosa do consolidado ou das margens. As margens, na análise vertical, sofrem um impacto da substituição tributária, que o Filippo vai explicar um pouquinho melhor, e mais importante, na medida em que passamos a investir num negócio como o atacado ou a intensificação do investimento no negócio de eletro e mesmo negócios menores como postos de gasolina, isso faz um portfólio de negócio que altera as margens históricas da Companhia. Portanto, a análise histórica tem que ser cuidadosa do ponto de vista da análise de margem, é importante ressaltar o crescimento do cash margin, que é o que a gente busca no fim das contas. Em termos de continuidade, como regra numero um, nós vamos continuar trabalhando com uma estrutura de capital muito forte, isso não está em discussão. Mas, buscar o crescimento da Companhia. No crescimento orgânico, o foco será no formato de alimentos neste ano, com a retomada de um equilíbrio entre o mix de alimentos e não-alimentos, nas bandeiras de Extra Fácil e Assaí principalmente, e na conversão para o formato de Extra Supermercado. Vamos manter o foco de trabalho na criação de valores, na busca pela eficiência, trabalho iniciado fortemente no início de 2008 e que consistentemente, durante o trimestre, a gente vem apresentando reduções de despesas importantes. É claro que agora a gente está concluindo um trabalho final de ajuste de estrutura, modelo de gestão, revisão dos nossos processos, papéis e responsabilidades no sentido de configurar e consolidar a administração do grupo de companhias, porque hoje nós gerimos diferente negócios, diferentes companhias, cada negócio tem um management, descontaminação de management de um negócio com o outro. O management do negócio de alimentos é estritamente focado nisso e assim vai, eletro, postos de gasolina. Nós temos gente competente dedicada a cada tipo de negócio e coordenadas em cima pelos vice-presidentes, do ponto de vista estratégico. E, é claro, este ano será marcado pelo trabalho de integração dos negócios, busca das sinergias, vão ser mostrados em mais detalhes os resultados alcançados em 6
Globex, já com EBITDA positivo, os níveis de sinergia já capturados e o potencial que ainda tem, o Padilha vai dar uma palavra sobre isso, sinergias que superaram e muito as expectativas iniciais e é assim que a gente pretende fazer a integração e sinergia dos outros negócios durante este ano. É um grande desafio, mas a Companhia está preparada para isso em todos os sentidos, do ponto de vista de estrutura de capital, do ponto de vista de ter pessoas competentes atuando nas posições certas. Estamos muito entusiasmados e vamos buscar os objetivos deste ano e os objetivos de longo prazo. Com isso, eu passo a palavra para o Filippo, para que ele faça um detalhamento maior dos resultados. Obrigado. Filippo Obrigado Enéas, bom dia a todos, nos vamos passar a apresentação de resultados. Inicialmente vamos falar dos números consolidados e, em seguida, eu vou passar ao Jorge Herzog, que vai comentar especificamente sobre a bandeira Ponto Frio. Então, começando na página 4, desempenho de vendas, nós temos um crescimento de vendas brutas no 1º trimestre de 19,9%, atingindo R$ 6.343 milhões em 2010, comparado com R$ 5.292 milhões em 2009. Esse número engloba todo o crescimento da Companhia sem Globex e reflete, em vendas líquidas, um crescimento de 23,3%. Para comparar no conceito mesmas lojas, esse crescimento em vendas brutas alcançou 15%, o que dá um aumento real de 9,6%, descontada a inflação, e esse 15% pode ser dividido em crescimento de produtos alimentícios, de 13,5% e de não-alimentícios, 19,5%. Se nós avaliarmos a Companhia consolidada, com Globex, o crescimento de vendas brutas alcançou 47,5% no 1º trimestre de 2010 comparado com o mesmo período de 2009. Passando para a página 5, em relação ao lucro bruto, nós atingimos um crescimento de 19,6% no lucro bruto no 1º trimestre de 2010 contra 2009, atingindo R$ 1.406 milhões. A margem bruta, as margens do lucro sobre a venda líquida, caiu de 25,3% para 24,6% e o principal efeito disso, como o Enéas comentou no início da apresentação é em função do regime de substituição tributária. Esse regime é um tratamento técnico em função do ajuste do próprio efeito da substituição tributária. As vendas líquidas foram aumentadas, portanto, a base de comparação se compara com um número maior, então a margem caiu. Isso representou 0.7 p.p. na nossa margem, então tirando esse efeito, nós teríamos aspectos positivos exatamente associados às negociações com fornecedores e um mix de produtos com maior rentabilidade e um 7
crescimento de 0.2 p.p. isso seria compensado com a maior participação da bandeira Assaí, que traz uma margem menor, também de 0.2 p.p., embora contribua significativamente para o EBITDA. Isso fez portanto que a combinação desses fatores, nós tivéssemos uma pequena queda da margem bruta, de 25,3% para 24,6%. O lucro bruto consolidado com Globex atingiu R$ 1.671 milhões no 1º trimestre, com a margem bruta de 24%. Passando para a próxima página, sobre as despesas operacionais, nos tivemos um crescimento de 19,1%, atingindo R$ 1.029 milhões nas despesas operacionais, basicamente associado ao aumento da alíquota de encargos sobre pessoal, especificamente do seguro de acidente do trabalho, que afetou todas as companhias, além do fato de que os nossos gastos foram intensificados em marketing e TI e também com a abertura de novas lojas. No entanto, se nós compararmos as despesas operacionais em relação às vendas líquidas, esse percentual caiu de 18,6% para 18%. Em relação ao consolidado, as despesas operacionais atingiram R$ 1.261 milhões e também com um percentual de vendas líquidas, que caíram de 18,6% para 18,1% no 1º trimestres de 2010. Na página 7, falamos sobre EBITDA, nos alcançamos R$ 377 milhões no 1º trimestre de 2010 contra R$ 312,3 milhões no ano anterior, sem Globex, o que dá um crescimento de 20,9%. Basicamente, os principais efeitos estão associados ao aumento das vendas, melhores negociações com fornecedores e a racionalização de despesas. Em termos consolidados, nós atingimos, com Globex, um EBITDA de R$ 410 milhões no 1º trimestre de 2010 contra um crescimento de 31,4% em relação ao ano anterior. A margem EBITDA se manteve estável, passando de 6,7% para 6,8% de um ano ao outro. A próxima página, página 8, traz o resultado financeiro. Temos um aumento da despesa financeira líquida de R$ 71,2 milhões para R$ 77,4 milhões no 1º trimestre de um ano contra o outro. O principal fator é basicamente o efeito contábil da marcação a mercado da dívida, que gerou essa diferença. Então, nós podemos considerar que o nosso resultado financeiro se manteve estável de um ano ao outro, exceto por este fator da marcação a mercado. Nós atingimos uma relação dívida/ebitda próxima 1x, o que reflete esse momento do 1º trimestre e ela tende a se ajustar, nós teremos níveis menores ao longo e até o final do ano. 8
Passando para a página 8, mais um comentário sobre financeira Itaú CBD, a FIC, o resultado consolidado que trouxe por equivalência por grupo atingiu R$ 9,6 milhões nesse 1º trimestre e ele é capturado pela Companhia por dois caminhos. Primeiro, diretamente que foi com a participação do GPA dentro da FIC, de R$ 6,3 milhões e a outra parte, R$ 3,3 milhões, vem via equivalência de Globex, uma vez que a incorporação da Investcred na FIC gerou participação de dois caminhos, pela própria CBD e diretamente pela Globex. A soma destas duas participações nos levam a um total de R$ 9,6 milhões de equivalência capturada de resultado da financeira Itaú CBD. Em relação direta ao nosso grupo foi 6,3 um aumento de 60% em relação ao ano anterior (3,9). Na página 10, o lucro e margem líquida. Atingimos um lucro, sem Globex, de R$ 129,9 milhões no 1º trimestre de 2010 contra R$ 94,9 milhões do trimestre do ano anterior, um crescimento de 36,9%. A margem crescente também, de 2% para 2,3%. Esse lucro, se considerado total consolidado com Globex, atingiria R$ 126,2 milhões, um crescimento de 33% em relação ao trimestre do ano anterior, com uma margem líquida de 1,8%. Na página 11, os comentários sobre investimentos. Investimos R$ 207 milhões no 1º trimestre de 2010, que podem ser divididos em três itens. O primeiro deles, que representa R$ 30,8 milhões, é associado à abertura de lojas, construção e aquisição de terrenos. A segunda parte, R$ 92,4 milhões, está basicamente associada à reforma e conversão de lojas e R$ 83,9 milhões associados a investimentos em infraestrutura e logística, basicamente por conta de TI e também logística. Portanto, chegamos a R$ 207,1 milhões de investimentos no 1º trimestre de 2010 contra R$ 100,3 milhões no 1º trimestre do ano anterior. A Companhia, em termos consolidados, ao final de 2010 possuía 1089 pontos de lojas. Por último, antes de passar à bandeira Ponto Frio, um comentário sobre a bandeira Assaí, que tem crescido e se desenvolvido, é um setor importante para o crescimento do mercado, nós tivemos um aumento da margem bruta, de 13,5% para 15%, trimestre a trimestre, com as venda alcançando R$ 670 milhões, um crescimento de 52% em relação ao ano anterior. As despesas operacionais caíram de 13,8% das vendas líquidas para 12,4% e a margem EBITDA, que praticamente era zero no ano anterior passou a 2,9% no 1º trimestre de 2010. O lucro líquido da bandeira Assaí representou R$ 4,7 milhões contra um prejuízo de R$ 3,2 no1º trimestre de 2009. 9
Portanto, esses são os primeiros comentários, eu passo agora a palavra ao Jorge Herzog, que vai fazer os comentários específicos sobre Globex, que representa a bandeira Ponto Frio. Herzog Bom dia a todos, Jorge Herzog falando. Antes de passar para o Padilha fazer a apresentação dos resultados, eu vou comentar um pouco para os senhores como está o nosso processo de turnaround, processo esse que foi apresentado aos senhores em outubro do ano passado e que é o grande responsável pela evolução dos resultados que nos estamos apresentando. O Enéas já fez o comentário a respeito do potencial desse ano e eu só queria reforçar. É um ano de Copa do Mundo, um ano aonde a gente vê um crescimento, principalmente, em habitações com um programa muito forte do governo e tudo isso favorece bastante o negócio de eletroeletrônicos e a gente vem percebendo isso nos três primeiros meses já do ano de maneira bastante forte. Uma coisa que ficou como uma preocupação foi a caída do IPI de linha branca, existia um receio de qual o impacto que isso poderia ter na venda de linha branca e, na verdade, nós não tivemos esse impacto, não sentimos esse impacto, a venda de linha branca continua numa tendência positiva, assim como móveis, que ainda permanece com o IPI reduzido e que vem tendo uma performance bastante melhor do que outras categorias. Então, isso é um ponto importante e, como eu comentei no início, nós consideramos o ano, com todos estes fatos, importante para eletroeletrônicos e que vão favorecer bastante a nossa venda e os nossos processos de evolução. Em outubro, nós apresentamos aos senhores aquilo que nós chamamos de projeto Back to Basics 2, fraseando um pouco o que já tinha sido feito com o projeto Back to Basics no Pão de Açúcar, nós implementamos esse projeto para o turnaround do Ponto Frio e, naquele momento, nós citamos como o principal foco o cliente, que era a principal atuação que nós íamos ter nas nossas lojas. Nosso processo de turnaround tinha o foco de vender mais e eu vou comentar as ações que colocamos em prática e estão trazendo bons resultados. O primeiro ponto foi com relação à motivação da equipe. Nós fizemos um trabalho bastante forte com toda a equipe, não só a equipe de loja, mas também a equipe de back office, aonde esse trabalho motivacional trouxe realmente o Ponto Frio para o jogo, comparado com os melhores players do mercado. 10
Também fizemos um trabalho forte sobre investimento e comunicação. Só para os senhores terem uma ideia, no 1º trimestre do ano passado nós estávamos com uma média de 800 GRPs e hoje nos estamos trabalhando com uma média de 1,2 mil a 1,3 mil GRPs e o foco foi não só melhorar quantitativamente, mas também qualitativamente a nossa comunicação. Um ponto importantíssimo para a venda era o crédito e nós fizemos, a partir de outubro, a integração com a FIC. Esse trabalho vem sendo feito de maneira bastante agressiva, nossa participação de venda com a FIC aumentou muito, nós colocamos naquele momento como objetivo fazer com que o nosso cartão próprio fosse a melhor forma de pagamento para os nossos clientes e isso é o que vem acontecendo, vocês vão ter mais detalhes na apresentação do Padilha. Com relação à compra, nós integramos as equipes de compra do GPA e do Ponto Frio. Isso nos deu mais força com os fornecedores, não só pelo aumento dos volumes, mas também por um melhor planejamento junto à indústria. Esse negócio é um negócio onde planejamento é fundamental para que a indústria tenha condições de nos abastecer adequadamente. Isso vem sendo feito de maneira sistemática junto com todos os principais fornecedores, nos tem dado melhores condições de compra e nós estamos não só utilizando para uma melhora da nossa margem mas também para a nossa competitividade. Uma coisa que vocês vão observar no resultado é uma melhora significativa das despesas e isso vem, principalmente, por um aproveitamento já das sinergias. O trabalho de sinergia identificado já no início da nossa operação Ponto Frio e GPA, ele vem sendo capturado junto com os grupos de trabalho e isso tem nos dado condição de conseguir um melhor nível de despesas e vem apoiando bastante o nosso EBITDA e o nosso resultado. E, por fim, uma criação de cultura de gestão. O Ponto Frio, naquele momento, passava por um momento bastante delicado. Nós implementamos um trabalho forte, fato que já é uma constante aqui no Grupo Pão de Açúcar e isso ajudou, sem dúvida nenhuma, a que nos tivéssemos uma recuperação forte nos nossos resultados. Então, eu acho que, com isso, nós podemos dizer que o trabalho de turn around está bem encaminhado. Não diria que está terminado porque nós temos um objetivo, que é chegar a um percentual de EBTIDA bem melhor do que aquele que estamos dando 11
hoje, porém, quando nós olhamos o que foi a evolução do 1º trimestre do ano passado e o que nós temos hoje, nós podemos dizer que estamos no caminho correto. Eu vou passar para o Padilha, que vai fazer o comentário dos resultados linha a linha. Padilha Bom dia a todos, vamos rapidamente apresentar os resultados do Ponto Frio. O primeiro destaque é o crescimento das vendas, R$ 1.442 milhões. O crescimento da venda bruta foi de 49,60% e R$ 1.257 milhões, crescimento de 67,4% nas vendas líquidas. O efeito da venda líquida é o já comentado efeito do imposto, ICMS/SP. O destaque então é para a venda bruta, com quase 50% de crescimento. O segundo destaque ficou para o crescimento da margem bruta. O lucro bruto subiu para R$ 265 milhões, um aumento de 74%. Esse aumento tem como efeito principal as melhores negociações com fornecedores, um efeito positivo no mix de vendas com crescimento de móveis e vídeo, móveis principalmente pela queda do IPI, linha branca também, e vídeo, por ser estação de telas planas, telas finas, TV de LED. Também contribuíram para a melhoria da margem bruta o nosso desempenho em serviços, também menores quebras isso fez o lucro bruto crescer 0,80 p.p. As despesas totais atingiram R$ 232,1 milhões, um crescimento de 29% em relação ao 1T09, inferior portanto ao crescimento das vendas, de 50%, e isso representado por todo o processo de turn around que o Herzog já comentou, principalmente em termos de TI, pessoal, propaganda, logística, que são os grande pontos de sinergia e que fizeram com que as nossas despesas caíssem 5,5 p.p. O EBITDA resultante dessa equação é positivo, de R$ 33 milhões, com uma margem de 2,60%. Nós tivemos uma melhoria contra o 1º trimestre de R$ 60 milhões, uma melhoria, portanto, de mais 6 p.p neste trimestre contra trimestre. No próximo slide, vocês podem observar a evolução, trimestre a trimestre, saindo de 2,5 pontos negativos no 1º trimestre de 2009, 0,50 no 3º trimestre quando nos assumimos a gestão, no 4º tri virou positivo, 1,20, e agora quase dobramos em relação ao 4º tri, chegando a 2,60. Mais uma vez, o resumo de todo esse efeito de ganho de EBITDA é todo o processo de turn around, que começava pela alavancagem das vendas, disponibilidade de crédito (esse é um ponto de destaque), as vendas, principalmente quando nós tomamos a decisão estratégica junto com 12
nosso parceiro, a FIC, de que o nosso cartão Flex fosse o melhor meio de pagamento disponível dentro das nossas lojas. Isso fez com que o faturamento crescesse 57%. A participação desse cartão, de 18,30% passou a 22% em média, sendo que no mês de março já chegamos perto de 28% e estamos até maio, agora, com crescimento superior a isso. Em termos de cartões, crescemos 40% a base de cartões, estamos com mais de 1,2 milhão de cartões ativos. Em termos de crédito disponível, de R$ 500 milhões para R$ 2 bilhões. Inadimplência, os níveis também estão muito bons, o nível de inadimplência cai 10% na nossa carteira. O efeito da equivalência patrimonial já foi falado pelo Filippo e, com certeza, este é um dos pontos em que a sinergia, que nesses nove meses de turnaround, é destaque no nosso plano de sinergia. O próximo slide, o efeito é claro que apresenta ainda um prejuízo, mas ele é bem menor que no ano anterior, atingindo R$ 3,7 milhões ainda e esperamos encerrar o ano com resultado positivo. É isso. Daniela Sabbag Podemos passar para a seção de perguntas e respostas agora então. 13