SONEGAÇÃO FISCAL. Suas práticas nas obrigações tributárias em geral e outros aspectos.

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Transcrição:

. SONEGAÇÃO FISCAL Suas práticas nas obrigações tributárias em geral e outros aspectos. PALESTRANTE Christian Linzmaier Contador Habilitado, atua na área Fiscal mais de 10 anos, Consultor Tributário, ministra cursos e palestras na área de obrigações Fiscais e Tributária. 1

O que é Tributo? É toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.(art. 3º da CTN) Quais espécies de Tributos? Tributo é gênero e comporta cinco espécies Impostos; Taxas; contribuição de melhoria; empréstimo compulsório e; contribuições; 2

Finalidades dos Tributos Tem o objetivo de financiamentos dos serviços públicos como saúde educação; programas sociais, infraestruturas, distribuição de renda, extra fiscal (intervenção do domínio econômico) e previdência social. Tipos de Tributos Esfera Federal: Indiretos: Pis, Cofins, IPI, II, IE, IOF Diretos: IRPJ, CSLL, IRPF, ITR, Cide, INSS. Esfera Estadual: Indireto: ICMS Diretos: IPVA, ITCMD Esfera Municipal: Indireto: ISS Direto: IPTU 3

Curiosidade do sistema Tributário brasileiro Curiosidade do sistema Tributário brasileiro Observe-se que em alguns países, como Dinamarca e Estados Unidos, por exemplo, a participação relativa dos impostos diretos na arrecadação total é, respectivamente, de 69,3% e 59,4%. Também se destacam os casos do Reino Unido (47,9%) e da Noruega (42,3%). Comparado aos países da OCDE, o sistema tributário brasileiro apresenta forte contraste, pois, a participação relativa dos impostos diretos (Renda e Patrimônio) e dos impostos indiretos (cobrados sobre o consumo) na arrecadação total é de, respectivamente, 25,4% e 49,6%. Conclusão: O sistema tributário do Brasil é REGRESSIVA, 4

O Brasil tem a menor arrecadação de tributos sobre renda, lucro e ganho de capital e a segunda maior sobre consumo, segundo comparação feita pela Receita Federal com países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que reúne as nações mais industrializadas e algumas das emergentes. Os números mostram que há maior incidência proporcional de impostos sobre os mais pobres e trabalhadores formais do que sobre os mais ricos e os especuladores financeiros, o que mostra a importância de um debate mais amplo sobre a reforma tributária (...) Receita Federal e OCDE 5

Números do gráfico, da esquerda para a direita: 1. 75.073.409 pessoas (~74% da população pesquisada) ganham até 2 salários mínimos, e pagam 54% de sua renda em impostos; 2. 18.315.788 pessoas (~18%) ganham até 5 salários mínimos, e pagam 37% em impostos; 3. 5.825.033 (~6%) ganham até 10 salários mínimos, e pagam 35%; 4. 1.958.773 (~2%) ganham até 20 salários mínimos, e pagam 31%; 5. 727.936 (~1%) ganham mais que 20 salários mínimos, e pagam 29%; Fonte: IPEA Receita Federal Elisão e Evasão Fiscal Formas de se evitar/reduzir o pagamento de tributos. 6

Evasão Fiscal É também conhecida como SONEGAÇÃO FISCAL, é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e contribuições. http://www.quantocustaobrasil.com.br/ 7

Sonegação fiscal e a Lei 8.137/90. Está Lei trata-se da definição dos crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Sonegação fiscal é um crime de ocultação dolosa, mediante fraude, astúcia ou habilidade, do recolhimento de tributos devidos ao Poder Público. É um crime de ação penal incondicionada praticado por particular contra a Fazenda Pública (estadual ou federal), tipificado nos artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90 Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 8

I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. 9

Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Constitui crime da mesma natureza: I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 10

IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 11

Exemplo de Práticas de Evasão: Uma empresa que efetua vendas e não emite Nota fiscal, está praticando uma evasão fiscal para não pagar tributos. Declarar valor inferior do correto nas obrigações acessórias Compra de Notas fiscais Distribuição disfarçadas de Lucros Saldo de Caixa negativo Crescimento patrimonial incompatível (dos sócios) 12

Elisão Fiscal Configura-se em planejamento que utiliza métodos legais para diminuir o peso da carga tributária num determinado orçamento. Respeitando o ordenamento jurídico, o administrador faz escolhas prévias (antes dos eventos que sofrerão agravo fiscal) que permitem minorar o impacto tributário nos gastos do ente administrado. Planejamento Tributário 13

Planejamento Tributário É uma operação que os contribuintes utilizam para diminuir a carga tributária e pode ser dividido em abusivo ou não. Deve-se levar em conta que todas as operações utilizadas deverão estar de acordo com a legislação pois, se assim não for, tratar-se-á de evasão fiscal. Exemplos de Planejamento tributário Mudar de enquadramento tributário, quando possível, analisando comparando a carga tributária; (Lucro real, Presumido ou Simples Nacional) Apuração do Lucro Real, em vista que há varias formas. como: recolhimento por estimativa mensal, levantamento de Balanço de suspensão ou Redução, trimestral ou anual. Busca de incentivos Fiscais Contratações de terceiros Revisões fiscais para fins de possibilidade de recuperação de créditos de tributos (ICMS, IPI, Pis Cofins etc) 14

O Contador poder ser responsável por crime de sonegação fiscal? RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE A função da Contabilidade é registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que uma entidade com ou sem fins lucrativos exerce no contexto econômico. 15

RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE Diante de diversas atividades, podemos dizer que a tarefa básica do profissional de contabilidade é produzir informações úteis aos usuários da contabilidade para as tomadas de decisões e não somente para atender as normas fiscais da Receita Federal do Brasil. Veja a seguir o que determina o Código Civil brasileiro: Lei n 10.406/2002: Código Civil CAPÍTULO IV Da Escrituração Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade. Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. 16

Responsabilidade Civil Resulta da prática de infração a um dever, seja ele legal ou contratual, resultando em dano a terceiro. Como exemplo, é válido considerar um balanço realizado pelo contador cujos erros técnicos acabem gerando prejuízos a seu cliente. Responsabilidade Penal A falsificação ou alteração de documentos, incluindo aí os livros mercantis, constitui crime previsto no Código Penal. Um declaração falsa em documento contábil com obrigações da empresa perante a Previdência Social é um bom exemplo. Perante a lei de falências, informações inexatas no balanço, omissão de lançamento na escrituração contábil e dados apagados em sistemas informatizados são crimes que podem resultar até em seis anos de reclusão do profissional contábil. Responsabilidade Tributária Conforme o artigo 36 1º do Decreto 5.844/1943, o contador será responsabilizado, junto do contribuinte, por atos de falsidade em documentos por ele assinados e por irregularidades de escrituração cujo objetivo é fraudar impostos. Lei nº 8.137/1990, define crimes contra a ordem tributária. Suprimir ou reduzir tributo, omitir informações, prestar declaração falsa, fraudar a fiscalização tributária e falsificar nota fiscal são algumas das ações que podem render até cinco anos de prisão e multa ao profissional da contabilidade. 17

Decreto Lei nº 9.295/1946 Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências Art. 27. As penalidades ético-disciplinares aplicáveis por infração ao exercício legal da profissão são as seguintes: d) suspensão do exercício da profissão, pelo período de até 2 (dois) anos, aos profissionais que, dentro do âmbito de sua atuação e no que se referir à parte técnica, forem responsáveis por qualquer falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração praticadas no sentido de fraudar as rendas públicas; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ao profissional com comprovada incapacidade técnica no desempenho de suas funções, a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada, porém, ao interessado a mais ampla defesa; (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) f) cassação do exercício profissional quando comprovada incapacidade técnica de natureza grave, crime contra a ordem econômica e tributária, produção de falsa prova de qualquer dos requisitos para registro profissional e apropriação indevida de valores de clientes confiados a sua guarda, desde que homologada por 2/3 (dois terços) do Plenário do Tribunal Superior de Ética e Disciplina; 18

Analisando o artigo 11 da Lei 8.137/90: Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. Conclusão: Conforme as disposições é fato que o Contador pode ser responsabilizado pelo cometimento do ilícito, isto é, pela sonegação fiscal e outros crimes, uma vez provado a efetiva participação e intenção. Casos de crimes de fraude e sonegação fiscal 19

Caso Dolly Fui vítima de um golpe entre contador, Coca-Cola e Procuradoria-Geral', diz dono da Dolly. Folha de São Paulo 24/05/2017 O dono da empresa de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, foi preso acusado de fraude fiscal estruturada, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que o dinheiro desviado com a fraude é estimado em R$ 4 bilhões. Além do dono da empresa, o ex-contador da Dolly, Rogério Raucci, e o exgerente financeiro da empresa, César Requena Mazzi, foram presos e levados ao distrito policial. O objetivo é não pagar o imposto, mas criar métodos sofisticados para que imposto não seja pago, ressaltou o promotor Arthur Lemos Junior, outro integrante do grupo que apurou a fraude (...) Caso Enron Praticou desvios de dívidas para associadas e superestimação de lucros. Como foi? Com participações em pequenas empresas que não constavam no balanço, a Enron escondeu bilhões em dívidas. No último balanço publicado, a empresa superestimou os lucros em quase 600 milhões de dólares, e fez desaparecer dívidas de quase 650 milhões de dólares. A manipulação não parou por aí, pois além de esconder os passivos, a Enron também vendeu bens a essas empresas por preços supervalorizados, a fim de criar falsas receitas. 20

Caso Xerox Empresa: Xerox O que fez: Contratos de aluguel de equipamentos lançados como receitas de vendas. Como foi? A empresa admitiu ter inflado as receitas em US$ 1,9 bilhão durante cinco anos, declarando erroneamente vendas de equipamentos e contratos de serviços. A Xerox declarou ter registrado US$ 6,4 bilhões como receitas de venda, sendo que US$ 5,1 bilhões desse montante foram na realidade recebidos por aluguel de equipamentos, serviços, terceirização de documentos e receitas financeiras. A manipulação da contabilidade ajudou a companhia a cumprir as previsões de lucros. OBRIGADO!! 21