Moitoração e Diagósticos de Pára-Raios a ZO E. T. Waderley Neto, E. G. da Costa, R. T de Souza, E. C. T de Macedo, UFCG. M. J. A. Maia, Chesf. Abstract Surge arresters are part of the protectio system of electrical substatios ad trasmissio ad distributio etworks. They avoid damages i equipmets of mai importace for the electric system, such as power trasformers, ot allowig them to be reached by overvoltages. A arrester presetig ay kid of failure may ot actuate i a satisfactory way durig the occurrece of a electric surge. As a cosequece, it will preset a overheatig which ca lead to its complete degradatio ad exposig the system that should be protected ad brigig risk to those who are workig earby []. I order to avoid this kid of problem, several moitorig techiques are used. The measuremet of leakage curret ad the thermal aalysis are the most used of these techiques. A work beig developed i the High Voltage Laboratory of the Uiversidade Federal de Campia Grade together with the Compahia Hidrelétrica do São Fracisco has the mai purpose of developig a techique to be used for arrester moitorig by meas of cotiuous aalysis of its leakage curret ad variatios o its thermal patters, resultig i a useful tool for the diagosis ad preview of failures i ZO arresters. Key-words Arrester, leakage curret, moitorig, thermal image. I. INTRODUÇÃO m pára-raios a ZO é uma estrutura bastate U simplificada, formada pricipalmete pelo empilhameto de elemetos resistivos ão-lieares, cohecidos como varistores, evoltos por um ivólucro (polimérico ou porcelaa) que garate a estaqueidade (ão permitido pricipalmete a etrada de umidade e poluetes). A cofiguração do ivólucro proporcioa uma maior isolação extera, correte de fuga pequea e a sua utilização ao tempo []. Nos sistemas de trasmissão, os pára-raios de ZO são diretamete istalados etre a fase e terra. Desse modo, uma pequea correte de fuga para terra circula cotiuadamete pelos varistores de ZO. Na Figura é mostrada a curva característica de um pára-raios típico explicitado as suas características pricipais. Pára-raios em operação estão sujeitos a diversos fatores que podem iflueciar o seu desempeho, dimiuir a sua vida útil ou degradar os seus elemetos. Detre estes fatores, os são: ifluêcia da tesão de operação; descargas de loga duração ou de alta itesidade com curta duração; reação Este trabalho foi fiaciado em parte pela Compahia Hidro Elétrica do São Fracisco através do Programa de Pesquisa e Desevolvimeto gerido pela ANEEL e pelo Govero federal através da CAPES/Programa de Pós- Graduação. química com a atmosfera evolvida[3], degradação do circuito de equalização; descargas iteras (coroa); circulação permaete da correte de fuga pelos varistores, esforços térmicos, etc. Embora os pára-raios veham sedo utilizados a algus decêios, aida ão existem técicas de diagóstico cosesual capaz de idicar quado um pára-raios deva ser retirado de serviço [4]. Um dos pricipais problemas ao diagosticar um pára-raios é a dificuldade de ispeção itera dos compoetes, pricipalmete dos varistores e jutas de vedação. Apesar disso, algumas técicas de moitoração são bastate difudidas, oferecedo bos resultados. Detre estas técicas, destaque especial pode ser dado à medição da correte de fuga e à ispeção térmica. Para o primeiro caso, o aumeto permaete da correte de fuga resistiva está diretamete relacioado à deterioração dos varistores, causado o aumeto pricipalmete a compoete de 3º harmôico. Assim, através da aálise do sial da compoete resistiva da correte de fuga pode-se moitorar o estado do pára-raios [5].,5,0,5,0 0,5 0,0 Valor de pico da tesão omial do sistema (p.u.) Nível de proteção atmosférico Nível de proteção de maobra Tesão omial Tesão de operação cotíua SiC Figura. Característica v x i de para-raios de ZO e SiC, [6]. ZO Valor de pico da correte (A) 0, 0 000 0000 No segudo caso, é sabido que a correte de fuga resistiva e seus harmôicos são resposáveis diretos pelo aumeto da temperatura do pára-raios através do efeito joule. Dessa forma, qualquer variação o comportameto permaete do pára-raios resulta em variação de sua correte e, coseqüetemete, os seus padrões de temperatura, o que pode ser detectado através de aálise térmica. A aálise térmica através das images termográficas é uma técica ãoivasiva de moitorameto que vem sedo difudida há bastate tempo para lihas de trasmissão e equipametos de subestação em geral, iclusive pára-raios. Etretato, o caso
do pára-raios, ão existe uma metodologia específica. Cada empresa determia os seus próprios parâmetros de aálise com base em observações e experiêcia dos egeheiros de mauteção. Além disso, quado um pára-raios é retirado do serviço por idicação da aálise termográfica, ehum estudo é feito para se detectar as causas do problema com o equipameto. Dessa forma, ão há como aalisar quais são as maiores causas de falhas de pára-raios, ou mesmo se há alguma alterativa para a substituição do equipameto, caso a falha ão seja itríseca ao mesmo. Assim, a simples obteção da imagem térmica ão leva a um diagóstico preciso. Seria ecessário fazer o processameto desta imagem e das possíveis codições em que se ecotra o pára-raios. Este trabalho apreseta uma alterativa de obteção da compoete resistiva da correte dos pára-raios de ZO e a sua aálise espectral. Este sistema será capaz de fazer a moitoração cotíua da correte, eviado os dados obtidos diretamete a um computador localizado a sala de comado.. Na implemetação utilizam-se os siais da tesão de etrada e da correte total do pára-raios e uma simulação computacioal calcula o sial da correte resistiva do pára-raios. Em complemetação à metodologia de aálise da correte de fuga, também será apresetado um estudo de defeitos os pára-raios de óxido de zico e seus efeitos sobre o perfil térmico dos mesmos. Para isso, foram realizados esaios com a simulação de defeitos, possibilitado a aálise de suas ifluêcias o comportameto do pára-raios. Estes defeitos correspodem aos pricipais tipos de problemas que ocorrem com os páraraios em campo - sua aálise possibilitará um diagóstico mais preciso para a retirada de um pára-raios de serviço, além de levar ao cohecimeto de fabricates e usuários quais os pricipais problemas que atigem os pára-raios a ZO. II. MONITORAÇÃO DA CORRENTE DE FUGA A correte de fuga que flui pelo varistor apreseta duas compoetes (capacitiva e resistiva). A medição e aálise espectral da compoete resistiva da correte de fuga têm se cosolidado como um parâmetro eficaz o moitorameto os pára-raios de óxido de zico (ZO). Cotudo, a obteção precisa do sial da correte resistiva é dificultada pelo método de compesação diferecial, atualmete empregado. A correte resistiva com característica ão-liear é resposável pelas perdas elétricas e um dos fatores do evelhecimeto dos blocos de ZO. Ela apreseta, em codições ormais de operação do pára-raios, um valor baixo quado comparado a compoete capacitiva. Observou-se que o evelhecimeto dos varistores provoca o aumeto gradual da correte de fuga e a sua compoete resistiva é mais susceptível. O aumeto sem cotrole da compoete resistiva da correte provoca o aquecimeto do pára-raios com possibilidade de provocar uma avalache e a sua falha completa. A. Medição da compoete resistiva da correte de fuga Para a aálise do espectro harmôico da correte de fuga resistiva, e coseqüetemete o estado do pára-raios, é ecessário iicialmete separar as compoetes capacitiva e resistiva que compõem a correte de fuga total do pára-raios. Devido à impossibilidade de se medir isoladamete apeas a compoete resistiva da correte de fuga, faz-se ecessária à implemetação de um circuito para obteção da compoete resistiva. Na Figura é mostrado um circuito baseado o método de compesação diferecial, sedo utilizado um capacitor de alta tesão para compesação da compoete capacitiva do sial de correte it. Vf ~ C R ic it Figura. Circuito para medição da correte resistiva de um varistor de ZO. O objetivo do circuito é compesar a compoete capacitiva da correte que circula pelo pára-raios, de modo que apeas a compoete resistiva seja detectada pelos istrumetos de medição. Isso pode ser coseguido geradose o ramo do capacitor de compesação uma correte de mesma itesidade que a compoete capacitiva ic o ramo do varistor, e subtraido-a da correte total que circula pelo varistor. Para se obter a correte capacitiva do capacitor igual a do varistor se faz ecessário ajustar os resistores de baixa tesão R e r, de modo que o sial de saída do amplificador diferecial esteja em fase com a tesão da fote, e assim garatir o cacelameto da compoete ic do varistor. Embora o circuito mostrado a Figura apresete resultados satisfatórios as medições, há algus icoveietes. O resistor Rp da Figura comporta-se como um resistor ão-liear, que depede da temperatura, sedo assim, para se obter valores cofiáveis a medição é ecessário que os parâmetros do circuito de compesação sejam ajustados a cada aquisição dos siais. Este procedimeto tora o circuito iadequado para medições durate um período de tempo relativamete logo ou sua automatização. Outros icoveietes são: a colocação da correte resistiva em fase com a tesão de etrada através da aálise visual e a suposição de que a correte resistiva que circula pelo ramo do capacitor de compesação C e do resistor R é ula. A seguir será apresetada uma metodologia alterativa para a obteção da correte de fuga resistiva o pára-raios. A implemetação sugerida propõe a elimiação do capacitor de compesação, de modo que uma rotia computacioal se ecarrega de fazer a compesação da correte capacitiva virtualmete. O método proposto corrige os icoveietes existetes o método da compesação, simplificado o circuito e as medições. r Varistor + - ir
3 B. Compesação Virtual para a Correte de Fuga Capacitiva O método alterativo desevolvido, batizado de Pote Virtual, propõe a supressão do ramo RC do circuito de compesação (Figura ). A tesão aplicada ao pára-raios e a sua correte de fuga total são medidas e o sial resistivo é filtrado através de rotias computacioais utilizado-se Trasformada de Fourier e técicas de aálise de circuitos de primeira ordem. O pricipio de fucioameto da metodologia proposta é apresetado a seguir, utilizado-se o circuito apresetado a Figura 3 e as equações de () a (6). Aalisado o circuito da Figura 3, os siais V e V3 apresetam compoetes resistiva e capacitiva, de modo que os mesmos podem ser expressos coforme as equações () e (). V = V r + jv c () V 3 = V 3r + jv 3c. () Sedo os valores de R e C cohecidos, pode-se determiar a compoete Vr do sial de tesão V. Isolado Vr, pode-se determiar V3r coforme a (4). V r V 3 = V r ( V r V 3r) = V 3r (3) Obtedo-se V de modo que Vc = V3c e realizado uma subtração etre a () e a (3), tem-se: V 3 = V V 3 = V r V 3r. (4) O V3r apreseta a mesma forma de oda do sial de correte de fuga resistiva, assim, a correte resistiva pode ser expressa coforme a (5). V 3r ir = (5) R Na Figura 3, o ramo do circuito apreseta-se em liha potilhada, idicado que ão é ecessária a sua utilização para a obteção da correte resistiva o varistor. Vf ~ R R3 C 3 R Varistor V V V3 R Em que Vo é o valor istatâeo em qualquer tempo t, V é o valor máximo da compoete de -ésimo harmôico e θ defie o âgulo de defasagem de cada harmôico em relação ao sial trasformado. Cohecedo-se as amplitudes e fase dos harmôicos do sial Vf, o sial V pode ser expresso coforme (7): V V = se( wt + θ + φ ) + Z V + Z V... + Z se(wt + θ + φ ) +... se( wt + θ + φ ). Em que Z = R j ( wc), Z é o valor absoluto de Z e Φ é o âgulo de Z. Na Figura 4 é apresetado o fluxograma com a seqüêcia dos passos da rotia computacioal para a obteção da correte de fuga resistiva. Para o cálculo da forma de oda de V, o valor da capacitâcia do capacitor de compesação C pode ser cosiderado costate. Nos esaios em laboratório e as simulações implemetas utilizou-se uma capacitâcia de.00 pf. O valor da resistêcia do resistor R é calculado através de iterações. Icremeto em R Falso Iício do programa Cálculo do sial V Cálculo do sial V3 V3 e Vf estão em fase? Verdadeiro Fim V3= V V3 Figura 4. Fluxograma da rotia computacioal para a obteção da correte de fuga resistiva. (7) Siais Vf e V3 cohecidos C = 00 pf ou 600 pf R = Usuário defie Figura 3. Circuito medição da correte de fuga total. Para o cálculo do sial V através de simulação computacioal é ecessário cohecer previamete a forma de oda do sial da fote (Vf). Sedo a forma de oda de Vf periódico, ela pode ser mostrada como a superposição de uma compoete seoidal fudametal pura e outras seóides puras, as harmôicas [7]. Assim, Vf pode ser expresso coforme a (6). Vf = V0 + Vse( wt + θ) + Vse(wt + θ ) +...... + V se( wt + θ ). (6) C. Implemetação Física Com base a rotia da Pote Virtual, um sesor de correte de fuga está sedo desevolvido. Através deste sesor pretede-se realizar a moitoração cotíua do pára-raios, havedo uma coexão direta etre o mesmo e um computador pessoal a sala de comado das subestações. Chegado ao computador, os dados de itesidade da correte e suas características harmôicas poderão ser aalisados, idetificado-se possíveis problemas com o pára-raios. Um protótipo deste sesor já está sedo desevolvido e testado. Seus dados de etrada são a correte de fuga total e a tesão aplicada. A correte de fuga é obtida através dos cotadores de descargas istalados os pára-raios ou através de um sesor do tipo alicate amperímetro istalado a
4 coexão do pára-raios com a terra. A tesão aplicada é obtida diretamete através do TP ou TPC ligado ao barrameto que alimeta o pára-raios. Suas pricipais características são a simplicidade a utilização e o custo reduzido, quado comparados aos sesores de correte de fuga existetes atualmete o mercado. D. Resultados Obtidos A eficiêcia da rotia computacioal foi validada através de comparação etre os siais medidos e gerados utilizado-se um varistor. O circuito foi ajustado para permitir a obteção da correte resistiva o varistor. Medições experimetais foram realizadas e os siais de tesão V, V e V3 do circuito da Figura 4 foram adquiridos. Foi aplicado um sial de tesão de pico de 3 kv ao varistor, utilizado-se um capacitor de compesação de.00 pf. O espectro harmôico do sial de tesão aplicado ao varistor, com amplitude e fase de cada compoete harmôico, foi calculado. Com os valores de amplitude e fase do espectro harmôico do sial de tesão o varistor foi determiado o sial de tesão V. Com os siais V e V3 foi determiado o sial de correte resistiva o varistor. Os siais medidos, de tesão o ramo do capacitor e de correte resistiva o varistor, foram comparados com os siais gerados pela rotia computacioal e estão apresetados as Figuras 5 e 6. Após a validação em laboratório, a fucioalidade da rotia foi testada em pára-raios de 30 kv em operação o sistema CHESF. Os resultados obtidos foram validados pela comparação com os resultados forecidos através da utilização de um LCM (Leakage Curret Moitor), utilizado pela Chesf para a moitoração da correte resistiva dos seus pára-raios. III. ANÁLISE DE DEFEITOS NOS PÁRA-RAIOS A ZNO Os pára-raios a ZO são equipametos de uso relativamete recete os sistemas elétricos havedo poucos dados relacioados a falhas e ao seu evelhecimeto atural. Isto porque a vida útil estimada para os pára-raios a ZO é de 30 aos, de forma que esse é o tempo de istalação aproximado dos primeiros equipametos os sistemas elétricos. Figura 5. Sial de tesão o resistor R. Figura 6. Sial de correte resistiva o varistor. A ispeção térmica é uma rotia comum em empresas de trasmissão e distribuição de eergia elétrica. No caso dos pára-raios, a ispeção procura idetificar aquecimeto excessivo através de métodos comparativos. Ou seja, buscar em um mesmo pára-raios, regiões de aquecimeto difereciado, buscar em um grupo de pára-raios, em uma mesma localização de um sistema trifásico, algum que apresete um aquecimeto difereciado dos demais. Normalmete, a detecção de alguma aormalidade o padrão de temperatura do pára-raios resulta a realização da limpeza de sua superfície extera ou a sua substituição, sem que ehum tipo de aálise seja realizado para idetificar as causas do seu aquecimeto. A. Defeitos em Pára-raios a ZO Apesar do pouco úmero de casos de pára-raios defeituosos submetidos a uma aálise detalhada de seu comportameto, de modo geral, há uma série de defeitos cuja ocorrêcia é observada com mais freqüêcia. Os mais comus seriam a perda de estaqueidade, a degradação dos varistores, a poluição extera, a preseça de umidade itera e o desalihameto da colua de varistores. Além disso, o aquecimeto aormal do pára-raios muitas vezes é também detectado como resultado da distribuição irregular de tesão ao logo do seu comprimeto. Cada um destes defeitos apreseta características particulares, as quais podem ser aalisadas e detectadas através do levatameto do perfil térmico do pára-raios. Dessa forma, uma aálise da ifluêcia de cada um deles sobre o pára-raios é uma forma de diagosticar de maeira mais precisa e cofiável os pricipais problemas que atigem os pára-raios em operação o sistema elétrico. Além disso, a mauteção preditiva se tora mais eficiete à medida que, em algus casos, é possível idetificar as causas de falhas de pára-raios, detectado-as com atecedêcia. B. Defeitos Aalisados Com a fialidade de se aalisar a ifluêcia dos defeitos mais comus em pára-raios a ZO sobre o padrão térmico, foram realizados algus esaios em laboratório. Nestes laboratórios, um grupo de pára-raios foi submetido a sua tesão de operação cotíua e sobretesões após a criação
5 proposital de uma série de defeitos. Cada um destes defeitos buscou reproduzir codições observadas em equipametos com problemas retirados do sistema elétrico ou esaiados por fabricates, sedo eles: - Poluição: Neste caso, será aalisada a poluição seca e a poluição úmida, aalisado-se a variação os padrões de imagem térmica de acordo com o grau de poluição. O esaio de poluição úmida poderá ser realizado com a utilização de uma mistura salia a ser vaporizada sobre a colua do páraraios. - Distribuição de potecial: Neste esaio será aalisado o comportameto do pára-raios diate da distribuição irregular de tesão ao logo de sua colua de varistores. Para isto serão utilizadas diferetes cofigurações de motagem com e sem aéis equalizadores. Em outra parte do esaio, aéis metálicos serão utilizados para provocar o curto circuito em seções iteras e exteras do pára-raios a fim de se provocar uma alteração o campo elétrico que o evolve. - Perda de estaqueidade: Foram criados caais de comuicação etre o meio itero e o meio extero possibilitado a saída de gases e troca de calor através dos mesmos. - Umidade itera: O pára-raios foi aberto e foi borrifada água limpa sobre a colua de varistores. - Varistor defeituoso: Um ou mais varistores de uma colua foram submetidos a estresses elétricos através da aplicação de impulsos de correte provocado a sua degradação de forma acelerada. Estes varistores foram repostos a colua em posições pré-determiadas para a realização dos esaios. - Deslocameto da colua ativa: Este esaio visa simular o deslocameto de elemetos da colua de varistores que pode acotecer devido a trepidações durate o trasporte, ou a acomodação da colua completa devido ao armazeameto iadequado do equipameto a horizotal. Para cada um dos pára-raios utilizados, foi feita uma aálise do seu estado e comportameto elétrico ates de sua abertura, ou seja, o estado em que foram etregues ao laboratório. Para cada um deles foi feito o levatameto da curva característica, a aálise térmica e a aalise do estado da colua de varistores. Dessa forma foi possível avaliar as mudaças apresetadas durate os experimetos. C. Resultados Para cada um dos defeitos criados, foi feita a ispeção térmica e o levatameto do perfil de temperatura. Por limitação de espaço, serão mostrados apeas os resultados de um dos defeitos esaiados umidade itera. Para a simulação da umidade itera, o pára-raios foi aberto e um pouco de água limpa foi borrifada sobre os seus varistores. O pára-raios foi etão fechado ovamete e sua tesão de operação cotíua foi aplicada. Os resultados obtidos podem ser observados as figuras a seguir. As Figuras 7 e 8 mostram as características do pára-raios ates da iclusão do defeito. Pode-se observar que há um aquecimeto mais cocetrado a região cetral do pára-raios. Esta característica é comumete ecotrada os pára-raios em operação, pois a sua região cetral há uma maior cocetração de varistores e coseqüetemete, maio dissipação de calor. Temperatura ormalizada,5,45,4,35,3,5,,5,,05 AR0: 37, AR0: 36,4 36,3 C 6,8 C Figura 7 Imagem térmica ates da etrada de umidade. Perfil de temperaturas - PR4 0 0 40 60 80 00 0 Comprimeto (cm) Figura 8 Perfil de temperaturas ates da etrada de umidade. As figuras 9 e 0 mostram as características térmicas do pára-raios após a iclusão do defeito. Observa-se que há uma acetuação da cocetração de temperatura a porção médiosuperior do pára-raios, provavelmete resultado de um aumeto a irregularidade da distribuição de tesão ao logo dos varistores e pela covecção térmica que apreseta uma tedêcia a levar o vapor d água aquecido para as regiões mais altas. O problema da covecção fica mais evideciado pelo surgimeto de um aquecimeto cocetrado o topo do pára-raios, a região do termial de alta tesão. AR0: 5, AR0: 5,3 AR03: 43,6 5,0 C 3,7 C Figura 9 Imagem térmica após a etrada de umidade. 35 30 50 40 30
6, Perfil de temperaturas - PR4 IV. CONCLUSÕES A medição e aálise da correte de fuga resistiva apresetam-se como parâmetros promissores o diagóstico e moitorameto da degradação dos pára-raios de ZO. A implemetação para medição de correte sugerida este trabalho apreseta resultados cofiáveis, além de simplificar o circuito e as medições em laboratório e o campo. Como também, tora o circuito adequado para medições durate um período tempo relativamete logo, em tempo real e com possibilidade de moitorameto dos siais da tesão aplicada e da correte resistiva o pára-raios à distâcia. Os resultados obtidos com os esaios de defeitos represetam a cofirmação de que a ispeção térmica através da termovisão é um método adequado para preveção e detecção de falhas que, apesar de ão ser utilizado em todo o seu potecial, pode ser aprimorado de modo a se torar mais eficiete e preciso. A aálise da correte de fuga e a ispeção térmica utilizados em cojuto represetam um método poderoso e eficiete para a moitoração, ispeção e diagósticos de defeitos em pára-raios. Estas duas técicas se complemetam permitido uma avaliação geral do estado do pára-raios e forecedo os idicativos de possíveis problemas. Dessa forma aumetado a cofiabilidade e a seguraça dos sistemas de alta tesão. A. Trabalhos futuros A pesquisa desevolvida apota para uma ecessidade de uir as duas ferrametas em um programa de aálise de correte de fuga e padrões térmicos. Os primeiros passos foram dados com a implemetação de uma rotia para a simulação eletrotérmica de pára-raios [9]. Uma metodologia para o moitorameto e aálise da correte de fuga resistiva e um esaio de recohecimeto de defeitos mais comus em pára-raios foram realizados em seguida. Os próximos passos serão: o aprimorameto do protótipo para medição da correte de fuga; o eriquecimeto do baco de dados de defeitos em pára-raios; e o desevolvimeto de uma rotia baseada em técicas de iteligêcia artificial (redes eurais) capaz de aalisar os padrões de temperatura e correte de fuga o páraraios, forecedo os idicativos dos problemas que possam estar ocorredo com o pára-raios. Temperatura ormalizada,8,6,4, 0 0 40 60 80 00 0 Comprimeto (cm) Figura 0 Perfil de temperaturas após a etrada de umidade. Para os demais esaios realizados, diferetes variações os perfis de temperatura foram obtidas, evideciado características relacioadas a cada um dos defeitos. V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [] Pereira, M. P.,e outros. Equipametos elétricos - especificação e aplicação em subestação de alta tesão. Furas, Rio de Jaeiro, 985. [] Lahti, K., Kaus, K. e Nousiaie, K. 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A., Galido, T. C. L., Costa, A. H. S. Electro-thermal Simulatio of ZO Arresters for Diagosis Usig Thermal Aalysis. IEEE PES Lati America T&D 004. Novembro de 004, São Paulo, Brasil VI. AUTORES Edso Guedes da Costa é professor da Uiversidade Federal de Campia Grade e membro do IEEE e do Cigrè. Recebeu o título de Egeheiro Eletricista em 978, em 98 recebeu o título de mestre (M.Sc) e em 999 recebeu o título de doutor (D.Sc) todos da Uiversidade Federal da Paraíba.Suas áreas de iteresse são: alta tesão, campos elétricos, descargas parciais, pára-raios e isoladores. (edso@dee.ufcg.edu.br). Estácio Tavares Waderley Neto é aluo de doutorado da Uiversidade Federal de Campia Grade a Área de Sistemas de Potêcia. Graduou-se em Egeharia Elétrica em 00 pela Uiversidade Federal da Paraíba e recebeu o título de Mestre (M.Sc.) pela Uiversidade Federal de Campia Grade em 003. (estacio@dee.ufcg.edu.br). Roimack Trajao de Souza é egeheiro eletricista formado pela Uiversidade Federal de Campia Grade em 003. Recebeu seu título de Mestre por esta mesma istituição em 005. Atualmete trabalha a a Compahia de Água e Esgotos da Paraíba (roimack@dee.ufcg.edu.br). Euler C.T. Macedo é aluo do curso de graduação em Egeharia Elétrica da Uiversidade Federal de Campia Grade, Brasil. Suas áreas de iteresse são: alta tesão, pára-raios, processameto digital de siais e microeletrôica Marcelo José Albuquerque Maia graduou-se em Egeharia Elétrica em 978. Desde etão trabalha a Compahia Hidro Elétrica do São Fracisco Chesf. Suas áreas de iteresse são sistemas de potêcia, pára-raios, trasmissão e distribuição de eergia elétrica. (mjamaia@chesf.gov.br).