UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA
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- Matilde Fagundes Cipriano
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1 i UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO ENERGIA METABOLIZÁVEL: PROTEÍNA BRUTA NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS JAPONESAS E EUROPEIAS RAFFAELLA CASTRO LIMA Zootecnista AREIA - PB DEZEMBRO 2012
2 ii RAFFAELLA CASTRO LIMA DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO ENERGIA METABOLIZÁVEL: PROTEÍNA BRUTA NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS JAPONESAS E EUROPEIAS Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, da Universidade Federal da Paraíba, do qual participam a Universidade Federal Rural de Pernambuco e Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Zootecnia. Área de concentração: Nutrição Animal Comitê de Orientação: Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa Orientador Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva Co-orientador Prof. Dr. Ednardo Rodrigues Freitas Co-orientador AREIA - PB DEZEMBRO 2012
3 iii Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia PB. L732d Lima, Raffaella Castro. Determinação da relação energia metabolizável:proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e européias. / Raffaella Castro Lima. - Areia: UFPB/CCA, f. : il. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, Bibliografia. Orientador: Fernando Guilherme Perazzo Costa. 1. Avicultura nutrição animal 2. Codornas Japonesas eficiência energética 3. Codornas Européias eficiência energética 4. Codornas desempenho I. Costa, Fernando Guilherme Perazzo (Orientador) II.Título. UFPB/CCA CDU: 636.5(043.2)
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5 iii DADOS CURRICULARES DO AUTOR RAFFAELLA CASTRO LIMA Nasceu em Fortaleza, capital do Ceará, no dia 20 de Junho de Filha de Suely Elisa Lima e Vicente de Paula Castro, prestou vestibular para o curso de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará no ano 2002, formando-se em Em 2007 ingressou no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, concluindo o curso de mestrado em Durante o curso de mestrado, foi aprovada no processo seletivo para professor substituto da Universidade Federal do Ceará para as disciplinas de Avicultura e de Criação de Não Ruminantes, permanecendo no cargo por um período de seis meses. Em setembro de 2009 iniciou o curso de doutorado através do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia pela Universidade Federal da Paraíba, concluindo o curso em dezembro de 2012.
6 iv À minha mãe Suely Elisa Lima, pelo exemplo de coragem, amor e dedicação à família. À minha avó Erotildes Elisa Lima (In memorian), pela indiscutível falta que faz em minha vida e saudades sem fim. Ao meu pai Vicente de Paula Castro (In memorian), por seu exemplo de força e altivez, até o fim. Ao meu irmão Jorge Luis Moreira Lima, que com sua alegria e amizade torna os meus dias mais felizes. Ao meu namorado Sérgio Dantas, que trouxe leveza e tranquilidade para minha vida durante a construção desta tese. Aos meus verdadeiros amigos. DEDICO
7 v AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, em primeiro lugar. Ao Programa de Pós-graduação em Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba UFPB, pela oportunidade de realização do curso de Doutorado em Zootecnia. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de estudo. Ao Laboratório de Nutrição Animal pela realização das análises químicas. Ao Setor de Avicultura, representado pelos funcionários Josa, Ramalho e Francisco Ademir, todos muito queridos e solícitos na época da realização dos experimentos, ajudando em todas as situações possíveis e imagináveis. A todos os amigos do GETA (Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas) que durante o doutorado muito contribuíram para a minha formação profissional. Aos estudantes de graduação Lavosier, Leonilson (Leo), Ana Paula e Robervânia pela grande contribuição durante a realização dos experimentos e à Márcia Paloma, por ter me ajudado em momentos onde eu não pude estar presente, se tornando essencial para a realização das atividades de campo. Ao meu namorado Sérgio Dantas, que veio como um presente em minha vida. Muito obrigada pela amizade, compreensão e todo o carinho que tens por mim. Minha passagem pela Paraíba depois de te conhecer, tem agora um novo sentido. À minha amiga Geovânia Canafístula, pela amizade e companheirismo. Obrigada pelo carinho sincero, amiga. Aprendi a ser mais gente com você. Aos amigos do curso de Pós-Graduação, Milka, Roseane, Valéria, Kleber e Danilo Vargas que durante a jornada de estudos foram companheiras. À Profa. Cláudia de Castro Goulart, extremamente atenciosa e parceira durante todo o curso de doutorado, me orientando e repassando seus conhecimentos nesse período de aprendizagem. Tornou-se uma amiga para a vida. Obrigada, Cláudia. Ao Prof. Fernando Guilherme Perazzo Costa pela orientação, compreensão e toda a atenção que destinou a mim durante o curso. Aprendi com você que para sermos bons pesquisadores não necessitamos ostentar estrelismo. Carregarei sempre comigo o
8 vi seu exemplo de dinamismo e simplicidade. Obrigada pela grande oportunidade de trabalhar com você. A todos que, direta ou indiretamente, tornaram possível a realização deste trabalho.
9 vii SUMÁRIO Página Lista de Tabelas... x Resumo Geral... xiv Abstract... xvi Considerações Iniciais... 1 Capítulo I Referencial Teórico Introdução... 4 Revisão de Literatura... 6 Classificação, histórico e características das codornas japonesas e europeias... 6 Energia metabolizável e proteína bruta na alimentação de aves... 9 A energia nos alimentos... 9 Partição de energia Aspectos que interferem nos valores de energia metabolizável Importância da proteína bruta na alimentação animal Influência da energia metabolizável sobre o desempenho de codornas de corte Influência da energia sobre o desempenho, produção e qualidade de ovos de codornas de postura Referências Bibliográficas Capítulo II Determinação da proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e europeias Experimento 1 Exigência nutricional de proteína bruta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas... 49
10 viii Experimento 2 - Exigência nutricional de proteína bruta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de postura Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas Experimento 3 - Exigência nutricional de proteína bruta para codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas Capítulo III Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e europeias Experimento 4 Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas
11 ix Experimento 5 - Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de postura Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas Experimento 6 - Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias Resumo Abstract Introdução Material e métodos Resultados e discussão Conclusões Referências Bibliográficas Considerações Finais
12 x LISTA DE TABELAS Capítulo II Determinação da proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e europeias Experimento 1 Exigência nutricional de proteína bruta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade Página 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias Valores médios das variáveis de desempenho e da concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Valores médios das variáveis de desempenho, concentração sérica de ácido úrico, retenção de nitrogênio e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho, concentração sérica de ácido úrico e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Experimento 2 - Exigência nutricional de proteína bruta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de postura 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas em fase de produção Valores médios das variáveis de desempenho de codornas japonesas em fase de produção em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho, coeficiente de digestibilidade de nitrogênio e retenção de nitrogênio de codornas japonesas em fase de produção em função dos diferentes níveis de proteína bruta... 64
13 xi 4. Valores médios das variáveis de qualidade de ovos de codornas japonesas em fase de produção em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de qualidade de ovos de codornas japonesas em fase de produção em função dos diferentes níveis de proteína bruta Valores médios da concentração sérica de ácido úrico, retenção de nitrogênio e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas japonesas em fase de produção em função dos diferentes níveis de proteína bruta Experimento 3 - Exigência nutricional de proteína bruta para codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas europeias na fase de 1 a 21 dias Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas europeias na fase de 21 a 42 dias Valores médios das variáveis de desempenho e da concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 1 a 21 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 1 a 21 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Valores médios das variáveis de desempenho, concentração sérica de ácido úrico, retenção de nitrogênio e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas europeias na fase de 21 a 42 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho, retenção de nitrogênio e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas europeias na fase de 21 a 42 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Peso vivo, rendimento de carcaça, cortes especiais da carcaça, vísceras comestíveis e gordura corporal de codornas europeias aos 42 dias de idade em função dos diferentes níveis de proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação do rendimento de carcaça, cortes especiais da carcaça, vísceras comestíveis e gordura corporal de codornas europeias aos 42 dias de idade em função dos níveis de proteína bruta... 90
14 xii Capítulo III Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e europeias Experimento 4 Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade Página 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias Valores médios das variáveis de desempenho e da concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficiente de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas na fase de 1 a 21 dias em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Valores médios das variáveis de desempenho, concentração sérica de ácido úrico, coeficiente de digestibilidade de nitrogênio e nitrogênio retido de codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas na fase de 21 a 42 dias em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Experimento 5 - Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de postura 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas japonesas em fase de produção Valores médios das variáveis de desempenho de codornas japonesas em fase de produção em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho, qualidade de ovo, retenção de nitrogênio e concentração sérica de ácido úrico de codornas japonesas em fase de produção em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta
15 xiii 4. Valores médios das variáveis de qualidade de ovos de codornas japonesas em fase de produção em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Valores médios da retenção de nitrogênio, concentração sérica de ácido úrico e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio de codornas japonesas em fase de produção em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Experimento 6 - Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade 1. Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas europeias na fase de 1 a 21 dias Ingredientes e composição nutricional calculada para codornas europeias na fase de 21 a 42 dias Médias das variáveis de desempenho e da concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 1 a 21 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficiente de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 1 a 21 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Valores médios das variáveis de desempenho e da concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 21 a 42 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação das variáveis de desempenho e concentração sérica de ácido úrico de codornas europeias na fase de 21 a 42 dias em função das relações energia metabolizável: proteína bruta Peso vivo, rendimento de carcaça, cortes especiais da carcaça, vísceras comestíveis e gordura corporal de codornas europeias aos 42 dias de idade em função das diferentes relações energia metabolizável: proteína bruta Equações de regressão e coeficientes de determinação do rendimento de carcaça, cortes especiais da carcaça, vísceras comestíveis e gordura corporal de codornas europeias aos 42 dias de idade em função das relações energia metabolizável: proteína bruta
16 xiv DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO ENERGIA METABOLIZÁVEL: PROTEÍNA BRUTA NA ALIMENTAÇÃO DE CODORNAS JAPONESAS E EUROPEIAS RESUMO GERAL Foram realizados 6 experimentos com o objetivo de determinar a relação energia metabolizável: proteína bruta (EM: PB) na alimentação de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de crescimento (1 a 21 e 21 a 42 dias ) e de produção e europeias (Coturnix coturnix coturnix) na fase de crescimento. Os três primeiros ensaios (1, 2 e 3) foram realizados para determinar o melhor nível de proteína bruta nas diferentes fases de criação e os três restantes (4, 5 e 6) para determinar a melhor relação EM: PB. Em todos os experimentos foram utilizadas 300 codornas em um delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos, seis repetições com dez aves por unidade experimental. As aves na fase de crescimento foram criadas em piso (boxes) e na fase de produção em gaiolas. O experimento 1 teve como objetivo determinar o nível de proteína bruta na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade para codornas japonesas. Na fase de 1 a 21 dias foram utilizados os níveis 19, 22, 25, 28 e 31% de proteína bruta e na fase de 21 a 42 dias utilizou-se os níveis 16, 19, 22, 25 e 28% de proteína bruta. Na fase de 1 a 21 dias, foi verificado efeito quadrático para consumo de ração, ingestão de energia e concentração sérica de ácido úrico e linear para ganho de peso, conversão alimentar e ingestão de proteína. Para a fase de 21 a 42 dias, houve efeito quadrático para consumo de ração, ganho de peso e ingestão de energia e linear para conversão alimentar, ingestão de proteína, concentração sérica de ácido úrico e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio. Recomenda-se 31% para a fase de 1 a 21 dias e 22% para a fase de 21 a 42 dias. O objetivo do experimento 2 foi determinar o nível de proteína bruta para codornas japonesas em fase de postura. Os níveis avaliados foram 14, 17, 20, 23 e 26% de proteína bruta, com dietas formuladas para serem isoenergéticas. Foi verificado efeito quadrático para consumo de ração, peso de ovo, massa de ovo, ingestão de energia, coeficiente de digestibilidade de nitrogênio, porcentagem de casca, retenção de nitrogênio, peso de gema, casca e albúmen. Efeito linear foi verificado para produção de ovos, ingestão de proteína, conversão alimentar por massa de ovos, eficiência energética, peso final e porcentagem de gema. Recomenda-se o nível de 20% de proteína bruta para codornas japonesas na fase de postura. Objetivou-se no experimento 3 determinar a exigência nutricional de proteína bruta para codornas europeias nas fases de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade. Na fase de 1 a 21 dias foram utilizados os níveis 19, 22, 25, 28 e 31% de proteína bruta e na fase de 21 a 42 dias, utilizou-se os níveis 16, 19, 22, 25 e 28% de proteína bruta. Na fase de 1 a 21 dias foi verificado efeito quadrático para ganho de peso, com máximo ganho com 28% de PB. Foi verificado efeito linear crescente para ingestão de proteína e linear decrescente para consumo de ração, conversão alimentar, ingestão de energia e concentração sérica de ácido úrico. Na fase de 21 a 42 dias foi verificado efeito linear crescente para ingestão de proteína e retenção de nitrogênio, linear decrescente para consumo de ração, ingestão de energia e coeficiente de digestibilidade de nitrogênio. Recomenda- se 28 e 22% de proteína bruta para as fases de 1 a 21 e 21 a 42 dias, respectivamente. O objetivo do experimento 4 foi avaliar a melhor relação EM: PB sobre o desempenho de codornas japonesas na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias de idade. Na
17 xv fase de 1 a 21 foram utilizados as relações EM: PB 116; 80,64; 87,09; 93,54 e 100 e na fase de 21 a 42 dias as relações EM: PB 120,45; 129,54; 138,63; 147,72 e 156,81. Na fase 1 a 21 dias, com exceção da ração controle (116), verificou-se efeito linear decrescente para o consumo de ração, conversão alimentar e ingestão de proteína e linear crescente para concentração sérica de ácido úrico. Na fase de 21 a 42 dias foi verificado efeito quadrático para ingestão de energia e concentração sérica de ácido úrico, linear crescente para ganho de peso, linear decrescente para consumo de ração, conversão alimentar e ingestão de proteína. Recomenda-se a relação EM: PB de 116, com kcal/kg e 25% de proteína bruta para a fase de 1 a 21 dias e para a fase de 21 a 42 dias recomenda-se a relação EM:PB de 156,81 com kcal/kg e 22% de proteína bruta. O objetivo do experimento 5 foi avaliar a melhor relação EM: PB sobre o desempenho e qualidade de ovos de codorna de postura. As relações EM: PB estabelecidas nas rações experimentais foram 125; 132,5; 140; 147,5 e 155. O aumento da energia metabolizável da dieta teve efeito significativo sobre os valores de consumo de ração, ingestão de proteína, peso de ovo, massa de ovo, peso de gema, casca e albúmen, reduzindo linearmente seus valores. Recomenda-se dieta com relação EM: PB 140, equivalente a kcal de EM/kg de energia metabolizável e 20% de proteína bruta. O objetivo do experimento 6 foi determinar a melhor relação energia metabolizável: proteína bruta para codornas europeias na fase de 1 a 21 e 21 a 42 dias. Para a fase 1 a 21 foram utilizadas as relações 116; 89,28; 96,42; 103,57 e 110,71 e para a fase 21 a 42 as relações 108,92; 120,45; 129,54; 138,63 e 147,72. Na fase 1 a 21 foi verificado diminuição do consumo de ração, conversão alimentar e ingestão de proteína com o aumento dos níveis de energia efeito e quadrático para concentração sérica de ácido úrico. Na fase de 21 a 42 dias, verificou-se efeito linear decrescente para consumo de ração, conversão alimentar e concentração sérica de ácido úrico e linear crescente para ganho de peso. Recomenda-se a relação EM: PB 110,71 com kcal/kg e 28% de proteína bruta para a fase de 1 a 21 dias e para a fase de 21 a 42 dias recomenda-se a relação 129,54 com kcal/kg e 22% de proteína bruta. Palavras-chave: ácido úrico, carne, eficiência energética, gema, ovo, produção
18 xvi DETERMINATION OF THE ENERGY METABOLIZABLE: CRUDE PROTEIN IN FOOD FOR EUROPEAN AND JAPANESE QUAILS ABSTRACT 6 experiments were conducted in order to determine the metabolizable energy: crude protein (ME: CP) in the diet of Japanese quails (Coturnix coturnix japonica) during the growth phase (1 to 21 and 21 to 42 days) and production and European (Coturnix coturnix coturnix) during growth. The first three trials (1, 2 and 3) were conducted to determine the best level of crude protein in different stages of creation and the remaining three (4, 5 and 6) to determine the best: CP ratio. In all experiments, 300 quails were used in a completely randomized design with five treatments, six replicates with ten birds each. The birds in the growth phase were raised on floor (boxes) and in production in cages. Experiment 1 aimed to determine the best level of crude protein in phase 1 to 21 and 21 to 42 days of age for Japanese quail. From 1 to 21 days were used levels 19, 22, 25, 28 or 31% of crude protein and the phase used 21 to 42 days the levels 16, 19, 22, 25 and 28% crude protein. From 1 to 21 days, was observed quadratic effect on feed intake, energy intake and serum uric acid and linear weight gain, feed conversion and protein intake. For the period from 21 to 42 days, there was a quadratic effect on feed intake, weight gain and linear energy intake and feed conversion, protein intake, serum uric acid and digestibility of uric acid. It is recommended to 31% for stage 1 to 21 days and 22% for the period from 21 to 42 days. The purpose of experiment 2 was to determine the best level of crude protein for Japanese quail production phase. The levels evaluated were 14, 17, 20, 23 and 26% crude protein and diets were formulated to be isoenergetic. Quadratic effect was observed for feed intake, egg weight, egg mass, energy intake, digestibility of nitrogen, shell percent, nitrogen retention, weight of yolk, albumen and shell. Linear effect was observed for egg production, protein intake, feed conversion by egg mass, energy efficiency, body weight and yolk percentage. Recommended level of 20% crude protein for Japanese quail laying phase. The purpose of experiment 3 was to determine the nutritional requirement of crude protein to stage European quail 1-21 and 21 to 42 days old. From 1 to 21 days were used levels 19, 22, 25, 28 or 31% of crude protein and the phase used 21 to 42 days the levels 16, 19, 22, 25 and 28% crude protein. From 1 to 21 days was observed quadratic effect on weight gain, with maximum gain with 28% CP. Increasing linear effect was observed for protein intake and decreasing linear feed intake, feed conversion, energy intake and serum uric acid. In the period from 21 to 42 days was found to linearly increasing protein intake and nitrogen retention, decreasing linear feed intake, energy intake and digestibility of nitrogen. It is recommended to 28% crude protein for the stage of 1 to 21 days and 22% for the period from 21 to 42 days. The goal of the experiment was to evaluate the best 4: CP ratio on the performance of Japanese quails from 1 to 21 and 21 to 42 days old. From 1 to 21 were used relations: CP 116, 80.64, 87.09, and 100 and in the period from 21 to 42 days: CP ratio , , 138, 63; and In phase 1 to 21 days, excluding the control diet (116) was found decreasing linear effect on feed intake, feed conversion and protein intake and increasing linear for serum uric acid. In the period from 21 to 42 days was observed quadratic effect on energy intake and serum uric acid, linear increase to
19 xvii weight gain, decreasing linear feed intake, feed conversion and protein intake. It is recommended that the relationship: CP 116, with 2,900 kcal / kg and 25% crude protein for phase 1 to 21 days and for the period from 21 to 42 days is recommended: CP ratio with kcal / kg and 22% crude protein. The goal of the experiment was to evaluate the five best: CP ratio on the performance and egg quality of laying quail. Relationships: CP established in experimental diets were 125, 132.5, 140, and 155. The increase in the metabolizable energy of the diet had a significant effect on the amounts of feed intake, protein intake, egg weight, egg mass, yolk weight, albumen and shell, reducing their values linearly. It is recommended regarding diet: CP 140, equivalent to 2,800 kcal / kg metabolizable energy and 20% crude protein. The goal of the experiment was to determine the best 6 metabolizable energy: crude protein for quail in European phase 1 to 21 and 21 to 42 days. For phase 1 to 21 were used relationships 116; 89.28, 96.42, and and the phase relations , , ; and In stage 1-21 was observed decreased feed intake, feed conversion and protein intake with increased energy levels and quadratic effect for serum uric acid. In the period from 21 to 42 days, there was a negative linear effect on feed intake, feed conversion and serum uric acid and a linear increase to weight gain. It is recommended that the ratio: CP 110, with 3,100 kcal / kg and 28% crude protein for the stage of 1 to 21 days and the period from 21 to 42 days is recommended with respect 129,54, kcal / kg and 22% crude protein. Keywords: uric acid, meat, energy efficiency, yolk, egg, production
20 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS As exigências nutricionais das aves são formuladas de acordo com a quantidade de nutrientes requeridas para realizar as funções básicas do organismo e as funções produtivas de forma mais eficiente. Porém, essas exigências não são constantes, variando com a idade, sexo, ambiente, níveis de energia, proteína e aminoácidos da ração, entre outros fatores. Por isso, faz- se necessário avaliações periódicas dos níveis de nutrientes adequados para cada região como também suas relações com a energia metabolizável presente na dieta. A energia e proteína da ração são extremamente influentes no desempenho e produção das aves. O nível energético constitui um dos itens mais importantes na formulação de rações, considerando que as aves consomem alimentos para que suas necessidades energéticas sejam atendidas. Portanto, todos os nutrientes devem estar relacionados com o conteúdo de energia da dieta. Em consumo de ração à vontade, a energia limita a ingestão dos nutrientes, mas em casos de restrição na oferta de alimentos, mecanismos compensatórios são acionados para aumentar a utilização da energia corporal. O aumento dos níveis de energia das rações resulta em redução do consumo, maior ganho de peso e deposição de gordura na carcaça, com evidentes prejuízos no desenvolvimento corporal das aves. Excesso de gordura no fígado e no ovário podem ser verificados como possíveis resultados promovidos pelo desequilíbrio energético das dietas de poedeiras e, portanto, repercutindo na produção de ovos. O requerimento de energia varia de acordo com o peso corporal, fase de produção, tamanho de ovo, linhagem e temperatura ambiente. A ave aumenta o consumo de ração quando a densidade energética da ração está baixa para regular o consumo de energia, até o ponto em que esse atenda às suas necessidades. Quanto às proteínas, seu fornecimento adequado na alimentação de aves em crescimento permite a formação de massa muscular, desenvolvimento do aparelho reprodutor e empenamento adequado. Níveis proteicos nas dietas de aves em crescimento influenciam diretamente o ganho de peso, variável importante para que a ave atinja a maturidade sexual com uma boa conformação, já que seu peso nesta fase está correlacionado diretamente com o seu desempenho na postura.
21 2 Quando fornecida em níveis marginais, a proteína promove redução no crescimento e produção de ovos, por conta do desvio de parte da proteína para funções menos vitais, prejudicando assim o desenvolvimento corporal e a produção. Seu excesso pode limitar o desempenho das aves, pois o catabolismo aminoacídico requer gasto extra de energia para excreção de nitrogênio na forma de ácido úrico. De acordo com pesquisas, o gasto energético na incorporação de um aminoácido na cadeia proteica é estimado em torno de 4 mols de ATP e para excreção de um aminoácido, são gastos de 6 a 18 mols de ATP, desviando assim, a energia que deveria ser utilizada para manutenção e ganho corporal. Baseado na importância da proteína e energia metabolizável na nutrição das aves e na relação existente entre energia e nutrientes presentes na dieta, várias relações energia metabolizável: proteína bruta (EM: PB) têm sido testadas nas formulações de rações, e, geralmente, são acompanhadas de mudanças na composição corporal, especialmente na deposição de proteína e de gordura, pois, ao se estabelecer a relação energia: nutrientes da dieta, o consumo de proteína (aminoácidos) e de outros nutrientes pode ser afetado. Assim, no primeiro capítulo foram abordados a classificação, histórico e características das codornas japonesas e europeias, a energia metabolizável e proteína bruta na alimentação de aves, a energia nos alimentos, partição de energia, aspectos que interferem nos valores de energia metabolizável, importância da proteína bruta na alimentação animal, a influência da energia metabolizável sobre o desempenho de codornas de corte e a influência da energia metabolizável sobre o desempenho, produção e qualidade de ovos de codorna de postura. O segundo capítulo foi composto por três experimentos que determinaram a exigência nutricional de proteína bruta para codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de crescimento (experimento 1) e na fase de produção (experimento 2) e para codornas europeias destinada à produção de carne (Coturnix coturnix coturnix) na fase de crescimento (experimento 3). O terceiro capítulo foi composto por três experimentos que determinaram a melhor relação EM:PB na dieta de codornas japonesas na fase de crescimento (experimento 4) e na fase de produção (experimento 5) e para codornas europeias destinada à produção de carne na fase de crescimento (experimento 6).
22 3 CAPÍTULO I Referencial Teórico Determinação da relação energia metabolizável: proteína bruta na alimentação de codornas japonesas e europeias
23 4 INTRODUÇÃO Com a modernização da produção animal, tornou-se importante a diversificação da criação de aves nas propriedades rurais (ALBINO; BARRETO, 2003). Assim, atividades antes consideradas de subsistência passaram a integrar o mercado a nível industrial e dentre estas, podemos destacar a coturnicultura. No Brasil, a criação de codornas cresceu consideravelmente ao longo dos últimos anos. De 2005 a 2010 o efetivo com a maior taxa de crescimento foi o de codornas (aves de corte e para produção de ovos), com um crescimento de 13,7%. Suínos tiveram um crescimento médio de 2,7%; galinhas, 2,5%; e demais galináceos, 4,8%. Para o mesmo período de avaliação, dos produtos de origem animal (ovos de galinha, leite, mel e lã), a produção de ovos de codorna foi a que mais cresceu, chegando a 14,5% (IBGE, 2011). O efetivo de codornas teve crescimento de 13,1% em 2010 (13,0 milhões) relativamente a 2009 (11,5 milhões). Quanto à produção de ovos de codorna, verificouse aumento significativo (20,8%) em 2010 comparado ao ano imediatamente anterior. Foram produzidas 232,398 milhões de dúzias do produto e o preço médio da dúzia também variou positivamente no período, apresentando aumento de 15,0% (IBGE, 2011). O crescimento observado na atividade está possivelmente associado ao uso de novas tecnologias na atividade, instalações mais apropriadas, novos equipamentos, plantéis com alta produtividade e da experiência da avicultura de postura e de corte na produção e comercialização. As mudanças nos hábitos alimentares do consumidor também foram fundamentais para o desenvolvimento da atividade, onde através do aumento da demanda por refeições prontas, houve a expansão de estabelecimentos comerciais que aumentaram a utilização de ovos e carne de codorna, como restaurantes do tipo self- service e churrascarias. De acordo com Costa et al. (2007), os principais fatores que têm contribuído para a criação de codornas são o rápido crescimento, a maturidade sexual precoce (40 a 45 dias), a alta taxa de postura (em média 300 ovos/ave/ano), a elevada densidade de criação (90 a 106 aves/m 2 ), a elevada vida produtiva (14 a 18 meses), o baixo investimento, a idade de abate (40 a 42 dias) e o rápido retorno do capital investido.
24 5 Essas vantagens têm despertado interesses de pesquisadores da área avícola, no sentido de desenvolver trabalhos que contribuam com maior aprimoramento desta exploração. Para que a atividade se torne cada vez mais rentável, pesquisas na área da nutrição animal têm sido realizadas objetivando reduzir o custo direcionado para a alimentação das aves, que chega a representar 75% do custo total de produção. Inúmeras pesquisas foram realizadas para determinar as exigências nutricionais de codornas de corte e de postura com o objetivo de promover o máximo crescimento corporal e melhor qualidade dos ovos, respectivamente. O conteúdo energético da ração participa diretamente do processo de formação dos constituintes do ovo e influencia a composição corporal das aves, motivo pelo qual pesquisadores avaliam e determinam os melhores níveis energéticos a serem recomendados na alimentação de forma a proporcionar maior ganho de peso, melhor desempenho produtivo e qualidade de ovos. Na atualidade dispomos de tabelas brasileiras para codornas japonesas e europeias (SILVA; COSTA, 2009) que apresentam informações fundamentais para melhor expressão do desempenho animal, pois trazem dados mais próximos da atual necessidade em termos nutricionais, mas ainda hoje se observa em algumas pesquisas, a utilização de tabelas de exigências nutricionais disponibilizadas pelo National Research Council (NRC) em 1994, inadequadas para as condições tropicais brasileiras e compiladas com resultados realizados com outras espécies de aves e ajustadas para codornas.
25 6 REVISÃO DE LITERATURA Classificação, histórico e características das codornas japonesas e europeias As codornas pertencem à ordem dos galináceos, família dos Fasianídeos (Phasianidae), a mesma família das galinhas e perdizes, sub-família dos Perdicinidae, gênero Coturnix e espécie coturnix (MURAKAMI; ARIKI, 1998; ALBINO; BARRETO, 2003). Os primeiros dados históricos sobre a procedência da codorna europeia (Coturnix coturnix coturnix) datam do século XII. No entanto, tudo indica que esta ave foi introduzida no Japão no século XI, a partir da China, via Coréia (MURAKAMI; ARIKI, 1998). Em 1910 no Japão, através de diversos cruzamentos realizados entre a codorna europeia com outras espécies selvagens obteve-se a codorna doméstica conhecida como japonesa (Coturnix coturnix japonica), com a finalidade de produzir ovos e carne (MURAKAMI; ARIKI, 1998). Os excelentes resultados obtidos foram logo difundidos no Oriente, sendo as codornas introduzidas nos Estados Unidos em 1950, e em pouco tempo se expandiram pelos países europeus. Entretanto, durante o segundo período da 2ª Guerra Mundial ( ), ocorreu um verdadeiro declínio na exploração provocando o seu desaparecimento na Europa. As codornas só não foram completamente extintas graças a um pequeno numero de aves que conseguiram sobreviver no Japão (MURAKAMI; ARIKI, 1998). No Brasil, a codorna doméstica teria chegado na década de 50 onde inicialmente servia exclusivamente para caça no interior do estado de São Paulo e somente a partir de 1971 iniciou-se a criação para fins comerciais (PINTO et al., 2002). Desta forma, desde os anos 90 tem-se utilizado três tipos de codornas em explorações industriais: a Coturnix coturnix coturnix ou codorna europeia; a Coturnix coturnix japonica ou codorna japonesa e a Bobwhite Quail ou codorna americana. Essas aves possuem diferentes características de tamanho, peso, precocidade, tipo de ovo (branco ou pintado), taxa de postura, caracterizando assim, a aptidão de cada uma, carne ou ovos (PINTO et al., 2002).
26 7 No Brasil o objetivo principal da coturnicultura é a produção de ovos sendo essa a principal finalidade da criação de codornas japonesas. As codornas originárias da Europa, conhecidas como codornas europeias são destinadas principalmente à produção de carne, embora produzam ovos maiores do que os produzidos pelas japonesas. A codorna apresenta pouca característica de dimorfismo sexual, tornando difícil a identificação visual em aves muito jovens. Após aproximadamente 14 dias, tempo suficiente para iniciar o desenvolvimento de penas no peito, a diferenciação é feita com mais facilidade onde se verifica a presença de pintas pretas no peito das fêmeas, inexistindo no macho. A seleção genética na atualidade no que diz respeito à sexagem, tem proporcionado agilidade no momento da diferenciação do sexo imediatamente após nascimento das codornas, acabando com o atraso no envio das codornas de 1 dia e evitando debilidade ou hemorragias em muitas delas o que aumentava as perdas em viagens mais longas. No novo processo de identificação, ao eclodirem, as codornas nascem com tonalidades diferentes das listas naturais de sua penugem, evidenciando os machos aqueles que se apresentam com uma coloração escura e as fêmeas com coloração clara. A codorna japonesa fêmea é ligeiramente mais pesada que o macho em virtude do maior desenvolvimento do aparelho reprodutivo, apresentando peso 10% superior. Esta característica não é observada em codornas europeias, onde os pesos de machos e fêmeas são bem semelhantes (ALBINO; BARRETO, 2003). As codornas japonesas apresentam cor castanha clara e comportamento agitado, apresentando voos constantes e rápido deslocamento dentro das instalações. As codornas europeias são maiores do que as codornas japonesas possuem coloração marrom mais viva, temperamento nitidamente mais calmo, peso e tamanho de ovos maiores e menor produção de ovo. As codornas apresentam curto intervalo entre gerações (16 dias de incubação) e desenvolvimento físico muito rápido. Nascem com peso médio de 8g, o que corresponde a 70% do peso do ovo, e aos 7 dias as codornas japonesas triplicam os seus pesos corporais e aos 28 dias apresentam peso dez vezes maior que o inicial, enquanto as europeias, nesta mesma idade, alcançam peso médio vinte vezes maior que o seu peso ao nascimento (ALBINO; BARRETO, 2003).
27 8 De acordo com Silva e Ribeiro (2001) apud Silva et al. (2004a), codornas japonesas aumentam o peso vivo em cerca de sete vezes de 1 a 14 dias de idade, em função da hipertrofia, principalmente, dos músculos peitorais, do crescimento dos ossos e das vísceras. Com a proximidade da maturidade sexual, o crescimento é fortemente influenciado pela formação das reservas de gordura, especialmente, nas vísceras, no fígado, ovário e oviduto. Na fase de 15 a 32 dias não encontraram a mesma evolução no ganho de peso (SILVA et al., 2004b). Já com codornas europeias, verificou-se que até os 21 dias de idade estas aves chegam a ganhar cerca de 200g, representando até 25 vezes o peso inicial (SILVA et al., 2007). O rápido crescimento das codornas europeias em relação às japonesas ocorre, provavelmente, devido a maior deposição de proteína e gordura corporal. Isto sugere diferenças comportamentais na curva de crescimento das espécies, repercutindo possivelmente em exigências nutricionais diferentes entre os dois tipos de codornas. Além disso, o ganho corporal das codornas sofre uma desaceleração com o avançar da idade, de modo que codornas jovens exigem maior nível de proteína na ração e apresentam maior eficiência no aproveitamento dos nutrientes para ganho de peso em relação às aves em idade próxima à maturidade (JORDÃO FILHO, 2008). O abate de codornas europeias pode ocorrer com machos e fêmeas entre 42 e 49 dias de idade, quando alcançam peso vivo médio de 230 a 250 gramas, com rendimento de carcaça aproximado de 72% em relação ao seu peso vivo, considerando vísceras comestíveis e gordura abdominal, ou 67% considerando-se apenas a carcaça limpa (ALBINO; BARRETO, 2003). Há alguns anos atrás, as codornas destinadas ao abate no Brasil eram eventuais machos classificados erroneamente no processo de sexagem ou fêmeas em final de postura. Entretanto, em virtude do aumento do consumo de carne, pesquisadores estão buscando alternativas que possam satisfazer as novas exigências de produtos de origem animal e uma delas está relacionada à produção de carne de codornas de corte (MÓRI et al., 2005). Nos dias atuais, empresas já disponibilizam a venda de codornas europeias, assim como produtores rurais já apresentam plantéis específicos para essa finalidade. Verifica-se também uma maior tendência do consumo dessa carne em bares e
28 9 restaurantes, confirmando a aceitação de um produto altamente palatável com significativo valor nutritivo e de preparação fácil e rápida. Energia metabolizável e proteína bruta na alimentação de aves A energia nos alimentos Devido à complexidade que envolve o conceito de energia, diversos pesquisadores procuraram definir ao longo dos anos a ideia chave que melhor descrevesse este componente. De acordo com Sibbald (1982), energia é o requerimento decisivo para aves e um compon muito importante em todos os alimentos, pois o consumo alimentar é regulado pela densidade energ da ração e pela exigência nutricional dos animais. Para Silva e Costa (2009) a energia não é nutriente, mas uma propriedade da combustão de carboidratos, lipídios e proteínas. De forma g todos os componentes orgânicos do alimento sujeitos à digestão e absorção pelo animal, contribuem a energia útil deste alimento, embora tenham diferentes destinos no organismo animal. Porém, a ene útil de um alimento é uma característica do animal que o consome e não do alimento (PENZ JR e 1999). O potencial energético dos alimentos varia em função da composição química deste alimento nutrientes (gordura, carboidratos e proteína) possuem diferentes potenciais energéticos. Os carboid fornecem em média 3,95 kcal/g (amido 4,2 kca/g e glicose 3,7 kcal/g), as proteínas fornecem 5,65 kc e as gorduras 9,40 kcal/g de energia bruta (NRC, 1998 apud SAKOMURA; ROSTAGNO, 2007). E variações se devem ao fato de que quanto menos oxidado for a composição química maior o p calorífico. Assim, as gorduras por possuírem em suas moléculas menos oxigênio em relação ao carb do que os outros nutrientes apresentam um potencial calorífico maior. O conhecimento do conteúdo energético dos alimentos, é prática indispensável na formulaçã rações seja para monogástricos, pois é necessário fornecer uma quantidade adequada de energ nutrientes para que estes animais possam expressar ao máximo seu potencial produtivo. Partição de energia A energia presente nos alimentos pode ser apresentada na forma de energia bruta, digestível, metabolizável e líquida.
29 10 Para que se tenha o conhecimento da energia metabolizável de um alimento, inicialmente deve-se saber o valor de energia bruta (EB) presente nele, expresso em calorias e medido a partir de um equipamento chamado bomba calorimétrica. Nutricionalmente, o valor da EB das matérias primas não tem maior importância, representa apenas o ponto de partida, pois os animais não aproveitam integralmente a EB, precisam para tal digerir os constituintes energéticos para obter outras medidas energéticas. Assim, a partir da EB, e calculando-se as perdas oriundas das fezes, urina, gases, incremento calórico e excreções endógenas metabólicas, torna-se possível obter os demais níveis de energia. A energia digestível aparente (ED) é a energia bruta do alimento consumido menos a energia bruta das fezes (EF). A energia das fezes é constituída de dois componentes que são a energia dos resíduos dos alimentos não digeridos (EFa) e a energia metabólica (EFm), que consiste na energia proveniente da bile, escamações das células da parede intestinal e de sucos digestivos (SIBBALD, 1982). Na ED a energia fecal de origem endógena (metabólica) não é descontada. Na formulação de rações para aves a ED não é utilizada, pois a mesma não é usualmente determinada devido à dificuldade de separar as fezes da urina que são excretadas juntas. Para aves utiliza-se a energia metabolizável que segundo Mello et al. (2009) é considerada uma estimativa da energia dietética que está disponível para ser metabolizada pelo tecido animal. A energia metabolizável aparente (EMA) dos alimentos é definida como sendo a diferença entre a EB do alimento consumido menos a EB excretada nas fezes, urina e gases da digestão. Nas aves, a energia perdida na forma de gases é insignificante e pode ser ignorada. A energia da urina apresenta três partes que são a energia de origem alimentar não utilizada (EUa), a energia endógena (EUe) originada de subprodutos nitrogenados dos tecidos em renovação e a energia metabólica proveniente dos subprodutos nitrogenados da utilização de nutrientes (SIBBALD, 1982). A energia metabolizável aparente corrigida (EMAn) difere da EMA pela correção associada ao balanço de nitrogênio. A origem da correção deve-se ao fato de que a proteína retida no organismo e consequentemente não catabolizada até os produtos de excreção nitrogenados, não contribui para a energia das fezes mais urina.
30 11 Aves de diferentes graus de retenção nitrogenada, consequentemente, tem diferentes valores para energia excretada, para uma mesma digestibilidade do alimento. Foi convencionado que para a tabulação da EMA dos alimentos seria usada a EMA em situação de retenção zero de nitrogênio, mais próximas do medido em animais adultos e em mantença. Portanto, há necessidade de correção quando a medição é realizada em aves com balanço positivo de nitrogênio, como naquelas em crescimento, por exemplo, e também quando este balanço for negativo. Esta é a forma mais comum de energia utilizada na formulação de rações para aves (PENZ JR et al., 1999). A energia metabolizável verdadeira (EMV) é a energia bruta do alimento consumido menos a energia bruta da excreta, corrigida pelas perdas de energia fecal metabólica e urinária endógena. Quando se faz referência à energia metabolizável verdadeira corrigida (EMVn) está se fazendo referencia à EMV corrigida pelo balanço de nitrogênio. Energia líquida (EL) é a energia metabolizável menos a energia perdida como incremento calórico (IC). Pode incluir a energia usada só para mantença (ELm) e/ou a energia usada para mantença e produção (ELm + ELp). A ELm é muito próxima da produção basal de calor, que é medida com animais em jejum, em conforto térmico, num calorímetro. Já a ELp pode ser medida diretamente com a determinação, como a energia retida como produção animal, ou seja, basicamente, a energia bruta dos componentes do ganho de peso e da produção de ovos. Segundo Matterson et al. (1965), os valores de EM dos alimentos são a forma mais utilizada no cálculo de rações para aves em razão de ser pouco influenciada pelo balanço nutricional, além das variações comuns ao método serem de fácil determinação. Aspectos que interferem nos valores de energia metabolizável O valor de energia metabolizável dos alimentos pode sofrer influencia de diversos fatores, os quais podem ser inerentes ao animal, ao alimento e ao método utilizado. O avanço da idade em aves promove mudanças naturais em suas atividades enzimáticas, assim como modificações na taxa de passagem do alimento pelo trato digestório. Desta forma, aves mais velhas apresentam sistema digestório completamente desenvolvido e maior tamanho do trato digestivo, fato que possibilita maior
Palavras-chave: agroindústria, alimentos alternativos, codornas europeias, resíduo de fruta
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