Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Fatores de influência no preço do milho no Brasil. Carlos Eduardo Caldarelli

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1 Universidade de São Paulo Escola Superior de Agriculura Luiz de Queiroz Faores de influência no preço do milho no Brasil Carlos Eduardo Caldarelli Tese apresenada para obenção do íulo de Douor em Ciências. Área de concenração: Economia Aplicada Piracicaba 200

2 Carlos Eduardo Caldarelli Bacharel em Ciências Econômicas Faores de influência no preço do milho no Brasil Orienador: Profa. Dra. MIRIAN RUMENOS PIEDADE BACCHI Tese apresenada para obenção do íulo de Douor em Ciências. Área de concenração: Economia Aplicada Piracicaba 200

3 Dados Inernacionais de Caalogação na Publicação DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP Caldarelli, Carlos Eduardo Faores de influência no preço do milho no Brasil / Carlos Eduardo Caldarelli. - - Piracicaba, p. : il. Tese (Douorado) - - Escola Superior de Agriculura Luiz de Queiroz, Demanda 2. Economeria 3. Milho 4. Preço 5. Produos agrícolas 6. Soja I. Tíulo CDD C46f Permiida a cópia oal ou parcial dese documeno, desde que ciada a fone O auor

4 3 DEDICO À minha mãe, Maria Inês Caldarelli, pela aenção, dedicação, amor, carinho e, principalmene, pelo incenivo a esa caminhada. Palavras são demasiadamene pequenas para expressar meu amor e graidão. Posso apenas agradecer por ornar meus dias mais fáceis e felizes.

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6 5 AGRADECIMENTOS À profa. Mirian Rumenos Piedade Bacchi, por abrir novos caminhos para a minha vida acadêmica. O meu muiíssimo obrigado pela brilhane orienação, pela disposição e paciência consanes, pelo grande apoio e, principalmene, pela amizade. Esendo meus agradecimenos aos professores Geraldo San Ana de Camargo Barros, Lucilio Rogério Aparecido Alves, Mauro Osaki, Sérgio de Zen, Lilian Lima e à profa. Sílvia Helena de Galvão Miranda, por comparilharem seus conhecimenos e enriquecerem as análises desa ese. Meu apreço especial à profa. Marcia Regina Gabardo da Câmara, grande amiga e que ambém impulsionou minhas aividades acadêmicas. Sou muio grao aos meus inseparáveis amigos Denise e Esdley. Apesar da disância, sempre seni oda a orcida de forma muio inensa e verdadeira. Agradeço em especial à amizade de Carolina Nakamura e Tiago Mayoral. Obrigado por ornarem esa caminhada menos árdua. Às amigas Cláudia Brio, Adriana Ferreira, Andréia Adami, Terezinha, Renaa, Eliana, Pedro Oliveira, Silvia Kanadani, Nena e Mara, gosaria de exernar meu imenso carinho e graidão pela amizade, companheirismo, por serem pessoas maravilhosas e simplesmene por fazerem pare da minha vida. Aos demais colegas com os quais convivi na pós-gradução e que, direa ou indireamene, conribuíram para a realização desa ese. Aos funcionários do deparameno de Economia da ESALQ, em especial à Maielli, sempre amiga e compeene. Também agradeço ao CNPq e à Capes pelo apoio financeiro. À minha mãe e ao meu irmão, pelo carinho, compreensão e apoio. Agradeço a Deus pela vida e por permiir que udo isso possa er ocorrido.

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8 7 A dialéica é a grande idéia fundamenal segundo a qual o mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência esáveis, do mesmo modo que os seus reflexos inelecuais no nosso cérebro, as idéias, passam por uma mudança ininerrupa de devir e decadência, em que finalmene, apesar de odos os insucessos aparenes e rerocessos momenâneos, um desenvolvimeno progressivo acaba por se fazer hoje". Friedrich Engels

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10 9 SUMÁRIO RESUMO... ABSTRACT...3 LISTA DE FIGURAS...5 LISTA DE SIGLAS...7 LISTA DE TABELAS...9 INTRODUÇÃO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O MERCADO DE SOJA BRASILEIRO: CONCEPÇÃO, EVOLUÇÃO E INSERÇÃO NO MERCADO MUNDIAL A caracerização do mercado brasileiro de soja A expansão da soja no Brasil Panorama do mercado mundial ASPECTOS DO MERCADO NACIONAL DE MILHO Cadeia produiva do milho no Brasil O mercado mundial de milho: produção, consumo e projeções REFERENCIAL TEÓRICO E ECONOMÉTRICO Referencial economérico Teses de Raiz Uniária A análise de Auoregressão Veorial VAR Análise de Auorregressão Veorial com correção de erros Modelo VEC Referencial eórico Ofera e demanda de produos agrícolas O modelo de Gardner O modelo de Heien O modelo de Barros Modelo proposo Fones e raamenos dos dados RESULTADOS E DISCUSSÃO Teses de Raiz Uniária Teses de coinegração... 08

11 0 6.3 Resulados do ajusameno do modelo de AuoRegressão Veorial com Correção de Erro VEC CONCLUSÕES REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS... 4

12 RESUMO Faores de influência no preço do milho no Brasil A cadeia produiva do milho é uma das mais imporanes do agronegócio brasileiro. Considerando apenas a produção primária, responde por 37% da produção nacional de grãos. A demanda crescene, ano inerna como exerna, reforça o grande poencial do seor. Juno com a soja, o milho é insumo básico para a aviculura e a suinoculura, dois mercados exremamene compeiivos inernacionalmene e geradores de receia para o Brasil. Ao mesmo empo, consiuem-se enraves da cadeia produiva do milho a fala de clareza na formação dos preços, a dificuldade de acesso a financiamenos privados, os problemas na comercialização e a baixa produividade. Levando em cona as oporunidades e os desafios do mercado brasileiro de milho, esa ese em como objeivo diagnosicar e analisar os faores que deerminam a ofera e a demanda nese seor, desacando a imporância da soja nesse conexo. O modelo eórico proposo, de ajuse pelo preço, descreve de maneira esilizada, o funcionameno do mercado de milho brasileiro. Uma idenificação do ipo Sims-Bernanke fundamenou a definição de um modelo de Auorregressão Veorial com Correção de Erro VEC. O esudo permie afirmar que exise uma fore ineração enre os mercados de milho e de soja com uma relação de complemenaridade na ofera e subsiuibilidade na demanda e que faores macroeconômicos, como renda e juros, são deerminanes na formação dos preços do milho ao produor e no aacado. A cadeia produiva da soja apresena alo desenvolvimeno ecnológico, compeiividade inernacional, além de ser amplamene explorada na lieraura especializada. Também influenciam nas coações domésicas do milho os preços exernos do grão. Esses resulados são de exrema relevância para a implanação de políicas seoriais relacionadas a segurança alimenar e energia, al como exposo nas conclusões do rabalho. Palavras-chave: Milho; Soja; Ofera; Demanda; Preço; Inerdependência

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14 3 ABSTRACT Influence facors in he corn price in Brazil Corn is one of he mos imporan Brazilian crops. Is harves represens 37% of he oal grain producion in he counry. And he poenial of his secor gains even more srengh wih he increasing demand, boh in domesic and inernaional markes. Along wih soybean, corn is he basic inpu for poulry and hog, wo highly compeiive inernaional markes. Bu he corn producion chain faces some imporan barriers, such as unclearly pricing in he marke, rading problems, difficuly of access o privae funding, and also low producion yields. Taking ino accoun he opporuniies and challenges in he Brazilian corn marke, his hesis aims o diagnose and analyze he facors ha deermine supply and demand in his secor, highlighing he imporance of soybean in his conex. The heoreical model price adjusmen describes he Brazilian corn dynamic. An idenificaion of he Sims-Bernanke jusified he definiion of a Vecor Auoregression wih Error Correcion model VEC. This sudy shows ha here is a srong ineracion beween corn and soybean markes - a relaion of complemenariy in supply and subsiuabiliy in demand - and ha macroeconomic facors, such as income and ineres, are crucial in he corn pricing, for growers and in he wholesale marke. The producive soybean chain presens high echnological developmen, inernaional compeiiveness, besides being widely explored in lieraure. Inernaional corn prices also influence he domesic values. These resuls are very imporan for policies relaed o food securiy and energy, as oulined in he conclusions of his paper. Keywords: Corn; Soybean; Supply; Demand; Price; Inerdependence

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16 5 LISTA DE FIGURAS Figura Preço pago ao produor de soja e milho (R$ por kg) de janeiro de 990 a dezembro de Figura 2 Delimiação do sisema agroindusrial da soja no Brasil Figura 3 Calendário agrícola mundial da soja Figura 4 Produção de biocombusível no Brasil (em 000 barris) março de 2005 a seembro Figura 5 Evolução da produividade da soja brasileira (oneladas/hecare) Figura 6 Produção de soja no Brasil por região (em milhões de oneladas) Figura 7 Área planada com soja no Brasil (em milhões de ha) 976/77 a 2008/ Figura 8 Produividade da soja em grão no Brasil em regiões selecionadas (oneladas/hecare) Figura 9 Área planada com soja e milho (º e 2º safra) no Brasil (em milhões de hecares) Figura 0 Principais produores mundiais de soja em grão (em milhões de oneladas) de 990 a Figura Principais exporadores mundiais de soja em grão (em porcenagem) de 980 a Figura 2 Projeção para a produção mundial de soja em grão 2005 a 2020 (em milhões de oneladas) Figura 3 Principais imporadores de soja em grão brasileira (em mil de oneladas) de 990 a Figura 4 Produção de milho brasileira para º e 2º safra (em mil oneladas) de 976/77 a 2008/ Figura 5 Produividade do milho brasileiro para º e 2º safra (em oneladas por hecare) de 989/90 a 2008/ Figura 6 Área planada do milho 2º safra por região (em mil hecares) de 989/90 a 2008/ Figura 7 Diagrama do sisema agroindusrial do milho no Brasil Figura 8 Produção mundial de milho (em milhões de oneladas) de 990 a

17 6 Figura 9 Maiores exporadores mundiais de milho (em milhões de oneladas) de 990 a Figura 20 Consumo de milho para a produção de eanol nos Esados Unidos (em milhões de oneladas) de 990 a Figura 2 Projeções de imporação mundial e exporação brasileira de milho (em milhões de oneladas) de 2008/09 a 204/ Figura 22 Obenção gráfica da ofera S x Figura 23 Obenção da demanda derivada de a Figura 24 Resposas acumuladas das variáveis do modelo a um choque não-anecipado no consumo aparene de milho... 2 Figura 25 Resposas acumuladas das variáveis do modelo a um choque não-anecipado no preço do milho no aacado... 3 Figura 26 Resposas acumuladas das variáveis do modelo a um choque não-anecipado no preço do milho ao produor... 4 Figura 27 Resposas acumuladas das variáveis do modelo a um choque não-anecipado no preço da soja... 5 Figura 28 Resposas acumuladas das variáveis do modelo a um choque não-anecipado no preço exerno do milho... 6 Figura 29 Mariz de correlações simples enre as variáveis uilizadas no modelo com variáveis no nível Figura 30 Mariz de correlações simples enre as variáveis uilizadas no modelo com variáveis na primeira diferença Figura 3 Evolução dos preços de milho ao produor, no aacado e no mercado exerno e dos preços de soja de 967 a Figura 32 Consumo aparene de milho omado como proxy para quanidade demandada de milho no aacado (em milhões de ) de 967 a Figura 33 Gráfico de Box-plo dos preços uilizados no modelo Figura 34 Poder explanaório do modelo para o consumo aparene de milho... 5 Figura 35 Poder explanaório do modelo para o preço de milho no aacado... 5 Figura 36 Poder explanaório do modelo para o preço de milho ao produor Figura 37 Poder explanaório do modelo para o preço da soja... 52

18 7 LISTA DE SIGLAS ABIMILHO - Associação Brasileira das Indúsrias do Milho ABIOVE - Associação Brasileira das Indúsrias de Óleos Vegeais CBOT - Chicago Board of Trade (Bolsa de Chicago) CONAB - Companhia Nacional de Abasecimeno EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FAO - Food Agriculure Organizaion IEA/SP - Insiuo de Economia Agrícola de São Paulo IPEA - Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada P&D - Pesquisa e Desenvolvimeno PIB - Produo Inerno Bruo MAPA - Minisério da Agriculura Pecuária e Abasecimeno MDIC/SECEX - Secrearia de Comércio Exerior do Minisério do Desenvolvimeno, Indúsria e Comércio Exerior MERCOSUL - Mercado Comum do Sul NSRL - Naional Soybean Research Laboraory OMC - Organização Mundial do Comércio PPM - Pesquisa Pecuária Municipal SIDRA/IBGE - Sisema de Recuperação Auomáica de Informações do Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísica USDA - Unied Esaes Deparmen of Agriculure

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20 9 LISTA DE TABELAS Tabela Paricipação dos principais esados produores de soja na produção nacional média das safras de 2003/04 a 2007/2008 (em % do oal da safra) Tabela 2 Diferencial exisene enre os mercados de soja e milho brasileiro Tabela 3 Projeções para consumo mundial de soja e ofera brasileira (em milhões de oneladas) 2008/09 a 204/ Tabela 4 Paricipação dos principais esados produores do Brasil na produção oal de milho média das safras de 2003/04 a 2007/2008 (em % do oal da safra)... 6 Tabela 5 Consumo de milho no Brasil por segmeno (em onelada) de 200 a Tabela 6 Imporação mundial de milho (em milhões de oneladas) de 2000 a Tabela 7 Mariz de relações conemporâneas enre as variáveis para o modelo do mercado de milho Tabela 8 - Descrição da nomenclaura uilizada nas variáveis da Pesquisa Tabela 9 Resulados dos eses de raiz uniária de Ellio-Rohenberg-Sock (DF-GLS) para as séries (em nível) uilizadas no modelo Tabela 0 Resulados do ese de coinegração de Johansen Tabela Efeios das elasicidades acumuladas nos 4 primeiros anos após um choque em cada variável do modelo... 7 Tabela 2 Decomposição da variância do erro de previsão do consumo aparene de milho... 9 Tabela 3 Decomposição da variância do erro de previsão do preço do milho no aacado... 9 Tabela 4 Decomposição da variância do erro de previsão do preço do milho ao produor Tabela 5 Decomposição da variância do erro de previsão do preço de soja Tabela 6 Taxas e fones de crescimeno do valor da produção de milho e soja período de 967 a 2007 (em %) Tabela 7 Taxas e fones de crescimeno da área culivada das principais aividades agrícolas do Brasil período de 967 a 2007 (em milhões de hecares) Tabela 8 Decomposição hisórica dos erros do consumo aparene de milho Tabela 9 Decomposição hisórica dos erros do preço do milho no aacado Tabela 20 Decomposição hisórica dos erros do preço do milho ao produor Tabela 2 Decomposição hisórica dos erros do preço da soja... 50

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22 2 INTRODUÇÃO Nese esudo, em-se como objeivo cenral analisar os principais faores que afearam os preços e as quanidades comercializadas no mercado brasileiro de milho no período de 967 a 2008, procedendo à esimação de modelos economéricos. Além disso, a presene ese deve possibiliar a análise dos principais deerminanes de ofera e demanda no seor, desacando a imporância da soja nesse conexo. Embora enham caracerísicas disinas, os mercados de milho e soja apresenam faores de ineração, sejam de subsiuibilidade na ofera compeindo principalmene pelo faor erra, seja de complemenaridade na demanda composição de rações. Tano o milho quano a soja em grande imporância para o agronegócio brasileiro. Segundo dados da Companhia Nacional de Abasecimeno CONAB (2009), na safra 2007/08 a soja e o milho responderam por 83% da produção de grãos do País. Quano à geração de divisas, a Secrearia de Comércio Exerior SECEX do Minisério do Desenvolvimeno Indúsria e Comércio Exerior MDIC, apona que, em 2008, as exporações brasileiras de soja e milho renderam mais de US$ 37,67 bilhões, correspondendo a 7% do oal embarcado pelo País. A soja no Brasil apresenou desenvolvimeno pujane, marcado pela fore ineração com o mercado exerno e pelo uso inensivo de ecnologia moderna em seu culivo. A sojiculura conribuiu para a urbanização e para o desenvolvimeno regional e, desde a sua implanação em escala comercial, na década de 60, é considerada uma aividade de grande imporância para o agronegócio brasileiro (SILVA FILHO; FRASCAROLI; MAIA, 2005). Já o desenvolvimeno da culura do milho no país é caracerizado pela dualidade ecnológica e pela baixa produividade por ser uma cadeia ainda considerada desorganizada e pouco relacionada com o mercado exerno. Enreano, essa siuação vem se reverendo, e ransformações êm ocorrido ano na organização produiva como no processo de comercialização. O crescimeno no número de agriculores que adoam ecnologias avançadas no processo de produção, o uso de novos insrumenos de comercialização, a crescene influência do mercado inernacional na formação de preços, subjacene do aumeno nas exporações, são alguns dos faores que conribuem para as ransformações recenes que vêm ocorrendo na cadeia produiva do milho no Brasil (BRASIL, 2007a).

23 22 O milho e a soja apresenam fore relação com a indúsria. O milho é o principal macroingrediene na composição das rações e, junamene com a soja, é faor deerminane na compeiividade dos seores de aves e suínos no Brasil. Não menos imporane, em-se a indúsria de óleos vegeais, foremene ligada ao mercado de grãos, especialmene de soja. Com grande capacidade insalada, esse seor foi responsável, segundo a Associação Brasileira das Indúsrias de Óleos Vegeais ABIOVE, pelo processameno de 53% da soja produzida no País em Além de esimar um modelo economérico para análise das principais relações de ofera e demanda no mercado de milho ao produor e no aacado, esa pesquisa busca verificar a ineração exisene enre ese seor e o da soja bem como a inensidade da mesma. Esimadas as equações que descrevem os efeios de ofera e demanda sobre quanidades e preços do milho, cabe elucidar os seguines quesionamenos desa pesquisa. Quais as variáveis de efeios mais inensos sobre preços e quanidades no mercado brasileiro de milho? Exise relacionameno enre os mercados esudados? Em que senido, posiivo ou negaivo? Qual a inensidade desa relação? O que a pesquisa pode sinalizar em ermos de delineameno de políicas relacionadas à alimenação e energia? Dado o exposo, a presene ese propõe o seguine problema de pesquisa: Quais os principais faores de influência sobre o mercado de milho brasileiro no período de 967 a 2008 e qual a imporância da soja nesse conexo? Os resulados desa ese podem ser uilizados para o delineameno de políicas públicas e seoriais relacionadas à alimenação e energia. Cabe ainda salienar a carência de esudos com enfoque no mercado brasileiro de milho. Tendo-se o objeivo principal, são considerados os seguines objeivos específicos: Descrever a evolução da soja e milho no mercado brasileiro; Definir e esimar equações que descrevam os componenes básicos do funcionameno do mercado de milho; Descrever o comporameno das variáveis do sisema frene a choques nãoanecipados, e; Analisar o comporameno da decomposição hisórica do erro de previsão das séries de ineresse, a qual permie idenificar o grau de ineração enre os mercados de soja e milho.

24 23 Buscou-se definir modelos eóricos que darão supore à especificação dos economéricos, levando em cona as caracerísicas dos mercados analisados. Ese esudo em por hipóese a exisência de uma relação de complemenaridade na demanda e de subsiuibilidade enre as oferas de milho e soja. O presene rabalho esá organizado da seguine forma: o capíulo 2 apona a conribuição da ese para a lieraura ao fazer uma revisão bibliográfica na qual são desacadas análises, meodologias, além de resulados de esudos relacionados ao ema. O capíulo 3 descreve a evolução e a dinâmica do mercado brasileiro de soja, salienando os principais aspecos da culura no País e conexualizando-a no agronegócio brasileiro. O capíulo 4 é desinado à análise semelhane para o mercado nacional de milho. No capíulo 5, são descrios os embasamenos eórico e meodológico, bem como as fones e raamenos dos dados. Os resulados obidos da esimação do modelo economérico proposo são apresenados no capíulo 6. Por fim, o capíulo 7 expõe as principais conclusões do rabalho.

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26 25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Uma economia é definida como um sisema consolidado de aividades humanas relacionadas à produção, disribuição, roca e consumo de bens e serviços de um país ou região. A lieraura econômica radicional apresena a divisão da economia em rês seores de aividade: primário, secundário e erciário. A caracerização dos seores de uma economia esá relacionada às aividades econômicas envolvidas, aos bens produzidos, à ecnologia e aos recursos uilizados. O seor primário esá ligado à exploração de recursos naurais, referindo-se ao conjuno de aividades desenvolvidas no meio rural, inclusive as agroindusriais. A agriculura, a mineração, a pesca, a pecuária, o exraivismo vegeal e a caça compõem esse seor (RAMOS, 2007). De acordo com Wedekin (2002), os rabalhos acerca do seor primário e da relação dese com a economia compreendem o campo de esudo da Economia Agrícola. A maior inserção da agropecuária brasileira no mercado exerno e sua ineração cada vez maior com a indúsria ornaram os esudos relacionados à Economia Agrícola mais abrangenes e recorrenes na lieraura econômica. Tal cenário esá ligado à globalização da economia brasileira do início da década de 90, aos avanços no que diz respeio à mobilidade de capiais enre os seores e às profundas modificações nas esruuras produivas radicionais, faos que inseriram o Brasil em uma nova eapa do desenvolvimeno agrário. Diversos seores passaram por profundas modificações, e o País ingressou em um espaço globalmene inegrado e alamene compeiivo. Nesse conexo, as relações do seor primário foram gradaivamene se alerando (ALVIM, 2004). Desde enão, a produção agrícola pode ser caracerizada como uma aividade de crescene complexidade, em que o agriculor passa a lidar com aspecos écnicos, mercadológicos, de recursos humanos e ambienais. Essa nova configuração induz à mudança do perfil do agriculor, fao que ocorreu não só no Brasil, mas em odo mundo. Conemporaneamene, o agriculor de regiões mais ecnificadas é um agene produivo que oma suas decisões e obém informações de forma bem próxima ao empresário urbano (ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2005). Assim, além do aumeno da procura por insumos de ecnologia necessários à produção dada a maior inerdependência com os demais seores da economia as aividades agrícolas

27 26 passaram a demandar informações de forma mais inensa. O crescimeno do pore e complexidade fez do conhecimeno ferramena essencial para o desenvolvimeno do agronegócio. O escopo da Economia Agrícola deixou de resringir-se à produção de forma isolada e passou a incluir segmenos inegrados, chamados Cadeias Produivas. Os esudos passaram a abarcar de forma mais inensa as relações da agropecuária com os demais seores da economia, principalmene o indusrial. Frene a al fao, a própria definição das aividades relacionadas ao seor primário sofreu alerações ao longo do empo (BRASIL, 2007a). A aividade agrícola brasileira aual é diferene da enconrada no País aé meados do século XX. Nas planaion farms, o manejo rural não apresenava divisão de arefas, e os iens produzidos eram diversificados. A agropecuária concenrava nas propriedades rurais quase odas as aividades necessárias ao seu desenvolvimeno. Neses esabelecimenos eram produzidos desde os insumos básicos semenes e adubos orgânicos, por exemplo aé os usados na preparação das mercadorias para venda, como sacarias e elemenos de comercialização (GIORDANO, 999). A indusrialização brasileira na pós-segunda Guerra Mundial induziu o êxodo rural, ransformando as cidades em pólos de ransações. Passou-se, a parir de enão, a disinguir as aividades agropecuárias ocorridas na propriedade das realizadas fora dela, originando ideias referenes aos Sisemas Agroindusriais e às Cadeias Produivas. De forma sucina, uma Cadeia Produiva é um conjuno de eapas consecuivas pelas quais passam os vários insumos, que vão sendo ransformados e ransferidos. Essa definição pode ser aplicada a aividades específicas ou a cadeias seoriais (KUPFER; HASENCLEVER, 2002). De forma mais complea, Zylberszajn e Neves (2005) definem cadeia como: uma sequência de operações que conduzem à produção de bens. Sua ariculação é amplamene influenciada pela froneira de possibilidades diadas pela ecnologia e é definida pelas esraégias dos agenes que buscam a maximização de seus lucros. As relações enre os agenes são de inerdependência ou complemenaridade e são deerminadas por forças hierárquicas. Em diferenes níveis de análise a cadeia é um sisema, mais ou menos capaz de assegurar sua ransformação (MORVA apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2005, p. 9). Os Sisemas Agroindusriais são definidos por Davis e Goldberg (957) como a somaória das operações envolvidas na manufaura e disribuição de bens agrícolas, desde os insumos, passando pela produção, aé a comercialização. Considera-se, porano, que os Sisemas

28 27 Agroindusriais compreendem as operações de anes, denro e depois da poreira, imersas em relações insiucionais. Segundo Muller (989), dada a relação enre indúsria e agropecuária, que se inensificou no fim da década de 70, em-se o que o auor chamou de Complexo Agroindusrial. Tais esruuras represenam um nexo de relações não só enre as diversas aividades de uma economia, mas enre os diversos Sisemas Agroindusriais, comprovando o adensameno enre as Cadeias Produivas. O padrão agrário moderno é a expressão da aplicação das conquisas da ciência moderna na agriculura e das novas formas de organizar a produção rural. E uma das mais imporanes consequências é a supressão do divórcio enre agriculura e indúsria e enre campo e cidade (MULLER, 989, p. 8). Essa evolução faz com que o início da década de 90 se consolide como a época de abandono da análise radicional da economia por seor. Desde enão, as conribuições dos pesquisadores fundamenam-se em Complexos Agroindusriais. A análise dos Complexos Agroindusriais permie evidenciar a heerogeneidade das aividades agrárias, que ainda é raço marcane na agropecuária brasileira. Tal fao saliena a forma diferenciada com que a modernização da agriculura ainge regiões e culuras, reforçando as desigualdades hisoricamene esabelecidas no país (RAMOS, 2007). O enrelaçameno de cadeias é comum. Muias cadeias se reparem e ouras se junam. Mas não há porque presumir que a eia de cadeias produivas se espalhe, de maneira uniforme, sobre a esruura econômica. Ao conrário, as cadeias de uma economia nacional podem ser agregadas em conjunos, ou blocos. Os blocos assim formados são denominados Complexos Indusriais (KUPFER; HASENCLEVER, 2002, p. 37). Kageyama (990) analisou diversos sisemas agroindusriais brasileiros, focando suas pares componenes e salienando diferenças esruurais e relações inernas. Tais diferenças configuraram paricularidades e heerogeneidade nos sisemas esudados, bem como na relação deses com a indúsria. Esse esudo chamou a aenção para a necessidade de análises paricularizadas sobre cada sisema, levando em consideração os diferenes níveis de inserção deses no mercado de bens,

29 28 além das diferenças no que ange à ineração com a indúsria a jusane e a monane, o que se denominou grau de agroindusrialização. Os esudos desenvolvidos ao longo da década de 90 iveram como objeivo analisar individualmene os diversos Sisemas Agroindusriais, salienando a imporância de cada um para a economia brasileira. Nesse senido, devido ao desaque que a soja apresenou no período, com a expansão da froneira agrícola e do mercado exerno e a grande ineração de al culura com a indúsria, predominaram os esudos com enfoque no seor da oleaginosa. Giordano (999) esudou as principais caracerísicas do Complexo Agroindusrial da Soja no Brasil. Esse rabalho apona a soja como veor de grandes ransformações na economia agrícola brasileira, mosrando que a crescene ineração dese segmeno com o mercado exerno e a relevane compeiividade brasileira conduziram a sojiculura e, por conseguine, o agronegócio brasileiro, a profundas modificações a parir dos anos 80. O esudo apresena os aspecos regionais da produção da soja, sua disseminação pelas diversas regiões do País, a inserção no mercado exerno e a inovação ecnológica do seor agrícola. Inúmeros esudos buscaram analisar o processo de formação de preços no mercado de soja. Como a culura apresena esreia relação com o mercado inernacional, grande pare dos rabalhos visa mensurar a presença de ineração enre os preços inernos e exernos. Enre os esudos nesa área desaca-se o de Pino e Rocha (994), que apona fore influência das coações dos conraos fuuros da Bolsa de Chicago CBOT sobre os preços do grão no Brasil, em níveis de produo in naura e indusrializado. Já conforme Margarido e Sousa (998), as variações nas coações da soja na CBOT são ransmiidas parcialmene e sem defasagem emporal para os preços domésicos, incluindo os do esado do Paraná. Lima e Burnquis (997) invesigaram a exisência da Lei do Preço Único para a soja em grão e o farelo de soja no período de 985 a 995 no Brasil, Esados Unidos e Alemanha. Empregando o Méodo de Johansen, os auores consaaram uma endência comum de longo prazo para ais preços. Além disso, os resulados sinalizaram inegração enre as coações domésicas e inernacionais somene para a soja em grão. Mafiolei (200) analisou os processos de formação e de ransmissão de preços no Complexo Soja ao produor, no aacado e no varejo, considerando os mercados inerno e exerno.

30 29 O auor baseou-se nos valores pagos a produores dos esados do Paraná, Mao Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás e Mao Grosso do Sul. Para o farelo, uilizou dados de São Paulo e Paraná. Para o óleo de soja, considerou coações de aacado e varejo em São Paulo. Por fim, como proxy de preços inernacionais para grão, farelo e óleo, foram analisados os conraos fuuros da CBOT. O auor abordou dois períodos disinos de janeiro de 982 a dezembro de 989 e de janeiro de 990 a dezembro de 999 e usou o ese de Granger para deerminar a relação causal enre os preços. Os resulados aponaram para uma ransmissão rápida e eficiene enre os diversos seores e regiões esudados. No que concerne às relações de longo prazo nese mercado, Silva, Sanos e Silva (2003) procederam à análise de coinegração enre os preços nominais praicados no Brasil e nos Esados Unidos de janeiro de 995 a agoso de Por meio da meodologia de Engle e Granger, os auores verificaram a exisência dessas relações. O esudo de Lovadine e Bacchi (2005) analisa a causalidade e ransmissão de preços dos produos do Complexo Soja (grão, farelo e óleo) enre os mercados brasileiro e inernacional, no período de janeiro de 999 a janeiro de Os auores esaram causalidade empregando o ese de Granger e coinegração a parir do méodo de Engle e Granger. Os resulados aponaram para relações causais enre os preços inernos e exernos nos segmenos de farelo e óleo o mesmo não ocorreu para a soja em grão. As variações observadas no mercado inernacional são ransmiidas rapidamene e com grande inensidade às coações do óleo e farelo no Brasil. Quano à compeiividade, Caldarelli, Câmara e Sereia (2009) analisaram as fones de crescimeno das exporações brasileiras do Complexo Soja empregando a meodologia de Consan Marke-Share, para o período de 990 a Os auores concluíram que, no início da década de 90, os embarques dos produos do complexo aumenavam devido à expansão do comércio mundial e, consequenemene, ao maior número de imporadores. Já a parir de 999, o incremeno nas exporações foi sendo predominanemene resulado do aumeno na compeiividade, favorecida pelos menores cusos de produção frene aos maiores concorrenes Esados Unidos e Argenina. Por ouro lado, os auores aponam como principais gargalos à expansão da culura brasileira de soja a dificuldade de ineração enre os agenes da cadeia, de coordenação enre os elos, a carência de políicas ribuárias que corrijam as disorções exisenes e a precariedade dos sisemas logísicos nacionais.

31 30 No caso do Complexo Milho, os esudos não são ão frequenes na lieraura como para a soja, por cona da dualidade ecnológica na produção, da carência de dados e da baixa ineração da culura com o mercado exerno. Risseo (200) quanifica e caraceriza os principais fluxos de produção e consumo de milho no Brasil enre 990 e 998, definindo os fluxos das principais regiões produoras para as principais regiões consumidoras nos esados do Sul e Sudese. No rabalho, em que o objeivo foi analisar o funcionameno do mercado de milho brasileiro e a variação sazonal dos preços do grão, a auora conclui que os fluxos ineresaduais são imporanes na deerminação das coações. O esudo apona ainda que, ao longo dos anos 90, ocorreu um aumeno no consumo e uma evolução na produção do milho de segunda safra (safrinha) e que uma maior ofera esá ligada a incenivos por meio de preços, que foram crescenes no correr da década. Como a culura do milho é predominanemene volada para o mercado inerno, a deerminação de preços se dá pelo mecanismo de ofera e demanda ineresadual, como salienado por Risseo (200). Chiodi (2006) invesigou a relação de inegração dos preços do milho enre os principais esados produores do Brasil, esando a hipóese da Lei do Preço Único. Os resulados mosram que exise influência de variáveis inernas sobre o preço do milho e que o peso dos faores de ofera e da demanda nacional é grande na deerminação das coações. O esudo apona ainda a relação de subsiuibilidade na ofera enre as culuras do milho e da soja, enreano, não quanifica os efeios de al inerdependência. Mesmo apresenando rajeórias comuns no longo prazo, no curo prazo ais culuras são subsiuíveis, esando a deerminação de preços para esas inrinsecamene relacionada. A auora conclui que a formação de preços do milho no Brasil é foremene influenciada pelas coações do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que esão perfeiamene inegrados com quase odos os demais esados. No esudo não se considera faor relacionado ao mercado exerno, nem mesmo de ineração com o de soja. Lima (997) chama a aenção para a imporância da modelagem esaísica dinâmica enre mercados agroindusriais. O auor analisou a inerdependência enre os mercados de carne bovina e suína, incluindo o preço do milho no modelo. A meodologia uilizada foi a de Auorregressão Veorial VAR na sua forma esruural. Tomando por base apenas resrições no comporameno conemporâneo das variáveis, sem nenhuma resrição nos coeficienes defasados, o auor analisou

32 3 o impaco das alerações de ofera e de demanda sobre a formação de preços nos mercados por ele modelados. A ineração enre aividades agropecuárias em propriedades agrícolas é amplamene discuida na lieraura econômica e, al como aponado por Ramos (2007), as caracerísicas dessas aividades ornam o princípio das economias de escopo mais imporane que o das economias de escala, jusificando al enfoque. A dificuldade de aplicação do princípio da divisão do rabalho na agropecuária consiui um dos faores explicaivos das vanagens da produção conjuna de alguns bens agropecuários, pois com isso se consegue um melhor aproveiameno de equipameno e da mão-de-obra que, do conrário ficariam parcialmene ociosos durane o ano agrícola. Ouras vanagens decorrem da não-dependência do mercado ou do preço de um único bem agropecuário e dos efeios das condições meeorológicas adversas sobre uma única culura (RAMOS, 2007, p. 22). A produção conjuna é uma caracerísica dos mercados de soja e milho nas principais regiões produoras do Brasil. Segundo dados de Brasil (2007a), dois erços dos produores brasileiros de milho êm na soja sua aividade principal. Porano, ais mercados apresenam grande ineração, ano no que diz respeio à área planada quano à formação de preços.

33 em R$ por kg 32,2 Milho Soja 0,8 0,6 correlação 0,3968 correlação 0,736 correlação 0,7854 0,4 0,2 0 Figura Preço pago ao produor de soja e milho (R$ por kg) de janeiro de 990 a dezembro de 2008 Fone: Elaborado pelo auor com dados da Fundação Geúlio Vargas FGV (2009) Noa: Série deflacionada pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Inerna IGP-DI base (dez/2008). A Figura mosra a evolução dos preços pagos aos produores brasileiros de soja e milho e a correlação simples enre as duas séries. Enre janeiro de 990 e dezembro de 2008, a correlação enre os preços pagos aos produores de soja e milho foi de 0,67, sinalizando um movimeno de longo prazo relaivamene sincronizado. Saliena-se que, se omado isoladamene um período mais recene, em-se uma maior correlação. Por meio do modelo shif-share, descrio no APÊNDICE A, foram realizadas análises dos componenes área, rendimeno e preço sobre a variação oal do valor da produção para milho e soja. Os resulados, apresenados na Tabela 6 do APÊNDICE B, mosram que, para o milho, a evolução no valor da produção nos períodos analisados esá relacionada aos efeios preço e rendimeno. Já o crescimeno no valor da produção da soja é preponderanemene ligado ao efeio-área, apresenando relação negaiva com o efeio-preço. Para a área planada, conforme dados da CONAB (2009), a soja vem crescendo no Brasil às expensas da primeira safra de milho (safra verão), especialmene a parir de períodos

34 33 poseriores a 996/97. Por ouro lado, a segunda safra de milho em regisrado endência de elevação e fore correlação posiiva com a safra de soja (0,90). O esudo de Brasil (2007a) apona que não são apenas o preço e o valor da produção que inerferem na omada de decisão do produor quano à alocação dos recursos produivos; a dinâmica dos mercados dos produos poencialmene subsiuos em uma parcela significaiva de paricipação. O modelo shif-share permie ainda decompor a aleração da área culivada de um produo em relação à de ouro(s), em função da variação do amanho do sisema de produção efeio escala ou da subsiuição de um produo por ouro denro do sisema efeio subsiuição. A Tabela 7, no APÊNDICE B, mosra a decomposição do efeio-área em escala e subsiuição para os dez principais produos agrícolas do País. Os resulados aponam para um ganho de área na culura do milho relacionado ao efeio escala, enquano a soja apresena fone de crescimeno da área ligada ao efeio subsiuição. Pode-se inferir, porano, que exise uma evidência de incremeno na área de soja em derimeno da culura do milho. Vale ressalar, porém, que quase odos os produos agrícolas analisados iveram efeio subsiuição negaivo. O fao de o milho ser usado na roação de culuras com a soja em conribuído para a agregação de ecnologia na sua produção. O dinamismo da soja em agido como uma exernalidade, impulsionando o milho segunda safra e subsiuindo, gradaivamene, a primeira safra dese grão. A parir dessa análise, pode-se concluir que, denre os esudos apresenados, apenas o de Chiodi (2006) considera a inerdependência enre os mercados de soja e milho, embora não apresene um raameno formal para a quesão. Com base nas evidências exposas, busca-se nese esudo, a parir de bases eóricas, consruir um modelo analíico que explique a ofera e a demanda de milho e sua ineração com o seor de soja. Corresponde ao somaório da área culivada com os produos planados na região em análise (ARAÚJO;CAMPOS, 998).

35 34

36 35 3 O MERCADO DE SOJA BRASILEIRO: CONCEPÇÃO, EVOLUÇÃO E INSERÇÃO NO MERCADO MUNDIAL Ese capíulo apresena, inicialmene, um panorama do mercado brasileiro de soja, salienando a imporância desa cadeia produiva para a economia nacional, bem como a posição compeiiva do Brasil no mercado mundial. No iem 3.2, descreve-se a evolução da oleaginosa, com desaque para a dispersão geográfica da produção no País. No iem 3.3, analisa-se a dinâmica do mercado mundial da soja, a inserção brasileira no mesmo e os principais gargalos para uma maior exploração da poencialidade da culura. 3. A caracerização do mercado brasileiro de soja As aividades desenvolvidas no meio rural regisraram profundas modificações nos úlimos anos. As esruuras produivas inseriram-se em um conexo de ineração de aividades, as quais necessiam de insumos, demandam informação e perdem sua auo-suficiência. Assim, o escopo da economia agrícola passou a incluir cadeias inegradas e não mais segmenos de produção (ARAÚJO, 2003). A evolução da culura da soja confunde-se com esse processo de modernização da agropecuária brasileira. A imporância que essa aividade assumiu ulrapassa os limies das poreiras das fazendas para influir nas discussões sobre agroindúsria e cadeias produivas, não se resringindo somene a um mercado (GIORDANO, 999). Essa inegração resula em um sisema agroindusrial, no qual a produção agrícola se inerliga aos demais seores da economia. A Figura 2 apresena a organização do sisema agroindusrial da soja no Brasil.

37 36 36 Figura 2 Delimiação do sisema agroindusrial da soja no Brasil Fone: Lazzarini e Nunes (998)

38 37 No sisema agroindusrial da soja no Brasil (Figura 2), a produção agrícola configura-se em um nexo de ligações a monane e a jusane. Essas ligações apresenam uma densidade de relações e um encadeameno imporane para o agronegócio brasileiro. A cadeia da soja inicia-se com a indúsria de insumos, composa por semenes, ferilizanes, correivos, além de máquinas e equipamenos. Na sequência, vem a produção agrícola, seguida dos armazenadores da soja em grão e da indúsria de processameno (farelo e óleo), passando pelo segmeno de disribuição (aacadisas e varejisas) e indo aé o consumo do produo final (inerno ou exerno). Essa cadeia é considerada inegrada, uma vez que compõe ouras, como a de carnes (T3) e alimenos (T5) (Figura 2). Essa sobreposição faz com que a demanda final (T8) seja composa ano por consumidores de óleos e ouros produos derivados de soja, como pela indúsria de alimenos, química e de carnes (LAZZARINI; NUNES, 998). A modernização da agropecuária brasileira nos anos 90, associada à expansão do sisema agroindusrial da soja no Brasil, inensificou o adensameno nas relações enre agriculura e indúsria (Figura 2), além de er possibiliado uma maior ineração enre as cadeias produivas (rações, carnes e alimenos). Pode-se, porano, relacionar o desenvolvimeno regional acenuado e a melhor esruuração do agronegócio nacional à evolução da sojiculura, que se revela como imporane apore de ecnologia advindo da rede de inerações ao longo de sua cadeia e sobreposição de ais relações. O sisema agroindusrial da soja é um dos mais represenaivos da economia brasileira. Em 2008, as exporações do complexo (grão, farelo e óleo) geraram receia de US$ 7,25 bilhões, represenando 7% do monane oal obido pelo País (ABIOVE, 2009). O Brasil ocupa hoje a posição de segundo maior produor mundial de soja, proporcionando um cenário esraégico às esmagadoras com auação global. Como grande produor e exporador, o Brasil influencia a formação de preços inernacionais. As coações da soja, como maéria-prima, em boa pare são formadas pelas expecaivas das bolsas de fuuros ainda no período de planio. Inernacionalmene, esse preço é formado na CBOT, e o mercado brasileiro, por er grande ineração com o exerno, segue ais valores deerminados na bolsa (MARQUES; MELLO; MARTINES FILHO, 2007). Todavia, essa é uma realidade recene. Margarido e al. (999) salienam a imporância dos preços de Roerdam no mercado brasileiro de soja em grão na década de 90, analisando as

39 38 elasicidades de ransmissão na relação enre a CBOT e as coações praicadas em Roerdam com os preços no Brasil e Argenina. Comparando-se com a CBOT, verifica-se que no caso da Bolsa, a elasicidade de ransmissão de preços ano para o Brasil e Argenina, é menor que um, ou seja, é inelásica. Já quano à ransmissão de preços de Roerdam para aqueles países, consaa-se que a elasicidade de ransmissão de preços caraceriza-se por ser praicamene uniária no caso brasileiro e é elásica no caso argenino (maior que um). Assim, apesar de as coações da soja na Bolsa de Chicago exercerem uma imporane referência nos preços FOB da soja no Brasil e Argenina, percebe-se que a maior influência vem dos preços CIF de Roerdam (MARGARIDO e al., 999, p. 22.). Como a produção da soja divide-se enre os rês maiores produores mundiais, com épocas de safras disinas (Figura 3), isso garane à culura um fluxo de produção esável ao longo do ano, no qual empresas esmagadoras apresenam regularidade em suas aividades. Esse fao caraceriza o mercado como de ofera consane e pouco afeado pelos períodos de safra e enressafra, exclusive nos períodos de ofera aípica (NATIONAL SOYBEAN RESEARCH LABORATORY NSRL, 2009). País Aividade JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Brasil Planio Colheia E.U.A Planio Colheia Argenina Planio Colheia Figura 3 Calendário agrícola mundial da soja Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009), Unied Saes Deparmen of Agriculure USDA (2009b) e NSRL (2009) O mercado brasileiro de soja é caracerizado por ala compeiividade e ofera elevada, sendo que a produção nacional cresce em maior proporção que a mundial. A compeiividade do seor é favorecida pela significaiva área de erras disponível, pelo baixo cuso da mão-de-obra, poencial de crescimeno do mercado inerno, além dos invesimenos em ecnologias de produção de soja em áreas ropicais (BRASIL, 2007b).

40 em mil barris 39 As caracerísicas do produo brasileiro ambém represenam vanagem frene às dos principais concorrenes inernacionais. Lazzarini e Nunes (998) aponam que a soja brasileira coném maior eor de óleo e proeína e menor eor de impurezas, diferene do produo noreamericano e argenino. Poencialidades na demanda nacional, com o desenvolvimeno do mercado de biocombusíveis (Figura 4) e a aprovação da lei de biossegurança no Brasil, conduzem a um domínio mais inenso da produção de soja no País. Em um conexo mundial, a demanda ambém é crescene, ano por pare dos mercados consumidores quano nos principais produores, que vêem seus excedenes exporáveis diminuírem gradaivamene mar/05 mai/05 jul/05 se/05 nov/05 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 se/06 nov/06 jan/07 mar/07 mai/07 jul/07 se/07 nov/07 jan/08 mar/08 mai/08 jul/08 se/08 Figura 4 Produção de biocombusível no Brasil (em 000 barris) março de 2005 a seembro 2008 Fone: Agência Nacional do Peróleo, Gás Naural e Biocombusível ANP (2009) O Brasil regisra os menores cusos de produção agrícola (enre eles erra, mão-de-obra, semenes e água) em relação aos seus principais concorrenes (Esados Unidos e Argenina). Enreano, esse indicaivo de compeiividade vem se perdendo. Faores como carga ribuária, insuficiências logísicas e pragas (a ferrugem asiáica e o mofo branco, por exemplo) compromeem a eficiência brasileira. Esudo recene do USDA (2009d) alera para as

41 40 dificuldades que os países exporadores de soja enfrenarão por cona do aumeno dos cusos de ransação referenes ao crescene culivo de semenes ransgênicas. Em um conexo de bioecnologia, as semenes geneicamene modificadas passarão a inegrar o culivo comercial da soja no Brasil e no mundo. Os desafios laenes em relação a esse ema compreendem a demanda maior por infraesruura para aender às exigências de segregação dos mercados consumidores, a fiscalização da comercialização de semenes ilegais, que leva à redução da produividade, o acesso a essas ecnologias pelos produores a um cuso acessível e poenciais efeios ao meio-ambiene (BRASIL, 2007b). Assim, a garania de posição de um mercado ou, aé mesmo, a sua ampliação de vanagens frene aos concorrenes dependem das esraégias compeiivas adoadas. No caso da soja, um produo marcado pela homogeneidade, as esraégias esão direamene ligadas aos cusos. No processameno da oleaginosa, indúsrias brasileiras baseiam-se na liderança em cuso e diferenciação de produos. O Quadro sineiza ais esraégias. Iem Liderança em cusos Diferenciação Caracerísicas do mercado/produo Produos Ações esraégicas Poucos aspecos passíveis de inovação; Escolha direcionada por preços; Imporância de mercados indusriais. Commodiies: grãos, farelo, óleo refinado e a granel, ec. Busca de economias de escala; Baixa capacidade ociosa; Logísica eficiene; Eficiência financeira; Inovação de processos. Demanda menos elásica; Produos de maior valor adicionado; Aribuos de qualidade específicos; Mercados de consumo final. Produos mais elaborados; margarinas, cremes vegeais, maionese, óleos diferenciados, ec. Segmenação de mercado; Promoção (imporância da marca); Inovação de produos. Quadro Esraégias compeiivas adoadas pelas indúsrias de processameno de soja no Brasil Fone: Brasil (2007b) Segundo a ABIOVE (2009), a indúsria de esmagameno de soja em alo grau de concenração, apresenando caracerísicas de mercado semelhanes às de oligopólios compeiivos. Mesmo com a exploração conínua de economias de escala e concorrência inensa enre as firmas, não exise uma linha esraégica dominane nese mercado (Quadro ). A ala

42 4 concenração advinda da exploração de economias de escala represena uma fore barreira à enrada para al mercado e garane compeiividade. A grande concorrência, as deficiências nos sisemas logísicos, as disorções ribuárias, as crescenes barreiras aos produos indusrializados e, ao mesmo empo e acima de udo, a vanagem compeiiva do Brasil no segmeno de soja em grão levam o País a se especializar no segmeno de commodiies (produos in naura), perseguindo economias de escala e adoando esraégias de liderança em cusos frene aos concorrenes inernacionais. Tal realidade conduz o Brasil à posição de grande fornecedor mundial de soja em grão 2. O ermo commodiy é empregado a produos caracerizados por homogeneidade, ala ineração com o mercado exerno e esraégias compeiivas respaldadas em liderança de cusos. A soja em grão é exporada em larga escala. As indúsrias de processameno de soja caracerizam-se pela concenração, exploração de economias de escala e grande ineração com o mercado exerno, endo em visa que a maioria é conrolada por mulinacionais. Essas empresas, auanes na linha de compeiividade por liderança de cusos, adoam cada vez mais esraégias voladas à diferenciação de produos e objeivam o mercado inerno brasileiro (BRASIL, 2007b). Em suma, a compeiividade brasileira da soja, em seus diversos segmenos, é respaldada em economias de escala, ala produividade, mão-de-obra baraa, ofera hídrica abundane e ecnologia de pona no culivo. Ao mesmo empo, juros alos, infraesruura precária, crédio insuficiene e fragilidade na gesão empresarial consiuem-se enraves à expansão da aividade. 3.2 A expansão da soja no Brasil A soja que conhecemos hoje e é culivada mundo afora, cujo nome cienífico é Glicine Max (L) Merril, difere de seus ancesrais, que eram basicamene forrageiras raseiras que se desenvolviam na cosa lese da Ásia, nas planícies chinesas, principalmene ao longo do rio Yangse. A evolução da oleaginosa começou com o aparecimeno de planas oriundas de cruzamenos naurais, enre espécies de soja selvagem, que gradaivamene foram domesicadas e melhoradas por cienisas da aniga China (século XI A.C.). Assim como o rigo, o arroz e o 2 Ressala-se a Lei Kandir de 996/97, que inensificou esse processo (BRASIL, 2007b).

43 42 ceneio, a soja era base alimenar da aniga civilização chinesa, na qual as primeiras expedições feias por europeus já descreviam sua imporância na diea alimenar dos povos orienais (EMBRAPA, 2009). Durane os séculos XV e XVI, diversas expedições europeias descreveram o uso do feijão peculiar na alimenação dos povos orienais. The Florenine, Francesco Carlei who visied Nagasaki, Japan in 597 wroe in his memoirs ha he Japanese flavor fish dishes wih a cerain sauce called misol and ha i is made from a bean ha is grown in various localiies. He also noed ha he Japanese make a produc called shiro (soy sauce), wha Europeans would call gravy. In 665, Friar Domingo Navaree described ofu as a common and cheap food of China. They drew he milk ou of he Kideybeans and urning i, make grea cakes of i like cheeses (NSRL, 2009). Apesar de ser culivada há mais de cinco mil anos na Ásia e esar enre uma das culuras mais anigas do planea, a soja passou a se desacar no cenário mundial somene no século XIX, na China. Foi no final da Primeira Guerra Mundial, em 99, que a culura passa a se disseminar em ouros países. A enrada dos Esados Unidos na exploração comercial da soja, na segunda década do século XX, significou a inserção da culura no seor primário exporador mundial. O aumeno na demanda mundial de soja como maéria-prima para alimenação animal e fabricação de óleo vegeal expandiu o culivo em grande escala nos Esados Unidos e o desenvolvimeno da culura em ouros países. No Brasil, a soja começou a ser planada em 882. Foi na Escola de Agronomia da Bahia que o professor Gusavo Dura realizou os primeiros esudos de avaliação de culivares. Poseriormene, em 89, eses semelhanes aos conduzidos por Dura foram feios no Insiuo Agronômico de Campinas. Nesa fase, procediam-se esudos da soja como forrageira, assemelhando-se ao eságio inicial da sojiculura nos Esados Unidos. Os primeiros regisros do culivo comercial no Brasil são de 94, no município de Sana Rosa (Rio Grande do Sul), onde, dadas a similaridades com o clima nore-americano, a culura enconrou efeivas condições para se desenvolver. Enreano, foi na década de 40 que a produção gaúcha alcança alguma imporância, mesmo que pequena. Em 949, foi insalada a primeira

44 43 indúsria brasileira de processameno de soja, em Sana Rosa. Nesa fase, o seor se vola à produção de grãos para a indúsria de farelos e óleos vegeais (BRUM, 2004). Em meados dos anos 50, com o programa oficial de incenivo à riiculura nacional, a soja foi expressivamene beneficiada. Isso porque, ano do pono de visa écnico quano econômico, a soja apresenava-se como melhor alernaiva de verão para suceder o rigo culivado no inverno. Na década de 60, ainda sob a influência dos incenivos ao rigo, a soja se esabelece como culura economicamene imporane para o Brasil, e a produção se expande para os demais esados da região Sul (EMBRAPA, 2009). Na década de 70, a sojiculura se consolida como a principal culura do agronegócio brasileiro. Dados do Sisema de Recuperação Auomáica SIDRA do Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísica IBGE (2009) aponam que a produção brasileira da oleaginosa passou de cerca de,5 milhão de oneladas em 970 para mais de 5 milhões de oneladas em 980, com o volume concenrando-se no Sul do Brasil (80% do oal produzido). Esses ganhos não se devem somene ao aumeno da área culivada, mas ambém aos incremenos na produividade. A Figura 5 mosra a evolução da produividade da soja brasileira de 952 a 2007.

45 /ha ,5 2,5 0, Figura 5 Evolução da produividade da soja brasileira (oneladas/hecare) Fone: Elaborado pelo auor com dados de Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA (2009) Os ganhos de produividade da soja brasileira se inensificaram em meados dos anos 60 (Figura 5), com a mauração dos primeiros invesimenos em pesquisa agropecuária iniciados na década de 50. Era o início de uma fase de amplo incenivo à agropecuária. Os anos 50 e 60 foram caracerizados pela fase desenvolvimenisa da economia brasileira, englobando odos os seores. Na agropecuária, os incenivos buscavam aumenar a produção e a lucraividade e se davam por meio do uso de insumos modernos (ferilizanes e máquinas), incenivos à comercialização (preços mínimos), crédio subsidiado, além dos invesimenos em pesquisa agropecuária. Esse conexo se esende pela década de 70, quando, em um cenário de fore crescimeno econômico brasileiro e mundial, ocorreram invesimenos significaivos na agropecuária. Para a sojiculura, esse cenário, somado ao apoio do governo, permiiu aumeno na produção, ineração com o mercado exerno e expansão às demais regiões do País. As décadas de 80 e 90 seguiram o padrão de crescimeno das aividades primárias iniciado nos anos 70, consolidando a mauração dos invesimenos. Os crescenes ganhos de produividade (Figura 5), associados à disseminação da culura pelas demais regiões do Brasil, conduziram o

46 45 País a figurar enre os rês maiores produores e exporadores mundiais de soja no fim da década de 90 (GIORDANO, 999). Além dos ganhos na margem exensiva auferidos pela expansão da soja nas demais regiões brasileiras, a desconcenração da produção no Sul resulou em profundos impacos socioeconômicos e ecnológicos na agropecuária e economia brasileira. Enre os muios faores que conribuíram para a expansão da aividade no País, pode-se desacar: Incenivos fiscais disponibilizados à riiculura nos anos 50, 60 e 70, beneficiando a expansão da soja na região Sul, enquano culivo de verão; Mercado inernacional em ala, principalmene em meados dos anos 70; Subsiuição da gordura animal por óleos vegeais na alimenação humana; Invesimenos e esabelecimeno de uma bem ariculada rede de pesquisa, com amplos incenivos na década de 70; Esabelecimeno de um imporane parque indusrial de processameno de soja; Incenivos fiscais para aberura de novas áreas de produção agrícola (Cenro-Oese); Baixo valor da erra na região Cenro-Oese nas décadas de 80 e 90; e Topografia das regiões produoras favoráveis à mecanização, incluindo máquinas de grande pore. A expansão da soja no Brasil delineou uma nova disribuição espacial da culura no País. Das radicionais regiões produoras do Sul, a froneira agrícola vem coninuamene se expandindo pelos esados do Cenro-Oese, Nordese e Nore (Figura 6).

47 milhões de Cenro-Oese Sul Sudese Nordese Figura 6 Produção de soja no Brasil por região (em milhões de oneladas) Fone: Elaborado pelo auor com dados de IBGE (2009) A dispersão geográfica da produção de soja no Brasil se deu de forma mais inensa a parir do início dos anos 90. Enre os períodos de 990/99 a 2007/2008, a área planada no País cresceu,5 milhões de hecares, passando de 9,74 para 2,24 milhões de hecares. Evidencia-se o aumeno da área culivada com a oleaginosa no Cenro-Oese, de 6,5 milhões de hecares, e no Nordese, de,3 milhão de hecares. Esse comporameno consolida ais regiões como as de froneira agrícola da soja. O crescimeno da área planada no Sul radicional região para a culura no Brasil, ambém foi expressivo no período, de 2,7 milhões de hecares, evidenciando a esraégia de produores em subsiuir pasagens e áreas de milho verão pelo culivo da oleaginosa (BRASIL, 2007b). A Tabela mosra a paricipação dos principais esados produores de soja na produção brasileira, considerando as úlimas rês safras (de 2003/04 a 2007/2008). Nore

48 milhões de ha 47 Tabela Paricipação dos principais esados produores de soja na produção nacional média das safras de 2003/04 a 2007/2008 (em % do oal da safra) Esados Produores Porcenagem do oal da Safra Mao Grosso 25,9 Paraná 8,3 Rio Grande do Sul 8, Goiás, Mao Grosso do Sul 8,4 Minas Gerais 4,6 Bahia 3,9 São Paulo 3,0 Ouros 6,5 Toal 00% Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009) A dispersão geográfica da soja foi imporane não apenas para o agronegócio brasileiro. No que diz respeio aos aspecos regionais e urbanos, a culura conribuiu para a ineriorização da população nacional, colaborou de maneira inensa para a urbanização do País, além de impulsionar a agroindúsria nacional e acelerar a expansão da aviculura e suinoculura (EMBRAPA, 2009). A Figura 7 mosra a evolução da área planada com soja no Brasil, em milhões de hecares, para os períodos de 976/77 a 2008/ /77 978/79 980/8 982/83 984/85 986/87 988/89 990/9 992/93 994/95 996/97 998/ /0 2002/ / / /09 Figura 7 Área planada com soja no Brasil (em milhões de ha) 976/77 a 2008/09 Fone: Elaborado pelo auor com dados da CONAB (2009)

49 (/ha) 48 A expansão do planio de soja no Brasil (Figura 7), em especial nas regiões de froneira agrícola, foi impulsionada pelo domínio de ecnologias mais avançadas na produção, aumeno do crédio privado e exploração conínua de economias de escala. Tais faores conferem a essas regiões produividade maior e, por conseguine, expansão da produção nacional. Em 40 anos, o volume de soja produzido no Brasil cresceu 260 vezes, deerminando uma série de mudanças na esruura da agropecuária nacional. Foi a oleaginosa a grande responsável pelo surgimeno da agriculura comercial no País, além de respaldar a aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, expandir as froneiras agrícolas e conribuir para a ecnificação de ouras culuras (desacadamene o milho) (BRUM, 2004). Nas froneiras agrícolas, dados os alos invesimenos privados em ecnologia e a abundância de crédio, a soja apresena produividade mais elevada que nas demais regiões brasileiras. A Figura 8 mosra que a produividade da oleaginosa no Cenro-Oese é maior que no Sul e Sudese, regiões com agriculura ecnificada e abundância de capial (BRASIL, 2007b). 3 2,8 2,6 Sudese Sul Cenro-Oese 2,4 2,2 2,8,6,4, Figura 8 Produividade da soja em grão no Brasil em regiões selecionadas (oneladas/hecare) Fone: Elaborado pelo auor com dados de IBGE (2009)

50 em milhões de ha 49 O aumeno na produção e na área planada (Figura 7) com soja no Brasil, em especial na região Sul, ocorreu em derimeno da culura do milho na safra de verão, cuja área culivada recuou foremene nos úlimos anos. A Figura 9 apresena a evolução da área planada com soja e milho (primeira e segunda safras) no Brasil Milho (º safra) Milho (2º safra) Soja /77 978/ /8 982/83 984/85 986/87 988/89 990/9 992/93 994/95 996/97 998/ /0 2002/ / / /09 Figura 9 Área planada com soja e milho (º e 2º safra) no Brasil (em milhões de hecares) Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009) A Figura 9 mosra uma correlação negaiva enre o culivo da soja e o do milho na primeira safra (safra verão), de -0,769 enre 990 e Já frene à segunda safra de milho (safrinha), a soja apresena correlação posiiva, de 0,907 no mesmo período, demonsrando fore ineração enre essas culuras. Ainda que não seja expressiva se comparada à soja e ao milho verão a segunda safra de milho vem se expandindo (Figura 9). Em grande escala, a soja em conribuído para esse aumeno, ano no esímulo à produção quano na regularidade da ofera. Além disso, o risco de produção do rigo, principalmene no Paraná, leva muios produores a oparem pelo planio de milho safrinha.

51 50 Apesar de ineragirem, essas culuras são bem diferenes no que diz respeio à formação de preços, esruuração da cadeia e comercialização. Enquano a produção brasileira de soja é, em larga escala, desinada ao exerior e em seus preços formados no mercado inerno em moeda esrangeira, a do milho, com foco no Brasil, em seus preços formados inernamene com base na lei de ofera e demanda. Isso pode esar relacionado ao fao de a cadeia da soja ser composa, em sua maioria, por agenes ligados a empresas mulinacionais e ao seor exerno, resulando em uma esruura de comercialização sólida e em abundância de invesimenos (Tabela 2). Tabela 2 Diferencial exisene enre os mercados de soja e milho brasileiro Mercado de soja Mercado de Milho Preços formados em dólares; Preços formados em reais; Maior ransparência na formação de preços; Não há clareza na formação dos preços; Maior liquidez de comercialização; Sem garania de comercialização; Mercado pouco dependene de políicas públicas; Fore dependência de políicas públicas; Maior acesso ao financiameno privado; Pouco acesso ao financiameno privado; Mercado mais concenrado. Mercado pulverizado. Fone: Elaborado pelo auor com dados de Brasil (2007a) e USDA (2009a) 3.3 Panorama do mercado mundial Como principal fone de proeína para a indúsria de alimenação animal, a soja em apresenado rimo acelerado de crescimeno na produção na úlima década. Os principais produores no cenário mundial êm expandido suas oferas, e a demanda mundial acompanha esse movimeno. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimenação e a Agriculura FAO, enre 990 e 2007 a produção mundial da oleaginosa expandiu-se em 07,7 milhões de oneladas. Nese mercado, os principais produores mundiais (Figura 0) são ambém os maiores exporadores (Figura ). Esados Unidos, Brasil, Argenina e Paraguai foram responsáveis por 93,% das exporações mundiais de soja em Em um mercado caracerizado por ala concenração, a exploração conínua das vanagens compeiivas (cusos de produção) é vial para se garanir paricipação. O Brasil ocupa a posição de segundo maior produor mundial de soja em grão (Figura 0) e vem aumenando sua inserção no mercado exerno. Arás somene dos Esados Unidos, o País

52 milhões de oneladas 5 produziu 26,94% da soja mundial em Os faores relacionados a esse movimeno vão desde a eficiência produiva brasileira, refleida em seu baixo cuso de produção, aé faores inernos relacionados à esruura ribuária nacional (USDA, 2009d) Ouros India China Argenina Figura 0 Principais produores mundiais de soja em grão (em milhões de oneladas) de 990 Fone: FAO (2009) a 2007 Brasil E.U.A A Figura mosra que, no início da década de 80, o mercado mundial de soja em grão era dominado pelas exporações nore-americanas (8,05%); os embarques brasileiros do produo represenavam somene 5,76% do oal exporado. Em 990, a paricipação do Brasil evoluiu para 5,75% e, em 2006, salou para 36,76%.

53 52 00% 90% 80% 70% Ouros Paraguai Argenina Brasil E.U.A 60% 50% 40% 30% 20% 0% 0% Figura Principais exporadores mundiais de soja em grão (em porcenagem) de 980 a 2006 Fone: FAO (2009) O aumeno da paricipação das exporações brasileiras de soja no mercado mundial do produo pode ser aribuído principalmene à maior compeiividade nacional. Vale desacar ainda a lei que exonerou o ICMS sobre produos básicos (Lei Kandir), incluindo a soja em grão, em 996/97, e o recrudescimeno das barreiras aos produos indusrializados na úlima década, enquano responsáveis pelo reconhecimeno do produo brasileiro enquano commodiy (soja in naura). Dados de Brasil (2009) aponam arifa aplicada de 3% para a soja em grão que ingressar na China e de 9% e 9,9% para o óleo de soja inra e exra-coa, respecivamene. A Índia maném arifa aplicada de 45% ao óleo de soja. Esados Unidos, Japão e União Europeia ambém apresenam escalada arifária aos produos indusrializados do complexo soja. O rimo de crescimeno nas vendas brasileiras de soja em grão maném-se nos úlimos anos e, segundo esimaivas do USDA (2009e), o País deve superar, em breve (208), os Esados Unidos, ornando-se maior exporador mundial. Segundo o USDA (2009e), o Brasil deve aumenar sua produção em 56,6 milhões de oneladas (Figura 2). As projeções do órgão sinalizam queda na paricipação dos embarques

54 em milhões de oneladas 53 nore-americanos, em decorrência da maior demanda inerna, que reduz seus excedenes exporáveis Ouros Argenina Brasil E.U.A Figura 2 Projeção para a produção mundial de soja em grão 2005 a 2020 (em milhões de oneladas) Fone: USDA (2009e) Nesse conexo, o mercado mundial de soja sofre uma aleração quase simulânea nas dimensões geográfica de produção e de consumo. A produção da América do Sul supera a da América do Nore. Em relação ao consumo, a Ásia (Tigres Asiáicos) desloca a Europa como principal mercado consumidor mundial. Os principais desinos das exporações brasileiras de soja em grão são apresenados na Figura 3. Observa-se a crescene paricipação do Brasil no comércio exerior, ano por meio do aumeno da quanidade exporada como pelo maior número de parceiros comerciais nese segmeno.

55 mil oneladas Ouros Ialia Espanha Alemanha Países Baixos China Figura 3 Principais imporadores de soja em grão brasileira (em mil de oneladas) de 990 a 2008 Fone: Elaborado pelo auor com dados de Brasil (2009) A parir do fim da década de 90, as exporações brasileiras de soja iveram aumeno no volume e diversificação dos desinos (Figura 3). A União Europeia, que se caracerizou como principal desino da soja brasileira na década de 90 (67,%), foi perdendo espaço para China, Oriene Médio e África. A China assume a liderança como maior imporador do produo brasileiro em 200, absorvendo 48,26% das exporações do grão em Segundo esimaivas do USDA (2009d), essa endência deve permanecer, com a China devendo aumenar suas imporações em 8,2 milhões de oneladas aé 204/5. Observa-se ainda que, desde 996, a parcela das exporações brasileiras para ouros países, gradaivamene, vem aumenando (Figura 3) (BRASIL, 2007b). A Tabela 3 apresena as projeções do USDA (2009e) e da ABIOVE (2009) quano à demanda mundial de soja e à ofera brasileira da oleaginosa, enre 2008/09 e 204/5. Nesse período, segundo o USDA (2009d), o mercado de biocombuíveis será o principal faor de impulso à demanda, que deverá seguir crescene especialmene na China e União Europeia..

56 55 Tabela 3 Projeções para consumo mundial de soja e ofera brasileira (em milhões de oneladas) 2008/09 a 204/5 Período Ofera brasileira Demanda mundial 2008/09 86, , /0 92, ,8 200/ 97, ,724 20/ ,69 202/3 08, , /4 3,747 38, /5 8, ,62 Fone: Elaborado pelo auor com dados de ABIOVE (2009) e USDA (2009e) As projeções da ABIOVE (2009) mosram que o Brasil apresena condições para aender aos aumenos da demanda mundial de soja dos próximos anos (Tabela 3). Enreano, negociações em âmbio mulilaeral e acordos bilaerais se fazem necessários com a finalidade de permiir que as vanagens comparaivas desempenhem papel mais imporane no comércio agrícola mundial. Apesar de poucos países praicarem o livre comércio, a maioria dos economisas coninua a afirmar que o acordo consiui-se numa políica desejável. Essa afirmação coném duas linhas de argumeno. A primeira é o fundameno formal dos ganhos de eficiência decorrenes do livre comércio, que represena análise de cuso beneficio da políica de comércio. A segunda é que muios economisas acrediam que o livre comércio gera ganhos que vão além da análise formal, ais como bem-esar, acesso maior a bens e serviços e inegração culural enre as nações (KRUGMAN; OBSTFELD, 200). Nesse conexo, os mercados agrícolas, desde a Rodada Uruguai da Organização Mundial do Comércio OMC, concluída em 994, vêem na aberura econômica e liberalização comercial esímulo ao comércio de produos agrícolas. As áreas de maior ineresse nas discussões acerca de liberalização do comércio agrícola esão basicamene relacionadas a acesso a mercados e medidas de apoio inerno (subsídios). Porano, qualquer discussão acerca de avanços no comércio mundial do complexo soja passa pela necessidade de acordos mulilaerais sobre subsídios inernos e redução de formas de proecionismo arifário e não-arifário (BRASIL, 2007b).

57 56

58 57 4 ASPECTOS DO MERCADO NACIONAL DE MILHO No presene capíulo analisa-se o mercado brasileiro de milho, sendo inicialmene (iem 4.) apresenados aspecos acerca da produção, esruuração da cadeia no País e a imporância da aividade para a economia nacional. Também no iem 4. analisa-se a posição compeiiva brasileira na aividade e a relevância da cadeia do milho em ouros seores (bovinos, aves e suínos). No iem 4.2 explora-se a poencialidade da aividade e a dinâmica na produção e no consumo mundial. Desenvolve-se ainda a discussão sobre o mercado nore-americano de eanol de milho e as projeções para a aividade em escala global. 4. Cadeia produiva do milho no Brasil Os primeiros regisros de culivo de milho no mundo daam de mais de anos, em pequenas ilhas próximas ao lioral do México, no golfo do México. Seu nome de origem indígena caribenha significa suseno da vida. Como alimenação básica de várias civilizações (olmecas, asecas, maias e incas) ao longo de séculos, o cereal era referenciado na are e na religião. Na América do Sul, o cereal é culivado há pelo menos quaro mil anos, sendo que no Brasil o culivo vem anes da chegada dos europeus. Os índios, especialmene os guaranis, inham o milho como principal ingrediene de diea. Com a chegada dos porugueses, o consumo e o culivo aumenaram, e novos produos à base de milho foram incorporados aos hábios alimenares dos brasileiros. Com a chegada dos europeus ao coninene americano no século XVI, a qual marcou o início da colonização da América, houve a expansão da culura do milho para ouras regiões do mundo. Aualmene, o cereal é culivado em odos os coninenes, e sua produção só perde, em quanidade, para o rigo e arroz (EMBRAPA, 2009). O milho é o principal macroingrediene para a produção de rações. Dada a imporância na compeiividade do mercado brasileiro de carnes, a produção do grão em aumenado gradaivamene (especialmene na segunda safra). Segundo dados da CONAB (2009), de 989/90 a 2008/09, o volume de milho produzido no Brasil (primeira e segunda safras) expandiu-se em 30,02 milhões de oneladas.

59 em mil oneladas º safra º safra /77 978/79 980/8 982/83 984/85 986/87 988/89 990/9 992/93 994/95 996/97 998/ /0 2002/ / / /09 Figura 4 Produção de milho brasileira para º e 2º safra (em mil oneladas) de 976/77 a 2008/2009 Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009) A produção brasileira de milho em apresenado endência de elevação desde o fim da década de 80 (Figura 4). Faores microeconômicos, como a maior renabilidade expressa por um aumeno no preço recebido pelo produor, associados a faores macroeconômicos, como a desregulamenação da economia (menor inervenção esaal) e a eliminação de arifas sobre produos imporados (Traado de Assunção), conduziram a produção nacional de grãos a uma realidade mais compeiiva. Exposos à maior compeição com o milho imporado, produores brasileiros precisaram buscar aumenos conínuos de produividade, o que ocasionou crescimeno na produção nacional. O início da década de 90 foi um período caracerizado por imporação maior de milho, principalmene dos países do Mercosul (BRASIL, 2007a).

60 em oneladas/hecares 59 4,5 4 º safra 2º safra 3,5 3 2,5 2,5 0,5 989/90 990/9 99/92 992/93 993/94 994/95 995/96 996/97 997/98 998/99 999/ /0 200/ / / / / / / /09 Figura 5 Produividade do milho brasileiro para º e 2º safra (em oneladas por hecare) de 989/90 a 2008/09 Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009) Na Figura 5 apresena-se a evolução da produividade do milho brasileiro enre 989/90 e 2008/09, verificando-se aumeno ao longo do empo. Dois períodos devem ser desacados. Enre 990/9 e 994/95, quando a relação de produividade regisrou ganhos expressivos. Tal inervalo represena a fase de maior exposição do mercado brasileiro ao produo imporado, gerando necessidade de ganhos em compeiividade. De 2000/200 a 2008/09, ocorre uma aproximação enre as produividades da primeira e segunda safras e um ganho expressivo de compeiividade, advindos principalmene da exernalidade posiiva do mercado de soja. Enre ouros faores, os incenivos à oleaginosa, os efeios de escala decorrenes da maior produção e a disseminação da culura pelo Brasil são responsáveis pelo aumeno de produividade do milho de segunda safra. Segundo dados da CONAB (2009), a área planada com milho safrinha expandiu 4,6 milhões de hecares enre 989/90 e 2008/09.

61 em mil hecares Sul Sudese Cenr-Oese Nordese Nore /90 990/9 99/92 992/93 993/94 994/95 995/96 996/97 997/98 998/99 999/ /0 200/ / / / / / / /09 Figura 6 Área planada do milho 2º safra por região (em mil hecares) de 989/90 a 2008/09 Fone: Elaborado pelo auor com dados de CONAB (2009) As regiões Cenro-Oese e Sul foram as grandes responsáveis pelo expressivo aumeno na área planada com milho safrinha (Figura 6). Enre 989/90 e 2008/09, o incremeno foi de 2,8 milhões de hecares no Cenro-Oese e de,4 milhões de hecares no Sul. O fao de o milho safrinha suceder o planio de soja faz com que a froneira agrícola da oleaginosa no País seja ambém a froneira agrícola do milho. A expansão do grão (segunda safra) no Cenro-Oese esá relacionada em grande pare à expansão da soja naquela região roação de culura e necessidade de ocupação do solo. A Tabela 4, na sequência, apresena a disribuição espacial do milho no Brasil para a média das úlimas rês safras (2003/04 a 2007/08).

62 6 Tabela 4 Paricipação dos principais esados produores do Brasil na produção oal de milho média das safras de 2003/04 a 2007/2008 (em % do oal da safra) Esados Produores Porcenagem do oal da Safra Paraná 9,7 Mao Grosso 0,7 Rio Grande do Sul 0, Minas Gerais 9,80 São Paulo 7, Mao Grosso do Sul 5,9 Bahia 5,8 Goías 5,6 Ouros 25,2 Toal 00,00 Fone: Elaborado pelo auor com dados de IBGE (2009) A produção brasileira de milho esá concenrada nas regiões Sul, Cenro-Oese e Sudese. Os quaro maiores esados produores (Paraná, Mao Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais) são responsáveis por 5,04% da produção nacional (safra 2007/08). Segundo dados da CONAB (2009), na safra 2007/08, a produividade do milho no esado do Paraná, maior produor nacional, foi de 5,2 oneladas por hecare, enquano a média brasileira foi de 3,97 oneladas por hecare. O esado de Goiás, séimo produor nacional, apresenou a segunda maior produividade nacional, de 5,56 oneladas por hecare, ficando arás somene do Disrio Federal, com uma produividade de 6,7 oneladas por hecare. Esse fao esá relacionado à ecnificação na produção goiana e à grande vericalização da indúsria de carnes, além da ampliação do parque indusrial na região. Apesar dos aumenos conínuos na produividade do grão, a cadeia brasileira de milho ainda em baixa expressão no mercado exerno; o Brasil não é um exporador radicional do grão. Assim, a produção brasileira segue a endência deerminada pelas condições do mercado domésico, apresenando pouca ineração com o mercado inernacional. Da mesma forma, a formação dos preços do milho no Brasil é grandemene influenciada por faores do próprio mercado, sendo pouco afeada por movimenos no mercado mundial do grão (CHIODI, 2006). A formação dos preços inernos do milho é dependene de condicionanes regionais de ofera e demanda, que vêm regisrando alerações nos úlimos anos com o crescimeno significaivo da produção de milho safrinha. Enquano em 989/90 a paricipação da segunda safra no oal produzido foi de apenas 2%, em 2008/09, salou para 33,32%.

63 62 Essa mudança significaiva na produção e na ofera nacional do grão, que foi aumenando gradaivamene no segundo semesre, provocou uma aleração inclusive no comporameno dos preços, que passaram a regisrar médias no segundo semesre inferiores às do primeiro semesre (BRASIL, 2007a). Como a comercialização consiui o processo de ligação enre produção e o consumo, a análise do iner-relacionameno dos segmenos inermediários a ese processo se orna fundamenal para o enendimeno do mercado. A Figura 7 apresena a delimiação do sisema agroindusrial do milho no Brasil.

64 63 63 Figura 7 Diagrama do sisema agroindusrial do milho no Brasil Fone: Souza, Azevedo e Saes (998)

65 64 Os segmenos que compõem o sisema agroindusrial do milho no Brasil (Figura 7) são basicamene: i) insumos; ii) produção agrícola; iii) comercialização e armazenagem; iv) indúsria de primeiro processameno, que engloba a indúsria de rações para a alimenação animal e a moagem (úmida e seca); v) indúsria de segundo processameno, que pode ser ou não-inegrada à de primeiro processameno, salienado os mercados de boi, aves e suínos, e a indúsria de produos finais derivados de milho; e vi) disribuição para o consumidor final, aacado e varejo, nacional e inernacional. Enre as caracerísicas desse sisema a serem desacadas esão sua abrangência no que diz respeio a produos finais e sua ineração com demais sisemas agroindúsrias como insumo. Se por um lado o milho é empregado como maéria-prima em diversos produos finais, em mercados disinos, por ouro, a maior pare do milho oma a forma de insumo em diversos ouros sisemas agroindusriais, principalmene volados à produção animal (SOUZA; AZEVEDO; SAES, 998). A imporância da cadeia do milho para ouras aividades fica evidenciada quando se analisa o consumo por segmeno. Os seores de aves e suínos foram responsáveis por 8,59% do consumo oal do grão no Brasil em 2007 (Tabela 5). O aumeno do pore e da compeiividade dessas aividades nos úlimos anos em feio com que o consumo de milho, principal insumo, apresene axas elevadas de crescimeno. Enre 200 e 2007, a aviculura apresenou incremeno de 89,29% no consumo de milho e a suinoculura, de 40,3% (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DO MILHO ABIMILHO, 2009). Tabela 5 Consumo de milho no Brasil por segmeno (em onelada) de 200 a 2007 Segmeno Aviculura Suinoculura Pecuária Ouros Animais Consumo indusrial Consumo humano Perdas/semenes Exporação Ouros Toal Fone: ABIMILHO (2009) Segundo apona a ABIMILHO, a endência de aumeno no consumo de milho por pare da indúsria de carnes deve ser manida nos próximos anos. Tal fao se deve ao baixo uso de

66 65 subsiuos ao milho na alimenação animal (aves e suínos, principalmene) e às projeções de expansão dessas aividades. Com o milho sendo o principal insumo para a cadeia de carnes no Brasil, a posição compeiiva das aividades ligadas a essa cadeia depende da compeiividade na produção de rações. O segmeno de rações no Brasil é caracerizado por ala axa de invesimeno e pela vericalização com os seores de aves e suínos, que operam no sisema inegrado. Na indúsria de rações, invesimenos em Pesquisa & Desenvolvimeno P&D são inensos, e o processo de inovação é dinâmico. Esse ramo de aividade ambém em adoado esraégias compeiivas baseadas na diferenciação de produos. Dada a inserção do segmeno de rações em um conexo inernacional, como insumo, essa indúsria adquire vanagens comparaivas explorando economias de escala, diferenciação de produos, invesimenos em P&D (esraégias de diferenciação de produos) e inovação de processos e produos. Já no caso da commodiy (milho), a liderança em cuso é basicamene a única esraégia adoada para o produo brasileiro. As vanagens comparaivas do País no segmeno, porém, são frágeis, principalmene pelos elevados cusos de produção e pela baixa produividade média, apesar da ala ecnologia e das exensas áreas culiváveis. O culivo de milho, assim como a agropecuária brasileira, apresena deficiências que compromeem a poencialidade do seor. Enre elas esão a baixa produividade média, a ecnologia não difundida enre os produores, a infraesruura precária e problemas logísicos (BRASIL, 2007a). 4.2 O mercado mundial de milho: produção, consumo e projeções O milho é uma das culuras mais imporanes em ermos de ofera e para a alimenação humana e animal. Consiui-se um dos principais grãos brasileiros, depois da soja, em volume produzido. Sua paricipação no mercado exerno, conudo, é pouco expressiva, ainda que o Brasil seja o quaro maior produor mundial (em 2007), arás dos Esados Unidos, China e União Europeia (FAO, 2009). Apesar da sua imporância para o agronegócio brasileiro e para a compeiividade de seores como o de carnes, alamene inserido no mercado inernacional, a cadeia do milho ainda é desorganizada no País. A formação de preços não é clara, os cusos de produção são elevados, os

67 66 produores não apresenam as mesmas ecnologias, a difusão de ecnologias enre produores e regiões é basane heerogênea e a inserção no mercado exerno é pequena. Os resulados são baixa produividade do milho brasileiro e redução no planio de primeira safra (subsiuída pela soja), faos que configuram a pouca araividade do seor (SOUSA; AZEVEDO; SAES, 998). Ao mesmo empo, a culura, ano no Brasil quano no âmbio mundial, apresena poencialidade de desenvolvimeno. Para o consumo, projeções aponam crescimenos subsanciais nos próximos anos. A endência é que a demanda inerna dos grandes produores mundiais aumene, reduzindo a ofera domésica e moivando ouros países a inensificarem a produção. Segundo Brasil (2007a), nos úlimos anos o consumo mundial de milho cresceu a axa média de 2,4% ao ano. Além do uso na alimenação humana e animal, regisra-se ambém um elevado consumo do cereal na produção de eanol, principalmene nos Esados Unidos. Nesse conexo, surge a necessidade de um grande produor/exporador do grão. Para o Brasil, a inserção no mercado inernacional pode represenar um caminho para o aumeno da produção e da produividade a cusos menores. O incremeno nas exporações brasileiras pode levar a uma maior coordenação na cadeia produiva (USDA, 2009a). A produção do milho em escala global é alamene concenrada; em 2007, os cinco maiores produores mundiais responderam por 77,47% da produção oal. Nas úlimas décadas a produção de milho em crescido principalmene nos Esados Unidos, China e Brasil (efeios do aumeno na produividade e na segunda safra). Enre 990 e 2007 houve uma elevação de 30,44 milhões de oneladas na ofera global (Figura 8). Nesse período, os Esados Unidos, maior produor mundial, aumenaram sua produção em 30,56 milhões de oneladas e o Brasil em 30,24 milhões de oneladas. Tais incremenos se devem a aumenos na área planada e a ganhos de produividade..

68 EUA China União européia Brasil Argenina Ouros Figura 8 Produção mundial de milho (em milhões de oneladas) de 990 a 2007 Fone: USDA (2009b) Apesar de crescene, a produividade brasileira do milho ainda é um grande obsáculo à expansão da culura e inserção no mercado exerno. No cerne da quesão da deficiência do rendimeno esão correlacionados à ferilidade do solo, significaivamene inferior à das regiões produoras dos EUA (corn bel) e dos pampas argeninos, a própria origem hisórica da produção de milho no Brasil que dificula a difusão de ecnologia moderna, impedindo que as deficiências naurais sejam superadas, e os faores insiucionais, que além de encarecer a produção, resulam em ineficienes mecanismos de coordenação enre os demais segmenos do Sisema Agroindusrial (SOUZA; AZEVEDO; SAES, 998, p. 285). Os aumenos na produção e no consumo mundial são refleidos em um maior fluxo de comércio. As exporações cresceram nos úlimos anos (Figura 9) e, assim como a produção, são concenradas. O que se observa é que esse quadro vem se inensificando (Figura 9). Dados de FAO (2009) aponam que em 990 os quaro maiores exporadores mundiais eram responsáveis por 92,73% do oal embarcado; em 2006, essa paricipação subiu para 95,48%.

69 em milhões de oneladas E.U.A União européia China Argenina Brazil Ouros Figura 9 Maiores exporadores mundiais de milho (em milhões de oneladas) de 990 Fone: FAO (2009) a 2006 A parir de 200, o Brasil passa a figurar no conexo de exporador mundial, mesmo que de maneira pouco expressiva naquele ano foram embarcadas 5,62 milhões de oneladas (Figura 8). Cooperaivas paranaenses viram no mercado exerno a oporunidade de melhores reornos financeiros, endo em visa que a ofera nacional da safra 2000/0 era elevada, o que pressionava as coações domésicas. As exporações, inicialmene visas como alernaiva ao momeno desfavorável do mercado brasileiro, passaram a desperar o ineresse de produores. No enano, a ausência de uma base exporadora do grão e a fala de compeiividade do produo, beneficiado em 200 pela desvalorização cambial, ornam o mercado exerno uma realidade disane. A parir de 2004, os embarques brasileiros de milho volam a se recuperar. No que concerne à formação de preços exernos do milho, os Esados Unidos, enquano maior produor mundial, êm grande relevância. Assim como as exporações, as imporações mundiais de milho ambém são concenradas. Em 2006 os quaro maiores imporadores do grão represenavam 53,8% do oal (Tabela 6) (FAO, 2009).

70 69 Tabela 6 Imporação mundial de milho (em milhões de oneladas) de 2000 a Japão 6, 6,22 6,420 7,064 6,479 6,655 6,883 União européia,293,583 2,782 3,658 3,390 4,355 4,999 Coréia do Sul 8,74 8,48 9,2 8,782 8,37 8,533 8,669 México 5,347 6,74 5,52 5,764 5,58 5,743 7,609 Ouros 34,60 34,090 38,732 39,538 36,372 37,073 42,399 Toal 75,626 76,555 82,56 84,806 80,36 82,362 90,56 Fone: FAO (2009) O maior consumo de milho, na alimenação humana e animal e na produção de combusível, impulsionou as imporações mundiais (Tabela 6). Segundo dados de FAO (2009), as imporações globais cresceram 4,6 milhões de oneladas enre 990 e 2000; de 2000 a 2006, o aumeno foi de 4,9 milhões de oneladas. Vale ressalar, porém, que, diferene do mercado de soja, a parcela da produção de milho ransacionada é pequena, uma vez que os maiores produores são ambém os maiores consumidores. Enre os principais imporadores mundiais de milho esão Japão e União Europeia (Tabela 6). Em 2006, o Japão liderou com 8,64% das aquisições, seguido da União Europeia, com 6,56%. O Brasil foi um imporador de milho da Argenina (maior fornecedor) aé meade da década de 90, por cona de problemas logísicos inernos, ribuação elevada bem como desequilíbrios regionais na produção. As imporações brasileiras coninuaram aquecidas aé meados de 200, quando a moeda nacional desvalorizada ornou os preços do milho argenino proibiivos. Paralelo a esse fao, foi aprovada a Lei de Biossegurança brasileira, que deliberava acerca dos Organismos Geneicamene Modificados. Como culivares ransgênicos são largamene exploradas na Argenina, a imporação de milho daquele país foi proibida (BRASIL, 2007a).

71 milhões de oneladas Figura 20 Consumo de milho para a produção de eanol nos Esados Unidos (em milhões Fone: USDA (2009c) de oneladas) de 990 a 2008 Os maiores incenivos à culura do milho (Farm Bill 2000/0), frene aos expressivos aumenos no consumo do grão para a produção de eanol a parir de 200/2002 (Figura 20), influenciaram direamene a roação da culura com a soja. Tais faores, associados às projeções de demanda crescene de milho para eanol, comprimem a produção de soja nos Esados Unidos (BAKER; ZAHNISER, 2007). A produção de eanol em por base a biomassa, que pode ser da cana, sorgo, celulose (madeira) ou milho. Os Esados Unidos vêem na produção de eanol de milho a saída para a dependência do peróleo. A coação do peróleo apresena, desde 2003, endência de aumenos conínuos, levando os principais países consumidores, enre eles os EUA e o Brasil, a adoarem fones alernaivas de energia. A produção nore-americana do eanol de milho apresena vanagens sobre as demais formas de combusíveis renováveis. No processo de desilação ocorre uma separação enre o álcool produzido e os resíduos do processo. Esses resíduos, após serem cenrifugados e secos, se ransformam nos chamados co-produos da produção de eanol, um farelo rico em proeínas que pode ser usado na composição de rações.

72 7 Os Dried Disillers Grains DDG é o principal co-produo nesse processo, ano na moagem via úmida quano na seca. Traa-se de um farelo rico em nurienes e que pode compor a alimenação animal (de boi, aves e suínos), ou seja, ser uilizado pela indúsria de rações. A produção desses sólidos aribui maior lucraividade à produção de eanol à base de milho, e o mercado que pode se desenvolver em orno desse processo sinaliza para a poencialidade da aividade (USDA, 2009a). As projeções quano ao uso de fones renováveis de energia nos diversos países são favoráveis para os próximos anos. A mea do governo nore-americano é reduzir em 20% o consumo de gasolina em um período de dez anos. Para aingi-la, a produção de combusíveis renováveis é esimada em 32,24 bilhões de liros para 207. Desde 2006, o Energy Policy Ac define aumenos gradaivos no percenual mínimo de combusíveis renováveis na composição da gasolina. Nesse conexo, faz-se necessário um aumeno na produção de milho, sendo a origem de al produo o grande desafio. Para a produção de cada liro de eanol são necessários 2,485 quilogramas de milho (BAKER; ZAHNISER, 2007). Segundo esimaivas do USDA (2009a), em 20 serão necessárias 0,604 milhões de oneladas de milho para aender a produção projeada para o eanol. Argenina, China e Brasil são aponados pelo órgão como poenciais fornecedores do grão. Em esudo realizado por Baker, Allen e Bradley (2007) sobre o mercado mundial de grãos, o Brasil é considerado exporador poencial de milho. Os auores salienam que, além das crescenes exporações para o Irã e União Europeia, o Brasil vem inensificando os embarques para o Paraguai. O esudo avalia ainda que, considerando um cenário cambial favorável, Brasil e Argenina ganharão parcelas significaivas do mercado inernacional. Na Argenina, aumenos de compeiividade já podem ser observados. A disponibilidade de erra e recursos hídricos conribuem para a compeiividade brasileira, enreano, ganhos ecnológicos se fazem necessários.

73 em milhões de oneladas Exporação brasileira Imporação Mundial / /0 200/ 20/2 202/3 203/4 204/5 Figura 2 Projeções de imporação mundial e exporação brasileira de milho (em milhões de oneladas) de 2008/09 a 204/5 Fone: USDA (2009e) Nos próximos anos as imporações mundiais de milho deverão crescer a uma axa média de,02% ao ano (Figura 2). Esse rimo, segundo o USDA (2009e), deverá impulsionar a produção do grão. Esima-se que em 208/9 a produção mundial de milho chegue a 908,8 milhões de oneladas, com as aquisições oalizando,98 milhões oneladas. No Brasil, a ofera deve seguir a endência de aumeno da demanda mundial. Para 204/5 as exporações brasileiras de milho são projeadas em 8,483 milhões de oneladas. Segundo Brasil (2007a), a elevação das vendas exernas só não será maior, porque a demanda domésica do produo deverá crescer significaivamene. O segmeno de rações é o maior consumidor do milho brasileiro, e projeções de Brasil (2007b) aponam para um crescimeno ainda maior, principalmene devido à expansão dos seores de aves e suínos. De 2000 a 2008, o abae de suínos no Brasil aumenou em 34,38 mil oneladas (237%) e o de aves, em 42,05 mil oneladas (205%). O conrole inflacionário, o aumeno na renda dos brasileiros bem como a maior inserção da indúsria de carnes no mercado mundial impulsionaram o consumo de carnes no País. Projeções mosram que há oporunidades de o Brasil aumenar sua inserção no mercado inernacional de milho, uma vez que o crescimeno na demanda mundial é laene.

74 73 Para isso, é necessário adoar rês grupos de mudanças. Inicialmene, melhorias no processo logísico do País, levando em cona as grandes possibilidades de perdas e as barreiras que um produo em que vencer para alcançar o mercado exerno. Em segundo lugar, em-se a necessidade de capial. A culura do milho no País apresena uma grande heerogeneidade de produividade, sendo que a difusão de ecnologia vem se dando de maneira desuniforme, em decorrência da dificuldade de crédio aos produores. Por fim, são necessárias melhorias na coordenação das aividades da cadeia, organização do segmeno, esruuras de governança além da necessidade de uma ineração mais fore enre os elos desa cadeia. Tais mudanças dependem, conudo, de uma série de políicas de infraesruura e apoio à aividade, ao crédio e à pesquisa. A inserção do Brasil no mercado exerno de milho demanda uma base exporadora, ou seja, uma esruura para auar em uma realidade de compeiividade ão acirrada (BAKER; ZAHNISER, 2007).

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76 75 5 REFERENCIAL TEÓRICO E ECONOMÉTRICO Nese capíulo, apresena-se a base meodológica e o raameno dos dados uilizados no presene esudo. No iem 5. explora-se o referencial economérico. No sub-iem 5.. são descrios, inicialmene, os eses de Raiz Uniária de Dickey-Fuller, de Phillips-Perron e de Dickey-Fuller General Leas Square DF-GLS. Em seguida (5..2), descreve-se a meodologia de Auorregressão Veorial VAR e o processo uilizado na idenificação do modelo. No subiem 5..3, é descrio o princípio da coinegração e o modelo de Auorregressão Veorial com Correção de Erros VEC. No iem 5.2, explora-se o referencial analíico, desenvolvendo o modelo eórico que respalda as análises do esudo e no iem 5.3, descrevem-se as fones e o raameno dos dados do rabalho. 5. Referencial economérico Uma série emporal compreende uma seqüência de dados numéricos, na qual cada valor é associado a um insane paricular no espaço ou no empo. Uma única seqüência de dados é chamada de série emporal univariada. Por ouro lado, o esudo de várias sequências de mesmo amanho (observações) é chamada análise mulivariada. Em geral, dois ipos de méodos são uilizados na análise de séries emporais: méodos de domínio de freqüência e méodo de domínio de empo. Nos modelos que enfaizam a análise de domínio de freqüência, ambém chamada análise especral, analisa-se a série emporal soma de curvas senóides e cossenóides. X como a Méodos de domínio de empo baseiam-se em relações defasadas enre uma série e seu passado (MADDALA, 2003). No presene rabalho serão usados méodos de domínio de empo aplicado num conexo mulivariado. Dados em séries emporais ornam-se ão freqüenes e inensivamene uilizados em diversas áreas da Economia, que a Economeria passou a dar grande aenção para eles (GUJARATI, 200). Por muio empo, houve pouca comunicação enre economerisas e os analisas de séries emporais. Enquano os economerisas enfaizavam a imporância da eoria econômica e o esudo das relações conemporâneas enre as variáveis, os analisas de séries emporais consideravam

77 76 que seria preferível que os próprios dados deerminassem os modelos, inroduzindo gradaivamene as variáveis defasadas no esudo. Desde meados da década de 70, essas duas abordagens em convergido. Elemenos da análise de séries emporais vem sendo incorporados na especificação dos modelos economéricos e alguns fundamenos da eoria econômica em influenciado rabalhos de séries emporais. A complexidade das relações esudadas em conribuído para o desenvolvimeno de novas écnicas no esudo de séries emporais, permiindo uma aproximação enre os modelos esaísicos e os fundamenos eóricos da economia (MADDALA, 2003). 5.. Teses de Raiz Uniária Para dados de séries de empo, um pono relevane na análise é a esacionariedade. Séries esacionárias caracerizam-se por apresenarem médias e variâncias consanes no empo e a covariância dependene apenas das defasagens enre períodos. Algebricamene, a esacionariedade esria é observada se e somene se: () para odo ; 2 VAR () para odo o ; COV [ Y( ), Y( k)] para odo o e qualquer k 0. k A deerminação da esacionariedade ou não de uma série emporal é de grande imporância, principalmene pela análise da duração dos efeios de choques aleaórios. Em uma série não esacionária em relação à média, o efeio dos choques aleaórios é permanene, enquano que em uma série esacionária, o efeio dos choques é apenas ransiório, ou seja, eles se dissipam ao longo do empo (BACCHI, 2007). De acordo com Fuller (976), as séries podem ser esacionárias em orno de uma endência deerminisa ou possuir endência esocásica (raiz uniária). Por essa razão, séries não esacionárias não devem ser uilizadas em nível, pois pode gerar relacionameno espúrio enre as variáveis. Assim, para qualquer série emporal que se queira esudar, a análise inicial consise na deerminação da ordem de inegração da mesma (número de raízes uniárias), ou seja, a análise de sua esacionariedade ou não.

78 77 Denre os diversos procedimenos uilizados para esar a presença de Raiz Uniária em uma série enconra-se o ese de Dickey-Fuller, que em sido basane uilizado na lieraura. Tal procedimeno foi proposo por Fuller (976) e complemenado por Dickey e Fuller (979, 98). Considerando um processo auorregressivo de ordem AR (), em-se: Y Y e (),2,..., A série Y converge (se ) para uma série esacionária se. Se, a série é não esacionária e raa-se de um processo auorregressivo com presença de Raiz Uniária, ou seja, um passeio aleaório. Nese caso, a variância de Y é 2. No caso em que, a série é não esacionária e a variância da mesma cresce exponencialmene com (DICKEY; FULLER, 979). Em (2) descreve-se o procedimeno genérico do ese de hipóese sobre o coeficiene da variável defasada nas das equações, quais sucessivamene são incluídos ermos deerminisas (inercepo, inercepo e endência). Tesar raiz uniária consise em verificar a hipóese de. Y Y e caso Y Y e caso 2 (2) Y Y e caso 3 Ou, ainda, considerando um modelo reparamerizado: Y ) Y ( e (3) Tesa-se 0, sendo a hipóese alernaiva 0. Os eses de Dickey-Fuller são baseados na hipóese na equação (), sob a pressuposição de que e é ruído branco. O ese é realizado parindo-se do caso mais geral (caso

79 78 3 da equação (2) aé o mais resrio (caso da equação 2), esando-se os coeficienes da variável defasada e o(s) ermo(s) deerminisa(s) usando esaísicas adequadas. As esaísicas, e de Fuller (976) e Dickey e Fuller (98) correspondem ao ese para a esimaiva do coeficiene da variável Y das equações (2), respecivamene para os casos: (i) sem endência e sem consane, (ii) apenas com consane e (iii) com consane e com endência. Dickey e Fuller (979 e 98) obiveram ambém as disribuições para as esaísicas (H 0 : 0 no modelo que corresponde à esaísica u na equação no caso da equação 2), (H 0 : 0 no caso 3 na equação 2) e (H 0: 0 no caso 3 na equação 2). Todavia, o procedimeno de Dickey-Fuller não leva em consideração a exisência de correlação serial nem heerocedasicia. Said e Dickey (984), Phillips (987), Phillips e Perron (988), enre ouros, desenvolveram eses de Dickey-Fuller modificados. Considerando aspecos como de alernaivo. e não ser um ruído branco em (), Phillips e Perron (988) propõem um ese An alernaive procedure for esing he presence of a uni roo in a general ime series seing has recenly been proposed by Phillips (987). This approach is a nonparameric wih respec o nuisance parameers and hereby allows for a very wide class of ime series models wich here is a uni roo. This includes ARIMA models wih heerogeneously as well idenically disribued innovaions. The mehod seems o have significan advanages when here are moving average componens in he ime series and, a leas in his respec, offers a promising alernaive o he Dickey-Fuller and Said- Dickey procedures (PHILLIPS; PERRON, 988, p. 336). O ese de Phillips-Perron pare das mesmas equações dos eses de Dickey-Fuller. Porém, o ese de Phillips-Perron complemena al procedimeno uilizando uma correção na esaísica do ese baseada num ajuse não paramérico, levando em consideração a presença de auocorrelação nos resíduos (PHILLIPS, 987). Considera-se um modelo auorregressivo do ipo Y Y e (4)

80 79 O ese proposo por Phillips (987) endo por base (4), levando em consideração a possibilidade de e não ser um ruído branco, é dado por: pp / 2 b 2 ( ) 0 T. Sb 2 (5) em que: q j ( j ) q j (6) onde: j T ee (7) T j q = número de defasagens; b = esaísica do parâmero (dada pelas esimaivas de Fuller (976)); Sb= desvio padrão do parâmero ; = desvio padrão da regressão. Tal procedimeno foi poseriormene esendido para os casos de regressões com inercepo e endência em Phillips e Perron (988). Uma alernaiva aos eses de Dickey-Fuller aumenado e Phillips-Perron é o ese desenvolvido por Ellio, Rohenberg e Sock (996) conhecido com Dickey-Fuller Generalized Leas Square DF-GLS. Tal ese apresena modificações em relação aos resulados de Fuller (976) e Dickey e Fuller (979), melhorando subsancialmene o seu poder quando há, na série, uma média ou endência não idenificada ou desconhecida. Além disso, experimenos de Mone Carlo mosram que o ese DF-GLS desenvolve-se saisfaoriamene em pequenas amosras. As modificações proposas por Ellio, Rohenberg e Sock (996) para o ese padrão de Dickey e Fuller (979, 98) fundamenam-se em dois aspecos: ) de que o uso de Mínimos

81 80 Quadrados MQO na exração de endência de uma série é ineficiene; e 2) a imporância de uma melhor aproximação ao verdadeiro processo de geração de dados aravés de uma seleção apropriada para a ordem de defasagem do modelo. Para a exração da endência, Ellio, Rohenberg e Sock (996) propõem usar Mínimos Quadrados Generalizados MQG, empregando o procedimeno padrão ADF de ese de hipóese apresenado em Dickey e Fuller (979), onde a esaísica é usada para esar a hipóese nula H 0, sinalizando a presença de raiz uniária, conra a hipóese alernaiva H 0, de 0 : 0 que a série é esacionária. Tem-se a seguine equação: 0 : 0 y 0 y p j j y j (8) A equação (8) é esimada por Mínimos Quadrados MQO, onde y é uma série com endência removida por Mínimos Quadrados Generalizados MQG. No que diz respeio à seleção do número de defasagens, um Criério Modificado de Akaike MAIC é uilizado, uma vez que Ng e Perron (200) demonsram que os radicionais Criérios de Akaike AIC e Schwarz BIC endem a selecionar baixos valores para as defasagens quando se em grandes raízes uniárias negaivas (próximas a -), levando a conclusões disorcidas. Assim, Ng e Perron (200) aponam que o uso de eses com exração de endência por Mínimos Quadrados Generalizados MQG, associados ao Criério de Informação Modificado de Akaike MAIC, produzem eses com maior poder A Análise de Auoregressão Veorial VAR Segundo Maddala (2003), em uma análise de regressão múlipla as inerrelações que podem exisir enre as variáveis exigem que as mesmas sejam modeladas pela écnica de equações simulâneas. Nesses modelos, as variáveis são omadas como endógenas (deerminadas pelo modelo), exógenas (deerminadas fora do modelo) ou predeerminadas (variáveis exógenas e endógenas defasadas) e sua esimação exige resrições que devem ser imposas para que ais modelos possam ser idenificados na forma esruural.

82 8 A forma usual para raar o problema de idenificação em uma abordagem de equações simulâneas é incorporar variáveis exógenas em algumas equações, ou seja, impor resrições a priori para a esimação. Sims (980) discuiu amplamene quesões acerca de idenificação, criicando a forma como era feia. I will argue ha he syle in which heir builders consruc claims for a connecion beween hese models and he realiy he syle in which idenificaion is achieved for hese models is inappropriae, o he poin a which claims for idenificaion is hese models canno be aken seriously (SIMS, 980, p. ). Por essa razão, Sims (980) considerou a quesão da idenificação no conexo de equações simulâneas como subjeiva, defendendo a premissa de que odas as variáveis devem ser raadas simulaneamene e simericamene, não concordando com a dependência deerminada de forma ad hoc. I should be feasible o esimae large-scale macromodels as unresriced reduced forms, reaing all variables as endogenous. Of course, some resricions, if only on lag lengh, are essenial, so by unresriced here I mean, wihou resricions based on supposed a priori knowledge (SIMS, 980, p. 5). Essa discussão levou à inrodução de um novo méodo de abordagem de modelos mulivariados, o Méodo de Auorregressão Veorial VAR. A análise VAR não faz, a priori, a diferença enre variáveis endógenas e exógenas, pois odas as variáveis podem ser consideradas endógenas nese modelo (ENDERS, 2004). O objeivo da análise VAR é deerminar as inerrelações enre as variáveis do modelo e não as esimaivas dos parâmeros em si (por consrução é um modelo superparamerizado). Desa forma, essa abordagem foi proposa por ser capaz de analisar a imporância relaiva de cada choque não-anecipado sobre as variáveis do sisema. Assim, pode-se fazer uma análise dinâmica do impaco de um choque aleaório sobre as variáveis do modelo (SIMS, 980). Um modelo VAR em sua forma esruural, com uma defasagem e n variáveis, pode ser represenado maricialmene por:

83 82 b b 2. n b. b 2 n2 b b b n b b n 2n. x x x 2... n b b b n0 2. n n2 3. n n 2n. nn x, x 2, x... n, 2... n (9) Em um formao compaco em-se: BX 0 X (0) Pré-muliplicando (9) por B - resula em: X B B X B () 0 Na forma reduzida o modelo VAR pode ser expresso por: X A A X e (2) 0 O sisema é ransformado, da forma esruural (0) para a forma reduzida (2), para que o mesmo possa ser esimado pelo Méodo dos Mínimos Quadrados MQO. A idenificação no modelo VAR é, porano, relacionada à maneira com que se recupera o modelo na forma esruural a parir da forma reduzida (usada na esimação). Tal como descrio por Sims (986), em um modelo VAR é preciso impor resrições sobre os parâmeros para ornar o modelo primiivo idenificado. Idenifying a model is hen assering a connecion beween he reduced form and he srucure, so ha esimaes of he reduced form parameers (A) can be used o deermined he srucural parameers ( ). Reduced o simples erms, idenificaion is he inerpreaion of hisorically observed variaion in daa in a way ha allows he variaion o be used o predic he consequences of an acion no ye underaken (SIMS, 986, p. 2).

84 83 A quesão da idenificação foi amplamene discuida por Sargen (979, 984), Sargen e Hansen (984), Blanchard e Wason (984), Bernanke (986), Sims (986) e Blanchard e Quah (989). A versão inicial do VAR, proposa por Sims (980), inroduzida como alernaiva ao uso da abordagem de equações simulâneas, permiia idenificação e análises dinâmicas sem a especificação de modelos eóricos. Enreano, diversos rabalhos aponaram à necessidade de uma orienação eórica para al. O próprio Sims (986) reconheceu como verdadeiras as críicas à abordagem VAR padrão, e reformulou seu modelo levando em consideração a eoria econômica na idenificação do sisema, chamando-o agora de VAR esruural. Enre os vários procedimenos de idenificação de um modelo VAR, em-se o proposo por Bernanke (986). A idenificação por esse méodo é orienada pela eoria econômica e o processo deve ser feio sobre a mariz de inerações conemporâneas. Dado que os elemenos da diagonal principal de B, na equação (), são odos, B coném n 2 n parâmeros não conhecidos, além dos n parâmeros da variância dos choques. Assim, em-se que idenificar 2 n parâmeros nese sisema. ( n 2 n) Enão, como são conhecidos elemenos da mariz de variâncias e covariâncias da n forma reduzida, e o sisema possui resrições (ENDERS, 2004). 2 n parâmeros a serem idenificados, são necessárias ( n 2 n) Dessa forma, é necessário desenvolver um modelo eórico que conduza às hipóeses que fundamenem as resrições a serem imposas nas relações conemporâneas enre as variáveis, a fim de se ober a idenificação no modelo empírico. O modelo recursivo apresenado por Sims (980) é simplesmene um caso especial desa forma de idenificação, em que B, na equação (), é um modelo exaamene idenificado, sendo que B é diagonal e riangular inferior (ambém chamada decomposição de Choleski). Todavia, al como proposo por Sims (986) e Bernanke (986) as resrições podem resular em um modelo sobre-idenificado (ou superidenificado), ou seja, apresena mais resrições que as necessárias. Pelo méodo de Bernanke é possível esimar modelos sobreidenificados. Nese caso, obem-se a mariz de variâncias e covariâncias do modelo na forma n

85 84 reduzida ( ), sendo sua esimaiva obida com T observações. A esimaiva nese caso pode ser descria como: Considerando a seguine função de verossimilhança: ( T )ln 2 ( ) 2 T ( e e ) (3) Tendo por base a relação: B B (4) A função de verossimilhança pode ser escria como: ( T )ln 2 B ( B ) ( ) 2 T (ˆ e B Bˆ ) e (5) Selecionam-se as resrições sobre B e, maximiza-se a função de verossimilhança com a relação aos elemenos livres das duas marizes, obem-se a esimaiva dos parâmeros em B e uma mariz: r (6) A mariz (6) corresponde a (mariz de variâncias e covariâncias), sendo r o número de resrições adicionais às necessárias 3 (ENDERS, 2004). O uso da meodologia VAR permie ainda a obenção de elasicidades de impulso para k períodos à frene. Essas elasicidades de impulso possibiliam a avaliação do comporameno das variáveis em resposa a choques individuais não-anecipados em quaisquer dos componenes do sisema, podendo-se analisar, aravés de simulação, efeios de evenos que enham alguma probabilidade de ocorrer. 3 Usa-se o procedimeno de Bernanke (986) incorporado no Sofware RATS 6.0: Regression Analysis of Time Series, que inicia em (4), assumindo que B é composo somene por uns () na diagonal principal.

86 85 A meodologia VAR permie ambém a decomposição da variância dos erros de previsão, k períodos à frene, em percenagens a serem aribuídas a cada componene do sisema, podendose assim analisar o poder explanaório de cada variável sobre as demais. Aravés dessa análise, obém-se o percenual da variância do erro de previsão de uma variável (nos diversos períodos) que pode ser explicado por cada choque não-anecipado nas variáveis do modelo (BACCHI, 2007). Ainda em relação à meodologia VAR, em-se a decomposição hisórica da variância dos erros de previsão k períodos à frene. Traa-se da análise da imporância de cada choque (em cada variável do modelo) na explicação dos desvios dos valores observados das variáveis em relação à sua previsão realizada denro da amosra (ENDERS, 2004) Análise de Auorregressão Veorial com correção de erros VEC No conexo de relações enre as variáveis, uma quesão imporane é a necessidade de conciliar movimenos de curo prazo com equilíbrios de longo prazo. Na abordagem radicional aplicada à modelagem de desequilíbrio de curo prazo, considera-se um modelo no qual incorpora-se defasagens ajusadas, os chamados modelos de ajusameno parcial. Oura forma são os modelos de correlação de erros, que ambém incorporam desequilíbrios passados na análise de séries emporais. As análises dinâmicas de curo prazo são geralmene realizadas por meio da eliminação de endências das variáveis aravés de diferenciação. Tais procedimenos, apesar de basane usados, descaram informações poencialmene valiosas acerca das relações de longo prazo (MADDALA, 2003). Nese senido, a eoria de coinegração, desenvolvida inicialmene por Granger (98) e poseriormene por Engle e Granger (987), dedica-se à análise de relações de longo prazo enre variáveis com dinâmicas diferenes no curo prazo. Assim, como definido por Engle e Granger (987), considerando um grupo de variáveis, em-se coinegração se: x y... z 0 (7) 2 n

87 86 onde: ( 2,,..., n ) (8) e x y, x,..., z ) (9) ( O equilíbrio de longo prazo pode ser represenado por: x 0 (20) Mesmo que isso não se verifique, mas se os desvios do equilíbrio de longo prazo,, forem esacionários, as séries são consideradas coinegradas. Conforme definem Engle e Granger (987), componenes de um veor x são coinegrados de ordem (d, b), denoado por x ~ CI (d,b), se: () odos os componenes são I(d); 2) e exise um veor bea,,..., ), al que a combinação linear 2 n ( 2 n x β y β x... β z é inegrada de ordem (d-b) com b>0, onde é chamado de veor de coinegração. Um procedimeno basane uilizado para esimar e analisar relações de longo prazo esacionárias enre variáveis é o ese de Johansen. Esse ese deve ser uilizado quando exise a possibilidade de se verificar mais de um veor de coinegração ou quando exise endogeneidade do regressor. Em um conexo mulivariado, o procedimeno de Johansen é o mais indicado (JOHANSEN, 988). Para um processo VAR(p), incluindo consane e um ermo represenando variáveis não esocásicas, em-se: x A 0 A x... A p x p ψd ε =,...,T (2)

88 87 na qual esocásicas. x é um veor (n x ) de variáveis esocásicas e D é um veor de variáveis não Assumindo-se que odas as variáveis em a mesma ordem de inegração, o ese de Johansen é feio ajusando-se o seguine modelo, fundamenado na equação anerior reparamerizada: Δx ΓΔx... Γ p Δx p Πx A0 ψd ε (22) com: Γ i I A... A i, i,...,p (23) I A... (24) A p O poso da mariz Π é igual ao número de raízes caracerísicas diferenes de zero. Se as variáveis não são coinegradas, o poso de Π é zero. O número de veores de coinegração é obido definindo quanas são as raízes caracerísicas de Π diferenes de zero. Assim, obida a mariz Π, ordenam-se as raízes de al forma que: 2... n (25) A verificação do número de raízes caracerísicas diferenes de zero pode ser conduzida uilizando a esaísica raço, a qual esa se o número de veores de coinegração é igual ou menor que r. O ese é seqüencial e a equação que o represena é: raço T i n r ln ˆ i (26) onde T é o número de observações usadas no ajusameno.

89 88 Após deerminar o poso de Π, que corresponde ao número de relações de coinegração, resringe-se essa mariz (de acordo com o número de relações de coinegração observadas) para consruir o modelo de correção de erro. O ermo de correção de erro é dado por: x (27) Se for observada apenas uma relação de coinegração, em dimensão ( x n) ou ( x n+) se ele incluir consane. Normalmene esse veor é normalizado para uma variável. 5.2 Referencial eórico A análise dos deerminanes dos preços e quanidades comercializadas de milho e das relações exisenes enre o mercado desse cereal e o da soja foram esimadas uilizando um modelo de Auo-Regressão Veorial com idenificação pelo procedimeno de Bernanke, sendo consideradas as propriedades de inegração e coinegração das séries emporais. Essa meodologia requer, conforme já mencionado aneriormene, o desenvolvimeno de um modelo eórico que conduza a hipóeses que auxiliem a definir as resrições a serem imposas na mariz de relações conemporâneas enre as variáveis do sisema, de forma a se ober idenificação do modelo esruural a parir do ajusameno do modelo na forma reduzida. Na seqüência serão apresenados modelos eóricos que permiem fundamenar a especificação do modelo usado para quanificar as relações no mercado de milho, objeivo principal desa ese Ofera e demanda de produos agrícolas A deerminação de preços e quanidades de equilíbrio em um mercado independene, dos efeios causados por ouros mercados, denomina-se análise de equilíbrio parcial. Tais modelos usualmene consideram a ofera e a demanda agregadas na deerminação das quanidades e preços de equilíbrio (PINDYCK; RUBINFELD, 2002). Embora didáico, a deerminação do equilíbrio

90 89 pelo confrono das curvas de ofera e demanda não corresponde às observações empíricas, em especial nos mercados agrícolas. As relações de subsiuibilidade, complemenaridade na demanda, e o fao dos produos apresenarem demanda derivada em diferenes níveis de mercado, influenciam o processo de formação de preços nos segmenos agrícolas, e ornam a consrução das relações de ofera e demanda complexas (BARROS, 987). As relações de complemenaridade e subsiuibilidade podem ambém ser analisadas em ermos de ofera, verificando-se escassez de esudos que raam do assuno, resringindo-se, a análise microeconômica, quase sempre às relações do lado da demanda (PINDYCK; RUBINFELD, 2002). Pressupõe-se que nos mercados de milho e soja haja uma relação de complemenaridade em ermos de demanda e subsiuibilidade em ermos de ofera. Todavia, apesar de exisir evidências de subsiuibilidade enre a soja e milho (por cona da primeira safra), acredia-se que devido ao crescimeno da 2º safra de milho, pela expansão da culura da soja, a relação de complemenaridade seja imporane em alguma medida (BRASIL, 2007a). Além dos aspecos já mencionados, a exisência de oferas e demandas derivadas influencia direamene a formação de preços em mercados agrícolas, uma vez que as condições em um segmeno de mercado inerferem nos preços e nos níveis de produção de ouros segmenos (VARIAN, 2006). No campo eórico, a consrução da função demanda fundamena-se na Teoria do Consumidor e caraceriza por ser um problema dual a relação pode ser deduzida a parir da maximização da uilidade, obendo-se as chamadas demandas marshallianas, ou pela minimização dos cusos de aquisição, obendo-se as demandas hicksianas. O fundameno econômico usado no esudo do comporameno do consumidor é a maximização da uilidade. Jusifica-se al abordagem pelo fao das demandas assim obidas serem observáveis, ao conrário do que ocorre com as demandas hicksianas. O problema da maximização da uilidade pode ser expresso da seguine maneira: MAX : U ( x, x ) s. a M 2 p x U ( x, x p 2 x 2 2 )

91 90 onde U represena uilidade, x i são bens, p i é o preço deses bens e M é a renda disponível. Esse problema de maximização pode ser resolvido pelo méodo de Lagrange: L : U x, x ) [ M p x p ] ( 2 2 x2 As condições de primeira ordem são: L x U p 0 L x 2 U 2 p2 0 L M p x p2x2 0 marshallianas: Resolvendo-se essas equações para as variáveis em quesão, êm-se as demandas * x x p, p, ) (28) ( 2 M * x x p, p, ) (29) 2 2( 2 M * ( 2 p, p, M) (30) De maneira geral, a demanda por um bem é influenciada pelo seu preço, pela renda, pelos gosos e preferências do consumidor, pela exisência e preços de ouros bens que o complemenam ou o subsiuem, além de ouros faores deslocadores da função (SILBERBERG, 990). O pono de parida para a definição da ofera é a função de produção, inserida no campo eórico da Teoria da Firma. A função de produção convencional pode ser represenada por: f q, q,..., q ; x, x,..., x ) (3) ( 2 n 2 n sendo que q i represena as quanidades de produos e x i represena as quanidades de insumos.

92 9 Dada essa função de produção, é possível derivar as funções de cuso, oferas de produos e demandas de insumos. A curva de ofera da firma é igual à porção da curva de cuso marginal que se siua acima da curva de cuso variável médio, no curo prazo, e acima da curva de cuso médio no longo prazo. Em paricular, a ofera de um bem qualquer q i é dada pela seguine relação funcional: q q P,..., P ; r,..., r ) (32) i i ( s n onde P s represena os preços dos produos e r n os preços dos insumos. Porano, a quanidade produzida de um bem é função dos preços de odos os insumos e produos. A forma da função de ofera depende da função de produção pressuposa. Quano aos sinais associados aos coeficienes dos diferenes preços, nada pode ser dio, exceo que o efeio do aumeno no preço de um bem ende a elevar a quanidade oferecida desse bem (SILBERBERG, 990). Imporanes considerações acerca da consrução de relações de ofera e demanda podem ser feias. No caso das curvas de ofera, um problema na esimação refere-se à escolha da variável dependene (BARROS, 987). Ouro pono que deve ser mencionado é que o modelo microeconômico clássico de ofera e demanda raa de relações insanâneas, ou seja, desconsidera o lapso emporal de resposa das variáveis do modelo. Em mercados agrícolas exisem faores como ciclos, endências, variações sazonais e ajusamenos defasados que devem ser levados em consideração. A presença do empo é faor decisivo em qualquer análise que se preende realizar (BARROS, 990). Para analisar relações dinâmicas de ofera e de demanda, os modelos auoregressivos provam ser úeis. Tais modelos permiem disinguir as resposas de curo e de longo prazo da variável dependene em relação a mudanças nas variáveis explicaivas (ENDERS, 2004). As projeções de demanda visam fornecer as bases para a omada de decisão, de modo a eviar problemas de défici ou superávi do produo em quesão. Projeções para produos individuais, por exemplo, permiem que medidas sejam omadas na enaiva de corrigir quaisquer desajuses exisenes enre ofera e a demanda, além de possibiliar um conhecimeno mais amplo da sensibilidade da demanda às variáveis do modelo.

93 92 Por ouro lado, a análise da ofera de produos agrícolas em por objeivo definir as variáveis relevanes a serem manipuladas para a obenção da produção ida como necessária para o abasecimeno ou para o crescimeno econômico (BARROS, 987). Na seqüência, são descrios rês modelos eóricos fundamenados em relações de ofera e demanda que procuram explicar a formação de preços em diferenes níveis de mercado de produos agrícolas: o modelo de Gardner (985), o modelo apresenado por Heien (980) e o modelo de Barros (990) O modelo de Gardner Em seu modelo analíico, Gardner (975) considera um produo final (x) e dois insumos usados na sua produção: a maéria-prima agrícola (a) e o insumo de comercialização (b). Esse modelo busca represenar uma indúsria que comercializa um dado produo agrícola ao qual são adicionadas aividades para o aendimeno da demanda pelo produo final. O processo de comercialização é analisado a luz da eoria da produção. O modelo represenando essa indúsria, é: x f ( a, b) (33) x D( Px, N) (34) P P f (35) b a x x b P P f (36) a P b g( b, T) (37) P a h( a, W) (38) onde: (33) represena a função de produção da indúsria, para a qual se pressupõe reornos consanes à escala; (34) represena a função demanda demanda de x, sendo Px o preço ao varejo e N uma variável exógena (renda, por exemplo);

94 93 (35) e (36) represenam as igualdades do preço do insumo ao seu valor do produo marginal, condição necessária para a maximização de lucros em uma firma, onde f a e f b são produos marginais e P a e P b são os preços de (a) e (b), respecivamene; (37) e (38) represenam as oferas dos dois insumos considerados, sendo T e W variáveis exógenas; A análise gráfica dese modelo é apresenada em Barros (987), sendo considerado reornos consanes a escala e elasicidade de subsiuição ab 0, ou seja, que o produo final é produzido com proporções fixas de (a) e (b) (Figura 22). Ela permie a obenção gráfica da demanda derivada pelos insumos (a) e (b). Suponha-se que cada unidade de (x) seja produzida usando uma unidade de (a) e duas unidades de (b), de al modo que: a 2b x Figura 22 Obenção gráfica da ofera Fone: Barros (987) S x Na Figura 22 em-se a demanda por x ( D x ) e as oferas de (a) e (b), separadamene. O eixo horizonal represena as unidades e o eixo verical os respecivos preços. Assim, sob

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