AULAS 28, 29 e 30. Tema GLOBALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Globalização dos mercados e da competição. Concepção de uma estratégia global. Elementos de estudo:
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- Giovanna Porto Philippi
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1 Tema GLOBALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Globalização dos mercados e da competição. Concepção de uma estratégia global. Elementos de estudo: AULAS 28, 29 e 30 LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan (cap. 1 e 2). Tópicos GLOBALIZAÇÃO DOS MERCADOS E DA COMPETIÇÃO Think globally act locally Necessidade de eficiência e alavancagem das vantagens competitivas além fronteiras: Implica um certo grau de coordenação e centralização das decisões. Necessidade de adaptação às condições locais de cada mercado: Implica um certo grau de descentralização e autonomia local. Conceitos Empresa multinacional Tem uma presença em numerosos países, mas cada país tem uma grande autonomia. As operações estão contidas em cada país, ou seja, produzem o que vai ser vendido nesse país, e os resultados são analisados por país. Cada country manager é responsável por toda a cadeia de valor. Empresa global Tem uma presença coordenada e integrada nas principais regiões do globo. O desenvolvimento de novos produtos e a respectiva produção são coordenados à escala global. A empresa produz onde é mais económico e abastece daí todas as regiões em que a está presente comercialmente. Os processos de venda são adaptados a cada país. Factores que promovem a globalização Políticos Liberalização do comércio e dos movimentos de capital (investimentos) GATT General Agreement on Tariffs and Trade WTO World Trade Organization EEC Economic Community EU European Union NAFTA North American Free Trade Agreement. ASEAN Association of Southeast Asian Nations. MERCOSUR Mercado Común del Sur. Tecnológicos Adopção do contentor de transporte normalizado. (Paul Krugman, prémio Nobel da Economia de 2008, argumenta: "My own favorite example of an utterly unglamorous technology that had a profound effect on the economy was freight containerization, which was introduced in the 1960s and eliminated the need for literally hundreds of thousands of longshoremen and other freight handlers." Krugman, Paul How Fast Can the US Economy Grow? Harvard Business Review, Jul-Aug: Evolução dos meios de transporte terrestre, marítimo ou aéreo. Evolução das tecnologias da informação e das comunicações. Adopção das tecnologias digitais pelos equipamentos produtivos (CAD/CAM, FMS; CNC; robótica, etc.) Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 1
2 Novos métodos de trabalho: Just-In-Time, organização por processos, Gestão pela Qualidade Total, Sociais Atracção dos consumidores pelas marcas globais. Adopção de padrões de consumo universais. Competitivos Clientes globais designadamente as empresas globais que compram a outras empresas Competição à escala global com: Marcas globais Publicidade global Produtos globais Benefícios da Globalização Redução de custos Economias de escala Normalização de produtos e processos Maior poder negocial face aos fornecedores (e aos clientes) Gestão global de cadeia de abastecimentos, tirando partido de factores locais. Tempos de resposta mais adequados Lançamento coordenado de novos produtos à escala global. Efeitos de aprendizagem Transferência de informação e de conhecimento Transferência das melhores práticas Rotação de quadros por diversos países Volumes de produção acumulada necessários à velocidade de cruzeiro atingidos mais rapidamente Ganhos de arbitragem Os que resultam da utilização de recursos num mercado para benefício de outro mercado. Como seja promover uma guerra de preços num mercado para desviar recursos dos concorrentes de outros mercados. Jogos com taxas de câmbio. Factores anti-globalização Factores culturais Tradições Religião Língua Factores comerciais Práticas comerciais específicas Padrões de negociação Características do tecido empresarial Necessidades de localização dos produtos Redes de distribuição Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 2
3 Factores técnicos Diversidade de normas técnicas Infra-estruturas de transportes deficientes Infra-estruturas de comunicações deficientes Factores legais Leis sobre propriedade das empresas Leis sobre mobilidade da mão-de-obra Barreiras alfandegárias Requisitos de segurança nacional Benefícios da Localização Flexibilidade Proximidade Resposta rápida (Quick Response Time) CONCEPÇÃO DE UMA ESTRATÉGIA GLOBAL O QUADRO DE REFERÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA GLOBAL Ambição global Posicionamento global Estratégia global Sistema de negócio global Organização global Fonte: LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan, p. 37 Ambição global Regiões chave do mundo: América do Norte 33% do PIB mundial em 1999 Europa 31% do PIB mundial em 1999 Ásia 27% do PIB mundial em 1999 Global player Aspira a ter uma posição competitiva sustentável nos mercados chave mundiais e a construir um sistema de negócio global apoiado nesses mercados. Regional player Tem uma forte vantagem competitiva numa das regiões chave do mundo. Regional dominant global player Mais do que um Regional player, mas que ainda não está em diversos mercados chave mundiais Global exporter Vende nos mercados chave mundiais os produtos fabricados no seu país de origem Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 3
4 Global operator Fabrica em diversos países uma parte elevada dos produtos que vende no seu país de origem. Indicadores GRI Global Revenue Index e GCI Global Capability Index Ver modo de cálculo em Lasserre, p % GCI 40% Global Operator Regional Player Regional Dominant Global Player Exporter Global Player Global Exporter 0% 0% 40% 100% Posicionamento global Escolha dos países Países chave Países emergentes Países plataforma Países marketing Países abastecedores Fonte: LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan, p. 42 Proposta de valor Atributos do valor Liderança pelo custo Global cost leader Diferenciação Global differenciator Segmentos de clientes Grau de normalização dos produtos e serviços Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 4
5 Sistema de negócio global Modo como a empresa distribui as actividades da cadeia de valor pelos países onde opera com relevância para as actividades de: Inovação Produção Relacionadas com os clientes Fonte: LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan, p. 53 Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 5
6 Organização global Alto Grau de Integração Central Hub centralizado Matriz Transnacional Baixo Baixo Federação descentralizada Grau de Autonomia Local Alto Fonte: LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan, p. 91 APLICAÇÃO: Caso EURONAVY. Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 6
7 COMPLEMENTOS SOBRE ORGANIZAÇÃO (não faz parte do plano de estudos Fonte: Lasserre Cap. 3) Concepção da organização: Estrutura organizacional: afectar papéis, responsabilidades, poder. Processos organizacionais: define como são tomadas as decisões, afectados os recursos, implementados políticas e procedimentos, e exercido o controlo. Cultura organizacional: valores partilhados e a lógica dominante sobre como fazer negócio. Três modelos genéricos: Hub global À estrutura central competem: decisões estratégicas, definição de políticas e procedimentos, controlo estratégico. Às estruturas locais competem: implementação prática, vendas, fiscalidade, Situações de utilização típicas: um único negócio / produto normalizado / economias de escala. Exemplo: grande parte da indústria automóvel. Inconvenientes: pouca flexibilidade de resposta a oportunidades locais. Confederação À estrutura central compete: coordenação geral de aspectos de interesse comum (imagem de marca). Às estruturas locais competem: definição e comercialização de produtos localizados, comunicação e marketing locais, Situações de utilização típicas: exploração de benefícios fiscais locais só acessíveis a empresas locais, indústrias em que os factores locais são muito importantes. Exemplo: consultoria de gestão. Inconvenientes: duplicação de recursos, diluição dos valores e da cultura de empresa. Multidimensional: transnacional, em matriz, ou em rede À estrutura central compete: decisões estratégicas, definição de políticas e procedimentos, controlo estratégico. Às estruturas locais competem: implementação prática, vendas, fiscalidade, localização de alguns produtos, gestão partilhada de recursos, capacidades e competências com as outras estruturas locais, Situações de utilização típicas: situações em que a complexidade dos negócios e a diversidade e sofisticação dos recursos, capacidades e competências necessários torna difícil a gestão com os outros tipos de estrutura. Exemplo: Empresas de prestação de serviços informáticos. Inconvenientes: dificuldade de coordenação e gestão optimizada de recursos. As tendências da evolução Alto Grau de Integração Central Hub centralizado Matriz Transnacional Baixo Federação descentralizada Baixo Grau de Autonomia Local Alto Fonte: LASSERRE, Philippe 2003, Global Strategic Management, Palgrave Macmillan, p. 91 Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 7
8 Outros modelos organizacionais (ver em detalhe Lasserre, Cap. 3) Funcional global Geográfico Matriz simples Multi-negócios Divisional global por produto Geográfico Matriz Híbridos Transnacional Os gestores de negócio globais definem a estratégia, definem a distribuição dos activos, promovem a alavancagem dos recursos, capacidades e competências, e coordenam as actividades globais. Os country managers identificam as oportunidades e ameaças locais, estabelecem os recursos nacionais e contribuem para o desenvolvimento competitivo global. O gestores funcionais são os gestores de especialistas, desenvolvendo as competências, definindo, disseminando e garantindo a aplicação das melhores práticas da respectiva especialidade em todas as unidades da organização. Os gestores de topo são os líderes da organização global. As características chave são: 1. Dependências recíprocas entre as diversas unidades de negócio. 2. Nenhuma dimensão é dominante. 3. Sistemas de informação e operacionais rigorosamente definidos e controlados. 4. Fortes e boas relações interpessoais. 5. Comissões de gestão inter-unidades. 6. Forte sistema de valores. 7. Cultura em que a partilha e a vontade de colaborar são incentivadas e premiadas. Estratégia Empresarial José Cruz Filipe 8
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