ENCHENTES URBANAS E MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS: BACIA HIDROGRÁFICA URBANA DO RIO BELÉM

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1 ENCHENTES URBANAS E MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS: BACIA HIDROGRÁFICA URBANA DO RIO BELÉM Amauri Beltrão Pontes Engenheiro Civil (UFPR,1961). Pós-Graduado em Engenharia Sanitária pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP,1966). Engenheiro Chefe do Serviço Técnico, Chefe de Planejamento, Diretor Adjunto e Diretor Regional do Departamento Nacional de Obras de Saneamento DNOS, no período de 1962 a Diretor Técnico Nacional do Estudo sobre a Erosão no Noroeste do Estado do Paraná (Acordo OEA Governo Brasileiro), no período de 1970 a Coordenador do Grupo Executivo do Projeto Noroeste-PR em Professor do Departamento de Geociências da UFPR, no período de 1972 a Professor Assistente do Departamento de Engenharia Civil da PUC - PR desde Pesquisador do Instituto de Saneamento Ambiental - ISAM / PUC - PR desde Cinthia Obladen de Almendra Freitas (1) Engenheiro Civil (UFPR,1985). Mestre em Informática Industrial, com Ênfase em Projeto Auxiliado por Computador (CPGEI / CEFET - PR,1990). Professora Adjunto Nível III do Departamento de Informática da PUC - PR desde Pesquisadora do Instituto de Saneamento Ambiental - ISAM / PUC - PR desde Coordenadora da área de Geoprocessamento da PUC-PR, a partir de Doutoranda em Processamento Digital de Imagens pelo CPGEI / CEFET - PR. Miguel Mansur Aisse Engenheiro Civil (UFPR,1976). Mestre em Hidráulica e Saneamento (EESC/USP,1985). Professor Titular do Departamento de Engenharia Civil da PUC - PR desde Pesquisador do Instituto de Saneamento Ambiental - ISAM / PUC - PR desde 1980, sendo seu Diretor de março/88 a junho/94. Professor Assistente do DHS da Universidade Federal do Paraná. Integrante do Programa "Profesionales Jovenes" do CEPIS / OPS em Lima - Peru (1985). Engenheiro junior de projetos ( ). Doutorando em Engenharia Hidráulica e Sanitária pela EPUSP. Carlos Mello Garcias Engenheiro Civil (UFPR,1975). Mestre em Engenharia Civil, Recursos Hídricos e Saneamento (IPH / UFRS,1985). Doutor em Planejamento e Engenharia Urbana (USP, 1992). Professor Titular do Departamento de Engenharia Civil PUC - PR desde Diretor do Instituto de Saneamento Ambiental - ISAM da PUC - PR no período de 1985 a 1987, e desde julho de Professor Adjunto do Departamento de Hidráulica e Saneamento da UFPR, desde Endereço (1) : Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Instituto de Saneamento Ambiental - ISAM - Rua Imaculada Conceição, Prado Velho - Curitiba - PR - CEP: Brasil - cinthia@rla01.pucpr.br RESUMO O processo de urbanização sofrido pelas cidades é o fator principal para gerar alterações que interferem no escoamento superficial nas bacias hidrográficas urbanas. De uma 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3380

2 maneira geral, pode-se enfrentar as enchentes de duas maneiras: controlando as águas, de modo a evitar as inundações, ou providenciando para que os efeitos sejam minimizados. Ambas as medidas objetivam uma redução dos prejuízos com uma melhor convivência da população com as enchentes, pois, em geral, as inundações não podem ser controladas totalmente. A urbanização tem conseqüências não hidrológicas que interferem significativamente nas questões de Drenagem Urbana, principalmente as marcadas pelo crescimento acelerado e caótico das populações urbanas. As principais conseqüências são as indicadas a seguir: Conseqüências Sobre a Ocupação do Solo, Conseqüências Político Administrativas e Conseqüências Sobre a Qualidade das Águas. O presente trabalho revisa e avalia a aplicação ou não das medidas não-estruturais indicadas pela bibliografia, além de recomendar medidas aplicáveis ao caso da bacia hidrográfica urbana do Rio Belém, na Cidade de Curitiba-PR. PALAVRAS-CHAVE: Drenagem Urbana, Medidas Não-Estruturais, Bacias Hidrográficas. INTRODUÇÃO O processo de urbanização sofrido pelas cidades é o fator principal para gerar alterações que interferem no escoamento superficial nas bacias hidrográficas urbanas. De uma maneira geral, pode-se enfrentar as enchentes de duas maneiras: controlando as águas, de modo a evitar as inundações, ou providenciando para que os efeitos sejam minimizados. Ambas as medidas objetivam uma redução dos prejuízos com uma melhor convivência da população com as enchentes, pois, em geral, as inundações não podem ser controladas totalmente. A urbanização tem conseqüências não hidrológicas que interferem significativamente nas questões de Drenagem Urbana, principalmente as marcadas pelo crescimento acelerado e caótico das populações urbanas. As principais conseqüências são as indicadas a seguir: Conseqüências Sobre a Ocupação do Solo, Conseqüências Político Administrativas e Conseqüências Sobre a Qualidade das Águas. As conseqüências hidrológicas que interferem na Drenagem Urbana podem ser visualizadas no Quadro 01, onde observam-se as principais causas e efeitos da urbanização sobre as inundações urbanas. O presente trabalho revisa e avalia a aplicação ou não das medidas não-estruturais indicadas pela bibliografia, além de propor quais as medidas aplicáveis ao caso da bacia hidrográfica urbana do Rio Belém, na Cidade de Curitiba - PR. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3381

3 O presente trabalho é parte integrante do Programa de Estudos e Pesquisas na Área de Drenagem Urbana: Bacia Hidrográfica Urbana do Rio Belém que está sendo realizado para a Secretaria Municipal de Saneamento da Prefeitura Municipal da Cidade de Curitiba. Tal Programa compreende um conjunto de 7 sub-projetos, sendo que o presente trabalho descreve a formulação do problema e apresenta algumas recomendações para um dos dos sub-projetos. O presente trabalho fornecerá subsídios aos demais sub-projetos e contribuirá para a continuidade do estado da arte sobre esta bacia hidrográfica, uma vez que outros projetos, pesquisas e estudos vem sendo desenvolvidos e trabalhados na área desde Quadro 01 - Causas e Efeitos da Urbanização Sobre as Inundações Urbanas. CAUSAS EFEITOS 1. Impermeabilização Maiores picos das vazões 2. Redes de Drenagem Maiores picos a jusante 3. Resíduos Sólidos Urbanos Entupimento de galerias Degradação da qualidade da água 4. Redes de Esgotos Sanitários Deficientes Degradação da Qualidade da água Moléstias de veiculação hídrica nas inundações 5. Desmatamento e Desenvolvimento Indisciplinado Maiores picos e volumes Maior erosão Assoreamento em galerias e canais 6. Ocupação das Várzeas e Fundos de Vale Maiores picos das vazões Maiores prejuízos Moléstias de veiculação hídrica Maiores custos de utilidades públicas Fonte: PORTO, R.L. ET ALII (1993) METODOLOGIA O trabalho envolve as seguintes etapas: pesquisa bibliográfica com o objetivo de levantar as recomendações de medidas nãoestruturais para bacias urbanas; avaliar situações semelhantes em outras cidades brasileiras; elencar as medidas não-estruturais de aplicação possível na Bacia Hidrográfica Urbana do Rio Belém. A revisão bibliográfica realizada durante o desenvolvimento do trabalho intitulado: Estudo de Vazões da bacia Hidrográfica Urbana do Rio Belém, conforme Freitas et alli (1998), permite identificar e resumir os pontos relevantes no estabelecimento de medidas não- estruturais: Estabelecimento do risco de inundação para as diferentes cotas na bacia hidrográfica, Regulamentação do uso do solo, Instalação e vedação temporária ou permanente nas aberturas das edificações, Elevação de estruturas existentes, 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3382

4 Construção de novas estruturas sobre pilotis, Construção de pequenas paredes ou diques circulando a estrutura, Relocação ou proteção de artigos que podem ser danificados para fora da área de inundação, Uso de material resistente a água, Regulamentação do desenvolvimento das áreas próximas por cercamento, Subdivisão de regulamentação e código de construção para as áreas de inundações e próximas a elas, Seguro de inundações, Instalação de sistemas de previsão e alerta de enchente com plano de evacuação, Adoção de incentivos fiscais para uso prudente da área de inundação, Instalação de sinais de alerta na área, Adoção de política de desenvolvimento sustentável, Planejamento junto à Defesa Civil (previsão, alerta, apoio e evacuamento), Estabelecimento de regionalização da vazão máxima quando não se tem em certas áreas registros históricos para estabelecimento das curvas de freqüência. ASPECTOS GERAIS: BACIA HIDROGRÁFICA URBANA DO RIO BELÉM A área da Bacia Hidrográfica do Rio Belém corresponde a 92,97 Km² (21,50% da área do município) e se encontra totalmente inserida em área urbana. Seu rio principal, com 21 Km de extensão, nasce ao Norte, passa pela área central, toma sentido SE até afluir no Rio Iguaçu. Caracterizam-se como pontos críticos da macro-drenagem na referida Bacia:! Área do Campus da PUC-PR,! Confluências do Rio Belém com seus tributários: Rio Aviário Municipal, Rio Água Verde, Rio Juvevê, Rio Ivo,! Pontes rodoviárias sobre o Rio Belém nas ruas: Guabirotuba, Brasílio Itiberê, e Engenheiros Rebouças, conforme Figura 01,! Pontes Ferroviárias da RFFSA, no pátio de manobras, sobre os rios Belém e Ivo. Figura 01 - Foto do Estrangulamento na Secção Transversal do Rio Belém devido ao Viaduto do Capanema e a ponte da Rua Engenheiro Rebouças. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3383

5 Na Bacia do Rio Iguaçu, o Rio Belém, é o que mais se distancia dos valores médios das vazões de enchente devido a sua bacia se encontrar 100% urbanizada e com cerca de 40% de áreas impermeabilizadas, conforme TUCCI (1997), apresentando uma vazão seis vezes maior comparada a que tinha em seu estado natural antes da urbanização, conforme Figura 02. A cota de extravasão na margem esquerda (882,69m) do Rio Belém, já foi ultrapassada em 14 (quatorze) ocasiões diferentes, considerando-se a série histórica de 17 (dezessete) anos da estação fluviográfica Curitiba-Prado Velho, localizada junto ao Campus de Curitiba da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC-PR. Figura 02 - Vazão Média de Enchente em Função das Áreas das Bacias para Postos na Região Metropolitana de Curitiba. Fonte: TUCCI (1997) As obras de saneamento do Rio Belém foram realizadas, ao longo dos anos, de acordo com as necessidades imediatas quanto a prevenção de enchentes, principalmente logo após a ocorrência de sucessivos eventos de cheias, aplicando-se medidas estruturais, conforme levantamento histórico apresentado em Freitas et alli (1998) e Merkl (1998). Segundo Tucci (1997), pouco se recorreu a medidas não-estruturais como o zoneamento de áreas inundáveis, caracterizando-se esta por medida mais recomendável. Desde outubro de 1911, quando houve uma enchente desastrosa em todo o Vale do Rio Iguaçu, o Rio Belém e seu tributário Rio Ivo afloraram fora do leito mudando o cenário da cidade que ali crescia, percebendo-se a necessidade de soluções quanto as enchentes. Desta forma, a necessidade de um planejamento global da bacia hidrográfica quanto ao uso, a ocupação e sua correlação com as obras de infra-estrutura é importante para evitar o simples deslocamento da enchente para outro ponto da bacia. Atualmente, o Rio Belém apresenta os pontos críticos já citados anteriormente, além de pontos específicos no Bairro Boqueirão, a jusante da PUC-PR. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3384

6 RIO BELÉM E MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS A situação atual do Rio Belém pode ser avaliada considerando-se alguns pontos importantes apresentados por Tucci e Krebs (1986). Segundo os autores os tipos de enchentes nas áreas urbanas são: Devido à urbanização: - impermeabilização do solo e - aumento da capacidade de escoamento (drenagem urbana) através de condutos e canais; Devido a ocupação ribeirinha: - enchentes naturais que ocorrem nos rios de médio e grande porte, onde o rio extravasa de seu leito menor para o seu leito maior; Devido a problemas localizados: - obstruções ao escoamento e - projetos inadequados. Pode-se dizer que o Rio Belém sofre com estes três tipos de enchentes: devido à urbanização crescente em toda a bacia, uma vez que a mesma representa 27% da área da cidade de Curitiba; devido a ocupação ribeirinha na área próximo ao Campus Curitiba da PUC-PR e bairro Boqueirão e devido a problemas localizados, como por exemplo as pontes rodoviárias sobre o Rio Belém nas ruas: Guabirotuba, Brasílio Itiberê, e Engenheiros Rebouças. Relativamente as causas das inundações urbanas, Tucci e Krebs (1986) consideram: pouco controle sobre as entidades que atuam na infra-estrutura urbana é fator preponderante para a maior disseminação de problemas como enchentes nas áreas urbanas; estrangulamento da seção transversal do rio devido a pilares de pontes, aterros para aproveitamento da área de escoamento do leito do rio e lixo; remanso devido à macro-drenagem, rio principal, lago, reservatório ou oceano Erros de execução de projetos de drenagem de rodovias e avenidas, dentre outros. Neste ponto é importante ressaltar a influência do Rio Iguaçu na descarga do Rio Belém, junto ao bairro Boqueirão. Esta área caracteriza-se por ser extremamente plana e portanto alguns canais transversais auxiliares de drenagem foram concebidos com o intuito de escoar rapidamente as águas dos eventos de chuvas intensas. Porém, o resultado não foi o esperado e algumas comportas foram então colocadas nas confluências destes canais com o Rio Belém. Mecanismo estrutural também não bem sucedido. O que todos esqueceram foi do Rio Iguaçu. Seguindo a idéia de Tucci e Krebs (1986), para países desenvolvidos, consideram-se os seguintes princípios para controle de cheias: Estabelecimento de controle da bacia hidrográfica urbana e não de pontos isolados; Critérios de análise considerando situação futura da bacia; Evitar que ocorra ampliação da enchente a jusante pela urbanização à montante; 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3385

7 Controle de áreas ribeirinhas priorizando medidas não-estruturais (zoneamento de enchentes, seguro e previsão em tempo real); Estabelecimento de controle através de Plano Diretor de Drenagem Urbana administrado pelos Municípios com apoio dos Estados. Porém, segundo os mesmos autores, o principal problema para a implantação destes princípios no Brasil é a desobediência ao Plano Diretor por parte de: invasões de áreas periféricas e lindeiras aos cursos d água por uma população de baixo poder aquisitivo gerando favelas, áreas conurbadas; invasões de áreas públicas (áreas verdes) muitas vezes consolidadas com a implementação de água e luz nas habitações e loteamentos clandestinos em áreas privadas onde os lotes são de menor custo. Deve-se ressaltar que á área norte da Bacia possui diversos parques: ao longo do seu eixo: Parque Municipal São Lourenço, o Bosque Municipal Papa João Paulo II e o histórico Passeio Público, o qual, era área alagadiça do Rio Belém e, através da drenagem da mesma, transformado em área aprazível para o lazer, recreação e até como parte do Zoológico da Cidade (abriga animais de pequeno porte). Inicialmente o s lagos do Passeio Público eram abastecidos com a própria água do Rio Belém, fato este que não mais ocorre devido a poluição do mesmo. Ao longo de seus tributários, também destacam-se outras áreas de preservação, de recreação e lazer para a comunidade: Complexo Ópera de Arame / Pedreira Paulo Leminski, nas Proximidades do Parque São Lourenço. O Parque Municipal da Pedreira Zaninelli, que abriga a Universidade Livre do Meio Ambiente - UNILIVRE e o Bosque Alemão, próximo à nascente do Rio Pilarzinho, tributário do Rio Belém. Merece destaque ainda, ressaltar a importância da Bacia Hidrográfica do Rio Belém, pois o Centro da Cidade de Curitiba, com suas principais Praças, Centro Histórico, Cultural, Comercial e Cívico estão inseridos na Bacia de Drenagem do Rio Belém e de seus tributários. De um modo geral as seguintes medidas não-estruturais podem ser consideradas para estudo e futura aplicação na bacia do Rio Belém: Estabelecimento do risco de inundação para as diferentes cotas na bacia hidrográfica: já realizado por estudos no ISAM/PUC-PR para a Secretaria Municipal de Saneamento da Prefeitura Municipal da Cidade de Curitiba, Regulamentação do uso do solo: revisão de aspectos ao uso e ocupação do solo e subdivisão da regulamentação e do código de construção para as áreas de inundações e próximas a elas, Instalação e vedação temporária ou permanente nas aberturas das edificações: de difícil aplicação, Elevação de estruturas existentes: fato que já ocorre em algumas áreas do bairro Boqueirão, Relocação para fora da área de inundação ou proteção do patrimônio que pode ser danificado, 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3386

8 Uso de material resistente a água: algumas vezes de difícil aplicação devido ao poder aquisitivo da população envolvida, Instalação de sistemas de previsão e sinais de alerta na área de enchente com plano de evacuação: com apoio da Defesa Civil e Prefeitura Municipal, Planejamento junto à Defesa Civil (previsão, alerta, apoio e evacuamento): já em realização pela Prefeitura Municipal da Cidade de Curitiba. Adoção de incentivos fiscais para uso prudente da área de inundação: aplicável desde que ocorram mudanças na legislação, Adoção de política de desenvolvimento sustentável: aplicável às populações de baixa renda existentes na bacia. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O Rio Belém não é um fato isolado no Brasil ou no mundo, pode-se citar o exemplo do Rio Tietê em São Paulo, do Rio Mississipi nos Estados Unidos da América e inúmeros outros. Segundo Merkl (1998), aí começa o trabalho dos gestores de hoje, pois os gestores do amanhã poderão ser, um a um, cada habitante do planeta. E pergunta a autora: Mas como passar de uma situação para a outra? Uma das opções é abrir mão do autoritarismo técnico, dos grupos multi/inter/trans/disciplinares mas fechados, para uma real transdiciplinaridade, sendo entendida como o conjunto de métodos e ações, onde a população, o conhecimento e a informação são compartilhadas nas diversas visões, globais e/ou especializadas, e que geram valor individual e coletivo para as ações. A aplicação de medidas não-estruturais necessita de um conjunto maior de variáveis a serem equacionadas, comparativamente a aplicação de medidas meramente estruturais. Deve-se levar em conta, a necessidade de considerar, em todo o processo, a população envolvida, ou seja, cada um dos cidadãos que co-habitam a mesma bacia hidrográfica, a mesma cidade, o mesmo município, estado ou país. Não se pode tratar a questão de rios urbanos como problemas pontuais, ou como muitos consideram acidentes úteis, ou ainda, como problema a ser reclamado e não enfrentado. A questão de rios urbanos não deve ser vista como um problema, e sim como a possibilidade de repensar o processo das cidades brasileiras, repensar a responsabilidade de cada cidadão e repensar o rio como elemento integrador de soluções e não divisor de ações. Finalmente, resta à nós relembrar algumas palavras escritas há muitos anos: Não é a Capital suficientemente abastecida de água potável. Os chafarizes que existem são alimentados por escassos olhos d água, que tendem a diminuir a medida que vão destruindo as matas que coroam as colinas dos arredores. Dois são os mananciais d água que prestam para o abastecimento de Curityba: o rio Barigui e o Belém... (Rios de Curitiba. Artigos de Suplemento de Jornal, Acervo Casa da Memória, 15 fev. 1877). 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3387

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ADESAN Associação dos Engenheiros do Departamento Nacional de Obras de Saneamento. Controle de Enchentes. Rio de Janeiro, FREITAS, C.O.A.; PONTES, A.B.; MERKL, C. Estudo das Vazões da Bacia Hidrográfica Urbana do Rio Belém. ISAM/PUC-PR, Curitiba, PR, maio/ Vol. 76p (Vol 01). 3. MERKL, C. Redescobrindo o Rio Belém (e me redescobrindo). GTU-PUCPR, Curitiba, PR p. 4. PORTO, R.L. ET ALLI. Drenagem Urbana. Hidrologia - Ciência e Aplicação Capítulo 21, Coleção ABRH - Vol. 4, Editora da UFRS, EDUSP, ABRH, Porto Alegre, 1993, p: TUCCI, C.E.M. Plano diretor de drenagem urbana: princípios e concepção. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, Vol.2, No. 2, Rio de Janeiro, jul/dez p. 6. TUCCI, C.E.M. e KREBS, A.S.J. Zoneamento de áreas inundáveis.. Caderno de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. IPH Instituto de Pesquisas Hidráulicas/UFRS, Publicação 18, p. 20 o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 3388

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