Sustentabilidade da Soja: Ameaças ou Oportunidades?

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1 Sustentabilidade da Soja: Ameaças ou Oportunidades? ABIOVE Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais Fabio Trigueirinho Secretário rio Geral Rosário - Argentina - 29/jun jun/2006

2 Demanda Mundial por Alimentos O crescimento da população mundial aumentou a partir de 1950 e deve manter o ritmo Será necessário dobrar a produção mundial de alimentos milhões de habitantes Países em Desenvolvimento Países Desenvolvidos Fonte: Banco Mundial Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 2

3 Demanda Mundial por Alimentos Produção de Soja (em milhões de toneladas) 68 EUA Brasil Argentina China 84 Maior produtor mundial produção estabilizada 59 Únicos produtores mundiais com capacidade de atender a demanda por alimentos Maior consumidor mundial produção estabilizada Fonte: USDA (P) 2006(P) Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 3

4 Demanda Mundial por Alimentos Desenvolvimento Econômico SUSTENTABILIDADE A discussão atual sobre Sustentabilidade está desbalanceada As questões referentes ao aumento populacional e o crescimento da demanda por alimentos estão sendo ignoradas pela visão ambiental Gestão Ambiental Responsabilidade Social Crescimento Populacional Demanda p/ Alimentos Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 4

5 Visão das ONG s s... Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 5

6 Visão das ONG s O cultivo da soja provoca impactos ambientais e sociais negativos Desflorestamento Desflorestamento e Perda Perda de de Biodiversidade Biodiversidade Degradação Degradação do do Solo Solo / / Erosão Erosão Contaminação Contaminação dos dos rios rios e Desperdício Desperdício de de Água Água Produção de Soja Trabalho Trabalho Escravo Escravo Ameaça Ameaça às às populações populações tradicionais tradicionais Aquisição Aquisição ilegal ilegal de de terras terras Violência Violência no no Campo Campo Questionamento Questionamento das das importações importações européias européias de de soja soja por por ONG s ONG s Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 6

7 Estratégias das ONG s As ONG s atuam sobre elos isolados da cadeia produtiva para Governo pressionar os segmentos produtores / exportadores a adotarem critérios de sustentabilidade/responsabilidade Pressão Indireta Aperto na Legislação ONG s Pressão Direta Produtores / Exportadores Corte de Financiamento Pressão Indireta Produtor / Exportadores Pressão Indireta Bancos Governo outros países Esfera Produtiva ALVO Agricultura Interrupção no Comércio Importadores / Revendedores Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 7

8 Riscos Comerciais Econômicos Perda de acesso à importantes mercados importadores do Complexo Soja Sociais Implementação de sistemas de certificação não remunerados com impacto nos custos Perda de Competitividade Diminuição de emprego e renda nas regiões produtoras Afetar a imagem das Empresa e seus produtos no mercado internacional Institucionais Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 8

9 Riscos A União Européia é o principal mercado de exportação do Complexo Soja Brasil. SUSTENTABILIDADE Barreiras Não Tarifárias? UE Brasil 2005 Exportações Brasileiras para EU Produto Milhões ton Soja 11,0 Farelo 10,4 Fonte: SECEX US$ milhões Complexo Soja Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 9

10 Riscos A Sustentabilidade poderá se transformar na grande barreira técnica ao comércio internacional Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 10

11 Visão do Setor... Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 11

12 A discussão está equilibrada? Não. Há distorção dos fatos e dados sobre a produção de soja no Brasil. A exceção virou regra. Fatos negativos são exagerados e os positivos são omitidos. Apoiamos iniciativas de diálogo construtivo como a Mesa Redonda da Soja Responsável Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 12

13 O Brasil é grande devastador do meio ambiente? Europa 6,4% sendo 90% na Rússia R América Tropical 34% Brasil 18,7% O Brasil possui a maior área de floresta intacta do mundo Fonte: Greenpeace Florestas Intactas no Mundo áreas maiores 500 km 2 Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 13

14 O Brasil é grande devastador do meio ambiente? World s Forest Resources in 2005 FAO/ONU Países Milhões de Ha Rússia 809 Brasil 576 Canadá 310 USA 303 China 197 Austrália 164 Congo 134 Indonésia 88 Peru 69 Índia 68 Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 14

15 Amazônia Legal Um Continente Amazônia Legal ALEMANHA Área: 510 milhões de hectares Território: 9 estados População: 23 milhões de habitantes 8 biomas diferentes 7% do PIB brasileiro FRANÇA ITÁLIA Rain Forest 367 milhões de hectares 72% ESPANHA Cerrados Equivale 467 milhões de campos de futebol Muitas vezes a região dos Cerrados é confundida com a Floresta Amazônica Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 15

16 O Brasil destruiu a Floresta Amazônica? O Brasil conserva 82,5% da Floresta Amazônica Amazônia Legal Território Mil Ha Part % Áreas de Floresta 302,6 82,5% Desflorestamento 64,3 17,5% Floresta Original 366,9 100,0% Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE (PRODES) Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 16

17 O Brasil possui uma política de meio ambiente adequada para a Amazônia? Além da ampliação das áreas de preservação permanente nas margens dos rios, o uso do solo da Amazônia Legal foi sensivelmente restringido Área RESERVA LEGAL Até 1998 Após 1998 Disponível para plantio Floresta 50% 80% 20% Cerrado 20% 35% 65% Amazônia Legal Áreas Protegidas (ambientais e indígenas) Reserva Legal (Floresta 80% / Cerrado 35%) Total Protegido Milhões de ha Elaboração ICONE Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 17

18 2002 UC s e regularização fundiária Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 18

19 UC s e regularização fundiária Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 19

20 Por que o Código Florestal não consegue conter o desmatamento? Direitos de Propriedade mal definidos (principal problema) Propriedade da Terra (% da Amazônia Legal) Estados Território Terras Áreas Terras Amazônia Legal km 2 Privadas 1 Protegidas 2 Devolutas Acre Amapá Amazonas Maranhão Mato Grosso Pará Rondônia Roraima Tocantins Total Fonte: Ibama (2002), Ricardo e Capobianco (2001), ISA (1999) e IBGE (1996) 1- Área total declarada de propriedades privadas no Censo de Agricultura/Pecuária (IBGE 1996) 2- Inclui Áreas de Preservação e Terras Indígenas Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 20

21 Sustentabilidade no Brasil ONG s Desmatamento Exploração Madeira Agricultura Subsistência Agricultura Mecanizada Algumas ONG S têm superestimado o papel da soja no processo de desflorestamento da Amazônia Legal. 4 1 Soja 3 2 Pastagem Algodão Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 21

22 Soja na Amazônia Legal A soja não é um importante vetor do desmatamento da Floresta Amazônica! Amazônia Legal Território Milhões de Ha Part % Amazônia Legal % Área com Soja 6 1,2% Fonte: INPE (PRODES) / IBGE (PAM) A soja ocupa 1,2% da área da Amazônia Legal, basicamente em Cerrados ou Áreas de Transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. O Mato-Grosso concentra 88% (5,3 milhões de ha) da área com soja na Amazônia Legal. Cerca de 41% do estado são de áreas de Não-Floresta. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 22

23 Visão do Setor A Soja não degrada o solo Cerca de 40 milhões de toneladas (78% do total) é produzido no sistema de Plantio Direto, que evita a erosão. Os agricultores também utilizam Terraceamento e outras técnicas conservacionistas. A vegetação ao longo da margens dos rios é preservada. O produtores fazem a calagem do solo para corrigir sua acidez e inoculam as sementes para estimular a produção do seu próprio nitrogênio. A soja é utilizada para reforma de canaviais e pastagens. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 23

24 Integração da Soja com a Pecuária Obs. 30 milhões de ha de pastagem deverão ser liberados para agricultura até PECUÁRIA ÁREA DE PASTAGEM Pastagem degradada cede lugar a plantação de soja A área recebe adubos e correção do solo SOJA ÁREA DE CULTIVO ROTAÇÃO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECU PECUÁRIA Com o pasto recuperado é possível engordar mais cabeças as de gado do que anteriormente Depois de algumas colheitas a área pode ser novamente convertida em pastagem A soja retém m nitrogênio, ajudando na melhoria do solo Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 24

25 Visão do Setor Uso adequado de defensivos Muitos produtores utilizam o Controle Integrado de Pragas. A Embrapa e Fundações de Pesquisa desenvolvem variedades resistentes a doenças. Produtores de soja estão conscientes que o uso excessivo ou inadequado de defensivos traz prejuízos econômicos e ao Meio Ambiente. De maneira geral, os produtores aplicam defensivos corretamente e o Brasil desenvolveu um programa de coleta de embalagens, com grande sucesso. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 25

26 Visão do Setor Uso adequado de defensivos Um pequeno número de aplicações por avião são feitas em momentos inadequados, quando o vento pode disseminar acidentalmente o produto em áreas não planejadas. São necessário mais estudos científicos para se verificar se há contaminação de água potável, pelo uso inadequado de defensivos. Os Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura controlam o uso de defensivos e suspenderiam a comercialização se houvesse problemas efetivos. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 26

27 Protecionismo e Meio Ambiente... Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 27

28 Protecionismo leva à Monocultura A falta de rotação permite que a Ferrugem Asiática aumente, levando a um maior uso de defensivos e trazendo prejuízos econômicos (cerca de US$ 100/hectare) A Monocultura aumenta a incidência de pragas e conseqüentemente o uso de agro-químicos. Oilworld: A proper rotation is recommended to reduce disease infestation and also preserve the quality and productivity of the agricultural land Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 28

29 Protecionismo leva à Monocultura Os países ricos só importam matéria-prima, o que impossibilita que os países em desenvolvimento diversifiquem a produção e agreguem valor ao produtos Agregação de valor sobre a produção de grãos. Produto UE EUA Japão Açúcar Demerará Álcool Leite em Pó Frango em Partes Congelados Carne Suína Carne Bovina Congelada Fumo 161* 47* 69* 95* 51* 177* 25* 167* 48* 49* 17* * * * 50 0 Suco de Laranja 15 45* 21 (*) indica que a tarifa específica foi convertida em equivalente em Ad Valorem (AVE). Números sublinhados indicam a existência de Mediada de Salvaguardas Especial (SSG). indica restrições sanitárias que agem com barreiras comerciais. Fonte: WTO, APEC, COMTRADE, USITC e TARIC12 e ICONE Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 29

30 Barreiras Comerciais às Exportações (%) Participação das Exportações Mundiais na Produção % 60% 57% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Fonte: USDA Soybean Complexo and Products Soja 13% 12% 5% Carnes Beef Poultry Aves Suínos Pork Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 30

31 Protecionismo leva à Monocultura O frete ao Porto inviabiliza a produção de milho para a exportação, mas não a de carnes Valores em US$/t Milho Soja Suíno Preço FOB-Porto Frete Mato-Grosso (88) (88) (176) Líquido Mato-Grosso Frete / Preço (%) 88% 38% 12% Fonte: ABIOVE Quando o produtor esta no vermelho, não tem como cuidar do verde Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 31

32 APOIO GOVERNAMENTAL NA AGRICULTURA - PSE Participação dos subsídios na renda dos agricultores no ano de 2005 (em %) ABIOVE Noruega 64 Fonte: OCDE (2003 e 2004) 68 União Européia EUA Suíça 8 China Japão 3 Brasil 63 O O Governo Governo brasileiro brasileiro não não concede concede subsídios subsídios para para manter manter o o Meio Meio Ambiente, Ambiente, a a renda renda do do produtor produtor (garantia (garantia de de preços) preços) ou ou cobrir cobrir prejuízos prejuízos com com condições condições climáticas climáticas adversas adversas (seguro (seguro agrícola). agrícola). Coréia do Sul Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 32

33 Visão do Setor Não há Trabalho Escravo O trabalho utilizado na produção de soja é altamente especializado e bem-remunerado. O Ministério do Trabalho inspeciona regularmente as fazendas e publica listas na Internet de caso de trabalho análogo ao escravo. Por precaução as industrias processadoras de soja estabeleceram nos contratos de compra de matéria-prima que os mesmos serão nulos, caso haja uso de trabalho escravo. O setor de óleos vegetais assinou o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 33

34 Desenvolvimento Social Fonte: IBGE OS 20 MUNICÍPIOS DO MATO GROSSO COM MELHOR IDH MUNICÍPIO IDH-M Classif.MT Classif.BR Economia Campos de Júlio 0, Agric.Empresarial Sorriso 0, Agric.Empresarial Cuiabá 0, Capital Lucas do Rio Verde 0, Agric.Empresarial Cláudia 0, Agric.Empresarial Campo Novo do Parecis 0, Agric.Empresarial Sinop 0, Agric.Empresarial Primavera do Leste 0, Agric.Empresarial Alto Taquari 0, Agric.Empresarial Sapezal 0, Agric.Empresarial Nova Mutum 0, Agric.Empresarial Campo Verde 0, Agric.Empresarial Alto Garças 0, Agric.Empresarial Rondonópolis 0, Agric.Empresarial Barra do Garças 0, Pec./Industrial Várzea Grande 0, Industrial Pontal do Araguaia 0, Pecuária Jaciara 0, Agric.Empresarial Diamantino 0, Agric.Empresarial Santa Carmem 0, Madeira Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 34

35 O Desafio da Sustentabilidade A preservação da biodiversidade transcende a qualquer programa específico de soja e passa necessariamente pela criação de incentivos financeiros para a preservação do Meio Ambiente. (Ex. Mercado de Desenvolvimento Limpo MDL / Protocolo de Kioto, Bolsa de Ativos Florestais). A soja não causa a destruição da Floresta Amazônica, pois ocupa apenas 1,2% da Amazônia Legal. A soja exerce um papel importante ao desenvolvimento social e econômico dos países em desenvolvimento. A proteaginosa é a fonte de proteína mais barata do mundo. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 35

36 O Desafio da Sustentabilidade A Sustentabilidade poderá se transformar na grande barreira técnica ao comércio internacional O agronegócio soja está aberto a discutir formas de melhorar a sustentabilidade e responsabilidade em fóruns como o RTRS, desde que haja equilíbrio entre aspectos econômicos, sociais e ambientais. O setor setor de de óleos óleos vegetais apóia apóia a implementação de de sistemas voluntários e remunerados de de certificação, baseados em em critérios rios de de sustentabilidade acordados pelas pelas partes partes envolvidas. Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 36