TERMINAÇÃO DE CORDEIROS EM CONFINAMENTO
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- Adriano de Oliveira Carreiro
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1 ISSN Descalvado, SP Junho, 2013 TERMINAÇÃO DE CORDEIROS EM CONFINAMENTO Autores: 1 Paulo Henrique Moura Dian 2 Daniele Sleutjes Casale 1 Gabriel Maurício Peruca de Melo 1 Liandra Maria Abaker Bertipaglia 1 Docente do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal Stricto sensu (PPGPA) UNICASTELO/Descalvado 2 Discente do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal Stricto sensu (PPGPA) UNICASTELO/Descalvado
2 Boletim Técnico da Produção Animal (Programa de Mestrado Profissional em Produção Animal) Ano 2013 Universidade Camilo Castelo Branco Campus Descalvado Disponibilização on line Autores / Organizadores Prof. Dr. Vando Edésio Soares Prof. Dr. Paulo Henrique Moura Dian Profa. Dra. Käthery Brennecke Profa. Dra. Marcia Izumi Sakamoto Prof. Dr. Gabriel M.P. de Melo Profa. Dra Liandra M.A.Bertipaglia Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNICASTELO/ Campus de Descalvado-SP. Terminação de cordeiros em confinamento / Paulo Henrique Moura Dian... [et al.]. Descalvado, p. : il. (Boletim Técnico da Universidade Camilo Castelo Branco, Departamento de Produção Animal, 6) 1. Confinamento. 2. Ovinocultura de corte. 3. Terminação de cordeiros. I. Casale, Daniele Sleutjes. II. Melo, Gabriel Maurício Peruca de. III. Bertipaglia, Liandra Maria Abaker. IV. Título. CDD É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que citada a fonte. 1 Docente do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal Stricto sensu (PPGPA) UNICASTELO/Descalvado 2 Discente do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal Stricto sensu (PPGPA) UNICASTELO/Descalvado
3 RESUMO Dentro do agronegócio brasileiro, a ovinocultura vem se destacando como atividade em expansão. É uma estratégia de desenvolvimento rural e geração de renda, já que a carne ovina possui alto valor de mercado quando comparada às demais. No Brasil, o consumo per capita de carne ovina é pouco representativo. Percebe-se, no entanto, a existência de significativo espaço para a expansão da produção e consumo, pois atualmente metade da carne ovina consumida no País é importada. Na busca de atender à demanda do mercado consumidor, faz-se necessário produzir cordeiros em grande escala e carcaças de qualidade. Para tanto, é imprescindível a implantação do sistema de confinamento. Palavras-chave: confinamento, ovinocultura de corte, terminação de cordeiros.
4 INTRODUÇÃO Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011 foi realizado o levantamento da Produção da Pecuária Nacional, estimando o rebanho brasileiro de ovinos em 17,6 milhões de cabeças (IBGE, 2011). A criação de ovinos para corte tem sido estimulada em razão da valorização do consumo dessa carne. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2012), o consumo médio anual de carne ovina, no Brasil, é de 700 gramas por habitante, muito baixo em comparação com o da carne bovina, que chega, em média, a 35 kg por habitante/ano. Considerando-se a dimensão territorial do País e as favoráveis condições ambientais e climáticas, o rebanho brasileiro contrasta com a insuficiente produção de carne ovina; há um crescimento interno de demanda desse produto, e o suprimento dessa carência produtiva é sanado pela importação. Pensando nesse grande desafio da nossa pecuária, que é produzir animais precoces e de qualidade, é preciso realizar a prática do confinamento dos cordeiros.
5 SISTEMA DE CRIAÇÃO INTENSIVO - CONFINAMENTO Hoje, a ovinocultura tem como meta produzir carne de cordeiro com idade de abate inferior a 150 dias. Os sistemas intensivos de criação, com a utilização de confinamento - seja do nascimento ao desmame (fase de cria), seja do desmame ao abate (fase de acabamento), ou ainda do nascimento ao abate, (confinamento integral), são as melhores alternativas para se obter um produto final de ótima qualidade. As principais vantagens do sistema de criação intensivo são: menor taxa de mortalidade, máximo aproveitamento da área disponível, melhor acabamento das carcaças e melhor conversão alimentar dos animais. A única desvantagem é que envolve um custo maior de alimentação e de mão de obra. ESTRUTRA E INSTALAÇÕES As instalações estão totalmente relacionadas com todas as etapas da produção animal, já que facilitam e reduzem a mão de obra para as tarefas diárias, favorecem o controle de doenças e o manuseio do rebanho, protegem e dão segurança aos animais e armazenam e reduzem o desperdício de alimentos. É de grande importância estar atento para o custo e funcionalidade das instalações, pois elas oferecem a "zona de conforto", tão
6 necessária para o bom desempenho produtivo dos rebanhos (ALVES, 2004). Devido à grande oferta do produto durante o ano todo, não se recomenda a utilização de estruturas a céu aberto, já que elas apresentam limitações no período chuvoso. - Local: em terreno alto, seco e sombreado; disposto no sentido leste-oeste; de preferência, próximo ao alojamento do tratador. - Piso: terra batida ou cimentado. Independentemente da escolha, é necessário uso de cama para forrar o piso; se for piso suspenso, este deve ficar a um metro de altura do chão. - Cobertura: deve estar a 2,5 m do piso e ter beiral de no mínimo 1,2 m; se necessário, colocar uma lona na parte lateral, para proteger das chuvas. - Tamanho: entre 0,8 m² e 1,2 m² por animal. As baias, quando divididas, melhoram o manejo; o ideal seria 30 animais por baia e separados de acordo com tamanho e peso. - Cochos: de 20 cm a 25 cm de área linear/animal, confeccionados em madeira ou alvenaria, providos de canzis (para evitar a entrada de animais) e fora da área útil das baias (no centro).
7 - Bebedouros: localizados no lado oposto dos cochos de alimentação; de preferência, regulados com boia, para controle de vazão da água, que deve estar sempre limpa e fresca. - Paredes Laterais: no lado dos ventos predominantes, a parede deve estar fechada. As laterais e as divisões das baias podem ser de madeira, com altura de 1,3 m, no mínimo. ANIMAIS PARA CONFINAMENTO Para ser uma atividade rentável, é necessário que os animais sejam sadios, desmamados com média de 12 kg e que possuam um bom desenvolvimento. Após o desmame, quanto mais rápido o cordeiro for para o confinamento, melhor será o aproveitamento dos alimentos; quanto mais jovem for o animal, mais deposição de água e proteína terá, em detrimento das gorduras, que têm custo energético mais alto para deposição (Church, 1984). No sistema de confinamento, comparando fêmeas e machos castrados com cordeiros inteiros, Lloyde et al. (1981) e Dransfield et al. (1990) concluíram que os animais não submetidos à castração obtiveram maior ganho de peso, conversão alimentar e qualidade de carcaça; quando abatidos em até seis meses, e apresentaram carne de excelente qualidade.
8 As fêmeas não utilizadas para reposição do rebanho têm seu desenvolvimento menor, quando confinadas, devendo ser levadas ao abate com peso inferior ao dos machos (Notter et al., 1991). ALIMENTAÇÃO O principal fator de sucesso é a alimentação; devido à exigência nutricional, os concentrados representam 70% dos gastos. De acordo com Valverde (2000) e Bendahan e Braga (2005), na fase de terminação, a exigência nutricional é alta, com 70% a 78% de NDT, 18% de PB, 0,45% de cálcio e 0,25% de fósforo na matéria seca total, consumindo cerca de 4,5 a 5% do peso vivo na matéria seca. Segundo Hungate (1993), a mineralização deve ser feita com o fornecimento de sal mineral à vontade nos saleiros, sendo este mineral específico para ovinos. SANIDADE Antes da entrada dos animais no confinamento, recomendam-se a vermifugação, o casqueamento e a passagem dos animais no pedilúvio (Carvalho et al., 2000).
9 CONCLUSÃO A utilização do confinamento para terminação de cordeiros é uma decisão econômica. Para que obtenha ganho na atividade, o ovinocultor deve considerar, principalmente: velocidade de acabamento, qualidade dos animais disponíveis, conversão alimentar e preço e qualidade dos concentrados e do volumoso. No que diz respeito à criação, é essencial o produtor proporcionar bem-estar aos animais, disponibilizando alimentos de qualidade, higiene nas instalações e área suficiente para que os animais se desenvolvam (área de cocho, bebedouros e saleiros correspondentes à lotação das baias). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, U. J. Instalações: uma preocupação na produção de caprinos e ovinos. Disponível em: Acessado em 15/09/2013. BENDAHAN, A.B, BRAGA, R.M. Acabamento de Cordeiros em Confinamento. Documento 03, Embrapa Boa Vista- RR CARVALHO, P.C. de F.; POLI, C.H.E.C., PEREIRA NETO, O.A. Manejo de pastagens para ovinos: uma abordagem
10 contemporânea de um antigo desafio. In: IX Simpósio Paranaense de Ovinocultura e I Encontro de Ovinocultores do Mercosul, Editora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Anais..., 1, Ponta Grossa-PR CD-ROM CHURCH, D.C. Alimentos y alimentacion del Ganado. In: Alimentos y alimentacion del Ganado. Montivideo, ed. Hemisferio Sur S.R.L. v. 1-2, DRANSFIELD, E.; NUTE, G.R.; HOGG, B.W. et al. Carcass and eating quality of ram, castrated ram and ewe lambs. Animal Production, v.50, n.3, p , FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Estatísticas. Disponível em: Acessado em 15/09/2013. HUNGATE, R.E. The rúmen and its microbes. Academic Press, Italy, IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: defaut.shtm Acessado em 15/09/2013. LLOYD, W. R.; SLYTER, A. L.; COSTELLO, W. J. Effect of breed, sex and final weight on feedlot performance, carcass characteristics and meat palatability of lambs. Journal of animal Science. V. 51, n. 2, p ,1981.
11 NOTTER, D. R.; KELLY, R. F. E BERRY, B. W. Effects of ewe breed and management system on efficiency of lamb production. I. Ewe Productivity. Journal of animal Science. V. 69, p , SANTOS, L.E.; CUNHA, E.A. da; BUENO, M.S. Cordeiros para abate super precoce. Disponível em: E.A. Cordeiro para abate super-precoce.doc. Acesso em 14 de setembro de VALVERDE, C. C. 250 Maneiras de preparar rações balanceadas. 1.ed. Viçosa, 109 p.
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