RECURSOS DIREITO TRIBUTÁRIO- ALEXANDRE LUGON PROVA 2 AFRFB (CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS- ÁREA GERAL) DIREITO TRIBUTÁRIO
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- Maria da Assunção Neusa Schmidt Carreira
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1 RECURSOS DIREITO TRIBUTÁRIO- ALEXANDRE LUGON PROVA 2 AFRFB (CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS- ÁREA GERAL) DIREITO TRIBUTÁRIO QUESTÃO 31 O IPTU imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, possui as seguintes características, exceto: a) pode ser progressivo em razão do valor venal do imóvel, o que permite calibrar o valor do tributo de acordo com índice hábil à mensuração da essencialidade do bem. b) a progressividade de sua alíquota, com base no valor venal do imóvel, só é admissível para o fim de assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana. c) é inconstitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. d) pode ter diversidade de alíquotas no caso de imóvel edificado, não edificado, residencial ou comercial. e) não se admite a progressividade fiscal decorrente da capacidade econômica do contribuinte, dada a natureza real do imposto. Gabarito oficial alternativa C Duas assertivas estariam erradas: alternativas B e E. Quanto à alternativa B, a afirmativa segunda a qual a progressividade fiscal do IPTU com base no valor venal do imóvel, só é admissível para o fim de assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana está incorreta. Trata-se de progressividade prevista no inciso I do 1º do art. 156 da C.F de 88, incluído pela EC 29/00, admitida em função da capacidade econômica do contribuinte. Trata-se, portanto de progressividade fiscal e não extrafiscal como aventado na afirmativa. CF Art. 156, 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; A restrição da progressividade à função social a propriedade urbana se dirige à progressividade no tempo, prevista no inciso II, do 4 do art. 182 da CF de 88. CF Art. 182, 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: (...) II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; Quanto à alternativa E, a afirmativa segundo a qual não se admite a progressividade fiscal decorrente da capacidade econômica do contribuinte, dada a natureza real do
2 imposto também fica prejudicada por decisão recente do STF que, contrariando posição adotada antes da EC 29/00, acolheu a progressividade fiscal do IPTU por unanimidade no RE , onde se destaca o voto da Min. Carmen Lúcia: (...) No entanto, a progressividade, por garantir a observância da capacidade contributiva, deve, sempre que possível, ser utilizada. Essa foi a intenção da EC n 29/00 ao estabelecer a possibilidade de se instituir a progressividade do IPTU em razão do valor do imóvel. ( ) É verdade, que em se tratando de impostos reais, não se aufere a capacidade contributiva global de um contribuinte. O que se estabelece é uma presunção de que aqueles que possuem imóveis de maior valor podem contribuir de forma mais onerosa do que aqueles que possuem imóveis de menor valor. RE , Quanto ao gabarito C está incorreta a assertiva, em função da Súmula 539 do STF: Súmula nº 539 do STF É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro QUESTÃO 35 Sobre o decreto em matéria tributária, assinale a opção incorreta. a) Em geral, possui a mesma normatividade da lei, desde que não ultrapasse a alçada regulamentar de que dispõe o Executivo. b) Não se limita a reproduzir as leis, podendo inovar com relação à criação de deveres e obrigações, desde que não extrapole aquelas. c) Sendo o regulamento da lei, embora não possa modificá-la, tem a missão de explicá-la e de prover minúcias não abrangidas pela norma geral editada pelo Legislativo. d) No âmbito estadual, cabe ao Governador do estado, e no âmbito municipal, ao Prefeito a edição de decretos regulamentando as leis federais, estaduais e municipais. e) Não se sujeita, quer no controle concentrado, quer no controle difuso, à jurisdição constitucional Gabarito oficial alternativa B A alternativa E, ao afirmar Não se sujeita, quer no controle concentrado, quer no controle difuso, à jurisdição constitucional, estaria incorreta, dado que os decretos podem sim estar sujeitos a jurisdição constitucional no controle difuso e, em se tratando de controle concentrado, via ADPF. Quanto à alternativa B, gabarito oficial, ao afirmar que o decreto não se limita a reproduzir as leis, podendo inovar com relação à criação de deveres e obrigações, desde que não extrapole aquelas, não estaria errada a referida assertiva, dado que os deveres
3 e obrigações mencionados estariam abrangidos no próprio Poder Regulamentar, inserido no art. 84, IV da CF 88, sendo meros instrumentos objetivando o fiel cumprimento das leis a que se refiram. Desta forma, não há outra possibilidade a não ser a alteração do gabarito para a opção E, resguardando desta forma a correição do processo seletivo. QUESTÃO 36 Sobre a vigência da legislação tributária, assinale a opção incorreta. a) Entende-se por vigência a aptidão de uma norma para qualificar fatos, desencadeando seus efeitos de direito. b) Vigência e eficácia, atributos normativos que costumam existir simultaneamente, no Direito Tributário podem existir separadamente. c) Pode-se ter no Direito Tributário norma vigente mas não eficaz, como no caso das que majorem tributos, que em geral têm sua eficácia diferida para o início do exercício financeiro seguinte ao qual foi publicada; todavia, não se admite norma eficaz e não vigente. d) As normas constitucionais de eficácia limitada constituem exemplo de norma que, embora em vigor, não está apta a produzir efeitos. e) No caso das leis que necessitem regulamentação, é lícito ao regulamento, sem alterar o mandamento legal, estabelecer o termo a quo de incidência da novel norma tributária, não podendo ser interpretado, todavia, de forma a surpreender o contribuinte. Gabarito oficial alternativa C A alternativa considerada como incorreta, letra C, estaria totalmente correta ao afirmar que Pode-se ter no Direito Tributário norma vigente mas não eficaz, como no caso das que majorem tributos, que em geral têm sua eficácia diferida para o início do exercício financeiro seguinte ao qual foi publicada; todavia, não se admite norma eficaz e não vigente, seria afirmativa correta. A vigência seria a mera aptidão da norma para produzir efeitos. Seria uma propriedade da norma em estar socialmente apta a ser aplicada. No entanto, no Direito Tributário, isso por si só não presume que já haja efetiva produção de efeitos(eficácia). Vale afirmar que a vigência da lei tributária é um requisito para a sua eficácia (sujeita aos princípios constitucionais da anterioridade tributária e da noventena), enquanto a eficácia não seria um requisito para sua vigência, dado que no Direito Tributário, podemos ter uma lei vigente, porém, sem ainda produzir efeitos por não observar os princípios constitucionais da não surpresa tributária acima mencionados. Por outro lado, a alternativa A estaria incorreta, uma vez que a produção de efeitos, quanto às leis que instituam ou majorem tributos, não ocorre necessariamente quando da
4 sua vigência, necessitando, como já exposto, observância aos aos princípios constitucionais da anterioridade tributária e da noventena. Desta forma, não há outra possibilidade a não ser a alteração do gabarito para a opção A, resguardando a correição do processo seletivo. QUESTÃO 38 Na hipótese da ausência de disposição legislativa expressa, está a autoridade competente para aplicar a legislação tributária a utilizar-se da equidade, por expressa autorização do Código Tributário Nacional. Sobre esta, podemos afirmar que: a) sua utilização é permitida, por exemplo, nos casos em que o legislador não previu limitação temporal, a reduzir seu percentual mensal, de modo a evitar-se o confisco. b) na equidade, de certa forma, até se poderia afirmar que o Juiz poderia estar se rebelando contra a regra geral determinada pela norma. c) pode ser encarada como um meio de suprir a falta de norma adequada ao caso singular; todavia, não pode ser vista como uma forma de amortecer essa norma. d) pela equidade, aproxima-se do conceito de justiça real. e) sua natureza consiste em corrigir a lei, nas vezes em que esta se mostrar inadequada ao caso concreto, em razão do seu caráter geral. Gabarito oficial alternativa A A alternativa D estaria também correta, na medida em que a equidade seria a justiça do caso concreto, ou seja, a razoabilidade aplicável ao caso concreto, visando a integração da legislação tributária. Nas palavras de Miguel Reale, há casos em que é necessário abrandar o texto, operando-se tal abrandamento através da equidade, que é, portanto, a justiça amoldada à especificidade de uma situação real.' QUESTÃO 39 Sobre a relação entre obrigação e crédito tributário, assinale a opção incorreta. a) A relação tributária é uma relação obrigacional cujo conteúdo é uma prestação pecuniária, em que num dos polos está o devedor, e no outro o credor. Obrigação e crédito pressupõem um e outro. b) A obrigação, quando surge, já se estabelece em favo do sujeito ativo (a ela corresponde o crédito e viceversa).
5 Quando o CTN diz do surgimento da obrigação com o crédito tributário, e da constituição do crédito com o lançamento, quis na verdade referir-se ao crédito formalizado, certo, líquido e oponível ao sujeito passivo. c) Embora obrigação e crédito sejam, no direito privado, dois aspectos da mesma relação, o direito tributário houve por bem distinguí-los: a obrigação como um primeiro momento na relação tributária, de conteúdo e sujeito passivo ainda não determinados e formalmente identificados; o crédito como um segundo momento na mesma relação, que surge com o lançamento. d) De acordo com o CTN, o lançamento possui natureza constitutiva da obrigação tributária, e declaratória do respectivo crédito tributário. e) À obrigação tributária corresponde o direito de proceder-se ao lançamento. Gabarito oficial alternativa D A alternativa E também está errada. A obrigação tributária é expressão que se refere à relação jurídica utilizada pelo Direito Tributário. Estaria incorreto afirmar-se genericamente que À obrigação tributária corresponde o direito de proceder-se ao lançamento, na medida em que, nos casos de isenção, por exemplo, há obrigação tributária, ocorre incidência tributária, no entanto, o lançamento é vedado por expressa dispensa legal quanto ao pagamento. Tratar-se-ia de uma exclusão do crédito tributário, nos termos do art. 175, I do CTN. Portanto, conclui-se que à obrigação tributária, não necessariamente, corresponde ao direito de proceder-se ao lançamento. QUESTÃO 41 Sobre a elisão fiscal, assinale a opção incorreta a) Distingue-se da elusão fiscal por ser esta expressão utilizada para designar a prática de atos ou negócios como base em um planejamento tributário lícito. b) Tem como sinônimo a simulação, que consiste em uma discrepância entre a vontade real e a vontade declarada pelas partes. c) A elisão abusiva deve ser coibida, por ofender a um sistema tributário criado sob as bases constitucionais da capacidade contributiva e da isonomia tributária. d) Para fins de sua configuração, tem grande utilidade a análise do business purpose test do direito tributário norte-americano, que aceita como lícita a economia fiscal que, além da economia de imposto, tenha um objetivo negocial explícito. e) Não se confunde com a dissimulação. Gabarito oficial alternativa B
6 Além da alternativa B (objeto do gabarito), a alternativa A também estaria incorreta, uma vez que a elusão fiscal diferencia-se da elisão fiscal, por tratar aquela de atos lícitos coordenados, mediante utilização de negócios jurídicos atípicos, desprovidos do propósito negocial, visando impedir a incidência de norma tributária ou reduzir a tributação. Tratar-se-ia do 'abuso de forma', através de atos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. Portanto, a definição atribuída na alternativa A prática de atos ou negócios como base em um planejamento tributário lícito retrata apenas a própria ELISÃO FISCAL e não a ELUSÃO FISCAL.
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