TREINAMENTO DESPORTIVO. Ricardo L. Pace Jr.
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- Bernadete Peralta Paixão
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1 TREINAMENTO DESPORTIVO Ricardo L. Pace Jr.
2 INTRODUÇÃO Desde a Grécia antiga até hoje, o treinamento desportivo variou de um cunho religioso até meio de marketing. A partir de quando utilizado como meio político ideológico, ganhou forte componente competitivo. Características das definições Busca da máxima performance; Meios sistemáticos baseado em metodologias e considerações da capacidade de adaptação biológica.
3 CONCEITOS É a forma fundamental de preparação, baseada em exercícios sistemáticos representando um processo organizado pedagogicamente com o objetivo de direcionar a evolução do desportista (MATVEIEV, 1983)
4 CONCEITOS Uma ação sistemática de treinamento implica na existência de um plano em que se define igualmente os objetivos parciais, os conteúdos e os métodos de treinamento, cuja realização que deve desenvolver mediante controle dos mesmos. (DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 1992)
5 CONCEITOS Bompa (1983), define o Treinamento como uma atividade desportiva sistemática de longa duração, graduada de forma progressiva a nível individual, cujo o objetivo é preparar as funções humanas, psicológicas e fisiológicas para poder superar as tarefas mais exigentes.
6 CONCEITOS O treinamento desportivo é o conjunto de procedimentos utilizados na preparação de pessoas / atletas para as diversas perspectivas de exercício do direito às práticas esportivas No esporte-educação, visa a formação da cidadania Esporte educacional Aprendizagem e desenvolvimento motor de habilidades técnicas, qualidades físicas de base e psicomotricidade. Esporte escolar Desenvolvimento das qualidades técnicas, pensamento tático e espírito esportivo. No esporte-lazer, desenvolvimento da segurança pessoal, melhoria das regelações fisiológicas e aumento das possibilidades de práticas esportivas prazerosas. No esporte de rendimento, alcance da forma máxima na época certa. Tubino, 2003
7 Componentes do Treinamento desportivo Como visto, o exercício é o principal componente; Zakharov (1992), destaca três componentes principais: Competição Treino Fatores complementares.
8 Componentes do Treinamento desportivo Intimamente interligados; Complementam-se mutuamente; Tarefas determinadas e particularidades metódicas. Buscar o equilíbrio entre os componentes.
9 Componentes do Treinamento desportivo Competição A Competição principal é o objetivo do processo de treinamento; Outras competições são importantes na preparação Aperfeiçoamento das capacidades específicas Aperfeiçoamento das capacidades física, técnica, tática e psicológica; Comparação da forma desportiva com os concorrentes; Controle dos efeitos do treino em tempo hábil de reparo; (Matvéiev, 1997).
10 Componentes do Treinamento desportivo Competição Isoladamente não é suficiente para a preparação do atleta; Deve ser sistematicamente combinado com os outros componentes. Levar em conta a carga psicológica. Risco de lesões.
11 Componentes do Treinamento desportivo Treino Componente central da preparação ao atleta. Processo pedagogicamente organizado constituído por métodos de exercícios que visam provocar adaptações orgânicas no sentido da melhoria do gesto desportivo particular.
12 Componentes do Treinamento desportivo Treino Resolve tarefas da preparação: Física Força, resistência, flexibilidade, rapidez e coordenação Técnica Tática Ensino das diversas ações técnicas. Estratégias de competição; Treino de estratégias considerando as características do adversário. Psicológica Vontade, nível de estresse adequado para competir.
13 Componentes do Treinamento desportivo Fatores complementares Contribuem para a boa adaptação do atleta às influências de treino e competição. Zakharov cita: Fisioterapia; Massagem; Sauna; Alimentação especializada; Meios farmacológicos; Fatores da natureza (montanhas, altitude). Quanto maior for o nível do atleta tanto mais estes fatores serão determinantes.
14 Componentes do Treinamento desportivo Fatores complementares O mesmo autor ainda adverte sobre a integralidade do ser humano. Condição financeira; Relações familiares; Condições ecológicas;
15 Componentes do Treinamento desportivo Fatores complementares Para Almeida, Almeida e Gomes, a performance depende de: Como o indivíduo se comporta; O que ele pensa; Do volume e intensidade da carga; Das qualidades psicológicas requeridas para a a performance; Da dinâmica social do grupo; De como todos estes fatores são organizados e administrados durante uma temporada de treinamento, competição e descanso.
16 OBJETIVOS DO TREINAMENTO Ganhar e aumentar o desenvolvimento multilateral e físico; Assegurar e melhorar os desenvolvimentos físicos específicos determinados pelas necessidades de cada desporto em particular; Realizar e aperfeiçoar as técnicas do desporto escolhido; Melhorar e aperfeiçoar as estratégias necessárias; Cultivar as qualidades volitivas; Assegurar e procurar uma preparação ótima para a equipe; Fortalecer o estado de saúde de cada atleta; Prevenir lesões; Incrementar o conhecimento teórico do atleta. (VIANNA, 2002)
17 Complexidade do treinamento; Rigorosidade e profundidade; Metodologia científica x Empirismo do treinador; Sánches & Bañuelos (1993), de uma perspectiva científica, define o treinamento como uma atividade de busca contínua dos limites físicos que pode chegar o ser humano no contexto da competição desportiva, baseado no método científico e do abandono sistemático do método empírico.
18 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO 1. PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS Princípio da unidade funcional; Princípio da multilateralidade; Princípio da especificidade; Princípio da sobrecarga; Princípio da supercompensação; Princípio da continuidade; Princípio da progressão; Princípio da perspectiva evolutiva; Princípio da recuperação; Princípio da individualidade.
19 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO 2. PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS Princípio de participação ativa e consciente no TD; Princípio da transferência do treinamento; Princípio da acessibilidade;
20 Princípio da unidade funcional O organismo como um todo indissolúvel; Uma falha em algum órgão ou sistema prejudica o treinamento; Atenção ao desenvolvimento harmônico dos diferentes sistemas; O desenvolvimento de uma qualidade física pode induzir ao prejuízo de uma segunda: Ex.: Resistência x velocidade Força x Flexibilidade
21 Princípio da multilateralidade Atenção especial em trabalhos com crianças; Atletas com maior domínio de movimentos, apresentam uma maior variedade de ação motriz e consequentemente desenvolvem uma maior capacidade de assimilar novas técnicas e métodos de treinamento mais complexos, levando em consideração que uma aprendizagem nasce sobre outros esquemas motores já adquiridos; O problema da especialização de forma precoce: Evolução em um determinado ponto; Involução em outros órgãos, sistemas e habilidades; Preparação unilateral.
22 A especialização é um freio ou uma barreira para o sucesso no alto rendimento Hegedus (xx)
23 Multilateralidade Geral Quando a criança pratica várias modalidades esportivas. Multilateralidade Específica Quando a criança pratica todas as possibilidades que são oferecidas por um só esporte.
24 Qual a vantagem de um atleta apresentar um perfeito domínio motor nos dois membros?
25 Princípio da Especificidade Adaptações fisiológicas específicas; Tipo de treinamento para desenvolver determinada qualidade física; Formas de avaliação; Modelos de treinamento de atletismo aplicado a modalidades coletivas; A especificidade no contexto do macrociclo; Modalidades coletivas procedimentos de progressão no elemento técnico. Idade ótima para cada etapa de rendimento. (Bompa apud Manso et al, 1996)
26 ESPORTE IDADE INICIAL ESPECIALIZAÇÃO ALTO RENDIMENTO ATLETISMO BASQUETEBOL CICLISMO G.A. MASCULINA G.A. FEMININA FUTEBOL NATAÇÃO TÊNIS LUTAS (Manso, 1996)
27 Princípio da Sobrecarga Aplicação de um esforço específico visando estimular uma resposta adaptativa desejada, sem produzir um processo de desgaste físico exagerado. Ponto fundamental: Superar o limite inferior de esforço; Não atingir o limite superior de esforço.
28 Máxima Tolerância Limiar Sem efeito Efeito manutenção Efeito ótimo Efeito prejudicial
29 O ponto ideal de treinamento corresponde a uma carga física quando a intensidade e/ou volume são suficientes para provocar uma ativação do metabolismo energético ou plasmático da célula, em conjunto com a síntese de novas substâncias (Burke, 1991)
30 Princípio da Sobrecarga Assimilação compensatória período de restauração + Período de restauração ampliada Carga de treino Período de restauração Período de restauração ampiada Um estímulo mais forte deve ser aplicado no PRA
31 Princípio da Sobrecarga Ajuste da sobrecarga Deve estar dentro dos limites de tolerância do organismo. Deve ser gradual. Os ganhos são maiores no começo. Tendência para cargas máximas (MATVEIEV, 1986) Cargas não débeis provocam adaptações. Quando as cargas se aproximam da máxima produzem pequenos incrementos nos ganhos, mas essencial na competição. Valor crítico das cargas Depende de variabilidade individual
32 Importância da sobrecarga e adaptação Cargas menores que capacidade adaptativa não geram ganhos adequados. Cargas maiores que capacidade adaptativa geram danos. Não utilização da sobrecarga impede evolução do desempenho. Cargas excessivas ou precoces geram danos.
33 Princípio da Sobrecarga Ponto de desgaste Nos primeiros anos de treinamento o volume deve aumentar progressivamente, mas na medida em que o atleta melhora o nível, a importância do volume vai diminuindo e o fator intensidade deverá ter prioridade.
34 Referenciais para a detecção da fadiga Alterações na capacidade de rendimento: Diminuição na capacidade de trabalho; Aumento na FC x nível de carga; Aumento do consumo de oxigênio submáximo; Aumento da ventilação (submáximo); Diminuição da força, coordenação, agilidade, etc.; Aumento dos erros técnicos. (Vianna, 2002)
35 Referenciais para a detecção da fadiga Alterações no estado geral: Cansaço geral; Insônia e sudorese noturna; Perda de apetite, perda de peso; Amenorréia, cefaléias, náuseas; Distúrbios gastrointestinais; Dores musculares e/ou tendinosas; Diminuição das defesas, febre.
36 Referenciais para a detecção da fadiga Avaliação clínica: Aumento do ácido úrico; Aumento do amoníaco basal; Elevação da CK; Aumento do cortisol basal; Diminuição da testosterona livre; Aumento de K no sangue.
37 Importância da sobrecarga e adaptação Síndrome do supertreinamento Provocada por: Esforço físico demasiado Alimentação inadequada Falta de aclimatização Condições patológicas Estado psicológico anormal Repouso inadequado Mudança brusca de rotina diária
38 Princípio da Supercompensação Com a aplicação de treinamento, produz-se alterações estruturais, tanto somática quanto funcionais, provocando no período de recuperação o retorno aos níveis iniciais e inclusive de melhora.
39 Princípio da Supercompensação Assimilação compensatória período de restauração + Período de Supercompensação Carga de treino Período de restauração Período Supercompensação Um estímulo mais forte deve ser aplicado no P. Supercompensação
40 Fatores que interferem na composição da curva Volume; Intensidade; Qualidade física treinada; Nível de condicionamento; Condições climáticas; Alimentação ( antes-durante-depois)
41 Modelo de Supercompensação Energética Neuromuscular Velocidade-coordenação-força Melhora das ações intra e intermusculares Depois de um período de tempo, um menor número de unidades motoras são ativadas para uma mesma carga.
42 Formas de Adaptação a) Funcional Coordenação b) Somático Aumento da espessura dos miofilamentos; Aumento do nº de capilares; Aumento da resistência dos tecidos conectivos; Incremento das reservas energéticas; Hiperplasia
43 Princípio da Continuidade Ganho de performance; Manutenção dos níveis atingidos; Período de interrupção Fatores intervenientes: Lesões; Doenças; Sociais; Período do treino pré-competição. Indivíduos treinados recuperam mais rapidamente; Redução da carga após um período de afastamento.
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