A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Silvia Helena Vieira Cruz
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1 A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Silvia Helena Vieira Cruz
2 INTRODUÇÃO Os ganhos decorrentes das experiências vividas pelas crianças em creches e pré-escolas dependem diretamente da qualidade dessas experiências. A qualidade do trabalho pedagógico com a criança é vinculada à formação do professor. Se quisermos melhorar a qualidade da educação oferecida às crianças pequenas temos que, necessariamente, nos comprometer com a qualidade da formação dos seus professores.
3 INTRODUÇÃO A formação do professor é um instrumento de valorização do trabalho e de realização pessoal e profissional. Isso é mais evidente para a Educação Infantil, uma vez que esta área ainda está consolidando a sua identidade. A identidade do professor de Educação Infantil inclui um maior âmbito de responsabilidades e, ao mesmo tempo, precisa se firmar como a de um profissional da educação.
4 A profissionalidade específica dos docentes que atuam na Educação Infantil é decorrência do objetivo desta etapa da educação e das características das crianças que a frequentam. Lembrar que, desde a LDB (Art. 29), a finalidade da Educação Infantil está definida como sendo o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da sociedade.
5 O professor da criança pequena assume a grande responsabilidade pelo conjunto total das necessidades das crianças, que variam nas diferentes faixas etárias. A sua prática pedagógica inclui, entre outras coisas: planejar experiências diversificadas, que atendam aos vários aspectos do desenvolvimento infantil; dar atenção privilegiada aos aspectos emocionais; vincular a aquisição de novos conhecimentos e habilidades a reais desejos e necessidades das crianças; oferecer oportunidade e estímulo para cada criança desenvolver a curiosidade, a imaginação e a capacidade de expressão.
6 A formação inicial deve não só promover informações e desenvolver habilidades necessárias, mas também trabalhar atitudes e valores implicados no trabalho realizado junto às crianças e suas famílias. As informações deveriam permitir repensar, sistematizar, situar e ampliar dois grandes conjuntos de dados: As informações referentes às características da aprendizagem e do desenvolvimento infantil; As informações relativas à creche e à pré-escola e ao trabalho educativo que aí deve ser realizado.
7 Na formação inicial, também é importante desenvolver habilidades que contribuem para que o professor realize um trabalho mais rico, prazeroso e efetivo; É necessário ainda trabalhar/interferir nas atitudes e opiniões do educador acerca da criança e da sua família, propiciando a emergência de atitudes e opiniões mais positivas, que incluam a crença na capacidade da criança aprender e o respeito pelos costumes e valores das suas famílias.
8 Segundo o Art. 62 da LDB, a formação inicial para a Educação Infantil deve ser realizada em nível superior em curso de licenciatura, de graduação plena; é admitida como formação mínima a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. Ainda há um número significativo de professores atuando na Educação Infantil sem essa formação mínima: 17,8% dos que atuam em creches e 13,1% dos que trabalham nas pré-escolas (Censo 2007). O baixo nível de formação dos profissionais é mais acentuado nas regiões mais pobres e nas creches.
9 Iniciativas do MEC quanto à formação inicial para a Educação Infantil: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica (CNE/CP nº 1/2002); Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (CNE/CP Nº 1/2006); PROINFANTIL (em 2010, cerca de profissionais em formação). Em relação à pós-graduação: Curso de especialização em Educação Infantil (total de 80 turmas em vários estados).
10 As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia trazem novas ideias acerca da formação do pedagogo. Exemplos: O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social. Destaca-se da mesma forma a relevância das investigações sobre as especificidades de como crianças aprendem nas diversas etapas de desenvolvimento, especialmente as de zero a três anos em espaços que não os da família
11 Vários problemas, no entanto, precisam ser melhor equacionados. Por exemplo: as demais disciplinas do currículo da Pedagogia precisam incluir conteúdos relativos à Educação Infantil; é necessário incorporar novas disciplinas ao currículo, a fim de complementar a formação para o trabalho pedagógico com crianças pequenas; é preciso estimular mais a articulação entre teoria e prática através do maior diálogo com o contexto educacional, especialmente com as instituições públicas.
12 CONCLUINDO A criança tem direito não apenas ao acesso à creche ou à pré-escola, mas a uma experiência educativa de qualidade, que realmente seja prazerosa e eficaz na promoção das suas múltiplas aprendizagens e desenvolvimento. Como o professor é a figura mais importante para a qualidade dessa experiência, é imprescindível que a sua formação inicial e continuada sejam foco de atenção por parte das políticas públicas.
13 CONCLUINDO No contexto atual, a formação continuada ainda assume especial importância. Cursos de formação inicial ou continuada precisam Possibilitar que os professores se apropriem de mais conhecimentos, tocar as suas concepções e posturas; Conscientizá-los da importância do seu trabalho; Comprometê-los com as aprendizagens, o desenvolvimento e o bem estar da criança.
14 CONCLUINDO Através de boas oportunidades de formação, os professores poderão entender e atender melhor as necessidades das crianças (Heloisa Dantas).
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