Cultura - Análise da Conjuntura Agropecuária. Ano 2012/13 LEITE. Leite no Brasil
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- Melissa Canela Coradelli
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1 Cultura - Análise da Conjuntura Agropecuária Ano 2012/13 LEITE Leite no Brasil O Brasil vem apresentando aumento gradativo na produção leiteira, desde 2008, quando bateu o recorde na exportação de produtos lácteos. Desde então os incrementos registrados vinham ultrapassando 5% ao ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil no ano de 2011, produziu 32 bilhões de litros, 4,4 % superior à produção de 2010 (30,7 bilhões de litros). O cenário da atividade leiteira brasileira mostra que o Sudeste e o Sul se destacam nesta atividade. As regiões participaram com 61,8%, dos 32 bilhões produzidos em 2011, conforme dados do IBGE. No ano de 2011, entre os estados, Minas Gerais representou 27,2%, do total produzido, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 12,0%, Paraná com 11,8% e Goiás com 10,8%. O volume produzido e os números dos outros estados da federação estão expostos na tabela a seguir.
2 BRASIL - Ranking descendente da Produção Leiteira Ano = 2011 ranking Unidade da Federação Produção em (mil litros) 1 Minas Gerais Rio Grande do Sul Paraná Goiás Santa Catarina São Paulo Bahia Pernambuco Mato Grosso Rondônia Pará Mato Grosso do Sul Rio de Janeiro Ceará Espírito Santo Maranhão Sergipe Tocantins Rio Grande do Norte Alagoas Paraíba Piauí Amazonas Acre Distrito Federal Amapá Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal - PPM Pela projeção da Embrapa Gado de Leite, o ano de 2012 fechou sua produção na marca dos 33,5 bilhões de litros, com o crescimento de 5% em relação ao ano anterior, crescimento já observado em anos anteriores. A produção, obteve crescimento de 56% em relação ao ano de 2001, como pode ser visto na tabela a seguir. Entretanto, grande parte da produção ainda provém de animais de baixa produtividade, e esta tem aumentado de maneira modesta desde Entre este ano e o ano de 2011, a produtividade cresceu 22,5%, de para litros anuais por vaca.
3 Existem algumas teorias para justificar o baixo desempenho na produtividade a nível nacional. Estima-se que aproximadamente 90% dos sistemas de produção de leite são extensivos e que nestes, o pasto corresponde a 85% da dieta, sendo assim os problemas nutricionais e de manejo são os maiores responsáveis pelo baixo desempenho produtivo. Deficiência na qualidade das pastagens e o volume inadequado ofertado aos animais, são problemas que influenciam em muito a produção, contribuindo para isso, a falta de correção dos solos, adubação inexistente ou ineficiente, lotação incorreta, plantas invasoras, pragas e escolha incorreta de espécies adaptadas às regiões. Outros problemas como: sanidade deficiente, mineralização inadequada, baixo mérito genético, manejo incorreto, conforto térmico das propriedades e outras deficiências físicas que acarretam em stress dos animais são também pontos que levam à ineficiência produtiva. Embora a produção por animal esteja crescendo lentamente, o crescimento de 56% na produção brasileira, demonstra um aumento significativo do rebanho leiteiro, especialmente em relação ao números de vacas ordenhadas. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubenz, explica que a produção é orientada pela demanda interna. Com o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, a partir do Plano Real, em 1994, os produtos lácteos passaram a fazer parte da cesta básica das famílias. O consumo per capita passou de 160 litros por habitante/ano para 168,5 litros, em uma década. Fato este que estimula o crescimento da produção. (Anuário Brasileiro da Pecuária 2012). Nas tabelas a seguir podemos observar a evolução da atividade leiteira brasileira na última década:
4 BRASIL Leite Evolução da Produção Ano 2001 a 2011 Ano Volume (bilhões/lts) Variação % , Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal /Elabor: SEAB/DERAL BRASIL Vacas Ordenhadas Evolução do Rebanho Ano 2001 a 2011 Ano cabeças Variação (%) Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal /Elabor: SEAB/DERAL BRASIL Rebanho da Pecuária Leiteira Ano 2002 a 2011 Ano Nº cabeças Variação (%) ,7 Fonte: Informa Economics FNP (Estimativa) / Anualpec 2011 (* 2011 projeção) BRASIL Vacas ordenhadas, produção total de leite, produção vaca/ano, produção vaca/dia (2001 e 2011) Variação Prod. Vaca/Ano ( ) Ano 2001 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L) * ,1 Ano 2011 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,1 *considerando 270 dias de lactação Fonte: IBGE e SEAB/DERAL Elaboração: SEAB/DERAL Variação Produção Vaca/Ano % (2001/2011) 23
5 BRASIL Vacas ordenhadas, produção total de leite, produção vaca/ano, produção vaca/dia ( ) / média nacional a partir de dados do IBGE Ano 2007 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L) * ,6 Ano 2008 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,7 Ano 2009 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,8 Ano 2010 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* Ano 2011 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,1 *considerando 270 dias de lactação Fonte: IBGE e SEAB/DERAL BRASIL ASPECTOS DO MERCADO EXTERNO Brasil renova acordo sobre cotas de lácteos com a Argentina Na segunda-feira dia 28 de janeiro de 2013, representantes do setor lácteo brasileiro, estiveram reunidos em Buenos Aires e fecharam um acordo de cotas para a importação de lácteos da Argentina. O volume foi fixado em 3,6 mil toneladas mensais de leite em pó, que a Argentina poderá exportar ao Brasil, mantendo a cota anterior. Este acordo valerá de fevereiro deste ano até janeiro de A medida de restrição à importação de lácteos é fundamental para a proteção do mercado interno, uma vez que o grande volume destes produtos entrando em nosso país até mesmo em período de safra, prejudica a rentabilidade dos produtores devido ao excesso de oferta interna, desestabilizando vários elos da cadeia. As cotas para importação de lácteos da Argentina, foram definidas no ano de 2009,
6 quando o país exportou, em um único mês, 10 mil toneladas de leite em pó para o Brasil. Observando nas tabelas a seguir, a balança comercial do Brasil, podemos atestar o grande volume de lácteos que entraram no país nos últimos três anos mais expressivamente. BRASIL- Lácteos - Balança Comercial a 2013* Importações Ano Quantidade (t) Valor (US$ FOB) 2013* Exportações 2013* Fonte: Agrostat Brasil a partir de dados da SECEX/MDIC Nota: lácteos (leite UHT, leite em pó, queijos, manteiga e gorduras lácteas, iogurte e leitelho, doce de leite, leite modificado, leite condensado, creme de leite). (*) jan-fev 2013
7 BRASIL- Lácteos Importações Argentinas e Uruguais Comparativo ( ) Como pode ser analisado nas tabelas a seguir é muito expressiva a entrada de lácteos da Argentina e Uruguai no Brasil. No ano de 2010, do total de lácteos importados pelo nosso país, a Argentina contribuiu com 59% no volume enviado e 58% em receita. Em 2011, as importações argentinas em volume foram ainda maiores, crescendo para 80%, a receita continuou em 58%, sinalizando redução no preço dos produtos adquiridos. No ano de 2012, houve uma sensível queda nas importações provenientes da Argentina em relação ao ano anterior, como pode ser analisado nas tabelas abaixo, certamente resultado da imposição de cotas. As importações de lácteos provenientes do Uruguai no mesmo período de análise, embora mais modestas também foram significativas e obtiveram crescimento entre os anos 2010 a 2012, fato devido ao Uruguai não possuir acordo de cotas e ser beneficiado pelo livre comércio do Mercosul. BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Argentinas Ano 2010 Totais Valor (US$) Peso (T) Argentina Valor (US$) Peso (T) Fonte: MAPA Agrostat Arg/ Br (Valor %) Arg/ Br (Volume%) Elaboração: SEAB/DERAL
8 BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Argentinas Ano 2011 Totais Valor (US$) Peso (T) Argentina Valor (US$) Peso (T) Fonte: MAPA Agrostat Arg/ Br (Valor %) Arg/ Br (Volume%) Elaboração: SEAB/DERAL BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Argentinas Ano 2012 Totais Arg/ Br (Valor %) Arg/ Br (Volume%) Valor (US$) Peso (T) Argentina Valor (US$) Peso (T) Fonte: MAPA Agrostat Elaboração: SEAB/DERAL BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Uruguaias Fonte: MAPA Agrostat Ano 2010 Totais Urug./ Br (Valor %) Urug./ Br (Volume%) Valor (US$) Peso (T) Uruguai Valor (US$) Peso (T) Elaboração: SEAB/DERAL
9 BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Uruguaias Ano 2011 Totais Valor (US$) Peso (T) Uruguai Valor (US$) Peso (T) Fonte: MAPA Agrostat Urug./ Br (Valor %) Urug. Br (Volume%) Elaboração: SEAB/DERAL BRASIL Importações Totais de Lácteos em Relação às Importações Uruguaias Ano 2012 Totais Urug./ Br (Valor %) Urug. Br (Volume%) Valor (US$) Peso (T) Uruguai Valor (US$) Peso (T) Fonte: MAPA Agrostat Elaboração: SEAB/DERAL Nas tabelas acima observamos que no ano de 2010, 59% das importações de lácteos brasileiras em volume, foram provenientes da Argentina. Em 2011, este percentual subiu para 80%. Entretanto, comparando-se o ano de 2012, aos dois anteriores analisados o acréscimo no volume das importações argentinas foi menor. Comparando-se 2012 a 2011, as importações cairam 19% em receita e 14% em volume. Esta queda nas importações provenientes da Argentina, como já citado se deve ao acordo de cotas e possivelmente a alta no preço do leite em pó, o que pode ter inibido os importadores locais. No caso do Uruguai, no ano de 2010, o percentual de lácteos enviados ao Brasil em relação ao total importado foi de 28,3, subindo este índice para 34,76% em Ao contrário da Argentina, em 2012, o crescimento no volume de lácteos importados do
10 Uruguai continuou crescente, sendo 38% superior em valor e 40% no volume, em relação ao ano de LEITE Brasil - Ranking de Produção Municipal Ano 2011 Ranking Município (Mil/litros) 1 Castro - PR Patos de Minas - MG Jataí - GO Morrinhos - GO Carambeí - PR Unaí - MG Piracanjuba - GO Ibiá - MG Patrocínio - MG Coromandel - MG Itaíba - PE Catalão - GO Marechal Cândido Rondon - PR Uberlândia - MG Prata - MG Pompéu - MG Passos - MG Toledo - PR Buíque - PE Perdizes - MG Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) Na tabela acima podemos observar o destaque do Estado do Paraná na produção leiteira nacional, segundo o levantamento do IBGE (PPM), dos 20 primeiros municípios produtores de leite do nosso país, 4 são paranaenses, sendo que o 1º lugar ficou com Castro com 210 milhões de litros produzidos.
11 PARANÁ Retrospectiva da Conjuntura Leiteira Paranaense em 2012 Um dos aspectos conjunturais de 2012, foi a estiagem que aconteceu no início do 2 semestre, atingindo a produção agrícola e apesar de ter danificado também as pastagens refletiu em um pequeno decréscimo na captação de leite, isso devido a profissionalização cada vez maior dos produtores paranaenses, que atualmente em sua maioria utilizam algum tipo de suplementação alimentar fornecida às vacas lactantes, fato que minimiza, os efeitos das adversidades climáticas sobre a produção. De acordo com os levantamentos do Departamento de Economia Rural (DERAL), a média paga pelo litro de leite ao produtor paranaense mostrou estabilidade durante todo o ano de 2012, entre janeiro a dezembro houveram poucas oscilações ficando os preços entre R$ 0,79 a R$ 0,80 na maior parte dos meses. Uma das razões desta estabilidade nas cotações está ligada a questão climática. Normalmente, ao fim do período de entressafra, a partir de meados de setembro a início de outubro, a tendência é de uma recuperação na oferta de pastagens, com conseqüente acréscimo na produção leiteira. Entretanto, em 2012, a estiagem que atingiu boa parte do país, com precipitações observadas somente ao final de setembro, ocasionou um atraso no desenvolvimento das pastagens, que só apresentaram condições de pastejo ao final de outubro e início de novembro, regulando a oferta de leite e contribuindo para a manutenção dos preços. Segundo o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços pagos aos produtores, tiveram alta em setembro de 1,6%, em relação a agosto. A média ponderada dos estados considerados pelo Cepea (RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA) foi de R$ 0,7996/litro (valor líquido). A alta nas cotações observadas na época, deveu-se em parte, ao decréscimo na captação de leite nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além da desaceleração da produção no Sul do País, fatos ocasionados pela entressafra e estiagem já citada. Situação diferente da observada até o mês de julho, aonde os bons índices de chuvas
12 contribuíram para a boa manutenção das pastagens e da oferta de leite. Além dos fatores climáticos citados, a produção leiteira no ano passado também sofreu a influência do aumento dos custos de produção com a suplementação dos animais, que elevou-se, principalmente pelo encarecimento de insumos como o milho e a soja. CENÁRIO ATUAL PARANAENSE LEITE Paraná Variação dos Preços Pagos aos Produtores (R$/litro) Fevereiro de 2012 Fevereiro de 2013 Variação (%) 0,79 0,84 6,3 Fonte:SEAB/DERAL O preço médio do litro pago aos produtores no Paraná em 2012 foi de R$ 0,80, 2,5% superior a média do ano de 2011, quando o preço foi de R$ 0,78. A média do primeiro bimestre de 2013, já se mostrou 5% superior à média do ano passado, com a cotação de R$ 0,84. Comparando-se fevereiro de 2012 a fevereiro de 2013, a variação positiva foi de 6,3% sinalizando reação dos preços para este ano, embora ainda seja precoce um diagnóstico desta natureza. Entretanto, a partir de maio é comum se esperar uma alteração mais significativa nas cotações, devido à diminuição da oferta rotineira durante o período de entressafra. O custo da produção do leite deve sofrer alteração no Estado, devido ao reajuste nos preços de subprodutos do milho e soja, os mais utilizados nas dietas do gado leiteiro, que possivelmente estejam menores que o ano passado.
13 Evolução e Números da Pecuária Leiteira Paranaense PARANÁ Leite Evolução da Produção Ano 2001 a 2011 Ano Volume (bilhões/lts) Variação % , ,8 Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal /Elabor: SEAB/DERAL PARANÁ Vacas Ordenhadas Evolução do Rebanho Ano 2001 a 2011 Ano cabeças Variação (%) Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal /Elabor: SEAB/DERAL PARANÁ Rebanho da Pecuária Leiteira Ano 2002 a 2011 Ano Nº cabeças Variação (%) Fonte: Informa Economics FNP (Estimativa) / Anualpec 2011 (*2011 projeção)
14 PARANÁ Vacas ordenhadas, produção total de leite, produção vaca/ano, produção vaca/dia (2001 e 2011) Variação Prod. Vaca/Ano ( ) Ano 2001 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L) * Ano 2011 N de vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,9 Variação Produção Vaca/Ano % (2001/2011) 46 * considerando 270 dias de lactação Fonte: IBGE e SEAB/DERAL PARANÁ Vacas ordenhadas, produção total de leite, produção vaca/ano, produção vaca/dia ( ) / média estadual à partir de dados do IBGE Ano 2007 N de Vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L) * ,40 Ano 2008 N de Vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,80 Ano 2009 N de Vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,30 Ano 2010 N de Vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,6 Ano 2011 N de Vacas Ordenhadas Produção (mil Lts) Prod. vaca/ano (L) Prod.vaca/dia (L)* ,9 * considerando 270 dias de lactação Fonte: IBGE e SEAB/DERAL Conforme podemos observar nas tabelas anteriores, segundo os dados do IBGE Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), a cadeia leiteira paranaense, tem evoluído em vários
15 parâmetros. A produção entre os anos de 2001 a 2011 teve um acréscimo significativo de 100%. Levando-se em conta o aumento de 38% nos números de vacas ordenhadas, e de 46% no volume produzido por vaca ao ano, conclui-se que durante esta década o ganho maior foi realmente por animal, ou seja o ganho na qualidade dos rebanhos foi maior que seu crescimento em quantidade, produzindo-se mais leite, com um número menor de cabeças mais produtivas. Já o acréscimo no número total do rebanho leiteiro foi modesto (8%) apenas, sinalizando um menor percentual de bezerros, bezerras, novilhas e touros na composição de nosso rebanho leiteiro. Comparativo no Aumento de Índices Percentuais da Cadeia Produtiva do Leite Brasil e Paraná (2001 a 2011) Parâmetro Brasil (%) Paraná (%) Evolução na Produção (bilhões de litros) Vacas Ordenhadas (cabeças) *Rebanho Leiteiro ( ) cabeças 3,7 8 Produção Vaca/Ano (litros) Fonte: IBGE/PPM e SEAB/DERAL * Anualpec 2012 Elaboração: SEAB/DERAL Comparativamente ao Brasil, o Estado do Paraná, obteve bons níveis de crescimento na atividade no período de 2001 a 2011, como podemos observar na tabela anterior. Isto se deve a vários fatores que beneficiam nosso estado, por exemplo: incentivos à produção (linhas de crédito, programas governamentais de apoio, assistência técnica, organização da comercialização, etc...), boas condiçoes climáticas e diversidade de solos o que contribui para o cultivo de diversas espécies forrageiras de qualidade e a baixo custo, uso cada vez maior de genética superior somado ao uso de biotecnologias da reprodução, manejo correto dos rebanhos, sanidade (controle das principais doenças), qualidade nutricional (uso de suplementação alimentar nos períodos críticos do ano,
16 minimizando as perdas em produção), entre outras iniciativas que concorrem ao sucesso do setor leiteiro. Assim como em todo Brasil, as importações paranaenses de lácteos tem superado em patamares elevados as exportações. Do ano de 2011 para 2012, o volume importado aumentou em 26% e a receita em 12%, enquanto as exportações decaíram em 35% em volume e 36% em valor. Importações PARANÁ - Lácteos - Balança Comercial a 2013* Ano Quantidade Valor (US$ FOB) 2013* Exportações 2013* Fonte:Agrostat Brasil a partir de dados da SECX/MDIC Elaboração:SEAB/DERAL Nota:lácteos (leite UHT, leite em pó, queijos, manteiga e gorduras lácteas, iogurte e leitelho, doce de leite, leite modificado, leite condensado, creme de leite). (*) jan-fev
17 Estado do Paraná Números do Setor Leiteiro Ano 2011 Produção (2011) 3,81 bilhões de litros, participando com 12% da produção brasileira (IBGE); N de produtores 114 mil aproximadamente; 3º Produtor no ranking nacional, antecedido por Minas Gerais (1º com 8,75 bilhões/lts) e Rio Grande do Sul (2º com 3,87 bihões de lts); Cotações (preços pago aos produtores) O ano de 2013 (janeiro) iniciou com média estadual de R$ 0,80, e, até o mês de setembro apresentou variações de apenas R$ 0,01, durante o período, chegando R$ 0,79. Cotação 4,8% inferior a setembro de 2011 (R$ 0,83). Nº vacas ordenhadas em um rebanho total de aproximadamente 2,63 milhões de cabeças; Produtividade Média das Vacas 2,40 mil/litros/vaca/ano, superior a média nacional (1,3 mil/litros/vaca/ano). Nas regiões mais tecnificadas, existem rebanhos que chegam a atingir 10,9 mil/litros de média. Entretanto existe uma grande diferenciação conforme o porte e nível tecnológico dos produtores, variando de 7,1 litros/vaca/dia a 18,5 litros/vaca/dia, não sendo incomum encontrar rebanhos nas regiões mais tecnificadas aonde os animais ultrapassam 30 litros/vaca/dia; Principais Bacias Leiteiras do Estado Centro Oriental (Campos Gerais), Oeste e Sudoeste, as quais concentram 48,5% dos produtores e 53,0 da produção estadual de leite; Valor Bruto da Produção VBP ,2 (R$ bilhões);
18 Nº de Estabelecimentos Industriais - O segmento de laticínios paranaense conta com 301 estabelecimentos industriais formais. A grande maioria, 239 deles (79%), enquadra-se na categoria de micro e pequeno porte; 33 de médio porte; 15 de médio-grande e 14 estabelecimentos de grande porte (IPARDES); O município maior produtor nacional de leite é Castro, com (mil/litros). Dos 20 primeiros colocados, quatro municípios são paranaenses; LEITE Ranking Núcleos Regionais e Participação no Cenário Paranaense (Ano 2011) Paraná Leite Produzido (mil litros) 2011 ranking N.R participação 1º FRANCISCO BELTRÃO ,9% 2º CASCAVEL ,9% 3º PONTA GROSSA ,9% 4º TOLEDO ,1% 5º PATO BRANCO ,9% 6º LARANJEIRAS DO SUL ,6% 7º IVAIPORÃ ,2% 8º PARANAVAÍ ,1% 9º JACAREZINHO ,1% 10º CAMPO MOURÃO ,5% 11º UMUARAMA ,0% 12º GUARAPUAVA ,4% 13º CURITIBA ,3% 14º MARINGÁ ,9% 15º LONDRINA ,0% 16º CORNÉLIO PROCÓPIO ,1% 17º UNIÃO DA VITÓRIA ,0% 18º IRATI ,6% 19º APUCARANA ,6% 20º PARANAGUÁ 795 0,0% Fonte: IBGE
19 Distribuição Regional da Produção (principais produtos lácteos) A produção de leite UHT e em pó - está concentrada nas regiões Norte Central, Oeste e Sudoeste paranaense em função da localização das plantas industriais de grande porte; Leite pasteurizado mais de 65% do total produzido localiza-se nas regiões Oeste, Norte Central e Centro Oriental, sendo este produto também relevante na região Metropolitana de Curitiba, responsável por quase 10% da produção estadual; Queijos constitui-se no mais importante segmento da região Oeste absorvendo mais de 80% do processamento regional. Esta região, juntamente com a Sudoeste e a Noroeste, é responsável por quase 80% do processamento de queijos do Estado; Principais Bacias Leiteiras do Estado do Paraná Regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Oriental Núcleos de Cascavel, Toledo, Francisco Beltrão, Pato Branco e Ponta Grossa A região Sudoeste, foi a que mais cresceu nos últimos anos, em níveis de rebanho e produtividade leiteira. Já as regiões Oeste e Centro-Oriental, apresentaram um crescimento mais modesto, sendo essas as três que se destacam, como as mais produtivas no Estado do Paraná. Estas três bacias envolvem 95 municípios, concentram 48,5% dos produtores e são responsáveis por 53% da produção estadual de leite.
20 Números das Regiões Sudoeste Produção de Leite (mil litros) / Paraná e Sudoeste Paranaense Ano Paraná Sudoeste Evolução (%) 08/ Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM No que diz respeito a produção leiteira, do ano 2008 a 2011, o Paraná obteve significativo crescimento de 35%. A região Sudoeste no mesmo período cresceu 65%. Paraná Nº de Vacas Ordenhadas (cabeças) Ano Paraná Sudoeste Evolução (%) 08/11 19,2 14 Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM O número de vacas ordenhadas, cresceu 19% no Estado, enquanto no sudoeste o crescimento foi de 14%.
21 Relacionando o crescimento da produção no sudoeste de 65%, com um aumento de 14% do rebanho de vacas em lactação, podemos concluir que a região tem melhorado sua tecnologia de produção e qualidade genética dos animais, possuindo potencial para crescimento. Oeste Produção de Leite (mil litros) / Paraná e Oeste Paranaense Ano Paraná Oeste Evolução (%) 08/ Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM A região Oeste entre os anos de 2008 a 2011, apresentou crescimento de 26% na produção leiteira, crescimento abaixo do que o Paraná mostrou no mesmo período. Paraná Nº de Vacas Ordenhadas (cabeças) Ano Paraná Oeste Evolução (%) 08/11 19,2 9 Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM O número de vacas ordenhadas, cresceu 19% no Estado, enquanto no Oeste o
22 crescimento foi de 9%. Relacionando o crescimento da produção no Oeste de 26%, com um aumento de 9% do rebanho de vacas em lactação, podemos concluir que a região possui um rebanho de alto potencial produtivo. Centro-Oriental Produção de Leite (mil litros) / Paraná e Centro-Oriental Ano Paraná Centro-Oriental Evolução (%) 08/ Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM Entre o período analisado, o crescimento produtivo da Região Centro-Oriental foi de 44%, contra 35% do crescimento paranaense.
23 Paraná Nº de Vacas Ordenhadas (cabeças) Ano Paraná Centro-Oriental Evolução (%) 08/11 19,2 30 Fonte: IBGE Pesquisa Pecuária Municipal PPM O número de vacas ordenhadas, cresceu 19,2% no Estado, enquanto no Centro-Oriente o crescimento foi de 30%. Relacionando o crescimento da produção no Oeste de 44%, com um aumento de 30% do rebanho de vacas em lactação, confirmamos a excelência desta região na produção leiteira, que vêm evoluindo e se igualando em índices e qualidade de rebanho aos países maiores produtores. Perspectivas para o Setor Leiteiro Com relação à produção leiteira no Estado do Paraná, algumas ferramentas e estratégias que podem ser adotadas visando minimizar alguns gargalos que dificultam o desenvolvimento do setor como: - Tecnificação das propriedades; 1. Maior uso e difusão de biotecnologias de reprodução; 2. Maior qualidade nutricional dos rebanhos leiteiros de forma geral, não somente em regiões pontuais ; 3. Utilização de subprodutos da propriedade ou região como forma de minimizar os custos de produção;
24 4. Redução de custos, em sistemas possíveis - utilização de pastagens, resíduos vegetais, etc; 5. Maximização da propriedade e do rebanho leiteiro - ferramentas que levem a uma produção máxima nas áreas já existentes e com os recursos disponíveis ; 6. Marketing - campanhas positivas demonstrando os reais benefícios do consumo do leite e derivados, que resultem no aumento do consumo; 7. Mudanças nos hábitos alimentares substituição de outros alimentos e bebidas, por lácteos; 8. Esclarecimento da população sobre a importância na ingestão dos lácteos ; 9. Agregar valor ao produto interno - incentivo às indústriais, pequenas associações, cooperativas, a promoverem a industrialização da matéria-prima; 10. Melhor qualidade - o que já vêm ocorrendo em muitas regiões (controle e monitoramento da qualidade do produto); 11. Organização da produção (harmonia entre oferta e demanda); 12. Sincronia entre os elos que compõe a cadeia; O cenário atual é de estabilidade de preços desde o início de 2012, com possível alta nas cotações no curto prazo, com o início do período de entressafra e menor oferta no mercado, com consequente queda nos índices nacionais de captação do leite, que já se encontram menores. A questão do grande volume de lácteos que tem entrado em nosso país e tem gerado aumento da oferta interna, deve ser negociada entre os países exportadores e importadores, chegando a acordos de imposição de cotas justas, e, que equilibrem os beneficios entre as duas partes, a exemplo do caso da Argentina.
25 O aumento das exportações depende cada vez mais do comportamento do mercado e da cadeia leiteira mundial. O que se deve fazer é dar continuidade aos trabalhos que estão sendo feitos com a sanidade, a melhoria da qualidade dos produtos lácteos, o aprimoramento genético dos rebanhos, a capacitação de bons técnicos e produtores.
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