DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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- Alfredo Fonseca Anjos
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1 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Conflitos entre Tratados Internacionais. Conflitos entre Tratados Internacionais e normas de Direito interno Parte 1 Profa. Renata Menezes
2 . No Brasil, a Constituição Federal não tratou da temática conflito entre norma de direito internacional e norma de direito interno. Logo doutrina e jurisprudência.. Duas soluções apresentadas: 1- Tratados internacionais prevalecem sobre norma de direito interno (Constituição francesa de 1958). = tratado com força mesmo após norma infraconstitucional posterior;
3 2- Tratado com status de norma infraconstitucional = caso de conflito, solução pelo critério da lex posterior derogat priori (Brasil, por jurisprudência do STF, desde o RE /SE), À EXCEÇÃO DOS TRATADOS QUE VERSAM SOBRE DIREITOS HUMANOS (!).
4 Assim: uma vez formalizado o tratado comum, passa a ter força de lei ordinária, podendo, por isso, revogar disposições em contrário, assim como também pode ser revogado - é o chamado treaty override revogação do tratado pela lei posterior.
5 Ou: poderia se entender que no caso de um conflito entre a norma internacional comum e a norma interna haveria de ser aplicado o princípio geral relativo às normas de idêntico valor ou critério cronológico a norma mais nova revoga a mais antiga. Para qualquer tratado ratificado pelo Brasil e promulgado, caberia a aplicação da regra da norma mais
6 .Veja: Iter de incorporação de um tratado internacional ao direito interno: assinatura, aprovação congressual (ou fase do decreto legislativo projeto de decreto legislativo, que deve ser aprovado nas duas Casas do Congresso, promulgado e publicado pelo Presidente do Senado). Após aprovação do decreto legislativo ratificação possível.
7 Só após depositada a ratificação pode-se falar em Decreto Executivo ou Presidencial (ou de Promulgação). Então, só há aplicabilidade do tratado no plano interno após vigência internacional e após publicação de decreto de promulgação.
8 . Crítica principal ao entendimento da Corte: qual seria a finalidade de uma convenção internacional comum se o que por ela fica avençado pode ser revogado unilateralmente? Orientação doutrinária: os tratados comuns (que não versam sobre direitos humanos) não podem ser revogados por lei interna posterior sob pena de responsabilidade internacional.
9 . Possuem, assim, tais tratados comuns nível supralegal, diferentemente da posição da Corte. Assim, para tratados comuns, duas posições: nível de lei ordinária (jurisprudência da Corte) e nível de norma supralegal (doutrina).
10 . No que diz respeito aos tratados que versam sobre direitos humanos: Até a EC 45/04, quatro posições: 1- natureza supraconstitucional, em face da origem internacional do tratado; 2- natureza constitucional;
11 3- natureza equiparada à lei ordinária federal; 4- natureza supralegal (acima da lei e inferior à Constituição voto Ministro Sepúlveda Pertence, Recurso Ordinário em Habeas Corpus , 2003).
12 . EC 45/04 art. 5º, 3º, CF/88: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (grifo nosso)
13 . Veja: O 3º do art. 5º, CF/88 não obriga o Poder Legislativo a aprovar tratado de direitos humanos com quórum qualificado (!), mas sim pode o Congresso Nacional dar, quando achar conveniente, a seu entendimento, equivalência de emenda a tais tratados.
14 . Equivalência difere de igualdade: equivaler à emenda constitucional difere de ser uma emenda constitucional. Caso o tratado tenha sido votado com o quórum qualificado (art. 5º, 3º, CF/88), equivale à emenda. Assim: já seria materialmente constitucional (status de norma constitucional pelo teor do art. 5º, 2º, CF), mas passa a ser também formalmente constitucional, podendo reformar a Carta Maior.
15 . Observe: Quanto ao iter de aprovação do tratado no direito interno igual ao previsto já antes da EC 45/04: tratado deve ser aprovado (com quórum à escolha do Poder Legislativo) pelo Congresso por decreto legislativo. Após, estará apto o Presidente da República a ratificar o tratado e somente depois da promulgação é que entrará em vigor no âmbito
16 . Posição do STF (RE /08), Ministro Gilmar Mendes (Sepúlveda Pertence) - teoria do duplo estatuto de direitos humanos: status de norma supralegal para tratados de direitos humanos que não foram aprovados pelo rito especial do art.5º, 3º, CF anteriores ou posteriores à Emenda 45; Status de norma constitucional para os aprovados de acordo
17 . Crítica doutrinária à mais recente posição do STF: duplicidade de regimes jurídicos imprópria para o atual sistema jurídico de proteção de direitos - categorias de tratados com o mesmo fundamento ético. Assim, deveriam ser admitidos como de natureza supralegal os tratados comuns e os tratados sobre direitos humanos reconhecidos todos como normas constitucionais (materialmente ou materialmente e formalmente).
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