PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ASSESSORIA DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA. Estudo Qualitativo Ad hoc Clima de Copa (06/2014)

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1 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ASSESSORIA DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA Estudo Qualitativo Ad hoc Clima de Copa (06/2014) RELATÓRIO FINAL EMPRESA RESPONSÁVEL: BRASILIA DF 04/07/2014

2 Sumário 1 Apresentação Escopo da Pesquisa Métodos e Técnicas de Pesquisa Detalhamento do Roteiro de Pesquisa Detalhamento do Plano de Recrutamento Detalhamento dos Procedimentos Adotados nos Trabalhos de Campo Análise dos Resultados da Pesquisa Conclusões / Considerações Finais Recomendações Anexo I Roteiro Anexo II Cronograma e Perfil DG s

3 1 Apresentação 1.1 Base Legal De acordo com a legislação brasileira em vigor (Lei nº /2003, art. 2ºB, III), a Secretaria de Comunicação Social (SECOM) tem entre suas missões institucionais a atribuição de organizar e desenvolver um sistema de informação e pesquisa de opinião pública, cujos principais objetivos devem ser monitorar as demandas da sociedade por políticas e serviços públicos bem como a avaliação que a sociedade faz dessa oferta de políticas e serviços públicos. Nesse sentido, o Decreto nº 6.555/2008 sugere alguns objetivos para esse sistema de informação e pesquisa de opinião pública. Com base nos incisos I, II e IV do artigo 1º e nos incisos VIII e I do artigo 2º do referido decreto, podem ser indicados como objetivos do sistema de informação e pesquisa de opinião pública a realização de atividades destinadas a: I. Avaliar o conhecimento da sociedade sobre políticas e programas federais; II. III. IV. Avaliar o conhecimento do cidadão sobre direitos e serviços colocados à sua disposição; Identificar assuntos de interesse público que orientem o conteúdo das informações a serem disseminadas; Avaliar a adequação de mensagens, linguagens e canais aos diferentes segmentos de público; V. Avaliar a eficiência e racionalidade na aplicação dos recursos públicos. No campo da avaliação de programas e ações governamentais, a pesquisa de opinião pública é uma forma amplamente aceita de conhecer como os cidadãos percebem os efeitos das políticas públicas em suas vidas. Além disso, oferece aos tomadores de decisão subsídios importantes para sua atuação e permite fazer com que as ações governamentais sejam responsivas às prioridades e expectativas da população. Por isso, a SECOM realiza uma série de levantamentos e análises que objetivam compreender a percepção da população sobre as ações governamentais e, por conseguinte, contribuir para a tomada de decisão no âmbito do Governo Federal e, principalmente, para o planejamento das ações de formulação e articulação das iniciativas de comunicação do Poder Executivo Federal. Essas pesquisas constituem importante instrumento de gestão e maximização de recursos, pois, ao aplicarem métodos e técnicas cientificamente válidas, permitem a construção de parâmetros para campanhas de comunicação institucional e de utilidade pública com foco e meios mais precisos, proporcionando assim a realização de resultados mais tangíveis e maior efetividade em relação aos objetivos propostos na política pública de comunicação. 3

4 Além disso, as pesquisas realizadas pela SECOM oferecem um canal adicional de manifestação cidadã, pois oferecem à população a oportunidade de se expressar sobre o desempenho do Poder Executivo e sobre suas demandas mais prementes, o que confere uma aplicação vertical da noção de prestação de contas política (accountability), essencial ao funcionamento da democracia. A Legislação pertinente e informações adicionais podem ser consultadas na página da SECOM na Internet: Contrato da Pesquisa Contrato nº 001/ Ordem de Serviço da Pesquisa Ordem de serviço 015/

5 2 Escopo da Pesquisa 2.1 Contexto Esta pesquisa qualitativa deverá se debruçar sobre a percepção de residentes das 12 cidades-sede acerca da realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil e em sua cidade, colhida no momento em que o clima de Copa começa a invadir as ruas do país, previamente ao início dos jogos e eventos festivos. A Copa do Mundo da FIFA é um dos maiores eventos esportivos do planeta. A disputa quadrienal entre as melhores seleções mundiais mobiliza bilhões de pessoas em dezenas de países, envolvendo diversas culturas. Inflama paixões e, ao mesmo tempo, reduz diferenças 1. Com a definição do Brasil, em outubro de 2007, como país sede da vigésima Copa do Mundo, iniciou-se um abrangente esforço nacional que ultrapassa o simples cumprimento das exigências da organização e a realização de um bom papel aos olhos do mundo. Com a ratificação das 12 cidades-sede, em maio de 2009, o trabalho de planejamento e execução de empreendimentos estratégicos desencadeou o desenvolvimento de uma série de ações que transcende qualquer parâmetro esportivo. Por meio da ampla participação de governos, empresas e cidadãos, o Brasil vem passando por transformações importantes em todas as suas regiões, a partir de investimentos realizados de Norte a Sul do país, em especial dos recursos alocados nas cidades-sede onde acontecerão os jogos e eventos festivos: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Para todos os brasileiros, qualquer que seja o resultado nos gramados da Copa, deverá ficar um relevante legado em infraestrutura, geração de empregos e renda e promoção da imagem do país em escala global. Todavia, as recentes manifestações apontaram para significativa insatisfação da população com relação aos compromissos assumidos pelos governos para com a organização do evento. Nesse contexto, a pesquisa pretende conhecer o modo como residentes das 12 cidades-sede estão percebendo o clima que antecede o início da Copa do Mundo no país e em sua cidade e como pretendem vivenciá-la a partir de 12 de junho, bem como a percepção desses cidadãos sobre a responsabilidade de cada ente federado na condução das obras relacionadas à Copa e os potenciais impactos na sua vida e na de sua cidade durante e após o evento. Por fim, esta pesquisa deve trazer subsídios para aprimorar a comunicação do Governo Federal em questões associadas à realização da Copa do Mundo. 2.2 Indicador de referência Não há. 1 Fonte Principal: 5

6 2.3 Objetivo Geral Avaliar a percepção e as expectativas de residentes das 12 cidades-sede com relação à Copa do Mundo FIFA de Futebol e seu significado para o Brasil. 2.4 Objetivos Específicos Compreender como residentes das 12 cidades-sede avaliam o clima que antecede o início da Copa do Mundo no Brasil; Compreender como estes cidadãos avaliam o clima que antecede o início da Copa do Mundo na sua cidade; Realizar discussão sobre a responsabilidade de cada ente federado na condução das obras relacionadas à Copa do Mundo; Conhecer o modo como diferentes segmentos de público pretendem vivenciar a Copa a partir de 12 de junho; Detectar a percepção de residentes das 12 cidades-sede sobre potenciais impactos (benefícios e prejuízos) na sua vida durante e após a Copa; Detectar a percepção destes cidadãos sobre potenciais impactos (benefícios e prejuízos) na de sua cidade durante e após a Copa. Elaborar subsídios para a comunicação de utilidade pública do Governo Federal com relação à Copa do Mundo. 2.5 Público Alvo Pessoas com mais de 18 anos; Ambos os sexos; Classes econômicas ABCD; Localidades: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Recife, Natal, Salvador e Manaus. 6

7 3 Métodos e Técnicas de Pesquisa 3.1 Técnicas de Pesquisa Pesquisa Qualitativa com grupos de discussão. Os grupos de discussão, mediados por um especialista, buscam estimular a livre manifestação associativa e a troca de opiniões de indivíduos que apresentam características relativamente homogêneas. O objetivo central do grupo focal é identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos participantes a respeito de um determinado assunto Tipo de Pesquisa Qualitativa de discussão em grupo 3.2. Tipo de Coleta Sala de espelho com gravação de imagem e áudio 3.3. Período de Execução 05 a 09 de junho de Processo de recrutamento Lista telefônica e ponto de fluxo 3.2 Plano Amostral A nossa proposta de desenho metodológico foi a seguinte: Realização de 36 grupos focais distribuídos em 12 capitais brasileiras com cerca de 8 a 9 participantes de perfis similares e orientados por um moderador, seguindo um roteiro não diretivo previamente discutido e aprovado pelo cliente. CIDADE-SEDE CLASSE IDADE SEO PERCEPÇÃO SOBRE A REALIZAÇÃO DA COPA nº GRUPOS AB1 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 SÃO PAULO CD 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 BELO HORIZONTE AB1 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 RIO DE JANEIRO AB1 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 BRASÍLIA CD 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 FORTALEZA CD 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 RECIFE AB1 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 7

8 CD 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 PORTO ALEGRE AB1 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CURITIBA CD 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 SALVADOR CD 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CUIABÁ AB1 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 18 a 26 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 NATAL AB1 35 a 50 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 CD 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 MANAUS CD 18 a 26 MASCULINO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 AB1 35 a 50 FEMININO 50% APROVA / 50% DESAPROVA 1 TOTAL 36 GRUPOS A composição dos grupos considerou as variáveis: classeeconômica, gênero e idade para assegurar grupos homogêneos para que a dinâmica fluísse da melhor maneira possível. O planejamento levou em conta um desenho que aumentasse as chances de captar pontos mais ou menos divergentes e consensuais através do confronto entre opiniões pró e contra a realização dacopa nobrasil,evidenciando possíveis diferenças entre as variáveis apontadas acima. 8

9 4 Detalhamento do Roteiro de Pesquisa O roteiro de pesquisa foi elaborado pela equipe técnica do Instituto Análise em diálogo com os representantes da SECOM para troca de conhecimento e experiências. Buscou-se desenvolver um roteiro que pudesse responder às questões levantadas durante a descrição do problema. O roteiro foi preparado a partir de uma lista de questões a serem respondidas, as quais foram organizadas em grupos de tópicos e ordenadas em uma sequencia lógica, conforme apresentado a seguir: Introdução: apresentação do(a) moderador(a) e dos participantes e explicação da dinâmica; Percepções sobre o clima de Copa: como percebem o clima que antecede a Copa; Copa e manifestação:opinião sobre as possíveis manifestações durante a Copa; Percepções sobre ganhos e perdas da Copa x responsabilidades:prejuízos e benefícios da realização da Copa no âmbito nacional e local, assim como seus possíveis impactos na vida pessoal e familiar, abordados a partir dos seguintes eixos: Quem ganha e quem perde e O que se ganha e o que se perde com a Copa; Fechamento: expectativas em relação ao campeão da Copa do Mundo no Brasil e avaliação do Governo Federal. As primeiras versões do roteiro foram apresentadas pela equipe da SECOM, depois de discutidas internamente com os setores interessados. O teste para a aprovação do roteiro se deu no primeiro grupo de discussão e esse teste avaliou: Compreensão técnica; Tempo necessário para aplicação; Adequação das perguntas/provocações. O roteiro mostrou-se adequado aos objetivos pretendidos pela pesquisa. 9

10 5 Detalhamento do Plano de Recrutamento O recrutamento dos grupos de discussão foi realizado mediante aplicação de um questionário estruturado contendo os filtros da pesquisa. Não foram recrutadas pessoas que participaram de pesquisa qualitativa no último ano, assim como pessoas que trabalhavam em atividades relacionadas com pesquisa e dinâmicas de grupo, tais como: marketing, sociologia, psicologia, trabalho em agências de publicidade e propaganda, área de comunicação e consideradas formadores de opinião, dentre outras. Além disso, por se tratar de uma pesquisa para o Governo Federal, também não foram recrutados funcionários/servidores públicos ocupantes de cargos administrativos e/ou de confiança de nenhuma esfera de governo. Foram utilizadas duas técnicas no recrutamento: 1) Telefônica utilizando lista da região e 2) Pessoal em pontos de fluxo das cidades São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Cuiabá, Natal e Manaus com equipes de profissionais experientes e qualificados. Foram recrutados 12 participantes em cada grupo a fim de garantir a presença de no mínimo 8 pesquisados por discussão. Em alguns casos, para balancear o perfil dos grupos, dispensas foram realizadas. 5.1 Definição dos Participantes da Pesquisa O universo de estudo e composição dos grupos de discussão foram descritos no Briefing e confirmados no projeto de pesquisa apresentado à SECOM que requeria um mínimo de 36 grupos de discussão. Tabela 1 Distribuição do total de grupos por região e classificação socioeconômica Região Grupos Classe AB1 Classe CD Perfil Sudeste Centro-oeste Nordeste Norte Sul Brasil Grupos segmentados por gênero, faixa etária, classe econômica e percepção sobre a realização da Copa (aprovação/desaprovação) 10

11 6 Detalhamento dos Procedimentos Adotados nos Trabalhos de Campo Os trabalhos de campo iniciaram após a aprovação do roteiro e perfil dos entrevistados. 6.1 Estrutura de Campo e Equipe Técnica Profissional Função Perfil Quantidade Recrutador Recrutar os participantes. 8 Coordenador de campo Verificador Realizar treinamento e supervisionar todo o trabalho de campo. Avaliar meta de produção e checagem do perfil dos participantes. Fazer o CRQ Controle de Qualidade no Recrutamento junto a ABEP. Profissionais com conhecimento, experiência, sensibilidade e critério Conclusões dos Trabalhos de Campo A logística do projeto levou em consideração equipes de recrutadores e supervisores locais acompanhados por um supervisor do Instituto Análise para garantir que a metodologia da pesquisa fosse aplicada uniformemente em todas as cidades. O recrutamento e a seleção dos entrevistados foi um processo cuidadoso e rigoroso. Para garantir a qualidade do recrutamento, antes da realização dos grupos foram adotados os seguintes procedimentos: Consulta do participante no CRQ Controle de Qualidade no Recrutamento; Conferência do documento de identidade original com foto (RG, Carteira Nacional de Habilitação) do participante; Logo após a realização dos grupos, as informações do CRQ foram completadas, assim como o status de participação do candidato. No dia da realização dos grupos, os participantes passaram por uma nova checagem dos filtros para confirmação do perfil. O processo de recrutamento transcorreu sem prejuízo ao objetivo final da pesquisa. 11

12 7 Análise dos Resultados da Pesquisa 7.1 Sentimentos Pré-Copa Os sentimentos gerados na iminência da Copa do Mundo são semelhantes em todas as cidades-sede, perpassando um clima de grande expectativa em quase todos os perfis pesquisados. Alguma diferença é percebida no segmento jovem, no qual a parcela dos contrários à Copa demonstra maior radicalização nas suas opiniões, fazendo com que essa expectativa se manifeste sob a forma de críticas mais contundentes. Constata-se uma diferença significativa no tom, na disposição e até nos sentimentos de recusa e dúvida sobre os projetos relacionados com a Copa, que estão a cargo do poder público. Neste sentido, sobressaem duas questões importantes: 1. Os entrevistados têm a percepção de que a mídia exerce influência nos sentimentos que alimentam com relação à Copa; 2. Paira no ar um sentimento de desconforto e irritação com tudo o que diz respeito ao meio político, que respinga em todas as esferas de governo. Este sentimento se deteriora ainda mais pela percepção de que os altos gastos com a Copa ocorrem em um cenário de baixo crescimento econômico, de elevação do custo de vida, de precariedade na oferta de serviços públicos e de crescimento da insegurança nos centros urbanos. Se existe uma forma de resumir os sentimentos que afloram quando o assunto Copa do Mundo é discutido, na antecedência com que se pesquisou, pode-se dizer que o momento retratou um entrevistado em expectativa, sem saber exatamente o que encontrará quando a Copa começar. Registre-se, também, que os entrevistados,por vezes,mostram-se confusos entre o que o noticiário da mídia lhes apresenta e seus desejos enquanto espectadores de um grande evento. A grande maioria, em todas as cidades e em todos os perfis ainda que predominantemente em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte está bastante receosaquantoa possíveis confrontos violentos entre manifestantes e forças policiais. Mas, também de forma majoritária, os entrevistados torcem para que a festa seja boa, bonita e ordeira. Por isso, foi possível captar, em várias cidades, um sentimento ambíguo proveniente de má informação e dúvidas sobre o evento, que não foram sanadas no tempo devido. Mesmo assim, os grupos estavam animados, dando indícios de que há um entusiasmo maior do que o manifesto. O Quadro abaixo resume os sentimentos agregados dessa fase anterior à Copa, indicando o que é predominante entre os participantes de cada praça e suas especificidades. 12

13 Quadro 1 Sentimentos Agregados Pré-Copa Praça Preponderância Especificidades São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre Curitiba Belo Horizonte Brasília Fortaleza Recife Salvador Cuiabá Natal Manaus Preocupação Ambiguidade Apreensão Ambiguidade Ambiguidade, divisão Intolerância Ambiguidade Motivação Festejar, torcer Ambiguidade, divisão Dúvidas, expectativas Motivação, entusiasmo Receio; motivação; maioria alheia; feriados prejudicando a economia; medo de violência e manifestações; dúvidas; percepção do receio dos comerciantes com relação à violência. Copa para os turistas; euforia x vontade de torcer; indignação x exclusão. Baixo envolvimento; muitos sentimentos envolvidos; indignação; decepção; irritação. Paixão pelo futebol e Copa; aprovação majoritária; temor das manifestações e de suas consequências; críticas ao dinheiro empregado. Receio de manifestações mais agressivas; preocupação com a imagem do país; sensação de despreparo para a Copa; paixão; nacionalismo; festa; ganhos no futuro. Baixa mobilização e interesse; irritação com o governo; percepção de desorganização; Copa não vai dar certo. Frustrações x expectativas; empolgação x desânimo; receio de aumento da criminalidade. Mobilização para festejar; críticas ao preço dos ingressos e sentimento de exclusão. Mobilização para festejar; críticas ao preço dos ingressos. Obras inacabadas;receio de epidemias; vergonha; alguns temem ações terroristas (homens); outros com espírito de festa, união e troca de cultura. Baixa mobilização; dúvidas quanto ao legado da Copa;transtornos; receio de aumento da criminalidade. Muito envolvimento e interesse; reconhecimento das dificuldades e desorganização; maquiagem; no final, grandes ganhos. O Quadro 1 demonstra como há uma grande expetativa, mas os sentimentos se mostram confusos. A questão é saber o que poderia justificar tal situação? As palavras chaves indicam, claramente, um movimento de dúvida, de indecisão entre abraçar o prazer pelo futebol no esplendor de uma Copa do Mundo ou assumir os problemas que têm sido veiculados. Destaque-se que esses problemas, embora tidos como legítimos, estão permeados de dúvidas. Considere-se a seguinte lista de questões: 13

14 Dúvidas, ambiguidade sobre o veem, leem, ouvem falar; Incertezas sobre o processo de organização; Medo da violência (segurança pública, repetição das manifestações de 2013); Foco em questões práticas, transportes, saúde, educação, ações e obras para resolver os problemas do dia-a-dia. Ou, então: Vontade de torcer, festejar, se divertir com família, amigos; Desejo de viver o momento único de uma Copa do Mundo no Brasil. Mesmo neste clima de incerteza, mais adiante se verá que, para a grande maioria, existe o desejo de se vivenciar a Copa como uma grande festa. Estou animado, sou fanático por futebol. Independente dos problemas de corrupção, temos que fechar os olhos para isso. Essa Copa é em casa e é a nossa nação... Depois da Copa vai é a hora de mudar o governo. (Rio de Janeiro,CD, 18 a 26, masculino). Estou menos animado por causa da corrupção que envolve tudo isso. Está meio que de fachada e a Copa ficou em último lugar. Não está o foco na Copa em si, mas em outros problemas. Ela foi uma ferramenta pra ser roubado mais dinheiro ainda. Esse sentimento é geral e não só meu. Se a pessoa tiver o mínimo de inteligência e parar pra pensar vai ver justamente isso. (Fortaleza, CD, 18 a 26, masculino). Eu estou muito preocupado porque estamos vendo o que está acontecendo no dia a dia, essas manifestações. (Curitiba, AB, 35 a 50, masculino). Não aguento mais Copa. Acho que no estado precário que o país se encontra não deveria haver esse evento. Porque não tem estrutura, não tem um governo pra fundamentar o que deveria existir. Isso foi a minha opinião quando foi escolhida a sede. Só que agora que eles já gastaram milhões em infraestrutura o que vai sobrar pra nós depois da Copa é só a infraestrutura. A segurança está precária. Hoje quero que aconteça porque já gastaram tudo. Mas vou viajar para o interior para descansar. (Natal, AB, 18 a 26, masculino). É um país que não tem nada, morre de fome e fazem estádio. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). O Brasil nunca teve uma Copa. Então é a Copa das Copas. É a oportunidade de se mostrar mais. Virão turistas para conhecer o Brasil. Quando fala a Copa vai ser em tal lugar, aí se presta atenção no país. (Brasília, CD, 18 a 26, feminino). 14

15 Vai ser uma loucura, se agora que nem começou já demorei 2 horas para chegar aqui, imagina quando começar a Copa. Acho que não vou conseguir ir nem na aula. (Porto Alegre, CD, 18 a 26, feminino). Estou com medo de ter uma revolução. É tanta coisa precisando: hospital... E vai ter muita morte. As concessionárias estão colocando placas de zinco, com medo das manifestações, por causa da quebradeira da Copa das Confederações. (Belo Horizonte, CD, 35 a 50, feminino). Primeira vez no Brasil, acho lindo e deveríamos deixar de lado os problemas pelo menos agora. (Manaus, AB, 35 a 50, feminino). Mas muita gente não vai à Copa. Você vai curtir a Copa em casa, como se fosse em outro país. É caríssimo. Você não vai curtir a emoção de estar no campo. (Salvador, CD, 18 a 26, masculino). Estou animado com a seleção, mas não com a Copa. Por causa dos gastos para a Copa ser aqui no Brasil. A FIFA não entrou com nada e a educação e a saúde estão horríveis. (Salvador, AB, 18 a 26, masculino). As pessoas têm medo de colocar uma bandeira no carro. Tem medo que apedrejem os carros, ateiem fogo. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). Sim, *me preocupo+ com segurança. Leio jornal, vejo reportagens. Lá fora somos tirados como índio. Daí o cara veio para cá, desceu do ônibus, do aeroporto, desceu na Sé e levaram tudo dele, os equipamentos todos. Deveria ter mais segurança. (São Paulo, CD, 35 a 50, masculino). Ontem mesmo eu estava com minha tia, que é assistente da prefeitura, e ela estava falando que vão chegar 200 vans com estrangeiros, e ela falou que vai estar difícil alimento aqui, arroz, feijão, estão procurando abrigo também para eles, que vai ser difícil. Então eu acho que a Copa para eles, um pouco meio perdidos. (Cuiabá, AB, 18 a 26, feminino). Estou preocupada com a mobilidade, Recife não está preparada (Recife, AB, 18 a 26, feminino) Sentimentos sobre a Copa nas cidades-sedes Brasília A maior parte dos participantes da capital do país sente que, neste ano, as pessoas estão com menor ânimo e menos mobilizadas para a Copa do Mundo,comparando-se com as edições anteriores. As ruas menos enfeitadas são usadas para exemplificar como os brasilienses estão menos interessados na Copa, do que estiveram em outros mundiais. No passado, as ruas e o comércio já indicavam uma forte movimentação em torno do evento, o que não se vê no momento. 15

16 A maioria associa o desânimo às discussões sobre os investimentos em obras de última hora, cuja qualidade é vista como duvidosa, e ao abandono de áreas prioritárias para a qualidade de vida da população. Cuiabá Eu penso um pouco diferente, acho que todo mundo antes era doido para ver uma Copa no Brasil. Eu penso que já que veio vamos curtir, vamos preparar. Esse dinheiro dos estádios a gente sabe que gera um monte de dívida. Só que esse dinheiro não tem nada a ver com o dinheiro da saúde, dinheiro da segurança, dinheiro de nada. Se não tivesse Copa no Brasil ia estar do mesmo jeito ou pior. (Brasília, CD, 35 a 50, masculino). Na capital do Mato Grosso, nota-se grande contrariedade em função de obras inacabadas ou incipientes, além do receio de passarem vergonha pelo mau desempenho na Copa. Mulheres temem por doenças e epidemias, dificuldades de abastecimento de alimentos ou de abrigar todos os turistas.alguns homens dessa cidade temem inclusive ações terroristas. A seu favor há um sentimento de integração, ou seja, a possibilidade de participar de um grande evento internacional e nacional. São Paulo A minha preocupação é com a saúde. Se acontecer uma epidemia, nós não estamos preparados nem para nós mesmos, que dirá para esse pessoal que está vindo de outro país. (Cuiabá, AB, 35 a 50, feminino). A expectativa é grande com os jogos, animação, mas a expectativa na área de segurança é muito maior. A gente ouve boatos do que pode acontecer, a violência, os protestos e a gente teme por atentados de gente de outros países. (Cuiabá, CD, 35 a 50, masculino). A preocupação dos paulistanos é com a sensação de insegurança que tem impedido as pessoas de entrarem no clima de festa da Copa. Há a impressão de que pequenas atitudes que expressem entusiasmo com a Copa, como colocar bandeira no carro, podem expor as pessoas a maior risco de violência. Mesmo assim, há entusiasmo pessoal declarado nos grupos adultos. Jovens, do grupo masculino, referem-se à preocupação com os problemas nacionais que lhes dizem respeito. Assim, este sentimento parece que tira um pouco o brilho da Copa. Porém, muitos deles fazem referência a um momento único e à necessidade de separar a política do futebol. No grupo adulto, as observações negativas são preponderantes, como a de que os problemas urbanos se agravaram em função da vinda da Copa. Como consequência, o ânimo é baixoe eles ainda não se percebem em clima de festa e comemoração. 16

17 Eu não estou preocupado, estou indiferente. Não concordo com o evento Copa do Mundo ser no Brasil. O evento Copa do Mundo é bárbaro, legal, só que em um país estruturado, que possa realizar um evento dessa grandiosidade. Esse evento não vai trazer benefícios para as pessoas que precisam. É uma forma de entretenimento... Quem mais precisa não está sendo beneficiado. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). A Copa do Mundo é como se fosse as arenas que os gladiadores se confrontavam. Isso é só para distrair o povo da realidade. Não tem país estruturado hoje. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). Belo Horizonte Os sentimentos dos mineiros muitas vezes são dúbios. A maioria, mesmo apaixonada por futebol e animada para assistir aos jogos, se diz menos empolgada que em outros Mundiais. Ainda não entraram no clima. No momento, sentimentos de preocupação, medo, insegurança e apreensão se sobrepõem à animação por receio das manifestações e da violência que podem ocorrer durante o Mundial. O receio é mais forte frente às perspectivas de manifestações mais agressivas do que as de Há muita preocupação com a imagem que o Brasil poderá passar para o resto do mundo,sensação de que o país não está preparado para o evento no que concerne à saúde, segurança, transporte e obras de infraestrutura, nem para brasileiros, nem para estrangeiros. Rio de Janeiro Menos animada. Nas outras a gente pintava rua, pintava árvore, colocava bandeirinha... Agora, pelo menos na minha rua, ninguém pintou e eu nem comprei a minha camisa ainda. (Belo Horizonte, AB, 35 a 50, feminino). Entre os cariocas, o sentimento de euforia é pontual e se resume a poucos homens fanáticos por futebol, que estão felizes por viver o evento de perto. Também há os que dizem dissociá-lo da política, reconhecendo os benefícios para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Entre as mulheres, há maior distanciamento e contaminação pelo clima de indignação disseminado pelo país. Mesmo aquelas que aprovam sediar a Copa parecem não ter se dado conta de que o evento será no Brasil e está tão próximo. Criticam a gestão de recursos, embora acreditem que, a partir do dia 12, todos torcerão, pois somos patriotas. Os entrevistados que desaprovam a Copa consideram-na inadequada, mal conduzida e elitista. A sensação de exclusão é manifestada especialmente por homens mais jovens das classes CD: não é para nós. 17

18 Estou desanimado. Vai ter Copa, mas que tipo de Copa vai ser? Essa é a Copa mais cara do mundo mais do que o somatório das 3 últimas!... Na hora que o Brasil entrar em campo, vou lembrar do Ronaldo dizendo que não se faz Copa com hospital. (Rio de Janeiro, AB, 35 a 50, masculino). Curitiba Quando se fala em Copa do Mundo no Brasil há um sentimento de ambiguidade entre os curitibanos: muitas pessoas declaram-se apaixonadas por futebol e felizes com a realização da Copa no Brasil. Ao mesmo tempo, mostram-se temerosas com as manifestações e insatisfeitas com os investimentos feitos no evento ou com a má administração das verbas e prazos durante a organização do mesmo. O assunto manifestação vem à tona espontaneamente em todos os grupos, porém com maior força nos grupos CD. Porto Alegre Agora, sou a favor da Copa aqui. Eu apoio porque penso na seguinte coisa: por exemplo, a Fórmula 1. O Brasil não tem os melhores corredores como tinha na nossa época do Ayrton Senna. O Brasil é um país de futebol e é um absurdo não fazermos parte do circuito mundial do futebol. Sou a favor de ter Copa no Brasil, mas que façam as coisas direito porque se a gente for pensar nesse aspecto de ir contra por causa de política... a seleção brasileira não tem culpa pelo Brasil estar nesse caos que está, de ser mal administrado e pelo nível de corrupção. (Curitiba, AB, 35 a 50, masculino). O climapré-copa que predomina em Porto Alegre é frio, de indiferença e falta de mobilização. Quase não se veem nas ruas enfeites, decoração e bandeiras. Mesmo entre os favoráveis à Copa, pairam sentimentos de vergonha, apreensão, medo e desânimo. Há receio de manifestações desordeiras, assaltos aos moradores e turistas. Os entrevistados temem que a polícia fique concentrada somente ao redor do estádio, enquanto o restante da cidade estará desatendido. Há apreensão frente ao desconhecido, no sentido de não saberem ao certo o quanto a Copa vai afetar negativamente o dia-a-dia das pessoas, sobretudo se houver greves, paralisações, etc. Receiam que o sistema local de saúde, que já é insuficiente para atender aos moradores, não dê conta do provável crescimento da demanda de atendimento médico pelos turistas. 18

19 Os prejudicados nestes casos não serão os turistas, mas sim, os moradores da cidade que precisam trabalhar e cumprir suas rotinas normalmente. Em Porto Alegre, há uma intensificação de percepções negativas colhidas neste momento. Manaus Eu acho que não é só porque os estrangeiros estão vindo que tem que fazer bonito. Acho errado fazer com que Porto Alegre ou o Brasil inteiro pareça bonito para os estrangeiros, sendo que não está bonito. Eu gosto da Copa. Sempre torci pelo Brasil, mas do jeito que foi feita a Copa aqui eu estou discordando. Eu sei que em outros países também quando foi feito... Na África também não foi tudo certinho. (Porto Alegre, AB, 18 a 26, feminino). O clima que antecede a Copa em Manaus varia de acordo com o perfil do grupo pesquisado. No entanto, observa-se que os participantes contrários à Copa, quase sempre contrários também ao governo, conseguem, por vezes, conturbar o grupo e intimidar a opinião dos demais, mesmo quando minoritários. A maior disposição para a conturbação está no grupo jovem. Os demais, mesmo quando contrários, dizem que vão assistir aos jogos com amigos e familiares, discordam das manifestações neste momento e declaram o desejo de que tudo ocorra muito bem. Pode-se dizer que em Manaus, mesmo com ressalvas, o clima é bastante bom. Os defensores da Copa também conseguiram defendê-la e colocá-la no patamar de um grande evento nacional. Fortaleza Eu acho que é uma coisa muito boa essa Copa do Mundo porque gosto bastante de futebol. Acho que a culpa não tem nada a ver com a FIFA. Tudo o que está acontecendo na cidade é corrupção mesmo e a culpa é dos políticos. (Manaus, CD, 18 a 26, masculino). Na capital cearense, o processo de frustração é acentuado. Em função disso dizem que a cidade pouco, ou nada, se colore para o evento Copa, como já fez no passado. A expectativa está centrada na melhoria dos serviços públicos. E, neste sentido, até mesmo os bons resultados que a Copa poderia gerar estão sendo questionados em função de atrasos significativos e transtornos na vida do dia a dia das pessoas. As expectativas, dizem, diminuem quanto mais percebem atrasos e transtornos. Os jovens são os mais críticos, os adultos os mais irritados. 19

20 O problema mais associado à Copa é a violência e a criminalidade, que, segundo dizem, está totalmente fora de controle e poderá se acentuar. Ao lado da violência, veem a corrupção como estando colada ao desenvolvimento das obras da Copa. Recife Dentro de campo vamos dar show e fora vamos dar vexame. (Fortaleza, CD, 18 a 26, masculino). Aqui em Fortaleza estamos vivendo uma onda de greve, greve de ônibus que ameaça entrar a qualquer momento, greve dos policiais, as questões das obras que a meu ver não está preparada. O transito está um caos, por exemplo, daqui até terminal Papicu antigamente você demorava 40 minutos hoje você leva uma hora uma hora e meia para chegar porque o ônibus tem que dar uma volta por conta das obras, isso me preocupa. (Fortaleza, CD, 35 a 50, feminino). Você não poder ficar comemorando na porta da sua casa porque tem tiroteio ou passa alguém roubando. Ir para os estádios já teve jogo de Fortaleza e Ceará já estava uma briga imagina vindo gente de fora, fica todo mundo se reunindo se marcando em terminal de ônibus. Se vai para o estádio fica com medo, está em casa está com medo, se vai para outra rua fica com medo. (Fortaleza, CD, 35 a 50, feminino). Estou menos animado. Por causa da corrupção que envolve tudo isso. Está meio que de fachada e a Copa ficou em último lugar. Ela foi uma ferramenta pra ser roubado mais dinheiro ainda. Esse sentimento é geral e não só meu. (Fortaleza, CD, 18 a 26, masculino). Na capital pernambucana, os jovens estão mais voltados para as preocupações que nortearam as manifestações de junho. Consideram que a cidade está um caos, sem mobilidade e condições de sediar a Copa. Segundo dizem, não se pode afirmar que a energia contagiante evidente nos Mundiais passados faça parte do espírito dos torcedores, neste momento. Embora se digam alheios ao evento, são muitas as menções sobre ganhos para a cidade, tanto entre jovens, quanto entre adultos, especialmente os homens. Acreditam nos ganhos que serão reais, na visibilidade do país e na oportunidade que o governo usou para beneficiar setores que não mereciam atenção em outros estados fora do eixo Rio São Paulo, como é o caso dos esportes. A população será beneficiada com obras de avenidas, viadutos, linhas de trens, existe o lado negativo, mas as coisas boas ficarão por todo o tempo. (Recife, AB, 35 a 50, masculino). Estou animado e ansioso, acho que o Brasil terá muita visibilidade; Gosto do clima de Copa, estou esperando para me reunir com os amigos e a família, já tenho evento programado. (Recife, AB, 35 a 50, masculino). 20

21 Não estou empolgada, o Brasil não teve estrutura, gastou absurdos para a Copa e não fez os serviços que deveria fazer, não quero que o Brasil ganhe. (Recife, AB, 18 a 26, feminino). Existem benefícios, tem ganhos para a população. A visibilidade que o Brasil está tendo. Investimentos, porque se a Copa não fosse no Brasil não haveria este legado de obras. (Recife, AB1, 35 a 50, masculino). Salvador Entre adultos da capital baiana, o envolvimento é menor. Tem-se a visão de que a Copa é para os ricos, com ingressos caros. Há também críticas à FIFA. A percepção é de que a cidade, de modo geral, ainda não está envolvida com o evento, mas há os que já acompanham a seleção mais de perto. Os jovens manifestam-se de duas maneiras. Parte está envolvida com a Copa porque vai trabalhar, e parte porque vê no momento uma oportunidade de exercer a brasilidade, trocar conhecimento e se reunir com amigos e familiares em função dos dias de folga. Entre eles, também há reclamações sobre os altos investimentos. Existe reconhecimento de ganhos para a cidade, especialmente na Barra. Mas entendem que isso deveria ocorrer sem a necessidade da Copa. Natal Estou vendo pessoas marcando para assistir o primeiro jogo. O Brasil está dividido com relação ao que está acontecendo. (Salvador, CD, 35 a 50, feminino). As verbas são distribuídas independentemente da Copa. Se foi gasto dinheiro com a Copa, isso não tem nada a ver. A gente tem que mostrar que sabemos receber. Temos que mostrar que não somos submundo. A Copa vai acabar. E se nossos políticos não mudarem, vai continuar a mesma coisa. (Salvador, CD, 35 a 50, feminino). Rumo ao hexa. Coloquei o escudo do Brasil. Gosto muito de futebol. Tem os problemas com a Copa, por causa dos gastos. Mas tem gente que não sabe que os estádios são financiados por empresas. (Salvador, AB, 18 a 26, masculino). Diversas coisas que estão sendo protestadas já existiam desde quando disseram que o Brasil ia ser sede da Copa. Eu fui com meus amigos e pegamos fila. Vamos ver o jogo. (Salvador, AB, 18 a 26, masculino). Os sentimentos na capital potiguar são contraditórios.de um lado, há empolgação com os jogos, especialmente em relação à seleção brasileira; de outro, a frustração que aumenta paulatinamente diante das expectativas que são desfeitas. Um exemplo de aspecto negativo é a impossibilidade de participação direta, assistir aos jogos da Copa ela não é para o povo. 21

22 Reclama-se também da falta de melhoria real na qualidade de vida (pessoal) e da cidade confusão, falta de planejamento das obras, além dos atrasos. Há o sentimento de que haverá aumento da violência e da criminalidade durante o evento. Em contrapartida, também há percepções de que a Copa é positiva, que dará retorno e visibilidade para o país e para a cidade, especialmente no que se refere ao turismo. 7.2 Percepções sobre o Clima Pré-Copa Está batendo na porta e vai começar. Aí vem a emoção de comprar a camisa, enfeitar a garagem e marcar churrasco, de saber quando vai ser cada jogo. Como vai ser? Como na Copa passada que não foi aqui, a gente poderia ir em qualquer estabelecimento e ficaria à vontade. Hoje a gente não pode. Tem um barzinho aqui perto da arena que eu sempre frequento e esse bar vai bombar. Daí não imaginei que tinha uma certa distância do estádio e lá - a FIFA proibiu e não pode ter nada. Tem que pagar alguma taxa. Esse barzinho é onde marco a maioria dos encontros e não vou poder assistir lá. (Natal, AB, 18 a 26, masculino). Os sentimentos e percepções sobre a Copa, expostos pelos entrevistados, se atêm a premissas que foram amplamente discutidas pela sociedade através da mídia durante os meses que antecedem a Copa. Em todas as cidades, as referências são praticamente as mesmas. Não há grande dissonância nas questões abordadas. Pode-se dizer que em Manaus e Recife o clima que se vê é majoritariamente positivo, embora os grupos ali situados também tragam temas semelhantes aos que surgiram nas demais cidades. É importante destacar que todos os grupos foram recrutados com 50% dos integrantes contrários à realização da Copa e 50% a favor dela. As cidades mais otimistas: Como exemplo, percebe-se nas discussões de Manaus (mas não apenas) que muitos participantes expressam um sentimento positivo, ponderando suas posições iniciais e passando a discutir a inconveniência de manifestações e greves no momento da Copa. Pode-se dizer que cerca de dois terços colocaram-se de forma muito positiva. Em Recife, constata-se um sentimento semelhante, com maior otimismo e expectativa sempre positiva. As cidades mais pessimistas: Com visão mais negativa estão os entrevistados de Brasília e Belo Horizonte, que diferem de todos os demais pela força da negatividade e pela recusa aos projetos que envolvem a Copa. Pessimistas, mas na torcida: Por sua vez, em Porto Alegre, apesar do espírito muito crítico, os entrevistados não podem ser considerados pessimistas. O que mais se vê é receio, temor, insegurança 22

23 quanto aos resultados para a cidade e para o país. Há muita preocupação com relação à violência e às manifestações. Mas a torcida é para que tudo dê certo. Pessimismo entre os mais jovens: Em termos de segmento, os jovens são os mais pessimistas. Eles parecem comprar a ideia veiculada pelos movimentos de ruas e recusam-se, na maioria das vezes, a enxergar quaisquer aspectos positivos na Copa. Grandes metrópoles dando o tom do clima Pré-Copa: Na grande maioria dos grupos e cidades, as preocupações são recorrentes, mas quase sempre mirando a realidade de São Paulo e Rio de Janeiro. Há indícios de que os movimentos dos grupos organizados nestas cidades repercutiram para as demais, através do noticiário de TV, jornais, internet, etc. Considerando o conjunto das cidades pesquisadas,há três blocos de entrevistados, cujo perfil pode ser nomeado: 1. Entusiastas: Estão presentes em todas as cidades, especialmente em Recife e Manaus. Pode-se dizer que são maioria, pois agregam pessoas que desaprovam a Copa, mas torcem a favor dela e da festa que se prepara. Torcem pelo país, pela seleção, e também pela recepção que sua cidade fará aos jogos e turistas. Mas tendem a não torcer pelo governo, e identificam falhas e problemas nas obras e na organização da Copa. Patriotas Percebem a Copa como um momento de festa, de convívio, de valorização da cultura brasileira e do esporte nacional por excelência. Tendem a crer que o país sairá ganhando com a Copa, apesar de serem críticos a vários aspectos. 2. Entusiastas com ressalvas: Um pouco mais críticos com relação à FIFA e à organização da Copa. Criticam bastante os altos custos de obras, mas reconhecem os benefícios para a cidade e o país. Sobram também críticas ao governo e à mídia. 23

24 Estão concentrados no Sul, Porto Alegre e Curitiba, e um pouco em Salvador e São Paulo. Céticos Reafirmam o sentimento de preocupação com a precariedade dos serviços públicos. Veem a Copa como um sorvedouro de recursos públicos, que entra em choque com as prioridades da população, mas sabem reconhecer os benefícios do evento. 3. Críticos pessimistas: Presentes em quase todas as cidades, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Curitiba. Nas demais, estão em menor número e com menos ênfase. Torcem contra, querem parar o país, acreditam que tem força. Fazem barulho, irritam os demais participantes dos grupos e indicam desproporção no fervor aliado ao baixo nível de convencimento. Opositores Assumem opiniões mais radicais e as defendem enfaticamente, lançando mão de vários subterfúgios para justificar suas posições. Estão menos abertos ao diálogo e menos propensos a mudar de opinião. Tendem a crer que a Copa será um fracasso. O Brasil é um pais acolhedor e pode melhorar a imagem, saindo do estigma de país da pornografia. Acredito que teremos transtornos, porque as coisas nunca saem como esperado, mas que conseguiremos contornar e maquiar um pouco os problemas. (Brasília, CD, 18 a 26, feminino). O clima no Rio está agitado demais. Contei de Ipanema para Botafogo 54 policiais em grupos de4... Há correria com as obras, é tudo em cima da hora - porque não precisa de licitação. (Rio de Janeiro, CD, 18 a 26, masculino). Olha a Copa de 2010 como que estava a cidade no mesmo período. Tudo pintado, todo mundo com blusa do Brasil, bandeira para todo lado. Está tendo isso, mas pouco. A empolgação da população não está tão grande igual nas Copas anteriores. (Belo Horizonte, AB, 18 a 26, masculino). É uma participação muito grande você receber uma copa, mas em contrapartida, é um país que fica em evidência para o mundo todo, aí que penso, será que realmente o Brasil tem capacidade e estrutura de acolher bem? Porque ficaria muito feio ler manchetes sobre o Brasil circulando pelo mundo, é coisa que você não consegue apagar nem em dez anos. Isso que me preocupa - a questão da segurança. (Fortaleza, CD, 35 a 50, feminino). 24

25 7.2.1 Questões investigadas Está um clima tenso por causa dessas greves, da violência, das manifestações... (Cuiabá, AB, 35 a 50, feminino). E também a mídia ajudou a galera ter raiva da Copa. Vários vídeos estão sendo compartilhados no WhatsApp e Facebook. Começam a falar mal, do que eles gastaram e não fizeram. (Salvador, AB, 18 a 26, masculino). Agora está uma maravilha, tem policial para tudo que é lado, mas e depois? (Porto Alegre, CD, 18 a 26, feminino). As ruas do centro da cidade ainda não estão muito enfeitadas, está apagada. (Recife, CD, 35 a 50, masculino). Me preocupo com a segurança pública, nossa e dos gringos. Me preocupo com os serviços que serão feitos para a Copa. Será que vai ser um serviço de qualidade, num valor justo? Será que vamos ter que comprar coisas mais caras em mercado, em bares? (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). Surgidas de forma espontânea ou estimulada, seis questões foram selecionadas para serem investigadas junto aos grupos: A rotina nas cidades; Merecimento da Copa no Brasil; Organização, equipamentos em construção; Gastos do governo com a Copa e destino do dinheiro público; Manifestações, violência e vandalismo; Previsões dos entrevistados sobre a Copa. Os resultados dos debates sobre esses temas são apresentados a seguir. A rotina nas cidades A percepção do clima da Copa nas várias cidades não varia muito. De um modo geral, todos percebem que há certa indiferença no comportamento da população que se reflete na falta de envolvimento e, como consequência, na ausência de preparação de festa nas várias cidades. A maioria recorre à lembrança de outras Copas e acredita que o envolvimento era maior. No entanto, muitos lembram que o cenário que se apresenta hoje é confuso e que isso pode ter retardado a entrada da população no clima de festa. 25

26 De novo, Manaus e Recife aparecem como exceções. Nestas cidades, os entrevistados consideram que a festa está em preparação, não deixando nada a desejar para as demais Copas. Apesar da rotina nas cidades ter sido alterada, a gravidade desse fato não é tão alardeada em função dos ganhos que se vislumbram com a construção dos estádios, aeroportos e outros equipamentos públicos. Merecimento da Copa no Brasil Há poucas menções sobre o momento da escolha do Brasil para a Copa uma ou outra menção em Porto Alegre, Manaus e Belo Horizonte, e no grupo jovem um ou outro em Brasília. A maioria considera que o país estava diferente e que ficaram entusiasmados. No entanto, uma boa parte pensa que se a consulta fosse agora, talvez não a achassem adequada. A ideia, quase generalizada, é de que o país está com um clima estranho, de muita insegurança. A razão? Serviços públicos precários e falta de investimentos do governo. Um discurso alinhado com as manifestações de junho, que deram visibilidade às questões nacionais,as quais não se consideram bem encaminhadas, ou pelo menos, bem compreendidas. Organização, equipamentos em construção Em algumas cidades, como Porto Alegre, Fortaleza e Brasília, há maior irritação com os transtornos provocados pela reforma de estádios e aeroportos e pelas obras de mobilidade urbana. Quanto à organização da Copa, quase todos pensam que foi conturbada, muito em cima da hora. As explicações sobre a demora nas licitações, por exemplo, não convencem. Neste sentido culpam a FIFA e o Governo Federal, mas também, vez ou outra, as Construtoras. As críticas têm como foco: Construção dos estádios e aeroportos caros e atrasados; Projetos e obras do entorno os mais atrasados; Transporte preocupação e irritação, mais no Norte e Nordeste, inconclusos e nem iniciados, como o caso das promessas em Manaus (antigas e recorrentes); Vias públicas a recuperação de ruas é vista como mal feita; Obras em geral custos excessivos, críticas sobre desvios, insegurança no trabalho (morte de operários); 26

27 Segurança pública necessidade de investimento para conter a violência e a criminalidade; Saúde pública serviços deverão estar preparados para atender no momento da Copa, simultaneamente, a população e os visitantes; Turismo preocupação com o turismo sexual e a pedofilia, especialmente no Rio, Norte e Nordeste. A preocupação de todos é com a imagem que o país passará para o mundo. Gastos do governo com a Copa e destino do dinheiro público A discussão que se coloca de modo geral, mesmo para quem é a favor da Copa, é que o volume de dinheiro público gasto parece exagerado. O mote, que se repete à exaustão, é que não há dinheiro público para a saúde, educação e segurança. Esta é a reação em todas as cidades, em todos os segmentos, indicando aí tanto o desgaste da imagem do governo quanto a falta de conhecimento e informação adequada sobre o montante de dinheiro público e da iniciativa privada que está sendo destinado à Copa do Mundo. Por outro lado, se vê que houve eficiência na forma como os movimentos de rua comunicaram suas reivindicações. Os entrevistados, mesmo os que apoiam o governo e a Copa, estão irritados com a falta de respostas e soluções para as três áreas saúde, educação e segurança. Não se faz distinção entre esferas de governo, mas se imputa uma maior carga de responsabilidade ao Governo Federal. Manifestações, violência e vandalismo Em relação às manifestações, os entrevistados estão sempre a favor. Raramente, ouve-se uma voz discordante. São consideradas como um grande avanço em prol das reivindicações represadas da população, uma voz que reclama e clama por soluções. Mesmo assim, quase todos pensam que ocorreram excessos, mas não sabem especificar quais grupos seriam os responsáveis. Viram como exageros os atos que acabaram em vandalismo e violência. Embora aprovem as manifestações, não consideram legítimo que elas venham a atrapalhar a realização da Copa e conturbar as cidades. Em poucos momentos dos grupos e em algumas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, estranha-se o comportamento dos policiais que não se antecipam para coibir a violência e o vandalismo. Previsões dos entrevistados sobre a Copa Espera-se que o Brasil ganhe, e há torcida para isso é a posição majoritária. Mas também a maioria acha que vai haver manifestações em todas as cidades, mas muito mais em São Paulo e Rio de Janeiro. Os entrevistados das demais cidades acreditam que 27

28 serão manifestações mais duras, mais violentas e volumosas. No entanto, poucos são os que dizem que, de fato, irão participar, inclusive entre aqueles que são a favor delas. E por que são contrários às manifestações neste momento? As pessoas querem fazer a festa, receber bem os turistas, dar tranquilidade para o país ganhar a Copa. Receiam promover a má imagem do país no exterior. Já para os que são a favor das manifestações, mesmo no momento da Copa, acreditam que é uma oportunidade que não se deve perder. É uma chance para se conhecer o país e a cidade, com suas qualidades e defeitos, portanto, vale a pena. 7.3 Direitos Individuais e Coletivos Em todas as cidades e em todos os segmentos, há uma certeza: a Copa do Mundo irá ocorrer. Um ou outro participante de cada praça pesquisada defendeu a não realização da Copa, e manifestou a crença de que as cidades vão parar por conta de uma mobilização convocada pela Internet. Os demais, inclusive parcela dos que são contrários à Copa, defenderam que o evento deve ocorrer, mesmo que haja manifestações. A maioria nos vários grupos e cidades não irá participar e não vê sentido nas manifestações durante a Copa. Gostariam de assistir os jogos, mas reclamam dos altos preços dos ingressos e da forma de comercialização via internet. Poucos entrevistados, por vezes até agressivos e barulhentos, mostram-se dispostos a conturbar o momento da Copa. Para isso,dizem que vão responder a um chamado na internet de Parar a Copa no dia 12 o que foi considerado pelos demais participantes como algo que beira o ridículo. Isto se repete em quase todos os grupos. Falar é uma coisa, constatar é outra. É importante apreender o que se vê em termos de ganhos e perdas. A posição dos entrevistados é justificada pela atenção que as cidades recebem por causa da Copa, pelos equipamentos e reparos feitos. Isto poderá ficar mais claro ao ver o diagrama de ganhos e perdas em seção posterior, quando é analisado o processo de preparação da Copa em cada cidade. Salienta-se uma diferença entre as cidades do Norte e Nordeste quando comparadas às cidades do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A satisfação com a realização do evento nas primeiras é sensivelmente maior, sendo que a maioria já percebe que as cidades nortistas e nordestinas já estão entrando no clima da festa, mostrando maior envolvimento e deixando de lado os aspectos mais críticos levantados por alguns participantes nos grupos. Pode-se dizer que o esforço que estas cidades fazem para a realização dos jogos será reconhecido por suas populações. Ao contrário, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com um cenário mais crítico e pouco confortável, os entrevistados não conseguem visualizar suas 28

29 cidadesse movimentando na direção da festa que se mostra, muito mais claramente, no Norte e Nordeste. O sentimento de integração permeia os grupos do Norte e Nordeste, com conquistas importantes em equipamentos públicos, especialmente aqueles destinados aos esportes. Também nota-se a percepção de que é uma forma de fazer justiça às duas regiões, e de integrá-las ao país. Direitos dos Cidadãos: o caso do Sr. Antônio Foi apresentada aos participantes das dinâmicas de grupo a seguinte situação para que eles se posicionassem: osr. Antônio tem 42 anos, e comprou ingresso para assistir um dos jogos com seu filho. Porém, ele corre o risco de não chegar ao estádio devido a manifestações programadas para o dia do jogo. Há uma concordância total quanto a um aspecto central. Os entrevistados entendem que ele tem todo o direito de ver o jogo. E esse direito deve ser garantido, pela prefeitura, pelos Governos Estaduais e Federal, enfim, pelas forças de segurança. Especificamente sobre as manifestações durante a Copa, poucos são a favor. A maioria, em todas as cidades, acha que não é o momento. Sobre o papel dos governos, é consensual que devem conter as manifestações, reprimindo-as. Porém, sem violência, que não é admitida pela maioria dos participantes vinda de nenhum dos lados. Quanto à presença do exército nas ruas, alguns acham desnecessária, mas as opiniões estão divididas. Quem está favor, considera que a ordem deve ser garantida sempre. Os contrários temem exageros, aumento da agressividade e dos conflitos, e acham uma decisão arriscada. Para este grupo, seria péssimo para a imagem do país. Não participo não, prefiro ver o jogo. Não acho certo, é a hora errada. (Porto Alegre). Eu vou, é um direito eu dizer o que penso, pressionar. Vou mesmo pra deixar claro que aqui tem jogo, mas não tem saúde, nem educação. (Manaus, jovens). Os que vieram para a Copa merecem assistir os jogos, isso seria horrível para a imagem do Brasil. (São Paulo). Com base no caso do Sr. Antônio, foram feitos, aos participantes dos grupos de discussão, os seguintes questionamentos: Direito do Sr. Antônio de assistir ao jogo; Quem deve garantir os direitos; A favor ou contra manifestações durante a Copa; 29

30 Praça São Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Porto Alegre A favor ou contra greve durante a Copa; A favor ou contra exército nas ruas; Deve ou não reprimir manifestações; Pensa que haverá manifestações? O entrevistado pensa em participar de manifestações durante a Copa. Para mostrar diferenças de opinião entre as cidades, de forma sistematizada, a tabela abaixo foi desenvolvida. É direito? Sim Sim Sim Sim Quadro 2 Opinião sobre Direitos e Manifestações Quem deve Garantir? Governo Federal e Estadual, FIFA Estado e Município Polícia e governos Governo, Polícia, CBF, FIFA A favor ou contra as manifestações durante a Copa? A favor ou contra greves na Copa? Exército nas ruas? Reprimir as manifestações? Haverá manifestações? Irão participar? Contra Dúvida Sim Caso extremo Sim Não A favor (jovens, mulheres e homens CD) A favor Jovens não; adultos sim Não Sim AB, não CD, sim Contra Contra Sim Sim Sim Não A favor sem violência Contra Curitiba Sim PM - Estado Contra Contra Será? Talvez não. Medida extrema Sim Sim Não Não sabem É possível Não Brasília Sim PM - Estado Contra A favor Sim Sim Sim Não Natal Sim PM - Estado A favor, pacífica A favor Sim, sempre Não Sim Só jovens Salvador Sim Governo Federale Estadual, FIFA Contra Dúvida Sim Caso extremo Sim Não Recife Sim Governo Federal e Estadual Contra Dúvida Sim Caso extremo Sim Não Fortaleza Sim PM - Estado A favor, pacífica A favor Sim, sempre Não Sim Só jovens Cuiabá Sim Governo Estadual Contra Contra Sim Sim Sim Não Manaus Sim Prefeitura, PM - Estado Contra Contra Não Não Sim Não Um dado a ser considerado é que, em muitas cidades, os entrevistados aprovam o exército nas ruas. Em alguns casos, até com caráter repressor, ou pelo menos intimidador. São poucos os que percebem que o uso do exército deve ser em caráter extremo. A tendência, algumas vezes, é querer dar alguma função aos militares, pois, para eles, deveriam estar sempre à disposição do Governo Federal e da população. O exército está saindo para rua para contenção. Viu briga, eles vão entrar no meio e vão dar porrada. Eles vão ser agressivos demais. Muito mais que a PM. Eu sou a favor do exército na rua. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). 30

31 Sou contra, o exército tem muito mais atribuições do que isso, de ter que se preocupar com esse tipo de acontecimento. O exército estará na rua para reprimir as pessoas que são contra o evento e sou contra isso. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). A presença do exército nas ruas é vista como um reforço auxiliar para intimidar badernas, complementando, quando necessário, o trabalho da Polícia Militar. A PM muitas vezes sofre críticas (mais em São Paulo) pela posição de expectadores das manifestações mais violentas e quebradeira. É complicado. Quer dizer que só porque o cara está indo assistir um jogo, ele tem mais direito do que os que estão indo trabalhar? Hoje em dia tem manifestação e a polícia não intervém. Esperam acabar a manifestação para poderem liberar o trânsito. O pessoal que está indo trabalhar ou voltando para casa querendo descansar e encarando um engarrafamento imenso esperando. Ele pagou? Pagou. Beleza. Só que a gente não tem culpa da manifestação que está acontecendo. Acho que um não interfere diretamente no outro. (...) (Brasília, CD, 18 a 26, feminino). Depende. Você tem que saber o que leva à greve, não sei o sentimento do metroviário. Se estão brigando por uma causa que vai melhorar inclusive o serviço prestado ao público, eu concordo. Agora, se for uma greve para fins lucrativos, sou contra. Se for justa, sou a favor, os metroviários estão pedindo a mais e isso não é justo. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). A polícia tem que controlar e não reprimir. Uma linha tênue, complicado, um treinamento que nem a Civil nem a Militar e o Exército tem. (Rio de Janeiro, AB, 18 a 26, feminino). Governo Estadual. Tem que dar condição de ir e vir. E Antônio tem 40 anos e sabe como funciona as coisas aqui. Ele tem que sair duas horas antes. São Paulo é o Estado mais desenvolvido, o governo tem que saber lidar com o próprio Estado. (São Paulo, AB, 18 a 26, masculino). É o direito dele, de ir e vir para onde ele quer. Na hora que ele quer. Se a cidade conseguiu dar condições para vender esse ingresso então, as pessoas são obrigadas a conseguir chegar no jogo. Como é que vou comprar ingresso para um jogo no qual eu não vou poder ir? (Porto Alegre, CD, 18 a 26, feminino). Até porque os manifestantes não sabem se o Antonio está indo para o estádio. Ele pode estar indo para a casa dele, que é do lado. Então ele tem o direito. Mas tem que ter segurança pública para ele chegar na casa dele. (Porto Alegre, AB, 35 a 50, masculino). Vejo as manifestações com algum propósito e vejo outras com cunho político querendo aparecer. Na época das Olimpíadas ninguém se manifestou, com a Copa do Mundo ninguém se manifestou, por que agora? Independente se roubaram ou não, agora vem gringo, a gente 31

32 vai ganhar imposto com cerveja, com hotel, agora é a hora! Se a gente conseguir fazer uma boa imagem podemos virar um grande pólo turístico. (Rio de Janeiro, AB, 35 a 50, masculino). 7.4 Ganhos e Perdas Nessa seção, procura-se sistematizar as percepções de perdas e ganhos decorrentes da realização da Copa no Brasil. Em primeiro lugar, é possível identificar uma visão geral do conjunto das cidades pesquisadas, ou seja, o que se repete sempre, o que há de mais comum a todas elas. Em linhas gerais: Ganha o governo e a população, além de empresários, patrocinadores, FIFA, clubes e jogadores. Sempre em função dos benefícios na economia, da visibilidade e publicidade. Perde também o governo, a população, os comerciantes e o país (quanto à sua imagem); perdem as pessoas de baixa renda e as famílias dos trabalhadores que faleceram nas construções. Observe-se que, embora isso pareça contraditório, os resultados indicam que os dois perfis de pessoas se fazem presentes nos grupos. E, como se verá nos diagramas, inclusive nos específicos das cidades, a constatação de ganhos é significativamente superior às perdas. Os benefícios e os prejuízos não se anulam, mas explicam a percepção dos entrevistados. O peso é evidentemente muito maior para os benefícios, o que se verá a seguir, quando se mapeará o volume de cada um deles nos níveisnacional (Brasil), local (cidades) e pessoal/familiar. Percebe-se também nos vários grupos que há um mal estar entre os entrevistados. Identificam-se blocos de resistência ao governo, entre apoiadores da Copa e não apoiadores da Copa. Há uma busca persistente de evidências que desmereçam os trabalhos em torno da Copa, o que significa dizer que há uma tendência de desvalorização dos esforços do governo. Curiosamente, o grande volume de citações positivas em todas as cidades reflete a percepção pelos entrevistados de que a Copa trará muito mais benefícios do que prejuízos de modo geral. É possível observar que, no conjunto dos discursos, predomina um cenário mais positivo para a Copa, com o reconhecimento de seus benefícios. Porém, percebe-se uma luz amarela quando se referem ao governo. O que se repete sempre De forma esquemática, abaixo estão apresentados quadros confrontando os ganhos e as perdas, os benefícios e os prejuízos. 32

33 O Que Ganha O Que Perde Quem Ganha Quem Perde O Que Ganha O Que Perde Quem Ganha Quem Perde Ganha Quadro 3 Perdas e Ganhos, Benefícios e Prejuízos para o Brasil População, políticos, governos, turismo, hotelaria, comerciantes, investidores, construtoras e empreiteiras, patrocinadores, imprensa, empresários, FIFA, jogadores e times, clubes e o esporte em geral. Perde Governo, população, comerciantes, País, pessoas de baixa renda, turistas, famílias de trabalhadores mortos; FIFA. Melhora na economia, visibilidade internacional, turismo, investimentos, publicidade do estado (Manaus), empregos temporários, reforma dos aeroportos, respeito, prestígio, expansão do Metrô (SP), Isenção de impostos da FIFA (Natal), patriotismo (Fortaleza); reforma dos estádios, ganho de estádios para desenvolvimento de times, união e relacionamento entre poderes, entre pessoas; conhecimento e relacionamentos com estrangeiros; mobilidade e obras de infraestrutura. Prestígio, confiança, credibilidade internacional, segurança, investimentos em saúde e educação, produtividade, morte de familiares (Fortaleza), desvio de verbas, mobilidade urbana; desaquecimento comercial em função dos feriados; aborrecimento quando não se vai aos jogos; irritação pelos preços dos ingressos. Benefícios Prejuízos Quadro 4 Perdas e Ganhos, Benefícios e Prejuízos para as Cidades-Sede Ganha População em geral, Governo (3 esferas), comércio, turismo/turistas, construção civil, empresários, taxistas. Trabalhadores temporários Os responsáveis pelas obras e Copa. Os clubes das cidades, os jogadores e esportistas. Economia, reconhecimento, visibilidade internacional, turismo, reforma ou construção de estádio/arena, melhoria nos aeroportos, empregos temporários, mobilidade urbana, melhora nos hospitais (Brasília). Infraestrutura em geral. Aeroportos, estádios, valorização dos esportes. Experiência, conhecimento e emprego. Benefícios Perde População, Governos Municipal e Estadual, turismo/turistas, comércio, lojistas, camelôs, setor imobiliário. Dinheiro, produtividade nos feriados, investimento em saúde e educação, exploração sexual (Recife, Natal e Fortaleza), educação (falta de aulas), corte de árvores (Salvador e Porto Alegre). Inflação pós-copa. Prejuízos 33

34 O Que Ganha O Que Perde Quem Ganha Quem Perde Quadro 5 Perdas e Ganhos, Benefícios e Prejuízos para as Pessoas e Famílias Ganha Eles mesmos, amigos e familiares. Os que são comerciantes, os que trabalham com turismo. Os que são bandidos, que trabalham com drogas (Brasília/Manaus). As pessoas comuns, dizem, com certa ironia:os mais patriotas, ambulantes, táxis,donos de restaurantes; os que se utilizam dosaeroportos; os envolvidos com os trabalhos e esportes, pois vão aos estádios depois da Copa. Folgas e feriados, união familiar, conhecer estrangeiros e novas culturas, infraestrutura da cidade, emprego temporário, trabalho, investimentos, mais renda, facilidades nas cidades em termos de melhorias na infraestrutura; movimento das pessoas de fora. Empregos e qualificação. Confraternização, mobilidade com grandes melhorias na maioria das cidades (exceto Cuiabá). Aquecimento na economia. Benefícios Perde Os trabalhadores, os não envolvidos com a Copa; os que não podem ir aos jogos; os que não têm acesso aos aeroportos; os que trabalham com serviços autônomos/ficam mais parados e só ganham se trabalharem. Setor imobiliário, lojistas, camelôs. Crianças e estudantes. Os que forem empresários de áreas que não trabalham com a Copa. Dias de estudo, produtividade, segurança (Salvador e Brasília), aumento no custo de vida (Rio e Brasília), perda de confiança (Cuiabá); investimentos em saúde, educação; credibilidade no governo (Curitiba) que não pensou em ingressos mais acessíveis; mais impostos (BH); tempo, dificuldades de mobilidade, estresse; queda nas vendas em geral; lazer, dificuldade para os que não vão aos jogos (BH). Efeitos da inflação. Bandidos (Fortaleza, Manaus). Estresse (POA). Prejuízos A seguir, são apresentadosquadros especificando e comparando a percepção que os entrevistados de cada cidade têm sobre as perdas/prejuízos e os ganhos/benefícioscom a realização da Copa,segundo a ótica nacional (Brasil), local (cidades-sede) e pessoal (entrevistados, amigos e familiares). Quadro 6 Ganhos identificados para o Brasil O que Aquecimento da economia Arrecadação de Impostos Autoconfiança (nacional) Comércio, negócios Construtoras São Paulo Recife Salvador Natal Fortaleza Porto Alegre Rio de Belo Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Janeiro Horizonte Credibilidade 34

35 O que Credibilidade, prestígio São Paulo Recife Salvador Natal Fortaleza Porto Alegre Rio de Belo Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Janeiro 35 Horizonte Cultura/Lazer Dinheiro (governo) Emprego pós- Copa Empregos temporários Empresários em geral Ensino de línguas Ensino de línguas Estádios são aquisições nacional Estradas, túneis Estrutura/País/ Cidades Expansão do metrô Governo, reconheciment o Infraestrutura Investimentos Isenção de impostos da FIFA Liderança Mais ônibus Melhora do estádio/estádi o Mobilidade urbana/obras Novos negócios Obras de mobilidade

36 O que Orgulho, respeito Paradas de ônibus Patriotismo Políticos - $ com desvio Publicidade do Estado Publicidade, visibilidade Qualificação de profissionais Quebra do preconceito Reconhecimen to (políticos) Reconhecimen to cultural Reforma/ revitalização aeroportos Respeito/Prestí gio São Paulo Recife Salvador Natal Fortaleza Porto Alegre Rio de Belo Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Janeiro Horizonte Tecnologia Trocas culturais Turismo em geral, hotelaria, restaurantes União Nacional Valorização da cultura nac. Visibilidade internacional Votos da oposição 36

37 O que Quadro 7 Perdas identificadas para o Brasil São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Autônomos (trabalho) Brasil vai ficar mal visto Com as greves e manifestações Confiança e credibilidade - políticos Confiança/ esperança (se não der certo) Credibilidade internacional Descrença no término de obras Desemprego pós-copa Desvio de verbas/corrupção Dia de trabalho Empresários não faturam Exploração sexual e infantil Exposição de problemas Governo perde credibilidade Governo perde respeito Governo, inadequação de investimentos Greve/Manifestação Inflação/ Inflação de bens de consumo Investimento em saúde e educação Investimentos em áreas públicas Mobilidade urbana Morte de familiares População perde serviços 37

38 O que São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Preço alto de ingressos Prestígio (se não der certo) Qualidade de vida, tempo Queda de produtividade/feriados Queda na economia pós-copa Queda nas vendas Remoção de famílias Segurança Segurança Pública Superfaturamento de obras Vírus de estrangeiros O que Aeroportos melhores Quadro 8 Ganhos identificados para as Cidades-Sede São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Bandidos Centro de treinamento Cidades próximas têm ganhos Comércio/ comerciantes Consciência política Desenvolvimento da Zona Leste Dinheiro para políticos Economia aquecimento pontual 38

39 O que Empregos temporários, trabalho Estádio novo/ reforma/ melhorias Folgas, feriados, descanso Ganho extra dos taxistas São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Hotéis/Restaurante Mais visão para o esporte Melhora no asfalto Mobilidade Urbana Melhoria nos aeroportos Melhoria nos hospitais Novos/ Oportunidade de negócios Patriotismo Pontos turísticosmelhor sinalizados Prefeitura Prestígio, projeção da cidade Qualificação, capacitação Quebra de preconceito Recuperação do urbanismo Renda extra Revitalizações de praças Ruas recuperadas/ recapeadas Segurança Sinalizações vias públicas 39

40 O que Terminais de ônibus Transporte BRTs Troca da frota de ônibus Trocas com estrangeiros Turismo/Mais rotas Valorização de imóveis Viadutos e obras públicas Visibilidade/ visibilidade internacional São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte O que Aumento de violência Bairros não beneficiados com obras Comércio/ comerciantes e ambulantes Corte de árvores / derrubada de árvores perto dos estádios Quadro 9 Perdas identificadas para as Cidades-Sede São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Credibilidade Custo de vida alto Desapropriações Dinheiro mal investido/desvios de verba Educação/falta de aula Exploração sexual 40

41 O que Fórum em recesso São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Greve Impostos mais elevados Inflação de vários produtos e no setor Investimento imobiliário e saúde e educação Meio Ambiente Menos trabalho Mobilidade urbana insuficiente Obras / metrô inacabadas/ atraso Oportunidade nas obras de desorganização monotrilhos Patrimônio Público Preço dos ingressos perde jogos Produtividade em geral - empresas Produtividade por feriados Projetos arquivados Qualidade de vida em queda Racionamento de água Segurança Sossego na cidade Superfaturamento Vandalismo Vendas no setor imobiliário Vírus de estrangeiros 41

42 O que A festa, a alegria, prazer Quadro 10 Ganhos identificados para as Pessoas, Amigos e Familiares São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Aeroportos (+) Asfalto nas ruas Autoestima e orgulho Capacitação profissional - estudantes Comércio Confraternização / união com a família e amigos Conhecer estrangeiros e nova cultura/ relacionamento Conhecimento com estrangeiros Conquistas que não chegariam se não houvesse a copa Consciência política Curso de idiomas Diminuição de ônibus quebrados Dinheiro e trabalho Emprego temporário Entretenimento Esperança Estádios melhores - tecnologia, recuperados 42

43 O que São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Evidência, dentro e fora do país Folga e feriados/ descanso Infraestrutura da cidade Investimento financeiro/ Investimentos estrangeiros Lazer, entretenimento, esporte Limpeza urbana Local para esportes Mais esporte Melhoria no transporte Melhorias no aeroporto e região Mobilidade O Estado Oportunidade de vivenciar a Copa Renda com aluguel Renda extra Segurança temporária Trabalho com turismo, jornalismo e/ou comércio Turismo União familiar Visibilidade do país importante 43

44 O que Quadro 11 Perdas identificadas para as Pessoas, Amigos e Familiares São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte Alto custo do evento Aumento das passagens aéreas Aumento de impostos Aumento no custo de vida Benefícios para construtoras Benefícios para os clubes Confiança nos governantes Dia de estudo Dinheiro investido na Copa Dívida pública para o país Especulação imobiliária/remoções Estádio mal acabado/ inacabado Estresse Excesso de trabalho, compensar folga Lazer dos jogoscaros Lazer: bares lotados e shopping fechado Liberdade de ir e vir Menos verba para educação e saúde Mobilidade urbana insuficiente inclusive para a Copa/ dificuldade de mobilidade Não poder assistir aos jogos Oportunidade para bandidos roubarem 44 Perda de

45 O que São Porto Rio de Belo Recife Salvador Natal Fortaleza Manaus Curitiba Brasília Cuiabá Paulo Alegre Janeiro Horizonte credibilidade caso não façam um bom evento Perda em função das restrições da FIFA Perda em vendas por feriados Perda emocional por desapropriações Pessoas perdem férias Possível perda de investimento estrangeiro Preços dos ingressos Produtividade Queda nas vendas em alguns setores da economia Renda de profissionais autônomos Restrição de horários Salário quem ganha por hora Segurança Tempo no trânsito Voluntários deveriam ser pagos 45

46 Quem Quadro 12 Quem ganha no Brasil São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre População Políticos/Governo (todos) Governo Estadual Governo Municipal Turismo/Hotelaria País Economia Comerciantes Educação Cultura brasileira Mercado imobiliário Investidores Construtoras/Empreiteiras Exportações Transporte/Mobilidade Cidades Mídia Patrocinadores Imprensa Empresários Setor de alimentos/bebidas Taxistas Garotas de programa FIFA CBF Globo Vendedores/Ambulantes Construção civil Jogadores/Times Iniciativa Privada 46

47 Quem Quadro 13 Quem perde no Brasil São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre Governo Comerciantes Profissionais autônomos População Imagem do País no exterior Imagem do Estado Ambulantes População de baixa renda Desemprego pós-copa Turista Família de trabalhadores mortos Iniciativa privada Quem Quadro 14 Quem ganha nas cidades-sede São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre População Governo Federal Governo Estadual Governo Municipal Times e clubes FIFA Comércio Turista/Turismo Empresários Náutico/Torcedores Hotelaria 47

48 Quem São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre Construção civil Cidade Taxistas Bandas de forró Setor de segurança Construtoras Setor de bebidas Setor de serviços Zona Franca PEC Autoridades Restaurantes Vendedores ambulantes Mídia Motoboys Área do transporte Quem Quadro 15 Quem perde nas cidades-sede São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre População Governo Municipal Governo Estadual Cidadão Turista/Turismo Empresários População carente Comércio/ economia Imagem do Estado Patrimônio público 48

49 Hotéis Quem Restaurantes Setor imobiliário Meio ambiente São Belo Rio de Porto Fortaleza Natal Salvador Recife Curitiba Manaus Brasília Cuiabá Paulo Horizonte Janeiro Alegre Cidade Bairros Educação (férias antecipadas) Pais e estudantes Família Iniciativa privada em geral 7.5 Avaliação dos Equipamentos Os equipamentos que as cidades receberam em função da Copa foram avaliados pelos entrevistados apenas superficialmente. Mas é consenso que as obras são necessárias e úteis. Aqueles que tiveram alguma experiência com elas, no caso de aeroportos ou estádios, reconhecem que serão aquisições significativas para suas cidades. Entretanto, nota-se também uma predisposição à crítica, uma busca de insuficiência : o mal acabado e a maquiagem. Tal raciocínio ocorreu para parcela dos entrevistados de todas as cidades e grupos, não apenas para a parcela dos que são contrários à Copa, embora este grupo seja mais enfático nesse tipo de crítica. É importante ressaltar que o grupo dos opositores à Copa quase a totalidade deles também contrários ao governo enxerga desperdícios, má gerenciamento e planejamento. Acima de tudo, eles insistem em comparar gastos x necessidades em suas cidades e no país. Ou seja, a relação custo x benefício é uma questão central e recorrente. O Padrão FIFA é criticado, estandosob suspeição, principalmente por aqueles que são contrários à Copa. Enxergam certo imperialismo, um grau de exigências e ingerências excessivas, seja pelas demandas questionáveis por eficiência, seja por exigir do Brasil uma postura e cultura europeias. Para eles, a FIFA não errou sozinha, pois teve a conivência e a subserviência do governo. Esta premissa foi comprada, em parte, também por aqueles que, mesmo favoráveis à Copa, não concordam com o governo, contestam o formato de organização e criticam as iniciativas adotadas para as cidades em função da Copa. O transporte é a grande reclamação na maioria das cidades, estando presente em quase todos os grupos pesquisados. Costuma-se misturar transporte e trânsito. Mesmo que em muitas cidades se tenha percebido melhorias, ainda há muita demanda para esta área. O 49

50 que foi feito em função da Copa é considerado insuficiente e precário. As soluções mais importantes ainda são esperadas. A seguir, são apresentadas as observações particularizadas de cada cidade, especialmente sobre aeroportos, estádios e transporte Estádios São Paulo São críticos e enxergam um estádio mal acabado, com acesso ruim. Porém, reconhecem os benefícios para Itaquera. Rio de Janeiro Há consenso sobre a reforma do Maracanã: reconhecem melhorias em conforto. Reclamam da falta de sinalização e preços altos dentro do estádio. Belo Horizonte Entendem as reformas como necessárias. Elogiaram a reforma do Mineirão, mas criticam a parte externa do estádio (pouco verde e muito concreto). Brasília Jovens elogiam o estádio, mas questionam a falta de jogos depois da Copa. Mais velhos questionam os gastos e atrasos nas obras. Acreditam que será bem utilizado em eventos. Porto Alegre Maioria considera que o estádio ficou muito bonito e moderno. Curitiba O Estádio foi visto só por fora e as mudanças no local agradaram a quem viu. Fortaleza Parte dos jovens cita mortes durante a construção do estádio e também reclama do entorno. Tanto os jovens quanto os mais velhos citam mais shows na cidade por conta do novo estádio. Recife Há elogios ao estádio, mas com ressalvas. Preferiam reformas em estádios menores. Citam o time Náutico e os torcedores como os maiores beneficiados. Salvador Reforma da Fonte Nova foi bastante elogiada. Sinônimo de tecnologia, beleza e grandiosidade. Consenso de que a cidade precisava de um estádio de peso. 50

51 Natal Jovens acreditam que irá atrair mais cultura para a cidade, mas citam que será um privilégio para poucos. Mais velhos citam o alto custo e atraso nas obras. Reclamaram do estádio em si, cobertura e assentos. Manaus A maioria está maravilhada com a arena do Amazonas. Mesmo sem time de grande significado nacional, percebem que pode alavancar o esporte no Estado. Cuiabá Aeroportos Arena Pantanal é um grande motivo de orgulho. Porém, criticam o preço dos ingressos, alimentos e bebidas praticados nestes locais. São Paulo Não sabem dizer exatamente quais melhorias foram realizadas em Guarulhos. Mencionam pontualmente reformas realizadas em Viracopos e Congonhas. Rio de Janeiro A percepção é de piora o Galeão tem obras inacabadas, o que compromete os serviços. O Santos Dummont não tem ar condicionado e eventualmente sofre com a falta de luz. Belo Horizonte Consideram as reformas necessárias, já que precisavam de ampliação para proporcionar mais conforto à população. Acreditam que estas obras serão um grande ganho. Brasília Mais velhos acreditam que os aeroportos melhoraram e que será um legado depois da Copa. Jovens se dividem quanto às melhorias no aeroporto, com certa intolerância ao momento das reformas. Porto Alegre Equipamento antineblina que foi prometido ainda não foi instalado e já é considerado obsoleto. Consideram que o aeroporto é um puxadinho. Curitiba Os que têm acesso notaram diferença apenas no estacionamento. Obras mais nas ruas do que nos equipamentos da Copa. 51

52 Fortaleza Grande maioria diz que se fez um puxadinho e reclamam da demora nas obras, atribuídas por muitos pela corrupção, além da quantidade de dinheiro investido. Recife Pequena parte dos entrevistados teve oportunidade de passar pelo aeroporto local e as reformas, consideradas pequenas, são sempre bem vindas, uma vez que significam mais infraestrutura para a cidade. Salvador Pequena parte dos entrevistados teve oportunidade de passar pelo aeroporto local e as reformas, consideradas pequenas, são sempre bem vindas, uma vez que significam mais infraestrutura para a cidade. Natal Mais velhos criticam o alto custo para a reforma e a questão do acesso. Jovens, apesar de não terem visto de perto, também criticam. Manaus Fazem elogios ao aeroporto, mesmo que inacabado e com vazamentos. A imprensa local critica bastante. Cuiabá Em geral, consideram as reformas necessárias, porém foi considerado o pior dentre os das cidades-sede e reclamam também dos transtornos nas imediações e no estacionamento. Citam o despreparo dos funcionários para prestar informações Mobilidade Urbana São Paulo Novos corredores de ônibus, expansões do Metrô e novos trens. Placas de sinalização no Metrô, em inglês. Comentam também sobre trem e ônibus exclusivos para o estádio. Rio de Janeiro Dividido. Leve melhora da mobilidade urbana com os BRTs, que são mais rápidos, porém superlotados. As críticas ao metrô são mais contundentes, pois o modal está muito aquém da demanda. Belo Horizonte Boa avaliação com alguma ressalva. Prevalece a opinião de que era (ou ainda é) necessário mudanças neste setor. Consideram que a implantação do BRT/Move era necessária. Alguns dizem que o Metrô seria mais eficaz. 52

53 Brasília Jovens acreditam que o transporte melhorou, mas o trânsito piorou. Já os mais velhos dizem que piorou e que o transporte é precário Porto Alegre Ainda com pontos críticos. No geral, não houve percepção de melhoria. Renovação da frota é atribuída a algo inerente a Copa do Mundo. Frota pequena com pouca estrutura. Curitiba Percepções Pontuais. Investimento em ônibus, duplicação da BR. Forte lembrança pelos grupos sobre a Ponte Estaiada. Fortaleza Maioria reconhece importância dos BRTs e VLTs, mas reclamam do atraso nas obras. Citam também atraso nas obras do Metrô. Recife Reconhecimento com ressalvas. Mencionam terminais de ônibus interligados e as reformas nas paradas de ônibus, que ganham um padrão de primeiro mundo. O trânsito, muito criticado e o transporte público em si, mereceriam melhorias mais efetivas. Salvador Ainda muito a fazer. Percepção de piora no transporte público, pois sofre críticas pelo encerramento de atividades de uma empresa de ônibus. Criticam o Metrô, que vai do nada a lugar nenhum. Elogios devido ao recapeamento de ruas, estradas e vias que dão acesso ao estádio e construção de viadutos. Natal Jovens reclamam do dinheiro investido e de vias que não foram tão úteis. Preferiam o Metrô. Mais velhos também dizem que as obras beneficiaram apenas o transporte individual. Manaus Há atrasos, quase nada foi feito. Ruas e viadutos recapeados são elogiados. Parte dos grupos reclama de maquiagem e espera melhorias mais significativas no transporte e trânsito em geral. Falta metrô e BRT. Cuiabá Opiniões sobre o VLT (ainda não implantado devido ao atraso das obras) são controversas. Em geral, acreditam que ele poderá beneficiar a população. Porém, alguns o consideram necessário e outros não. Única melhoria atrelada à mobilidade urbana na cidade está relacionada a pistas exclusivas para ônibus. 53

54 7.6 Resultado da Copa Expectativas Os entrevistados agem como torcedores, não querem nem ouvir falar do Brasil perdendo a Copa. Visualizam uma população decepcionada, entristecida e muitas vezes brava ou violenta. São poucos os que dizem que é natural, que se trata de um esporte e que tudo pode acontecer. Estes estão mais em São Paulo e Rio de Janeiro, curiosamente, as cidades onde ocorreram as manifestações mais violentas e frequentes. Jogar bem ou jogar mal não parece, de forma alguma, fazer diferença para os entrevistados. Eles querem ganhar a Copa, querem mostrar para o mundo que o país continua sendo o melhor. Perder no início da Copa é o pior dos cenários. Neste caso, a maioria visualiza imensa decepção. Muitos podem, como se viu nos grupos, culpar os jogadores e técnico para tanto, fazem menção aos altos salários e publicidade. O governo será foco de maiores críticas, por acreditarem haver altos gastos, desperdícios e desvio de dinheiro, recursos que poderiam ter ido para educação e saúde. Quanto aos possíveis resultados da Copa do Mundo de 2014, o esquema abaixo sistematiza a opinião dos entrevistados sobre quem acreditam que vencerá o torneio. Quem Ganha? Brasil: Todas as cidades (opinião majoritária) Brasil (comprado): Curitiba, P.Alegre, Rio, Recife, Natal) Espanha: Rio, Porto Alegre, Salvador Alemanha, França ou Argentina: Curitiba, P. Alegre Os cenários possíveis para a seleção brasileira também foram debatidos. Em caso de derrota, foram avaliadas três situações e suas possíveis consequências. Perder no início (Possibilidade Zero) Revolta, frustração, violência, manifestações, greves, tristeza maioria Problemas para o governo: Natal, Fortaleza, Brasília, Manaus A vida continua: São Paulo, Rio 54

55 Perder jogando bonito (Recusa, melhor ganhar) Indiferente/Mesma frustração/tem obrigação de ganhar maioria Não tem problema/compreensãoparcial /maioria não considera se é bonito ou feio, a questão é ganhar Outro time jogou melhor/reconhecimento - alguns Perder jogando mal (Nem pensar) Raiva, indignação, quebraquebra, manifestações, desordem maioria Inconcebível maioria Depende do adversário: São Paulo Em síntese, há a expectativa de que o Brasil ganhe a Copa do Mundo, em todas as cidades e em todos os grupos. Alguns participantes aventam a compra de resultados, especialmente no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Na capital fluminense e em São Paulo, existe maior tolerância se o resultado não for o esperado.jogar mal, jogar bem, e perder? Nem pensar, o que se quer é ganhar e isto é voz geral. Vou me sentir orgulhoso*se o Brasil perder+. Pra mostrar pra quem produziu a Copa que precisamos do evento, mas primeiro temos que melhorar o que precisamos para depois fazer esse evento. Se o Brasil ganhar vão dizer que foi porque fizeram a Copa. (Salvador, CD, 18 a 26, masculino). A revolução vai ser muito maior [se o Brasil perder], mais manifestação, o povo vai tirar o foco do Brasil e vai focar no que ele precisa. (Rio de Janeiro, AB, 18 a 26, feminino). A vida continua*se perder nas oitavas+. Brasileiro vai assistir os jogos, mas não com a mesma motivação (São Paulo, CD, 35 a 50, masculino). Aí vai ser um quebra-quebra desgraçado no Brasil[se perder jogando mal+. (Cuiabá, CD, 35 a 50, masculino). Vai piorar a situação do Brasil*se perder no início+, o desinteresse será muito maior (Recife, CD, 35 a 50, feminino). 55

56 Se o Brasil tiver ganhando a população vai ter a seguinte filosofia, eles não têm culpa, os culpados são os políticos. Se o Brasil perder, a população vai cair em cima dos jogadores e vão chamar eles de mercenários. (Brasília, AB, 35 a 50, feminino). A sensação de fracasso de ambas as partes. No começo falei que as pessoas separam a Copa do futebol e já tem esse fracasso das obras, se o Brasil perder vai ser outro fracasso. (Fortaleza, CD, 18 a 26, feminino). Eu acho que as pessoas misturam*se o Brasil perder+; vão associar imediatamente. Gastou todo esse dinheiro e não ganhou. Se não ganhar o governo vai estar ferrado. (Natal, CD, 18 a 26, feminino). Frustração, indiferença*se o Brasil perder+. (Porto Alegre, AB, 35 a 50, feminino). Não vai ser revolta, pois, pelo menos tentou*se perder jogando bonito+. (Curitiba, CD, 18 a 26, feminino). Meu sentimento vai ser que o outro time jogou melhor*se perder jogando bonito+ (Manaus, CD, 18 a 26, masculino). Eu acho que o povo vai ficar triste. Por que muita gente está entusiasmada, gastou muito dinheiro e tudo para ver o Brasil ganhar. O povo vai ficar triste, vai ter uma decepção muito grande. (Belo Horizonte, CD, 35 a 50, feminino). 7.7 Copa e Governo Embora seja referida sem muita profundidade, a imagem do governo surge com muitos pontos de crítica. O momento Copa apenas evidencia a falta de disposição em relação ao governo. Isto ocorre em todos os grupos entrevistados, em todas as cidades, e mesmo entre aqueles que aprovam a realização da Copa no Brasil. Não se pode dizer que seja um conceito abrangente, uma impressão comum a todos os entrevistados, mas é um aspecto significativo. A impressão é que existe uma onda desfavorável. Poucos defendem o governo durante os grupos e, algumas vezes, percebe-se certo desconforto quando, por exemplo, se valoriza os programas sociais, o processo de distribuição de renda, ou mesmo a abrangência das escolas em estados como o Amazonas. Tal viés é tanto mais evidenciado quando alguns participantes manifestam maior proximidade com partidos. Em relação à Copa, há vários relatos de participantes sobre obras não finalizadas em algumas cidades. Parece de extrema importância que elas sejam concluídas. Caso contrário, o desgaste tende a ser maior. Obras inacabadas prejudicam muito a imagem dos responsáveis, seja um governo estadual, seja o Governo Federal. Grande parte dos entrevistados diz que teria sido melhor não tê-las começado. O sentimento é de desperdício e enganação do povo em 56

57 benefício dos políticos. Tal avaliação é mais presente na cidade de Manaus, mas há várias referências em outras cidades. Dar continuidade e complementação aos projetos, ações e equipamentos é um compromissado que o poder público deve honrar. Isso poderá conferir dignidade, completude, bom uso e atendimento adequado às cidades e aos seus moradores, que esperam ser tão bem tratados quanto serão os turistas em visita ao Brasil. O nível de insatisfação é grande, os grupos tendem a listar problemas e a fazer críticas recorrentes. Em linhas gerais, os sentimentos dos jovens e adultos participantes da pesquisa em relação ao governo é o seguinte: Corrupção, mau uso do dinheiro público expressões vagas com intuito de definir descontentamento. Gastos com a Copa, valores altos, preço de estádios, comparações de gastos com outras Copas. Falta de cumprimento das obras designadas para cada cidade-sede. Acabamento maquiado, atrasos, questões relacionadas com o entorno dos estádios e aeroportos, questões de transporte. Falta de verba para a educação e saúde. Bolsa família, discordância, ou inadequação para o desenvolvimento das pessoas beneficiadas pelo programa. O governo negociou demais com a FIFA, isto causou revolta, por dar a ideia de que eles mandam, impondo as regras. Muitos consideraram isso exagerado. Falta de percepção e consideração da FIFA com as questões da cultura nacional. O governo foi conivente. Pontualmente reclamações sobre a retirada de barracas e ambulantes dos estádios. Impressão de que os preços vão ser praticados em outro patamar. Discurso repetido à exaustão: falta verba para saúde e educação. A segurança e o transporte tem se mostrado problemas que também exigem mais atenção do governo. Em contrapartida, a análise da pesquisa mostra que o governo poderá capitalizar com a construção dos estádios e aeroportos, obtendo resultados satisfatórios no médio prazo. Os entrevistados que tiveram a oportunidade de ter algum contato com estádios e aeroportos fizeram grandes elogios. Especificamente sobre os estádios, embora os entrevistados tenham declarado estar maravilhados, em seguida questionam o tamanho e o custo. Outra questão de extrema importância, que se vê de forma mais intensa em Manaus, é o sentimento de pertencimento. Os entrevistados de Norte e Nordeste vivenciam neste momento de preparação para a Copa um momento de orgulho. Percebe-se um senso de integração entre os vários Estados, e há satisfação com a atenção dada pelo Governo 57

58 Federal a todas as cidades-sede. Há grande expectativa de que essas cidades obtenham retorno após a Copa, e que possam fazer bom uso dos equipamentos conquistados. Em síntese, a impressão geral é de que o governo tomou a Copa para si, mais do que deveria. Por conta disso, os entrevistados acreditam que fica permitido que se exija de ambos. O esquema abaixo apresenta a imagem preponderante nas cidades pesquisadas acerca dessa relação entre Governo e Copa do Mundo. Imagem Governo x Copa do Mundo A mistura governo e Copa foi estabelecida pelo governo e pela mídia (dizem) Mais entre quem se coloca contra a Copa Geral, cidades e vários perfis. Quase ninguém suporta que o Brasil perca a Copa. Previsão de imensa decepção e grande perda pro governo Apoio à Copa é maior que apoio ao governo Todas as cidades e segmentos Geral, cidades e vários perfis. Reconhecimento dos benefícios, mas pouco se desculpa o alto valor e emprego do dinheiro público Impressão de forte uso político da Copa pelo governo Entre aqueles que desaprovam a Copa Geral, cidades e vários perfis. Como consequência a Copa quando golpeada mais duramente o foco era o governo Copa e Governo: avaliações por cidade São Paulo Tanto os que são a favor quanto os que são contra a Copa criticam o governo e o assistencialismo de programas. Citam poucos investimentos no Estado de São Paulo e reclamam da baixa participaçãodo Governo Federal. 58

59 Rio de Janeiro Em geral, a incidência de pessoas que avaliam bem o Governo Federal é maior entre os que são favoráveis à Copa. Para as mulheres, as mais críticas ao governo, o evento é uma propaganda política disfarçada. Belo Horizonte A parcela dos mais contrariados com a Copa faz uma avaliação preponderantemente negativa ao governo. É entre os jovens que mais se vê elogios. Os mais velhos se dividem entre críticas e elogios. Brasília Muitos são a favor da Copa, mas avaliam mal o atual governo. O tom crítico é predominante na maior parte dos participantes dos três grupos realizados. Porto Alegre Na percepção dos participantes existe relação direta entre governo e Copa. Atribuem isso a uma tendência populista, que buscaria lucrosindevidos e desvios de verba pública. O governo do Estado possui imagem mais negativa que o Governo Federal. Curitiba Ambos os grupos, favoráveis e desfavoráveis à Copa, estão insatisfeitos com o governo. Segundo eles, não há relação entre a avaliação que fazem do governo e o posicionamento perante a competição. Fortaleza Os jovens, independente do posicionamento quanto à Copa, fazem uma avaliação ruim do governo. Entre os mais velhos, a avaliação também é negativa, mas não fazem associação direta com a Copa. Recife Entre os jovens, há quemdiga que a Copa e o governo são como um casal, mas o tom críticoé comum entre os que são a favor e os que são contra. Entre adultos, os que aprovam a Copa elogiam o governo. Salvador Os dois segmentos (a favor e contra a Copa), sejam jovens, sejam adultos, fazem uma avaliação ruim do governo. Pensam que Copa e o governo têm relação direta e se misturam. Natal A maioria faz a ligação da Copa com o governo, adotando um tom de crítica a ele, sejam dos grupos contrários ou dos favoráveis ao evento. 59

60 Manaus No grupo mais velho, tanto os que são a favor, quanto os que são contra a Copa, dividem-se entre críticas e elogios ao governo. Os jovens são os mais críticos, havendo ressalvas inclusive entre os que são a favor da Copa. Cuiabá Apenas alguns dos pesquisados do grupo dos favoráveis à Copa avaliam o governo de maneira positiva, por entenderem que o governo fez a parte dele. Abaixo, há alguns exemplos de depoimentos negativos. Uma casa começa pelo alicerce e o governo não investiu no que é básico. (Recife, CD, 35 a 50, feminino). Não está bom. Não caminha como gostaríamos. Pode haver melhoria, não está dentro da minha expectativa. (São Paulo, CD, 18 a 26, feminino). Ruim. Quando olho para minha realidade, Bahia, Salvador, Hospital Roberto Santos, segurança, tráfico... Como vou dizer que o Governo Federal fez isso ou aquilo? (Salvador, CD, 35 a 50, feminino). Os planos desse governo não trouxeram novidades em relação ao governo anterior e aumentou a inflação e os escândalos. Não investiu em educação... (Brasília, CD, 18 a 26, feminino). Eu quero benefícios no dia a dia e não porque vai ter Copa. Gastaram 35 bilhões para fazer a Copa, será que vai ter retorno? O retorno que a gente tem é o obrigatório e não o que a gente investiu. O que vai ter de retorno está na mão de grandes empresários. (Rio de Janeiro, CD, 18 a 26, masculino). Quanto mais pobre, mais Bolsa Família (...) Eu perdi as esperanças no Brasil já (Porto Alegre, AB, 35 a 50, masculino). A Copa é política (Porto Alegre, AB, 18 a 26, feminino). Estão queimados porque sediando uma Copa onde não tem saúde, não tem hospital, você marca exame você morre e não faz o exame. As crianças de sete anos não são alfabetizadas, ele vai para o ensino médio ele não consegue escrever um bilhete. E vai gerar uma Copa. (Fortaleza, CD, 35 a 50, feminino). Para mim é péssimo. Afundou o Brasil em tudo: educação, saúde, segurança. É político roubando mais do que tudo. (Cuiabá, AB, 35 a 50, feminino). Eu acho que está péssimo, (...) promete, promete e não cumpre. Eu sou contra a Bolsa Família. Porque as pessoas recebem o Bolsa Família, elas não trabalham. Você vai na escola, em reunião, os meninos não têm material escolar, não tem uniforme. Porque a maioria, a maioria que 60

61 recebe Bolsa Família vai tomar cachaça. (Belo Horizonte, CD, 35 a 50, feminino). Depoimentos favoráveis, embora em menor quantidade, também houve: Eu acho que hoje todo mundo tem condição de ter um smartphone, hoje a população tem muito mais possibilidade de cursar uma faculdade, eu gosto muito das políticas públicas e gosto muito da ideia como é tratada pelo governo. É tratada como prioridade. (Belo Horizonte, AB, 18 a 26, masculino). Hoje eu tenho um filho de 19 anos que faz faculdade, hoje só não faz faculdade é quem não quer, porque o governo dá muito incentivo, tem muita oportunidade para fazer uma faculdade, quem está desempregado hoje, pode entrar no seguro desemprego. (Brasília, CD, 35 a 50, masculino). Eu acho que o Federal não é tão ruim quanto esse nosso governador do Estado e Prefeito. Acho que eles podiam se juntar mais, sei lá, fazer algo melhor para Porto Alegre. (Porto Alegre, CD, 18 a 26, feminino). Acho bom apesar dos pesares, o programa Bolsa Família e outros de Bolsa que tiraram pessoas da miséria, porque a distribuição de renda no país era péssima. (Rio de Janeiro, AB, 35 a 50, masculino). Eu não sou totalmente contra, não. Eu tenho uma ideia muito ligada aogoverno. Gosto muito das ideias deles. Tenho algumas divergências, mas eu acho um governo bom. (Belo Horizonte, AB, 18 a 26, masculino). 61

62 8 Conclusões / Considerações Finais Este relatório refletiu o cenário de expectativas a respeito da Copa do Mundo de 2014 às vésperas do início do evento nas 12 cidades-sede. De modo geral, a vinda da Copa do Mundo para o Brasil é bem-vista pela maioria dos entrevistados. Porém, às vésperas do início do evento, poucos estavam plenamente envolvidos e entusiasmados com a Copa. Apenas começavam a se vestir para a festa. Reconhecem que o país está demorando a entrar no clima do Mundial, que manifestações e contrários à Copa jogaram um jogo pesado e conseguiram, por algum tempo, desmotivar a população. Isto sempre dito em tom crítico por aqueles que aprovam a Copa, como se os movimentos contrários tivessem mesmo conseguindo esmaecer o brilho de uma grande festa. Após o Brasil ter sido confirmado como sede da Copa em 2007, o fato foi amplamente aceito e festejado pelos entrevistados. Quase todos têm lembranças desse momento. A explicação que dão para rechaçar a Copa nos dias de hoje é que o país está em outra fase. Além disso, alguns dizem que tudo parecia estar mais sob controle. Outros ainda dizem que não tinham ideia dos custos e exigências da FIFA. De toda forma, mesmo a parcela dos mais críticos apresentou ressalvas em seu discurso crítico ( do contra ). Muitos deles admitem que vão torcer, assistir aos jogos com prazer e desfrutar, em suas cidades, dos benefícios que a Copa irá trazer. Ainda que este sentimento, de aprovação reticente e entusiasmo velado, seja o mais abrangente, aparecem, no decorrer dos grupos, críticas mais contundentes e pontos de desagrado dos participantes com relação ao encaminhamento das obras de infraestrutura e ao volume de verbas destinadas. As críticas centram-se no alto volume de investimentos, nas falhas de planejamento para execução, além das exigências exageradas da FIFA aceitas pelo governo brasileiro. Fica claro que os entrevistados não absorveram bem qualquer informação sobre o custo das obras não têm clareza sobre valores e sobre quem, de fato, é responsável pela conta, tanto em termos de esferas de governo quanto em termos da origem dos recursos, público ou privado.esta desinformação também permitiu questionamentos e, na dúvida, as avaliações foram feitas segundo o que ouviram falar de modo vago, seja por parte da mídia ou por amigos e parentes. Os aspectos que dizem respeito ao governo, à sua imagem e à sua relação com a Copa, mostraram-se muito desgastados, mesmo junto à parcela que aprova a realização do evento. Nota-se que, no Norte e em algumas cidades do Nordeste, as reações são menos duras, mas também refletem certo desconforto uma impressão que o ânimo e a segurança em termos de um bem-sucedido desenrolar da Copa não estão totalmente assegurados. Já São Paulo e Brasília contam com o maior peso negativo quando se avalia a Copa e sua relação com o governo. Os entrevistados entendem que o governo deu espaço para ser cobrado não apenas com relação à Copa, mas também em outras áreas de atuação que lhe são próprias e nas quais as carências de ação são evidentes, como nos serviços públicos e na infra-estrutura urbana. 62

63 Apesar das críticas, como a de que o governo deveria ter investido o dinheiro da Copa para melhorar a saúde e a educação públicas no País, é recorrente a percepção dos benefícios significativos que virão com a Copa no Brasil. Críticas, questionamentos e, muitas vezes, declarações de guerra ao governo não impediram a percepção dos entrevistados de que haverá ganhos em todas as esferas de governo federal, estadual e municipal e de que a Copa deixará um legado positivo para o país. No confronto dos custos e benefícios, fica clara essa percepção em todas as cidades-sede. Com base na pesquisa realizada às vésperas da Copa do Mundo 2014, é possível sintetizar o clima nas 12 cidades-sede nos dias que antecederam a abertura do evento a partir das seguintes proposições: 1. NÓS ELES. Há ampla percepção de que os ganhadores desta Copa são os empresários, a FIFA e os políticos; os perdedores são o povo. A Copa também colocou o Governo Federal ao lado da elite e da FIFA, em oposição ao povo. E os ganhadores obterão mais dinheiro. 2. MÁGOA. A realização de grandes obras por causa da Copa gerou a percepção de que os governos têm muito dinheiro e só não fazem obras importantes para a população porque o povo não é importante. Quando a FIFA manda ou se é para o turista, as coisas acontecem. O ponto alto do evento, ou seja, assistir a um jogo no estádio, não é para o povo, que por isso demonstra mágoa e desconforto. O contraponto, indicado por alguns, é que pelo menos a Copa fez com que muitas obras importantes finalmente saíssem do papel. 3. VERGONHA. Há uma sensação de decepção e vergonha com a qualidade e, sobretudo, com o atraso das obras. A sensação que fica é de falta de competência, o que levou muitos participantes a deixarem de apoiar a Copa. Eram a favor do evento quando o Brasil foi escolhido, em 2007, e mudaram de opinião por causa do atraso no cronograma. Essa percepção também afeta a avaliação que os participantes dos grupos fazem do Governo Federal, agora mais negativa. Para uma parte dos entrevistados, esta percepção foi alimentada pela imprensa que jogou o jogo do contra, desvalorizando qualquer aspecto positivo da Copa. 4. COMPETIÇÃO NO CAMPO. Os participantes dizem que o Brasil vai ganhar a Copa porque a seleção é boa ou porque já está comprada. Se ganhar, não melhora a avaliação do evento, mas atenua algumas críticas. Se perder, sobretudo se perder logo no começo do torneio, vai haver revolta e quebra-quebra. 5. TURISTAS. A promoção do turismo é um dos principais pontos favoráveis da Copa. Não há reação contrária aos turistas, mas preocupação com a violência e certa vergonha de que vejam as cidades com obras inacabadas, que sejam assaltados ou que sejam prejudicados pelas manifestações nas imediações dos estádios. 6. MANIFESTAÇÕES E GREVES. Há forte divisão entre os que apóiam manifestações, pacíficas, mesmo durante a Copa, e os que defendem que elas devam ser retomadas somente após o evento. Protestos violentos devem ser reprimidos, sempre. Já as greves enfrentam fortes críticas e são vistas como oportunistas. 63

64 7. LEGADO: As principais obras têm interpretações diferentes. Os estádios estão melhores, mas não são tão importantes, sobretudo nos casos de Manaus, Cuiabá, Natal e Brasília, em especial na visão de quem não reside nessas cidades. Os aeroportos estão melhores e são vistos como obras importantes. Porém, as intervenções de mobilidade urbana, tidas como muito importantes, melhoraram pouco ou quase nada em relação à situação anterior. É grande o descrédito com a conclusão posterior das obras que não ficarão prontas durante o evento. Também há um sentimento de que a Copa vai deixar uma conta para o povo pagar e que os impostos e a inflação vão aumentar depois do evento. 8. SEGMENTAÇÃO DE OPINIÕES. Há quatro tipos bem definidos: Críticos: Os que reprovam a Copa porque acreditam que são gastos equivocados. Opositores: Os que reprovam a Copa porque torcer para a Copa dar certo é ajudar o governo. Céticos: Os que aprovam a Copa apesar dos prejuízos, pois a Copa já está aí, não tem como voltar atrás. Entusiastas: Os que aprovam a Copa e acreditam que o Brasil sairá ganhando com o evento mais comum no Nordeste, mas também presente em grupos de todas as cidades. Este perfil carrega um forte sentimento patriótico e demonstra orgulho pelo País voltar a sediar a Copa depois de tanto tempo. 64

65 9 Recomendações A pesquisa mostrou que há questões que ainda são pouco claras para os participantes de todas as cidades, devendo ser mais bem esclarecidas e comunicadas à população: 1. Gastos com a Copa: comunicar os legados de forma mais clara, ressaltando-se os aspectos positivos que vários participantes conseguem perceber, ainda sem muita convicção. 2. As responsabilidades:clarificar as responsabilidades compartilhadas entre as várias esferas de governo. 3. O receio de subutilização dos estádios: é importante apresentar os planos que os responsáveis pela gestão dos estádios têm para dar sustentabilidade a esses espaços após a Copa. 4. Os aeroportos: uma alternativa para valorizar os investimentos é salientar a integração nacional propiciada pela construção ou melhoria dos aeroportos existentes, justamente nessa fase em que vem aumentando o número de passageiros. 5. A questão da mobilidade urbana: trabalhar a comunicação governamental quanto à informação, transparência e eficiência na concretização dos compromissos assumidos em cada esfera de governo. 6. Integração, visibilidade, reconhecimento: esclarecer a sociedade sobre as oportunidades para incrementar o relacionamento do Brasil e dos brasileiros com as demais culturas, valorizando os aspectos da integração social e econômica acarretada nestes momentos e fortalecendo a imagem do Brasil e dos brasileiros no exterior. 65

66 Anexo I Roteiro 1. I N T R O D U Ç Ã O 1 0 minutos Apresentação moderador(a): explicação da dinâmica, importância da participação, papel do moderador(a) Breve apresentação dos participantes. Nomes Sentimentos pré-copa: Como está a expectativa para o início da Copa? Estão animados? Por quê? Mais ou menos animados que em outras Copas? Por quê? Estão ansiosos? Por quê? Preocupados? Com o que? Mudará alguma coisa em sua rotina nos dias da Copa? O que? E nos dias de jogo do Brasil? Pretendem assistir aos jogos? Quais? Onde? Irão hospedar parentes, amigos ou turistas durante a Copa? 2. P E R C E P Ç Õ E S S O B R E O C L I M A D E C O P A 15 minutos No Brasil, como vocês estão percebendo o clima que antecede o início da Copa do Mundo? E agora pensando na sua cidade, como vocês estão percebendo o clima que antecede o início da Copa? O que as pessoas estão comentando nas ruas, no trabalho, na vizinhança? Como a sua cidade está se preparando para receber a Copa? Na opinião de vocês, a gente vai conseguir fazer uma boa Copa? Alguma coisa deve dar errado? O que? E o que deve dar certo? Em relação a Copas anteriores, o que vocês acham que está diferente na cidade? Por quê? E no País, o que está diferente? 3. C O P A E M A N I F E S T A Ç Õ E S 2 5 minutos Técnica Projetiva: Direitos individuais vs. Direitos coletivos Vamos imaginar a seguinte situação hipotética: - Antônio, 42 anos, comprou ingressos para assistir a um dos jogos da seleção com seu filho, mas corre o risco de não chegar ao estádio devido a manifestações programadas para ocorrerem no dia do jogo. 66

67 Diante do exposto, gostaria de lhes perguntar: É um direito que Antônio e seu filho têm: o de poder chegar ao estádio a tempo de verem o jogo? A quem cabe a responsabilidade de garantir o direito deles? Como? Vocês são a favor ou contra as manifestações durante a Copa? Por quê? Vocês são a favor ou contra as greves durante a Copa? Por quê? Vocês são a favor ou contra o exército nas ruas durante a Copa? Por quê? No caso hipotético, supondo que Antônio e o filho corressem o risco de não assistir ao jogo da seleção, vocês acham que a polícia devia reprimir a manifestação? Como? Vocês acham que ocorrerão manifestações durante a Copa no Brasil? E na sua cidade? Se ocorrer, vocês pretendem participar? Por quê? Qual a maior insatisfação? 4. PERCEPÇÕES SOBRE GANHOS E PERDAS DA COPAvs. RESPONSABILIDADES - 25 minutos A dinâmica proposta aqui busca explorar prejuízos e benefícios da realização da Copa no âmbito nacional e local, assim como seus possíveis impactos na vida pessoal e familiar, abordados a partir dos seguintes eixos: Quem ganha e quem perde e O que se ganha e o que se perde com a Copa. É importante ficar atento ao maior ou menor grau de consenso ou de divergência entre os participantes quanto à percepção dos ganhos e perdas entre os diferentes atores: poder público (todas as esferas de governo), iniciativa privada e sociedade e dos benefícios e prejuízos causados pelas obras públicas relacionadas à Copa, como os estádios, os aeroportos e projetos de mobilidade urbana. E levar em conta a perspectiva temporal, explorando perdas e ganhos que permanecerão depois da Copa (legado da Copa). Segue abaixo a matriz-síntese para nortear a condução da atividade. O anexo em PowerPoint traz a sequência que deve ser seguida na aplicação da dinâmica: primeiro, no Brasil; depois, na sua cidade; e, por último, na sua vida, envolvendo rede de familiares e amigos. 67

68 No último eixo, reproduzido abaixo, explorar mais profundamente o tema: EQUIPAMENTOS DA COPA NA SUA CIDADE Vocês visitaram o novo estádio? Qual a impressão que fica? Precisava de reformas? E o aeroporto, teve mudanças? Vocês estiveram lá? O que mais gostaram? E o que menos gostaram? Precisava de reformas? Quanto ao sistema de transporte público (ônibus, metrô, BRT, etc.), vocês usam esses meios? Vocês sentiram diferença? Melhorou? Piorou? Precisavam de reformas? Quem vocês acham que será beneficiado com essas obras? Muito se fala sobre atrasos nas obras, vocês acham que o problema é a obra em si ou são os atrasos? E qual é a razão dos atrasos? E depois de concluídas todas as obras, vocês acham que irá melhorar a vida das pessoas? 68

69 Por fim, explorar: Dirigindo-se aos que são contrários à Copa: Explorar porque os prejuízos pesam mais do que os benefícios Dirigindo-se aos que são favoráveis à Copa e veem muitos benefícios: Explorar porque os benefícios pesam mais do que os prejuízos Dirigindo-se aos que são favoráveis à Copa e veem muitos prejuízos: Explorarporque os prejuízos não interferem na aprovação da Copa 5. FECHAMENTO - 15 minutos Quando saiu o anúncio de que o Brasil iria sediar a Copa de 2014, vocês eram a favor ou contra a realização da Copa aqui? Por que mudaram de opinião? Por que mantiveram a mesma opinião? Quem vocês acham que vai ganhar a Copa do Mundo? E se o Brasil perder, qual o sentimento que ficará para vocês? Mas...vamos explorar alguns cenários: E se o Brasil perder jogando bonito, lutando até o fim? Se o Brasil perder jogando mal? Se o Brasil perder logo nos primeiros jogos? Para finalizar, vamos explorar a relação entre Copa e governo federal: Dirigindo-se aos que são contrários à Copa: 69

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