Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), No. 1773

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1 econstor Der Open-Access-Publikationsserver der ZBW Leibniz-Informationszentrum Wirtschaft The Open Access Publication Server of the ZBW Leibniz Information Centre for Economics Badin, Michelle Ratton Sanchez Working Paper A regulação de "novos temas" em acordos preferenciais de comércio celebrados por união europeia, estados unidos, China e Índia: Pontos relevantes para o Brasil Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), No Provided in Cooperation with: Institute of Applied Economic Research (IPEA), Brasília Suggested Citation: Badin, Michelle Ratton Sanchez (2012) : A regulação de "novos temas" em acordos preferenciais de comércio celebrados por união europeia, estados unidos, China e Índia: Pontos relevantes para o Brasil, Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), No This Version is available at: Nutzungsbedingungen: Die ZBW räumt Ihnen als Nutzerin/Nutzer das unentgeltliche, räumlich unbeschränkte und zeitlich auf die Dauer des Schutzrechts beschränkte einfache Recht ein, das ausgewählte Werk im Rahmen der unter nachzulesenden vollständigen Nutzungsbedingungen zu vervielfältigen, mit denen die Nutzerin/der Nutzer sich durch die erste Nutzung einverstanden erklärt. Terms of use: The ZBW grants you, the user, the non-exclusive right to use the selected work free of charge, territorially unrestricted and within the time limit of the term of the property rights according to the terms specified at By the first use of the selected work the user agrees and declares to comply with these terms of use. zbw Leibniz-Informationszentrum Wirtschaft Leibniz Information Centre for Economics

2 1773 A REGULAÇÃO DE "NOVOS TEMAS" EM ACORDOS PREFERENCIAIS DE COMÉRCIO CELEBRADOS POR UNIÃO EUROPEIA, ESTADOS UNIDOS, CHINA E ÍNDIA: PONTOS RELEVANTES PARA O BRASIL Michelle Ratton Sanchez Badin

3 TEXTO PARA DISCUSSÃO R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e A REGULAÇÃO DE NOVOS TEMAS EM ACORDOS PREFERENCIAIS DE COMÉRCIO CELEBRADOS POR UNIÃO EUROPEIA, ESTADOS UNIDOS, CHINA E ÍNDIA: PONTOS RELEVANTES PARA O BRASIL* Michelle Ratton Sanchez Badin** * Este artigo é produto do Projeto Regulação do Comércio Global da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dinte) do Ipea e foi elaborado a partir do material levantado em pesquisa coletiva com a equipe composta por Marina Egydio de Carvalho, João Henrique Ribeiro Roriz, Lucas da Silva Tasquetto, Mariana Lucente Zuquette, Nathalie Tiba Sato, Milena Fonseca Azevedo e Daniel Fornazziero. Todas as opiniões apresentadas no texto, assim como eventuais erros, são exclusivamente de responsabilidade da autora. **Professora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Direito/FGV-SP), pesquisadora bolsista do Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional (PNPD) do Ipea, e colaboradora no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).

4 Governo Federal Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Ministro Wellington Moreira Franco Fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos. Presidente Marcelo Côrtes Neri Diretor de Desenvolvimento Institucional Luiz Cezar Loureiro de Azeredo Diretora de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais Luciana Acioly da Silva Diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia Alexandre de Ávila Gomide Diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas, Substituto Claudio Roberto Amitrano Texto para Discussão Publicação cujo objetivo é divulgar resultados de estudos direta ou indiretamente desenvolvidos pelo Ipea, os quais, por sua relevância, levam informações para profissionais especializados e estabelecem um espaço para sugestões. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ipea 2012 Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.- Brasília : Rio de Janeiro : Ipea, ISSN Brasil. 2.Aspectos Econômicos. 3.Aspectos Sociais. I. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. CDD As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade do(s) autor(es), não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas. Diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais Francisco de Assis Costa Diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura Fernanda De Negri Diretor de Estudos e Políticas Sociais Jorge Abrahão de Castro Chefe de Gabinete Fabio de Sá e Silva Assessor-chefe de Imprensa e Comunicação, Substituto João Cláudio Garcia Rodrigues Lima Ouvidoria: URL: JEL: K33

5 SUMÁRIO SINOPSE ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO NOVOS TEMAS E O AVANÇO REGULATÓRIO NA AGENDA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL TENDÊNCIAS REGULATÓRIAS PARA OS NOVOS TEMAS NOS APCs SELECIONADOS AVALIAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS: O CONTRAPONTO DOS AVANÇOS NOS APCs ANALISADOS COM A AGENDA MULTILATERAL E A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA...92 REFERÊNCIAS APÊNDICE...117

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7 SINOPSE O presente estudo aborda a criação e o incremento de regras em acordos preferenciais de comércio (APCs) nas áreas de compras governamentais, concorrência, meio ambiente e questões trabalhistas enquadradas no conceito de novos temas da agenda de negociações comerciais internacionais. O objetivo é traçar as principais características dos capítulos relativos a esses temas em acordos selecionados dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e da Índia, contrastando-os com encaminhamentos relativos a essas áreas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, por fim, sugerindo pontos para uma reflexão sobre a política externa brasileira diante de tal expansão e aprofundamento dos compromissos na área do comércio internacional. Palavras-chave: acordo regional; OMC; concorrência; meio ambiente; compras governamentais; questões trabalhistas. ABSTRACT i This study analyses the creation and implementation of rules in preferential trade agreements concerning government procurement, competition, environment and labour issues all qualified as new topics to the international negotiations agenda on trade. It aims at identifying the main trends in selected agreements signed by the United States, the European Union, China and India, in contrast to ongoing processes of negotiation at the World Trade Organization, as well as to the Brazilian foreign trade policy towards the enlargement of the trade and trade related regulation by international agreements. Keywords: regional agreements; WTO; competition; environment; public procurement; labour issues. i. The versions in English of the abstracts of this series have not been edited by Ipea s editorial department. As versões em língua inglesa das sinopses (abstracts) desta coleção não são objeto de revisão pelo Editorial do Ipea.

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9 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil 1 INTRODUÇÃO Se, por um lado, a dificuldade de avanços na Rodada Doha multilateral de negociações comerciais favoreceu a concentração da sua agenda no campo de acesso a mercados (Hoekman, 2011); por outro, a aposta nos acordos preferenciais de comércio (APCs) passa a ser não apenas um caminho alternativo e em expansão (WTO, 2011), mas também um espaço para consolidar uma parte da agenda perdida ou marginalizada em Doha pelos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) (Haddad e Hoekman, 2010). Esta agenda compreende a tentativa de ampliar o campo de coordenação das políticas relativas ao comércio internacional ou com significativo impacto no comércio, conhecidas por definir as regras do jogo a partir de padrões mínimos regulatórios pelos principais agentes do comércio internacional. 1 Dentre os temas que integram tal agenda, encontram-se: compras governamentais, concorrência, meio ambiente, questões trabalhistas ou cláusula social, facilitação de comércio, investimentos. Este texto integra uma série de três outros relativos ao Projeto Regulação do Comércio Global sobre as tendências regulatórias nos APCs celebrados por países da União Europeia (UE), Estados Unidos da América, China e Índia (Sanchez Badin, 2012; Carvalho, 2012; Roriz, 2012). 2 O objetivo deste texto é focar a criação e o incremento de regras nas áreas de compras governamentais, concorrência, meio ambiente e questões trabalhistas em APCs selecionados. Para tanto, à parte esta introdução, uma segunda seção do estudo analisará o enquadramento destes temas na agenda de negociações comerciais no nível internacional; na terceira seção, serão apresentadas as principais características dos capítulos relativos a tais temas nos acordos selecionados, sem deixar de considerar as diferenças de estratégias que são apresentadas em cada grupo de acordos (UE, Estados Unidos, China e Índia); na quarta seção, uma relação de contraste entre 1. Mesmo diante do cenário de crise econômica no mercado internacional e introspecção dos Estados para definição de suas políticas governamentais, especialistas têm reforçado a necessidade de serem estabelecidas regras do jogo e cooperação entre os principais agentes do comércio internacionais nas áreas compreendidas por este conceito como elementos essenciais. Neste sentido, ver Hoekman (2011) e Haddad e Hoekman (2010). 2. Em Sanchez Badin (2012, p. 19) são apresentados como critérios para a seleção dos acordos de UE, Estados Unidos, China e Índia que têm seus capítulos analisados aqui: i) preferência aos acordos de livre comércio (ALCs) e acordos de integração econômica (AIEs), excluídos os acordos com perfil de união aduaneira, os acordos-quadro e os acordos de escopo parcial, com exceção do acordo Chile-Índia estes são os acordos recentemente qualificados pela OMC como FTA+, dadas as características dos compromissos que preveem; ii) apenas acordos em vigor; iii) excluídos os acordos com algum referencial político ou relacionado a estratégias de expansão geográfica; e iv) excluídos também aqueles celebrados entre as economias selecionadas e mais de um parceiro comercial (notas de rodapé omitidas). 7

10 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e tais tendências nos APCs e os encaminhamentos relativos a estas áreas no âmbito da OMC serão colocadas em foco, a fim de esclarecer alguns diferenciais no conteúdo das regras acordadas nos âmbitos regional ou bilateral e multilateral; ainda na quarta seção, propõem-se uma reflexão sobre a política externa brasileira na área comercial diante da incorporação destes novos temas que ampliam e aprofundam os perfis de compromissos assumidos pelos Estados no âmbito internacional e o encaminhamento de algumas considerações finais. A principal pergunta que orienta este texto é, portanto, qual o padrão mínimo (level playing field) que estes acordos pretendem estabelecer para as políticas regulatórias dos Estados? Considerando a relevância do sistema multilateral para o Brasil e sua política externa em curso, as perguntas derivadas são de duas ordens: i) qual o grau de compatibilidade dessas tendências regulatórias com o sistema multilateral de comércio OMC; e ii) como afetam a política exterior brasileira, na área do comércio internacional. 2 NOVOS TEMAS E O AVANÇO REGULATÓRIO NA AGENDA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 2.1 INCORPORAÇÃO DOS NOVOS TEMAS NA AGENDA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL A expressão novos temas é, naturalmente, dinâmica e acompanha o conceito do padrão de regras que são negociadas pela maioria dos Estados em um determinado momento da história. No que tange às negociações comerciais no nível internacional, avançar para além do conceito de acesso a mercados e negociações de tarifas num ambiente multilateral, ainda nos dias de hoje, é considerado um tema novo e objeto de muito dissenso entre os Estados e suas delegações. Todos os temas analisados neste texto compras governamentais, concorrência, meio ambiente e cláusula social são considerados novos no sistema internacional de comércio, não obstante já tenham perpassado debates e tratativas no âmbito do comércio internacional desde o início de suas tratativas multilaterais em meados do século XX e cada um dos temas derive ou dialogue com fóruns e tratativas específicas para além dos regimes de comércio internacional (sendo considerados como assuntos 8

11 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil relacionados ou cross-cutting issues). 3 A seguir, é traçada uma breve indicação do histórico dos temas aqui selecionados em fóruns e negociações internacionais e sua conexão com a regulamentação internacional do comércio Compras governamentais Em compras governamentais, desde as negociações para a criação da Organização Internacional do Comércio (OIC), contava-se com a proposta para a aplicação do princípio de não discriminação entre as compras governamentais e quaisquer outras. 4 A ausência de sucesso desta proposta fez com que a partir de situações específicas a questão integrasse a agenda da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 1967, a qual alimentou a celebração de um primeiro acordo plurilateral no âmbito do Acordo Geral de Tarifas e Comércio General Agreement on Tariffs and Trade (GATT) para liberalização e transparência em compras governamentais (Blank e Marceau, 1996; Dunoff, 2009, p ). Este acordo plurilateral passou por sucessivas revisões durante a Rodada Uruguai e, posteriormente, pela aprovação de uma nova versão do acordo, em um processo recém-concluído no âmbito da OMC. Ademais, há uma série de tratativas internacionais que focam no tema, sob diferentes perspectivas. A esse respeito, são dignos de menção os esforços de harmonização internacional com a indicação de leis-modelos para compras governamentais da Conferência das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional United Nations Commission on International Trade Law (Uncitral), certos dispositivos de programas e convenções das Nações Unidas, orientações e recomendações da OCDE, assim como alguns princípios para compras governamentais definidos por instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento, impostos como condição para seus empréstimos Um exemplo notório a este respeito é a temática de meio ambiente. Um debate intenso sobre a relação destes temas tratados em fóruns e regimes específicos é retratado no compêndio de artigos resultado do Simpósio The Boundaries of the WTO, publicado pelo American journal of international law, v. 96, n. 1, Esta era a proposta dos Estados Unidos (1946). Para mais detalhes, ver Blank e Marceau (1996, p. 78). 5. Como exemplo destas tratativas, têm-se, especificamente: i) a Lei Modelo em Compras Governamentais da Uncitral, de 2011; ii) o Plano de Ação do Programa das Nações Unidas com Orientações para Programas Nacionais em Consumo e Produção Sustentáveis, de 2008; iii) a Convenção das Nações Unidas contra Corrupção Resolução n o 58/4 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de 14 de dezembro de 2005; iv) a Recomendação da OCDE para Integridade em Compras Governamentais, de outubro de 2008; e, a título de exemplo, v) as orientações do Banco Mundial World Bank, Guidelines: Procurement under IBRD Loans and IDA Credits (rev. 2006). Para acesso às normativas emitidas nestes fóruns internacionais, ver: < < < < e < org/intprocurement/resources/procguid ev1.doc>. Acesso em: dez. 2011). 9

12 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e Concorrência Diferentemente, na área de concorrência, o tema se aproximou da regulamentação do comércio internacional, como um campo exclusivo, a partir da Conferência Ministerial da OMC em 1996, em Cingapura (por essa razão, também conhecido como um dos temas de Cingapura ). 6 Contudo, ações em outros fóruns internacionais estiveram na dianteira desde os anos 1980, dentre as quais devem ser explicitadas, com a merecida ênfase, aquelas conduzidas no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), do Conselho da OCDE e da rede intergovernamental International Competition Network (ICN). 7 Estes fóruns e os documentos deles derivados contêm, no entanto, duas particularidades: i) focam na política de concorrência em geral e, nem sempre, em medidas que podem afetar diretamente o comércio internacional; e ii) possuem capacidade de vinculação e efetivação limitada no caso da UNCTAD, os compromissos assumidos pelas partes não são mandatórios, e nos casos da OCDE e da ICN, além de princípios voluntários, estes são fóruns que congregam um número limitado de países (em geral, países desenvolvidos). A incorporação do tema nos acordos internacionais de comércio visa, assim, corrigir estas duas limitações regulatórias Meio ambiente e cláusula social Meio ambiente e cláusula social (ou padrões trabalhistas mínimos) são temas que, desde o início das negociações para um sistema multilateral de comércio, perpassam 6. Outros temas reconhecidos como parte da Agenda de Cingapura são: investimentos, transparência em compras governamentais e facilitação de comércio. Sobre os temas e sua incorporação na Agenda Doha, ver: < thewto_e/whatis_e/tif_e/doha1_e.htm#singapore> (dezembro de 2011). 7. Dentre os principais compromissos internacionais, na área de concorrência, que tratam de medidas relacionadas ao comércio internacional, merecem destaque: i) os princípios e regras equitativos mutuamente acordados para o controle de práticas restritivas (The Set of Multilaterally Agreed Equitable Principles and Rules for the Control of Restrictive Business Practices), aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, conforme Resolução n o 35/63, de 5 de dezembro de 1980; ii) o compromissos assumidos na IV Conferência entre os Membros da ONU que reafirma a necessidade de os membros implementarem tais princípios e regras, conforme documento TD/RBP/CONF n o 5/15, de 4 de outubro de 2000; iii) a Recomendação Revisada do Conselho da OCDE sobre cooperação entre os Estados-membros na área de condutas anticoncorrenciais que afetam o comércio internacional (Revised Recommendation of the Council Concerning Co-operation between Member Countries on Anticompetitive Practices Affecting International Trade), Resolução n o C(95)130/Final, de 1995; e iv) a Recomendação do Conselho da OCDE para efetividade das ações contra cartéis hard core (Recommendation of the Council Concerning Effective Action Against Hard Core Cartels), Resolução n o C(98) 35/Final, de Para mais informações sobre os compromissos no âmbito da ONU, ver: < no âmbito da OCDE, ver: < E, sobre ICN, ver: < (todos os acessos em dezembro de 2011). 10

13 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil as preocupações de sua regulamentação. 8 Para os padrões trabalhistas, as primeiras referências constam das negociações da OIC e o Artigo 7 o da Carta de Havana, com o comprometimento dos membros em eliminar condições iníquas de trabalho que afetassem as operações comerciais, em seus próprios territórios (Amaral Júnior, 1999, p. 130; Maskus, 1997, p. 58). Com o insucesso das negociações, remanesceram disposições sobre meio ambiente e cláusula social, em alguma medida, apenas nas exceções do GATT à aplicação das regras gerais, com vistas a resguardar o espaço de políticas públicas dos Estados partes (Artigo 20(b)(g)(e)). Outro ponto em comum entre estas duas áreas está no fato de que há organizações e convenções internacionais, de caráter multilateral, constituídas especificamente sobre estas agendas, o que define hoje muito mais uma relação de reconhecimento destas tratativas, na definição da relação de comércio com tais áreas. O avanço de acordos internacionais na área de meio ambiente a partir dos anos 1970 mobilizou os debates sobre a relação do tema com a área de comércio no âmbito do GATT. Foi em razão dos trabalhos preparatórios para a Conferência de Estocolmo sobre o Homem e o Meio Ambiente, em 1972, e o convite do secretário geral para a conferência para que o secretariado do GATT apresentasse contribuições em 1971, que se criou o Grupo sobre Comércio e Medidas Ambientais (Jansen e Keck, 2004, p. 4). O grupo tinha por objetivo estabelecer um mecanismo de acompanhamento das eventuais medidas contra a poluição no processo industrial que pudessem afetar o comércio internacional. Mas, curiosamente, nos seus vinte anos de existência nunca se reuniu com tal propósito (Nordström e Vaughan, 1999, annex 1). As discussões sobre comércio e meio ambiente vieram a ser institucionalizadas em 1994, com a criação pela Decisão de Marrakech sobre Comércio e Meio Ambiente. Os membros reconheceram na decisão a intenção de coordenar suas políticas na área, sem que se excedesse a competência central da OMC, limitada a questões comerciais e relacionadas ao comércio e ficou criado o Comitê sobre Comércio e Meio Ambiente. A agenda do comitê, a partir de 1995, foi definida pelos membros em torno de dez tópicos que compreendem da relação entre comércio e meio ambiente em geral, a liberalização do comércio e barreiras, a análise de setores específicos como serviços e propriedade intelectual e a relação com organizações internacionais atuantes na área de meio 8. Para uma retomada histórica da relação entre comércio e a temática de meio ambiente, ver Nordström e Vaughan (1999) e Jansen e Keck (2004); em relação a comércio e aos padrões mínimos trabalhistas, ver Charnovitz (1987) e Maskus (1997). 11

14 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e ambiente. 9 A partir de 2001, com o mandato negocial da Rodada Doha, tal agenda foi circunscrita a alguns temas prioritários, quais sejam: i) a relação entre as regras da OMC e os acordos multilaterais sobre meio ambiente Multilateral Environmental Agreements (MEA); ii) a cooperação entre a OMC e os secretariados dos MEAs; e iii) a eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias de bens e serviços ambientais. Com tais avanços, o tema de comércio e meio ambiente passou a efetivamente integrar a agenda formal dos membros da OMC. Por sua vez, o tema da cláusula social, como indicado nos documentos de trabalho da Conferência Ministerial em Doha, mostra-se extremamente difícil para muitos membros da OMC, polarizando o debate entre países desenvolvidos (em favor da inclusão) e países em desenvolvimento (contrários e receosos das possíveis formas de implementação das obrigações) (WTO, 2001). Na Rodada Uruguai, Estados Unidos e França procuraram estabelecer um Grupo de Trabalho (GT) sobre Cláusula Social, sem sucesso. Na sequência, em 1995, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou a iniciativa para definir as Convenções Fundamentais da OIT (ILO, 2000, p. 1), com vistas a atingir o reconhecimento universal dos direitos nelas constantes e, em 1996, a OCDE reconhece as convenções eleitas sob a insígnia core labour rights (OECD, 1996). 10 Esses pontos foram, então, retomados na Conferência Ministerial da OMC em Cingapura, em 1996, com declarações não vinculantes dos membros da OMC de reconhecimento da competência da OIT e do objetivo de cumprimento das suas convenções core labour rights (WTO, 1996, par. 4). Se a OIT prosseguiu nos anos posteriores com a tentativa de definir e assegurar o cumprimentos dos core labour rights; no âmbito da OMC, persistiuse com a tentativa de criação de um GT e alguma formalização da iniciativa na área, sempre com grandes resistências (Grandi, 2009, p. 3-6). 9. Para mais detalhes a respeito do Programa de Trabalho do Comitê de Comércio e Meio Ambiente, definido em 1995, ver WTO (1994) e informações sistematizadas em < Acesso em: dez Compõem este grupo as convenções da OIT que cobrem os direitos de livre associação e as proibições ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e à discriminação no trabalho, quais sejam: i) Forced Labour Convention, 1930 (C29); ii) Freedom of Association and Protection of the Right to Organise Convention, 1948 (C87); iii) Right to Organise and Collective Bargaining Convention, 1949 (C98); iv) Equal Remuneration Convention, 1951 (C100); v) Abolition of Forced Labour Convention, 1957 (C105); vi) Discrimination (Employment and Occupation) Convention, 1958 (C111); vii) Minimum Age Convention, 1973 (C138); e viii) Worst Forms of Child Labour Convention (C182). Estas estão entre as convenções que receberam o maior número de adesão por parte dos membros da OIT; todas elas registram ao menos 150 partes signatárias. Para mais detalhes sobre os signatários de cada convenção, ver: < normes/appl/>. Acesso em: dez

15 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil Elementos comuns entre os temas e recorte metodológico Todos os novos temas aqui analisados têm um ponto forte em comum: na interface com a regulamentação do comércio internacional, configuram-se como medidas de dentro da fronteira (behind-the-border measures) (WTO, 2011, p. 13). Nesse sentido, a sua regulamentação internacional confronta-se com o perfil regulatório da organização econômica doméstica de cada Estado, as particularidades de cada cultura jurídica, os valores e políticas privilegiados por cada tipo de regulamentação, entre outros temas sensíveis que refletem o conceito de soberania dos Estados. Estas características levam ao conceito de integração regulatória e comercial profunda, que marca um determinado grupo de tratativas internacionais nomeadas de deep integration processes. 11 Isto gera uma polarização importante entre blocos de países, em especial, aqueles de economias capitalistas desenvolvidas e países com economias em desenvolvimento; sendo esses últimos resistentes aos avanços de discussões e negociações de regras que compreendam os novos temas. Tal resistência, em alguma medida, é espelhada no atual status destes quatro eixos de negociação no âmbito do sistema multilateral: 1) Compras governamentais: conta com um Acordo Plurilateral sobre Compras Governamentais Government Procurement Agreement (GPA) desde a Rodada Uruguai, que teve a sua última versão revista e aprovada na Conferência Ministerial em dezembro de 2011; tem um comitê permanente sobre compras governamentais GPA Committee; integrou o mandato da Declaração de Doha em 2001 no tocante à transparência sobre compras governamentais, mas a partir de decisão dos membros em julho 2004 foi excluído do mandato A terminologia deep integration foi cunhada por Lawrence (1996) e procura refletir os tipos de medidas determinadas pela regulamentação doméstica para aplicação interna, mas que afetam o comércio internacional. Se Lawrence, num primeiro momento, relacionou este conceito à regulamentação dos temas de comércio e investimentos, outros autores reconheceram outros temas, tais como regulamentação ambiental, sobre concorrência e direitos laborais, neste mesmo perfil de regras (WTO, 2011, p. 11). Esta concepção também se aproxima daquela relativa às zonas de influência regulatória, que procuram identificar os centros de produção e definição de regras-padrão no comércio internacional e como estas passam a harmonizar as regulamentações nacionais. Ver Estervadeordal, Suominen e Teh (2009). 12. A Decisão de Julho, como ficou conhecida, foi resultado da reunião do Conselho Geral da OMC, cuja ata foi aprovada em 1 o de agosto de 2004, ver WT/L/579, de 2 de agosto de Nos termos desta decisão, parágrafo 1(g): Relationship between Trade and Investment, Interaction between Trade and Competition Policy and Transparency in Government Procurement: the Council agrees that these issues, mentioned in the Doha Ministerial Declaration in paragraphs 20-22, and 26 respectively, will not form part of the Work Programme set out in that Declaration and therefore no work towards negotiations on any of these issues will take place within the WTO during the Doha Round Relação entre Comércio e Investimentos, Interação entre Comércio e Política de Concorrência e Transparência em Compras Governamentais: o Conselho concorda que estes temas, constantes, respectivamente, dos parágrafos 20-22, e 26 da Declaração Ministerial de Doha, não farão mais parte do Programa de Trabalho definido na Declaração e nenhum trabalho para negociação destes temas será realizado durante a Rodada Doha (tradução livre). Por esta razão, o GT em Transparência em Compras Governamentais está atualmente inativo. 13

16 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e ) Concorrência: o tema foi oficialmente incorporado às atividades da OMC em 1996, com a Conferência Ministerial de Cingapura; à época foi criado o GT sobre a Interação entre Comércio e Políticas de Concorrência; o tema foi incorporado à Agenda Doha em 2001 e retirado da Agenda em 2004, 13 com isto o GT ficou inativo, exceto para atividades de capacitação técnica. 3) Meio ambiente: único novo tema que integrou formalmente a agenda de discussões multilaterais da OMC desde a Rodada Uruguai e que ainda é parte do empreendimento único (single undertaking) do mandato para a Rodada Doha. 4) Cláusula social: nunca integrou formalmente a agenda do GATT nem da OMC; não tem um grupo específico de trabalho e conta apenas com atividades de cooperação técnica entre o secretariado da OMC e o da OIT, sob o compromisso não vinculante entre os membros da OMC de respeito aos direitos laborais fundamentais (predefinidos pela OIT). Enquadramos, assim, todos os novos temas como regulamentações de caráter OMC-extra, dado que, ainda que alguns deles contem com regulamentações ou discussões integrantes da agenda, nenhum é resultado de compromissos assumidos multilateralmente pelos membros da OMC. 14 Deve-se observar que, além dos eixos específicos de discussão e/ ou negociação, tais novos temas têm uma importante característica de transversalidade em relação a outros acordos da OMC (WTO, 2011, p. 145). Neste sentido, podem-se destacar as relações entre: 1) Compras governamentais e: o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços General Agreement on Trade in Services (GATS) e sua lista de concessões, em setores específicos (como telecomunicações); o Acordo sobre Medidas de 13. Conforme Decisão de julho, parágrafo 1(g). 14. Reforçamos aqui distinção metodológica da nossa classificação de compromissos OMC-in, OMC-plus e OMC-extra daquela adotada por WTO (2011), que reproduz a classificação de Horn, Mavroidis e Sapir (2009), ver Sanchez Badin (2012). A principal consequência aqui está na distinção da qualificação de compras governamentais neste texto e no projeto de Regulação do Comércio Global como um tema OMC-extra. Na concepção de Horn, Mavroidis e Sapir (2009), que lança um olhar a partir dos países da UE em relação aos seus compromissos com a OMC, compras governamentais, por exemplo, seria um tema OMC-plus. 14

17 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil Investimento Relacionadas ao Comércio The Agreement on Trade Related Investment Measures (Trim). 2) Concorrência e: o GATS; o Acordo sobre Medidas de Propriedade Intelectual Relacionadas ao Comércio Trade Related Intellectual Property Rights (TRIP); o Trim. 15 3) Meio ambiente e: o Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio The Agreement on Technical Barriers to Trade (TBT); o Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias Sanitary and Phytosanitary Measures Agreement (SPS); o TRIP. 4) Cláusula social e: o GATS. As relações entre os novos temas e tais acordos já assinados podem ser de complementaridade ou de conflito, e certamente podem ter impactos substantivos nas conclusões sobre o impacto regulatório de novos temas; 16 contudo, o recorte metodológico deste trabalho não compreenderá a análise destes dispositivos esparsos. O mapeamento acima pretende fornecer um primeiro guia para o aprofundamento desta outra leitura, que se beneficiará da análise aqui apresentada sobre os dispositivos específicos negociados nos APCs para os novos temas. O que se pode observar como um outro traço comum aos novos temas é que a disposição dos membros para negociar temas politicamente tão sensíveis foi deveras prejudicada pelo ritmo do pacote de negociações da Rodada Doha, o que prejudicou qualquer avanço exceto para a área de comércio e meio ambiente no sistema multilateral. O que se argumenta é que este cenário favoreceu o deslocamento destas negociações e discussões, entre outras, para outros fóruns internacionais, como 15. Ver OECD (2002, p. 5), destacam-se: Artigo 8 o do GATS (sobre monopólios e fornecedores exclusivos de serviços) e Artigo 9 o do GATS (sobre práticas comerciais); Artigos. 8 o.2 (princípios), 40.2 (controle de práticas anticoncorrenciais em licenças contratuais) e 31 (sobre uso não autorizado pelo detentor do direito) do TRIP; Artigo 9 o do Trim (revisão pelo conselho sobre o comércio de serviços). 16. A título de exemplo, ver o mapeamento definido em WTO (2011, p. 145) e o debate estabelecido entre Anderson e Evenett (2006) e Teh (2009), na área de política de concorrência, ao considerar também os compromissos setoriais assumidos entres as partes em um acordo comercial e demais compromissos em outros capítulos com previsões horizontais sobre concorrência. 15

18 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e as negociações de acordos bilaterais e plurilaterais de comércio (os APCs) (Bartels, 2009, p ). Atribui-se, também, este deslocamento ao grau de complexidade das negociações dos novos temas, que compreendem, como mencionado antes, a compreensão do perfil do sistema jurídico doméstico das partes envolvidas e o grau de interesse político e econômico envolvido (WTO, 2011, p. 63). 2.2 AS RAZÕES ECONÔMICAS E JURÍDICAS PARA AS DEMANDAS E RESISTÊNCIAS À NOVA AGENDA Nos últimos anos, a natureza do comércio internacional tem se alterado, tanto em termos de seu conteúdo quanto do processo. A agenda comercial foi ampliada, particularmente para dar conta de políticas que não se limitam mais a medidas tarifárias e tratar de diferenças regulatórias que obstruem o comércio. Esse cenário oferece contornos que tornam o regime de comércio mais complexo e legalista (Young e Peterson, 2006, p. 795). Assim, a agenda que começa a ser discutida no plano multilateral é absorvida e aprofundada no âmbito dos APCs. Disciplinas sobre concorrência, compras governamentais, meio ambiente e cláusulas trabalhistas são incorporadas nos principais acordos de comércio, com mecanismos de implementação que paulatinamente são acordados e tendem a ser reforçados. A amplitude de interesses que é inerente a esses temas conduz à participação de atores domésticos até então novos para a política comercial, incluídos aí parlamentares, ministros de diferentes áreas de atuação que não o comércio ou relações exteriores, e uma diversidade de organizações não governamentais (ONGs). Ao mesmo tempo faz com que os governos de países em desenvolvimento se tornem atores proeminentes nas negociações comerciais (Young e Peterson, 2006, p ). Boa parte dos acordos, ao regular os novos temas, inclui em seu preâmbulo ou nos capítulos específicos disposições que buscam estabelecer os vínculos entre as matérias particulares e o sentido geral do acordo preferencial. É patente, ao menos no nível do discurso, a tentativa de encontrar em um esperado benefício público coletivo a justificativa para a presença dessas novas disciplinas nos acordos. As regras sobre concorrência promoveriam, assim, uma eficiência econômica maior e o bem-estar dos consumidores (Acordo Estados Unidos-Austrália). Os objetivos da regulação da área de compras governamentais estariam elaborados em torno dos princípios fundamentais de abertura, transparência e devido processo (Acordo Estados Unidos-Chile). Na parte sobre meio ambiente, o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a 16

19 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil proteção ambiental são vistos como interdependentes (Acordo China-Nova Zelândia e Acordo UE-Coreia). Assim, a liberalização comercial deveria permitir o uso ótimo dos recursos naturais de acordo com o objetivo do desenvolvimento sustentável (Acordo Índia-Cingapura). Por fim, sob a perspectiva da questão trabalhista, as partes deveriam garantir que suas leis trabalhistas sejam consistentes com os princípios e direitos trabalhistas internacionalmente reconhecidos, comprometendo-se com o aprimoramento dos mesmos de maneira consistente com o intuito de manter locais de trabalho altamente qualificados e produtivos (Acordo Estados Unidos-Austrália). De um modo geral, a inserção dos temas concorrência e compras governamentais segue uma racionalidade semelhante. Quanto à primeira, a ideia é a de que leis e uma política de concorrência contribuem invariavelmente para melhor equilibrar os direitos dos produtores e a proteção dos consumidores e outros membros da sociedade. De um lado, ter-se-ia a promoção da inovação e de padrões superiores de produção, de outro lado os consumidores usufruiriam da liberdade de escolha e de menores preços. Assim, supõe-se que, se corretamente aplicado, o direito de concorrência gere efeitos positivos para a economia como um todo, não só para empresas específicas ou grupos que fariam uso das novas regras (Dawar e Evenett, 2011, p. 347). Por sua vez, as disciplinas sobre compras governamentais permitiriam ajudar a incrementar a execução de projetos estatais de infraestrutura, gerando exportações e benefícios advindos do crescimento econômico. Soma-se a isso um ganho em transparência, limitando o desperdício e a corrupção no regime doméstico de compras governamentais. Além desses pontos, os objetivos das políticas governamentais na área poderiam abranger desde fins de segurança nacional até metas de redução da pobreza (Dawar e Evenett, 2011, p. 368). Não obstante a tentativa de justificar a importância da presença dos novos temas em acordos de cunho comercial, essa tarefa parece mais complicada quando se trata das regras sobre meio ambiente e direitos trabalhistas. As razões que motivam sua inserção nos acordos preferenciais obedecem a pressões essencialmente econômicas, o que leva os países em desenvolvimento a manterem-se mais céticos quanto a essa articulação, com o receio de que se torne tão somente um meio de impor medidas protecionistas. Os países-membros que detinham um alto nível de proteção ambiental e social (em sua maioria países desenvolvidos) estimavam ter uma desvantagem comparativa 17

20 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e em relação a outros membros que exerciam um nível menor de proteção (em geral países em desenvolvimento e de menor desenvolvimento relativo). Nesse sentido, o argumento é que tal nível de proteção afetaria o funcionamento normal do mercado, uma vez que os encargos sociais incorridos por alguns produtores nacionais, e não por outros, seria um fator de menor competitividade nas relações comerciais. Um membro poderia, desta maneira, anular vantagens comerciais conquistadas por outro membro ao prevalecer-se de uma menor proteção. Trata-se do argumento de dumping social. Além disso, haveria o temor de que, sem regulação comercial multilateral sobre a matéria, os Estados fossem estimulados a flexibilizar ou relaxar seus níveis de proteção social. Sendo assim, os países industrializados não demandam mais somente acesso a mercados ou proteção doméstica, mas também política regulatória. Esses países passam a trocar o acesso a seus mercados por maior regulação. Trata-se de um balanço que já foi notado na última rodada de negociações na OMC e que é reforçado nas negociações em torno de APCs: futuras concessões sobre agricultura dependem da atenção às demandas regulatórias em áreas como padrões trabalhistas, regulação ambiental, concorrências e questões de investimentos (Bièvre, 2006, p. 852). Em suma, a competição internacional criou incentivos para defender internacionalmente as regulações domésticas, exportando padrões de produção, sobretudo por parte daqueles que enfrentam altos níveis de proteção ambiental e trabalhista (Bièvre, 2006, p ). 2.3 O PERFIL DA NOVA REGULAMENTAÇÃO: DE EXCEÇÕES À REGULAMENTAÇÃO POSITIVA A partir do que se pode identificar na subseção 2.1, os novos temas aqui analisados já perpassaram o sistema multilateral de comércio. No GATT, estes temas eram reservados aos espaços de políticas públicas dos Estados como parte do sistema, ou seja, os membros poderiam alegar exceções nestas áreas aos princípios gerais do sistema multilateral de comércio (transparência, tratamento nacional e tratamento de nação mais favorecida) a literatura especializada define assim como um direito de regular antes garantido aos Estados individualmente (Bartels, 2009, p. 246). O que diferencia o novo movimento, portanto, é a tentativa de estabelecimento de uma regulamentação positiva que determine compromissos mínimos dos membros da OMC quanto a transparência e não discriminação e, assim, alinhe os padrões regulatórios domésticos para acesso a mercados. 18

21 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil O avanço do GATT ao sistema da OMC tem sido, portanto, no sentido de definir regras positivas de harmonização e aproximação dos sistemas regulatórios. O fato de o conjunto de áreas reguladas pelo sistema multilateral também ter-se incrementado favoreceu que regras relacionadas aos novos temas também fossem definidas nestes acordos. Sinteticamente, podemos então indicar o movimento da regulamentação com um caráter de exceção (regras negativas) para regras que estabelecem padrões regulatórios (regras positivas) 17 conforme quadro 1, quanto a cada um dos novos temas. QUADRO 1 Tipo de regulamentação no sistema multilateral de comércio Tema Regras negativas (exceção) Regras relacionadas em outros acordos Regras positivas (harmonização) Negociação de novas regras positivas (Doha) Compras governamentais (plurilateral) Concorrência Meio ambiente Cláusula social Elaboração da autora. ( ) > (+) Tendo em vista que todos os novos temas aqui analisados dialogam em alguma medida com trabalhos desenvolvidos em outras organizações internacionais, que trabalham os temas de forma isolada, sem uma relação direta com os efeitos no comércio internacional e que muitas vezes não contam com mecanismos de supervisão e implementação desenvolvidos, a inserção dos novos temas na agenda do comércio internacional visa corrigir tais limitações. 18 Nesse sentido, um ponto significativo para a inserção destes temas nos acordos internacionais de comércio é sua possibilidade de supervisão por órgãos específicos e questionamento ou implementação dos compromissos assumidos junto a um mecanismo de solução de controvérsias. 17. A conceituação de regras positivas e negativas pode ser encontrada em Bartels (2009, p. 355). 18. As afirmações de Bièvre (2006, p. 855) elucidam tal vantagem de migrar os temas para a agenda do comércio internacional: (...) regulatory agreements cannot be enforced easily in isolation. By linking their enforcement to traditional liberalization commitments, they become more credible (...) os acordos que tratam de temas regulatórios não podem ser facilmente implementados isoladamente. Ao relacionar a sua implementação a compromissos tradicionais de liberalização, eles se tornam mais críveis (tradução livre pela autora). 19

22 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e Assim sendo, os avanços almejados na correlação dos novos temas com os acordos internacionais de comércio assumiram certas proporções no âmbito do sistema multilateral, como apresentado no quadro 1, ainda remanescem modestos a partir da perspectiva dos países desenvolvidos (especialmente Estados Unidos e os países da UE). A ampliação dos acordos multilaterais de comércio e sua vinculação a um mecanismo sofisticado e efetivo de solução de controvérsias a partir da Rodada Uruguai suscitou um forte movimento alinhado de países em desenvolvimento resistentes a quaisquer outras formas de ampliação de regras positivas de comércio no âmbito da OMC (Young e Peterson, 2006, p. 802). As lacunas remanescentes para a implementação mais efetiva destes novos temas na OMC passaram então a ser preenchidas nos APCs. 3 TENDÊNCIAS REGULATÓRIAS PARA OS NOVOS TEMAS NOS APCs SELECIONADOS 3.1 MAPEAMENTO HORIZONTAL DOS APCs ANALISADOS Conforme já indicado, a inserção dos novos temas nos acordos de comércio internacional tem sido progressiva e, dada a relação negocial entre as partes, pode assumir diferentes gradações. Esta subseção tem por fim analisar as características das tendências regulatórias em acordos selecionados de cada um dos parceiros indicados. No quadro 2 segue a relação de acordos, conforme justificativas de seleção indicados em Sanchez Badin (2012). A partir de um primeiro mapeamento temático apresentado em Sanchez Badin (2012), pode-se observar no quadro 3, três tipos de obrigações distintas de dispositivos relativos aos novos temas nos APCs analisados: i) compromissos e obrigações vinculantes, sujeitos a mecanismos de solução de controvérsias; ii) compromissos e obrigações não vinculantes, foco na cooperação entre as partes; iii) compromissos e obrigações não vinculantes (cooperação) como um compromisso à parte, fora do corpo base do APC e da competência dos mecanismos institucionais do acordo. 20

23 Texto para Discussão A Regulação de Novos Temas em Acordos Preferenciais de Comércio Celebrados por União Europeia, Estados Unidos, China e Índia: pontos relevantes para o Brasil QUADRO 2 Acordos preferenciais de comércio selecionados Acordos analisados Data de assinatura Data de entrada em vigor Acordos da UE México 8/12/97 7/1/2000 África do Sul 29/7/1999 1/1/2000 Chile 30/12/2002 2/1/2003 Coreia do Sul 6/10/2010 7/1/2011 Acordo dos Estados Unidos Cingapura 6/5/2003 1/1/2004 Chile 6/6/2003 1/1/2004 Austrália 18/5/2004 1/1/2005 Marrocos 15/6/2004 1/11/2006 Peru 12/4/2006 2/1/2009 Acordos da China Chile 18/11/2005 Outubro/2006 Nova Zelândia 7/4/2008 Outubro/2008 Cingapura 23/10/2008 Janeiro/2009 Peru 28/4/2009 Março/2010 Costa Rica 8/4/2010 Agosto/2011 Acordos da Índia Cingapura 29/6/2005 8/1/2005 Fonte: Sanchez Badin (2012). Elaboração da autora. Chile 8/3/2006 9/11/2007 Coreia do Sul 7/ /1/2010 QUADRO 3 Perfil das obrigações presentes nos acordos selecionados Tipos de obrigação Temas Concorrência Compras governamentais Meio ambiente Cláusula social Obrigações não vinculantes (à parte) UE-México China-Chile China-Nova Zelândia China-Peru China-Chile China-Nova Zelândia China-Peru Obrigações não vinculantes (cooperação) China-Peru China-Costa Rica Índia-Coreia do Sul UE-África do Sul UE-Chile UE-Coreia do Sul (UE-México) China-Chile China-Peru Índia-Coreia do Sul UE-África do Sul UE-Chile UE-África do Sul UE-Chile Obrigações vinculantes Estados Unidos-Cingapura Estados Unidos-Chile Estados Unidos-Austrália Estados Unidos-Peru Estados Unidos-Cingapura Estados Unidos-Chile Estados Unidos-Austrália Estados Unidos-Marrocos Estados Unidos-Peru UE-México UE-África do Sul UE-Chile UE-Coreia do Sul Estados Unidos-Cingapura Estados Unidos-Chile Estados Unidos-Austrália Estados Unidos-Marrocos Estados Unidos-Peru UE-México UE-Coreia do Sul Estados Unidos-Cingapura Estados Unidos-Chile Estados Unidos-Austrália Estados Unidos-Marrocos Estados Unidos-Peru UE-México UE-Coreia do Sul Sem previsões China-Chile China-Cingapura China-Nova Zelândia Estados Unidos-Marrocos Índia-Chile China-Nova Zelândia China-Cingapura China-Costa Rica Índia-Chile Índia-Cingapura China-Cingapura China-Costa Rica Índia-Chile Índia-Cingapura Índia-Coreia do Sul China-Cingapura China-Costa Rica Índia-Chile Índia-Coreia do Sul UE-México Fonte: Sanchez Badin (2012) e quadros 4, 7, 8 e 9. Elaboração da autora. 21

24 R i o d e J a n e i r o, s e t e m b r o d e Em linhas gerais, o que se observa a partir dos APCs analisados, quanto à posição de cada um dos principais agentes analisados aqui (Estados Unidos, UE, Índia e China), é que: 1) Os Estados Unidos reforçam a tendência de um modelo-padrão para os APCs assinados e têm estes acordos com a perspectiva de assumir compromissos e obrigações vinculantes para as partes em todos os temas considerados novos, inclusive com a previsão de mecanismos de supervisão e implementação, incluindo procedimentos para solução de controvérsias. 2) A UE, como bloco negociador, procura inserir sempre novos temas nos APCs celebrados, mas as obrigações variam entre vinculantes e não vinculantes. Nos acordos selecionados, observa-se que nas áreas de compras governamentais e concorrência, especificamente, há uma opção para a definição de obrigações com caráter vinculante. 3) A China incorpora a negociação de novos temas em todos os APCs analisados, com maior enfoque nos temas de meio ambiente e cláusula social, ainda que opte pela determinação de obrigações de caráter não vinculante. 4) A Índia se mostra como a mais reticente em incorporar os novos temas em seus APCs, de forma geral; apenas no seu último acordo com Coreia do Sul apresentou-se a perspectiva de inserção dos temas compras governamentais e concorrência. Ainda que o perfil dos compromissos seja variado, é notável o fato de entre 65% e 75% dos dezessete acordos analisados incluírem de alguma forma referências aos novos temas. São exatamente: i) doze acordos com dispositivos sobre compras governamentais; ii) onze, sobre concorrência; iii) treze, sobre meio ambiente; e iv) onze, sobre cláusula social. A seguir são traçadas as principais características e especificidades dos dispositivos nestes APCs. 3.2 COMPRAS GOVERNAMENTAIS Qual o objeto regulado? A área de compras governamentais, ao ser regulamentada em APCs, trata especificamente dos contratos celebrados pelos órgãos e autoridades públicas com 22

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