Econometria Financeira

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Econometria Financeira"

Transcrição

1 Ralph S. Silva Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Setembro-Dezembro/2015

2 Análise de séries temporais lineares e suas aplicações Análise de séries temporais lineares e suas aplicações Trataremos o retorno de um ativo como uma coleção de variáveis aleatórias sobre o tempo. Por exemplo, o log retorno r t de uma ação. Neste caso teremos uma série temporal {r t}. Análise de séries temporais lineares fornece uma maneira natural de estudar a estrutura de tais séries. Falaremos sobre Estacionariedade, Função de Autocorrelação, Modelagem e Previsão. Modelos Autoregressivos (AR), Médias Móveis (MA) e ARMA.

3 Estacionariedade Estacionariedade Uma série temporal {r t} é estritamente estacionária se a distribuição conjunta de (r t, r t+1,..., r t+k ) for identica a (r t+h, r t+1+h,..., r t+k+h ), para todo t, k e h inteiros positivos. Resumindo, a estacionariedade estrita requer que a distribuição conjunta seja invariante na mudança de intervalos de tempo. Esta condição é difícil de ser verificada empiricamente. A estacionariedade fraca é dada se a média e a variância de r t forem invariantes no tempo e a covariância de r t com r t+h depender somente de h. A estacionariedade fraca: E(r t) = µ, Var(r t) = σ 2 e Cov(r t, r t+h ) = γ(h), para h 0. Dada uma série observada, sob a hipótese de estacionariedade fraca, esperamos que os dados ao longo do tempo estejam em torno de um valor constante e com uma variação constante.

4 Estacionariedade y t t (a) Modelo Ruído Branco com σ = 1. y t t (b) Modelo AR(1) com φ = 0, 7 e σ = 1. Figura: Exemplos empíricos de séries temporais fracamente estacionárias.

5 Função de autocovariância Função de autocovariância A função de autocovariância de defasagem h é definida por γ(h) = Cov(r t, r t+h ). Temos que γ(0) = Var(r t); e Sob estacionariedade fraca temos que γ(h) = Cov(r t, r t+h ) = Cov(r t h, r t+h h ) = Cov(r t, r t h ) = γ( h), isto é, γ(h) = γ( h). Em várias aplicações, é comum a hipótese de que as séries de retornos de ativos sejam fracamente estacionárias.

6 Correlação Correlação O coeficiente de correlação entre duas variáveis aleatórias X e Y é definido por ρ(x, Y ) = Cov(X, Y ) E [(X µ X )(Y µ Y )] = Var(X)Var(Y ) E [(X µx ) 2 ] E [(Y µ Y ) 2 ] sendo µ X = E(X) e µ Y = E(Y ), e que as variâncias existam. O coeficiente de correlação, ρ(x, Y ), mede o grau de dependência linear entre X e Y. Pode ser mostrado que 1 ρ(x, Y ) 1 e que ρ(x, Y ) = ρ(y, X). As duas variáveis são não correlacionadas se ρ(x, Y ) = 0. Se X e Y têm distribuição normal (conjuntamente), então ρ(x, Y ) = 0 se, e somente se, X e Y forem independentes.

7 Correlação Estimação da correlação Dado uma amostra {(x t, y t)} T t=1, estimamos ρ(x, Y ) consistentemente por ˆρ(x, y) = T Ĉov(x, y) s 2 X s 2 Y = T T T t=1 (x t x)(y t ȳ), T t x) t=1(x 2 (y t ȳ) 2 t=1 sendo x = 1 t, ȳ = T t=1x 1 y t, T t=1 sx 2 = 1 T (x t x) 2, sy 2 = 1 T (y t ȳ) 2 e T 1 t=1 T 1 t=1 Ĉov(x, y) = 1 T (x t x)(y t ȳ), T 1 t=1 as médias, as variâncias e a covariância amostrais, respectivamente.

8 Função de autocorrelação Função de autocorrelação Considere uma série r t fracamente estacionária. Estamos interessados na correlação linear entre r t e seus valores passados r t h. O coeficiente de correlação entre r t e r t h é chamado de autocorrelação de defasagem (lag) h de r t. ρ(h) = Cov(r t, r t h ) Var(rt)Var(r t h ) = Cov(rt, r t h) = γ(h) Var(r t) γ(0), pois Var(r t) = Var(r t h ) pela hipótese de estacionariedade fraca. Temos que ρ(0) = 1, ρ(h) = ρ( h) e 1 ρ(h) 1 para todo h. Uma série fracamente estacionária r t não é correlacionada serialmente se, e somente se, ρ(h) = 0 para todo h > 0.

9 Função de autocorrelação Estimação da função de autocorrelação Para uma dada amostra de retornos {r t} T t=1, a autocorrelação de defasagem 1 de r t é ˆρ(1) = T t=2 T (r t r)(r t 1 r) t=1 (r t r) 2, sendo r = 1 T T Sob algumas condições gerais, ˆρ(1) é um estimador consistente de ρ(1). Se {r t} for uma sequência independente e identicamente distribuída (iid) e E(r 2 t ) <, então ˆρ(1) é assintoticamente normal com média 0 e variância 1/T. Para T suficientemente grande, temos ˆρ(1) T N (0, 1). Podemos testar H 0 : ρ(1) = 0 contra H 1 : ρ(1) 0. t=1 r t.

10 Função de autocorrelação Estimação da função de autocorrelação: defasagem h 0 A autocorrelação de defasagem h de r t é definida por ˆρ(h) = T t=h+1 T (r t r)(r t h r) t=1 (r t r) 2, para 0 h T 1. Se {r t} for uma sequência iid com E(r 2 t ) <, então ˆρ(h) é assintoticamente normal com média 0 e variância 1/T para todo inteiro positivo e fixo h. Para T suficientemente grande, temos ˆρ(h) T N (0, 1). Podemos testar H 0 : ρ(h) = 0 contra H 1 : ρ(h) 0 para h fixo.

11 Função de autocorrelação Se r t é uma série temporal fracamente estacionária satisfazendo r t = µ + q j=0 ψ ja t j, sendo ψ 0 = 1, q um inteiro não negativo e {a j} uma série gaussiana ruído branco (não correlacionada, média 0 e variância σ 2 constante), então ˆρ(h) é assintoticamente normal com média 0 e variância 1 T ( q j=1 ) [ρ(j)] 2, para h > q. Podemos testar H 0 : ρ(h) = 0 contra H 1 : ρ(h) 0, utilizando a estatística ˆρ(h) T R(h) = q j=1 [ρ(j)]2 Rejeitaremos H 0 se R(h) > z α/2, sendo α o nível de significância do teste e z α/2 o percentil 100(1 α/2) da distribuição normal padrão.

12 Função de autocorrelação Tendenciosidade do estimador da autocorrelação Em amostras finitas, ˆρ(h) é um estimador tendencioso de ρ(h). A tendência é da ordem de 1/T, o que pode ser significativo quando o tamanho amostral T é pequeno. Na maioria das aplicações financeiras, T é relativamente grande tal que a tendenciosidade não é séria.

13 Função de autocorrelação Teste de Portmanteau Queremos testar H 0 : ρ(1) = ρ(2) = = ρ(m) = 0 contra H 1 : ρ(j) 0 para algum j {1, 2,..., m}. A estatística do teste é Q (m) = T m j=1 [ˆρ(j)] 2, (Box e Pierce). Sob a hipótese que {r t} é uma sequência iid com certas condições dos momentos, Q (m) tem distribuição assintótica qui-quadrado com m graus de liberdade. Para amostras finitas, podemos aumentar o poder do teste ao considerar m [ˆρ(j)] 2 Q(m) = T (T + 2) j=1 T j, (Ljung e Box). Rejeitamos H 0 se Q(m) > χ m α, sendo χ m α o percentil 100(1 α) da distribuição qui-quadrado com m graus de liberdade. Na prática, geralmente escolhemos m ln(t ).

14 Função de autocorrelação Função de autocorrelação amostral As estatísticas ˆρ(1), ˆρ(2),... conjuntamente definem a função de autocorrelação amostral (ACF) de r t. Um modelo de série temporal linear pode ser caracterizado por sua ACF. A modelagem de séries temporais lineares faz uso da ACF amostral para capturar a dinâmica linear dos dados. Mostrar exemplo no R: aplicacao_03.r

15 Ruído branco e séries temporais lineares Ruído branco Uma série temporal r t é chamada de ruído branco se {r t} for uma sequência de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas com média zero e variância finita. Se r t tiver distribuição normal com média 0 e variância σ 2, a série é chamada ruído branco gaussiano. Para uma série ruído branco, todas as ACFs são zero (para todas as defasagens). Na prática, se todas ACFs amostrais são zero (para todas as defasagens), então a série é uma série ruído branco.

16 Ruído branco e séries temporais lineares Séries temporais lineares Uma série temporal r t é linear (por definição) se ela puder ser escrita como r t = µ + j=1 ψ ja t j, sendo µ a média de r t, ψ 0 = 1 e {a t} uma sequência iid de variáveis aleatórias com média zero e uma distribuição bem definida (i.e., {a t} uma série ruído branco). Estamos interessados nos casos em que a t é uma variável aleatória contínua. Nem todas as séries temporais financeiras são lineares. A estrutura dinâmica de r t é determinada pelos coeficientes ψ j.

17 Ruído branco e séries temporais lineares Se r t é fracamente estacionária, e dado que {a t} é ruído branco, então E(r t) = µ, Var(r t) = σ 2 a j=0 ψ 2 j, sendo σ 2 a a variância de a t. Como Var(r t) <, {ψj 2 } deve ser uma sequência convergente. (Para isto, necessariamente ψj 2 0 quando j.) Para uma série estacionária, o impacto de um choque remoto a t j no retorno r t desaparece quando j cresce.

18 Ruído branco e séries temporais lineares A autocovariância de defasagem h de r t é [( ) ( )] γ(h) = Cov(r t, r t h ) = E ja t j ψ ja t h j j=0ψ j=0 ( ) = E ψ jψ k a t ja t h k j,k=0 = ψ jψ j+h E ( ) at h j 2 = σ 2 a ψ jψ j+h j=0 Logo, a autocorrelação de defasagem h de r t é ρ(h) = γ(h) γ(0) = 1 + j=0 ψj 2 j=1 j=0 ψ jψ j+h, para h 0.

19 Modelos autoregressivos Modelos autoregressivos Um modelo autoregressivo simples é dado por r t = α + φr t 1 + a t, sendo a t um ruído branco com média zero e variância σa. 2 Este é um modelo autoregressivo de ordem 1, i.e. AR(1). Modelaremos a log volatilidade de r t com um processo AR(1). Em um modelo AR(1), temos que E(r t r t 1) = α + φr t 1, Var(r t r t 1) = Var(a t) = σ 2 a Temos a propriedade markoviana, i.e. condicional em r t 1 o retorno r t não é correlacionado com r t i para i > 1. Uma generalização do AR(1) é dada por r t = α + φ 1r t 1 + φ 2r t φ pr t p + a t, chamado de AR(p), i.e. autoregressivo de ordem p, sendo p um inteiro não negativo.

20 Modelos autoregressivos Propriedades dos modelos autoregressivos: AR(1) Temos que E(r t) = α + φe(r t 1). Sob a hipótese de estacionariedade fraca, E(r t) = E(r t 1) = µ. Portanto, µ = α + φµ ou E(r t) = α 1 φ. A média de r t existe se φ 1. A média de r t é zero se, e somente se, α = 0. Seja α = (1 φ)µ. O modelo AR(1) pode ser reescrito como r t µ = φ(r t 1 µ) + a t ou r t = µ + φ(r t 1 µ) + a t Fazendo substituições repetidas, temos r t µ = a t + φa t 1 + φ 2 a t 2 + = Logo, r t µ é uma função linear de a t j para j 0. j=0 φ j a t j.

21 Modelos autoregressivos Temos que E[(r t µ)a t+1] = 0 pela independência da série {a t}. Pela hipótese de estacionariedade, temos Cov(r t 1, a t) = E[(r t 1 µ)a t] = 0. Calculando a variância de r t, obtemos Var(r t) = φ 2 Var(r t 1) + σ 2 a, sendo σ 2 a a variância de a t, e porque a correlação entre a t e r t 1 é zero. Sob a hipótese de estacionariedade, Var(r t) = Var(r t 1) tal que Var(r t) = σ2 a 1 φ 2 com φ 2 < 1. A condição necessária e suficiente para o modelo AR(1) ser fracamente estacionário é φ < 1 (ou equivalentemente 1 < φ < 1).

22 Modelos autoregressivos Função de autocorrelação de um AR(1) Multiplicando r t µ = φ(r t 1 µ) + a t por a t, e usando a independência entre a t e r t 1, temos E[a t(r t µ)] = φe(a t(r t 1 µ)) + E(a 2 t ) = E(a 2 t ) = σ 2 a, sendo σa 2 a variância de a t. por (r t h µ) e usando o resultado anterior, temos { φγ(1) + σ 2 γ(h) = a, se h = 0; φγ(h 1), se h > 0. Usamos também o fato que γ(h) = γ( h). Para o modelo AR(1), r t = α + φr t 1 + a t, temos que Var(r t) = γ(0) = σ2 a 1 φ 2 γ(h) = φγ(h 1) para h > 0. A ACF de r t satisfaz a ρ(h) = φρ(h 1) para h 0. Como ρ(0) = 1, temos que ρ(h) = φ h para h 0. A ACF de um série AR(1) fracamente estacionária decai exponencialmente.

23 Modelos autoregressivos ACF Defasagem (a) φ = 0, 8. ACF Defasagem (b) φ = 0, 8 Figura: Função de autocorrelação do modelo AR(1).

24 Modelos autoregressivos Modelo AR(2) Um modelo AR(2) tem a forma r t = α + φ 1r t 1 + φ 2r t 2 + a t, e E(r t) = µ = Usando α = (1 φ 1 φ 2)µ, obtemos α 1 φ 1 φ 2, para φ 1 + φ 2 1. r t µ = φ 1(r t 1 µ) + φ 2(r t 2 µ) + a t. Utilizando raciocínios análogos ao aplicado no modelo AR(1), obtemos ρ(h) = { φ1, 1 φ 2 se h = 1; φ 1ρ(h 1) + φ 2ρ(h 2), para h 2. O modelo AR(2) é fracamente estacionário se φ 1 + φ 2 < 1, φ 2 φ 1 < 1 e φ 2 < 1.

25 Modelos autoregressivos ACF ACF Defasagem Defasagem (a) φ 1 = 1, 2 e φ 2 = 0, 35 (b) φ 1 = 0, 6 e φ 2 = 0, 4 ACF ACF Defasagem Defasagem (c) φ 1 = 0, 2 e φ 2 = 0, 35 (d) φ 1 = 0, 2 e φ 2 = 0, 35 Figura: Função de autocorrelação do modelo AR(2).

26 Modelos autoregressivos Modelo AR(p) Um modelo AR(p) tem a forma r t = α + φ 1r t 1 + φ 2r t φ pr t p + a t, e E(r t) = µ = α 1 φ 1 φ 2 φ p, para φ 1 + φ φ p 1. Usando α = (1 φ 1 φ 2 φ p)µ, obtemos r t µ = φ 1(r t 1 µ) + φ 2(r t 2 µ) + + φ p(r t p µ) + a t. Um gráfico da ACF de um modelo AR(p) estacionário pode mostrar padrões senos e cosenos, e decaimento exponencial.

27 Função de autocorrelação parcial Função de autocorrelação parcial Considere os seguintes modelos autoregressivos: r t = α 0,1 + φ 1,1r t 1 + e 1t r t = α 0,2 + φ 1,2r t 1 + φ 2,2r t 2 + e 2t r t = α 0,3 + φ 1,3r t 1 + φ 2,3r t 2 + φ 3,3r t 3 + e 3t... sendo α 0,j, φ i,j e e jt são, respectivamente, o termo constante, o coeficiente de r t i e o termo de erro de um modelo AR(j). Podemos estimar tudo por mínimos quadrados (múltiplo) e aplicar um teste F parcial. A estimativa de ˆφ 1,1 da primeira equação é chamada de PACF amostral de defasagem 1 de r t. A estimativa de ˆφ 2,2 da segunda equação é chamada de PACF amostral de defasagem 2 de r t. A estimativa de ˆφ 3,3 da terceira equação é chamada de PACF amostral de defasagem 3 de r t. (E assim por diante.)

28 Função de autocorrelação parcial A PACF de defasagem 2 ˆφ 2,2 mostra a contribuição de r t 2 adicionada a r t sobre o modelo AR(1) r t = α + φ 1r t 1 + e t A PACF de defasagem 3 ˆφ 3,3 mostra a contribuição de r t 3 adicionada a r t sobre o modelo AR(2) r t = α + φ 1r t 1 + φ 2r t 2 + e t. (E assim por diante.) Portanto, para um modelo AR(p), a PACF amostral de defasagem p não deve ser zero. Mas ˆφ j,j deve estar perto de zero para todo j > p. Utilizamos esta propriedade para determinar a ordem p. Para um modelo AR(p) gaussiano estacionário, pode ser mostrado que a PACF amostral tem as seguintes propriedades: ˆφ p,p converge para φ p quando o tamanho da amostra T tende ao infinito. ˆφ k,k converge para zero para todo k > p. A variância assintótica de ˆφ k,k é 1/T para k > p.

29 Função de autocorrelação parcial Exemplo (Mostrar exemplo no R: aplicacao_04.r) PNB Trimestre Figura: Razão de crescimento do PNB real trimestral americano entre e Os dados estão sazonalmente ajustados e em porcentagens.

30 Função de autocorrelação parcial ACF Defasagem PACF Defasagem (a) ACF (b) PACF Figura: ACF e PACF amostrais para o PNB real trimestral americano entre e

31 Critérios de informação baseados na função de verossimilhança Critérios de informação baseados na função de verossimilhança O critério de informação de Akaike é definido por AIC = 2 T ln(verossimilhança) + 2 (número de parâmetros). T sendo a função de verossimilhança avaliada na estimativa de máxima verossimilhança e T o tamanho da amostra. O critério de informação de bayesiana (Schwarz) é definido por AIC = 2 T ln(t ) ln(verossimilhança) + (número de parâmetros). T Em ambos os critérios, o primeiro termo mede a qualidade de ajuste do modelo AR(p) e o segundo termo penaliza pelo número de parâmetros (onde um difere do outro). O BIC tende a selecionar um modelo AR(p) de menor ordem comparado ao AIC para um tamanho de amostra moderado. Ajustamos os modelos AR(p), para p = {0, 1, 2,..., P}, e selecionamos o modelo com menor o AIC (ou BIC). Mostrar exemplo no R: aplicacao_04.r

32 Estimação dos parâmetros Estimação dos parâmetros O método de mínimos quadrados, condicionais as p primeiras observações, pode em geral ser aplicado a r t = α + φ 1r t φ pr t p + a t, para t = p + 1, p + 2,..., T. Denotaremos a estimativa de α por ˆα, e φ i por ˆφ i, para i = 1, 2,..., p. O modelo ajustado é dado por r t = ˆα + ˆφ 1r t ˆφ pr t p, e o resíduo associado é â t = r t ˆr t. A série {a t} é chamada de série residual da qual obtemos ˆσ 2 a = 1 T ât 2. T 2p 1 t=p+1 Se o método da verossimilhança condicional for empregado, as estimativas de φ i não se alteram, mas a estimativa de σ 2 a passa a ser σ 2 a = ˆσ 2 a(t 2p 1)/(T p).

33 Verificação do modelo Verificação do modelo Um modelo ajustado deve ser examinado cuidadosamente para verificar as possíveis inadequações do modelo. Se o modelo for adequado, então a série residual deve se comportar como um ruído branco. A ACF e o teste de Ljung-Box podem ser usados para verificar a hipótese de ruído branco. Para um modelo AR(p), a estatística Q(m) de Ljung-Box tem distribuição assintótica qui-quadrado com m g graus de liberdade, sendo g o número de coeficientes AR utilizados no modelo. Se julgamos um modelo como inadequado, devemos refiná-lo. Por exemplo, se alguns coeficientes não são significativamente diferente de zero, então o modelo deve ser simplificado tentando-se remover estes parâmetros não significativos. Se a ACF da série residual exibir evidências de correlação serial, então o modelo deve ser extendido para cuidar destas correlações. Para verificar a hipótese de normalidade podemos utilizar o teste de Jarque e Bera (após verificar a hipótese de independência). Mostrar exemplo no R: aplicacao_04.r

34 Previsão Previsão Suponha que estejamos no tempo h e interessados na previsão r h+k para k 1. h é a origem de previsão. k é o horizonte de previsão. Seja ˆr h (k) a previsão de r h+k usando a função de perda erro quadrático mínimo. Seja F h a informação disponível em h. A previsão ˆr l (k) é escolhida tal que E[(r h+k ˆr h (k)) 2 F h ] min E[(r h+k g) 2 F h ], g sendo g uma função da informação disponível no tempo h (inclusive). Chamamos ˆr h (k) de previsão k passos à frente de r t na origem de previsão h.

35 Previsão Previsão 1 passo à frente Do modelo AR(p), temos r h+1 = α + φ 1r h + + φ pr h+1 p + a h+1. Dado F n = {r h, r h 1,...}, a previsão pontual de r h+1 é dada por ˆr h (1) = E(r h+1 F n) = α + e o erro de previsão associado é p j=1 e h (1) = r h+1 ˆr h (1) = a h+1. A varância do erro de previsão 1 passo à frente é Var(e h (1)) = Var(a h+1 ) = σ 2 a. φ jr h+1 j Se a t é normalmente distribuído, então um intervalo de previsão de 1 passo à frente de 95% de r h+1 é ˆr h (1) ± 1, 96 σ a. Na prática, os parâmetros estimados são geralmente usados para calcular previsões pontual e intervalar.

36 Previsão Previsão 2 passos à frente Considere a previsão de r h+2 na origem de previsão h. Do modelo AR(p), temos r h+2 = α + φ 1r h φ pr h+2 p + a h+2. Tomando a esperança condicional, temos ˆr h (2) = E(r h+2 F n) = α + φ 1ˆr h (1) + φ 2r h + + φ pr h+2 p e o erro de previsão dado por e h (2) = r h+2 ˆr h (2) = φ 1[r h+1 ˆr h (1)] + a h+2 = a h+2 + φ 1a h+1. A variância do erro de previsão é Var(e h (2)) = (1 + φ 2 )σ 2 a. Note que Var(e h (2)) Var(e h (1)). Mais incerteza sobre a previsão de r h+2 do que de r h+1 na origem de previsão h.

37 Previsão Previsão k passos à frente Temos A previsão é dada por r h+k = α + φ 1r h+k φ pr h+k p + a h+k. ˆr h (k) = α + p j=1 φ jˆr h (k j), sendo que ˆr h (j) r h+j se j 0. O erro de previsão k passos à frente é dado por e h (k) = r h+k ˆr h (k). Pode ser mostrado que para um modelo AR(p) estacionário, ˆr h (k) converge para E(r t) quando k.

38 Previsão Exemplo (Mostrar exemplo no R: aplicacao_04.r) PNB Trimestre Figura: Razão de crescimento do PNB real trimestral americano entre e Os dados estão sazonalmente ajustados e em porcentagens.

39 Modelos médias móveis Modelos médias móveis Um modelos de médias móveis (MA) de ordem 1, ou simplesmente MA(1), é dado por r t = α + θa t 1 + a t. O modelo MA(q) é dado por r t = α + θ 1a t θ qa t q + a t. Modelos de médias móveis são sempre estacionários porque são combinações lineares de uma sequência de ruídos brancos. Para um MA(q), temos E(r t) = α Var(r t) = (1 + θ θ θ 2 q)σ 2 a.

40 Modelos médias móveis Modelos médias móveis: ACF A função de autocorrelação (ACF) para um MA(1) é dada por ρ(0) = 1, ρ(1) = θ, e ρ(h) = 0, para h > θ2 A ACF para um MA(2) é dada por θ1 + θ1θ2 ρ(0) = 1, ρ(1) = 1 + θ1 2 +, ρ(2) = θ θ1 2 +, e θ2 2 ρ(h) = 0, para h > 2. A ACF para um MA(q) na defasagem h, ρ(h), não é zero para h q, e é zero para h > q. Podemos utilizar o fato acima para identificar um modelo MA(q) através de sua ACF. Mostrar gráfico da ACF do SAFRA em aplicacao_03.r A estimação dos modelos MA é, em geral, feita pelo método da máxima verossimilhança. (Disponível no R através da biblioteca tseries e função arma, ou em geral na função arima.) θ 2

41 Modelos médias móveis Modelos ARMA Um modelo autoregressivo e médias móveis (ARMA) pode ser melhor que um AR simples ou um MA simples devido ao número reduzido de parâmetros necessários para se captar a estrutura de dependência dos dados. Obtemos um modelo ARMA ao se combinar os modelos AR e MA. Os modelos ARMA serão úteis na modelagem da volatilidade (modelos GARCH). O modelo ARMA(1,1) é dado por r t = α + φr t 1 + θa t 1 + a t, sendo a t um ruído branco e φ θ. O modelo ARMA(p, q) é dado por r t = α + φ 1r t φ pr t p + θ 1a t θ qa t q + a t. A estimação do modelo ARMA é feita, em geral, pelo método da máxima verossimilhança.

42 Exercício Mostrar exemplo no R: aplicacao_05.r Exercício (Trabalho II para entregar.) Faça a análise de DUAS das seguintes séries temporais dos fundos de investimentos: Safra, IB_FIC, Unibanco, Paribas, BB_F, Western e LeggM. A série de preços pode ser considerada como estacionária? A série de retornos pode ser considerada como estacionária? Calcule as ACFs e PACFs amostrais dos retornos do fundo. Análise o grau de dependência através destes gráficos e sugira modelos na família ARMA. Para a série, ajuste modelos ARMA até uma ordem máxima P e Q. Escolha o melhor modelo segundo o critério AIC ou BIC (leve também em consideração a significância dos parâmetros quando necessário). Após escolher o melhor ajuste, faça as análises pertinentes das hipóteses do modelo (análise de resíduos). Faça a previsão 5 passos à frente utilizando o melhor modelo ajustado.

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais Fernando Chague 2016 Estacionariedade Estacionariedade Inferência estatística em séries temporais requer alguma forma de estacionariedade dos dados Intuição:

Leia mais

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria em Finanças e Atuária Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/especializacao.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Maio-Junho/2013 Modelos condicionalmente

Leia mais

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/seriestemporais.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Definição

Leia mais

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/seriestemporais.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Referências

Leia mais

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9 em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 9 Data Mining Equação básica: Amostras finitas + muitos modelos = modelo equivocado. Lovell (1983, Review

Leia mais

Modulo I. Séries Temporais: ARIMA

Modulo I. Séries Temporais: ARIMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS FACULDADE DE ESTATÍSTICA Modulo I Séries Temporais: ARIMA Curso: Bacharelado em Estatística Disciplina: Estatística Aplicada Nome: Verena

Leia mais

Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA

Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA Airlane Pereira Alencar 8 de Março de 2019 Alencar, A.P., Rocha, F.M.M. (IME-USP) Processos Estocásticos 8 de Março de 2019 1 / 26 Índice 1 Estacionariedade

Leia mais

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/seriestemporais.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Estimação

Leia mais

Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins

Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins. Metodologia de Box-Jenkins Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção Análise de séries temporais: Modelos de Box-Jenkins Profa. Dra. Liane Werner Metodologia de Box-Jenkins Para os modelos de decomposição e os modelos

Leia mais

A Metodologia de Box & Jenkins

A Metodologia de Box & Jenkins A Metodologia de Box & Jenins Aula 03 Bueno, 0, Capítulo 3 Enders, 009, Capítulo Morettin e Toloi, 006, Capítulos 6 a 8 A Metodologia Box & Jenins Uma abordagem bastante utilizada para a construção de

Leia mais

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria em Finanças e Atuária Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/especializacao.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Maio-Junho/2013 Tópicos Tópicos Séries

Leia mais

Séries Temporais. Fernando Lucambio. Agosto de Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná Curitiba/PR, , Brasil

Séries Temporais. Fernando Lucambio. Agosto de Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná Curitiba/PR, , Brasil Séries rais Autocorrelação Fernando Lucambio Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná Curitiba/PR, 81531 990, Brasil email: lucambio.ufpr@gmail.com Agosto de 2015 AUTOCORRELAÇÃO Uma importante

Leia mais

Econometria Semestre

Econometria Semestre Econometria Semestre 2010.01 174 174 21.4. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS INTEGRADOS O passeio aleatório é apenas um caso particular de uma classe de processos estocásticos conhecidos como processos integrados.

Leia mais

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1: Introdução às séries temporais egs@cin.ufpe.br Agenda Séries Temporais: Definições Exemplos Modelos simples com média zero: Ruído I.I.D Processo Binário Random

Leia mais

Modelos para Séries Temporais Aula 1. Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 2 Morettin, 2011, Capítulo 2 Bueno, 2011, Capítulo 2

Modelos para Séries Temporais Aula 1. Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 2 Morettin, 2011, Capítulo 2 Bueno, 2011, Capítulo 2 Modelos para Séries Temporais Aula 1 Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 2 Morettin, 2011, Capítulo 2 Bueno, 2011, Capítulo 2 Modelos para Séries Temporais Os modelos utilizados para descrever séries temporais

Leia mais

= p(x 1 )p(x 2 x 1 )p(x n,..., x 3 x 2, x 1 ). = p(x 1 ) t=2. Em particular para um modelo ARMA(p, q), denotando o vetor de parâmetros. t=p+1.

= p(x 1 )p(x 2 x 1 )p(x n,..., x 3 x 2, x 1 ). = p(x 1 ) t=2. Em particular para um modelo ARMA(p, q), denotando o vetor de parâmetros. t=p+1. Capítulo 4 Estimação No capítulo anterior foram estudados modelos probabilísticos que podem ser utilizados para descrever dados de séries temporais. Neste capítulo será discutido o problema de ajustar

Leia mais

Capítulo 3. Modelos Probabilísticos

Capítulo 3. Modelos Probabilísticos Capítulo 3 Modelos Probabilísticos 3.1 Introdução Neste capítulo serão descritos vários modelos adequados para dados de séries temporais. Tais modelos são chamados de processos estocásticos. Matematicamente

Leia mais

Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007

Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007 Projeções de Séries S Temporais Econometria dos Mercados Financeiros Mestrado Profissionalizante em Finanças as e Economia Empresarial FGV / EPGE Prof. Eduardo Ribeiro Julho Setembro 2007 Objetivo do curso

Leia mais

teoria de probabilidade e estatística, uma sequência de palavra série de tempo é usada alternativamente para

teoria de probabilidade e estatística, uma sequência de palavra série de tempo é usada alternativamente para Na teoria de probabilidade e estatística, uma sequência de variáveis aleatórias é independente e indenticamente distribuida (i.i.d) se cada variável aleatória tem a mesma distribuição de probabilidade

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 X 39,0 39,5 39,5 39,0 39,5 41,5 42,0 42,0 Y 46,5 65,5 86,0 100,0 121,0 150,5 174,0 203,0 A tabela acima mostra as quantidades, em milhões

Leia mais

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria em Finanças e Atuária Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/especializacao.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Maio-Junho/2013 Posição financeira Uma

Leia mais

ANÁLISE DE REGRESSÃO. Ralph S. Silva. Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro

ANÁLISE DE REGRESSÃO. Ralph S. Silva. Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro ANÁLISE DE REGRESSÃO Ralph S. Silva Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Referências Referências (livros) A Modern Approach to Regression

Leia mais

Aula 3 - Revisão de Probabilidade e Estatística: Esclarecimento de Dúvidas

Aula 3 - Revisão de Probabilidade e Estatística: Esclarecimento de Dúvidas Aula 3 - Revisão de Probabilidade e Estatística: Esclarecimento de Dúvidas Matheus Rosso e Camila Steffens 19 de Março de 2018 Independência de variáveis aleatórias Duas V.A. são independentes se, e somente

Leia mais

Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q)

Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto Análise de Séries Temporais. Modelos estacionários Processos puramente aleatórios, AR(p), MA(q) ARIMA(p,q)

Leia mais

Séries de Tempo. José Fajardo. Agosto Fundação Getulio Vargas-EBAPE. José Fajardo (FGV-EBAPE) Fundamentos Estatísticos Agosto / 49

Séries de Tempo. José Fajardo. Agosto Fundação Getulio Vargas-EBAPE. José Fajardo (FGV-EBAPE) Fundamentos Estatísticos Agosto / 49 Séries de Tempo José Fajardo Fundação Getulio Vargas-EBAPE Agosto 2011 José Fajardo (FGV-EBAPE) Fundamentos Estatísticos Agosto 2011 1 / 49 Definição de esperança não condicional ou incondicional Considere

Leia mais

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas.

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas. 1. Inferência Estatística Inferência Estatística é o uso da informção (ou experiência ou história) para a redução da incerteza sobre o objeto em estudo. A informação pode ou não ser proveniente de um experimento

Leia mais

Modelos ARCH e GARCH Aula 8. Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 1 e 14 Morettin, 2011, Capítulo 1 e 5 Bueno, 2011, Capítulo 8

Modelos ARCH e GARCH Aula 8. Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 1 e 14 Morettin, 2011, Capítulo 1 e 5 Bueno, 2011, Capítulo 8 Modelos ARCH e GARCH Aula 8 Morettin e Toloi, 2006, Capítulo 1 e 14 Morettin, 2011, Capítulo 1 e 5 Bueno, 2011, Capítulo 8 Motivação Pesquisadores que se dedicam a prever séries temporais, tais como preços

Leia mais

Aula 22/10/2018 José Luiz Padilha 22 de outubro de 2018

Aula 22/10/2018 José Luiz Padilha 22 de outubro de 2018 Modelando a Variância Estimação Aula 22/10/2018 José Luiz Padilha 22 de outubro de 2018 A estimação dos parâmetros α 0 e α 1 em um modelo ARCH(1) é geralmente realizada por verossimilhança condicional.

Leia mais

Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica

Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica Conceitos Básicos de Séries Temporais para Modelagem Macroeconômica Material de apoio à aula de RBC Referencia bibliográfica: Introduction to Econometrics G S Maddala e Kajal Lahiri 4a. Edição, John Wiley

Leia mais

Análise de Séries Temporais Financeiras

Análise de Séries Temporais Financeiras Universidade Federal do Rio de Janeiro Análise de Séries Temporais Financeiras Ricardo Cunha Pedroso 2015 Análise de Séries Temporais Financeiras Ricardo Cunha Pedroso Projeto Final de Conclusão de Curso

Leia mais

Ralph S. Silva

Ralph S. Silva ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA Ralph S Silva http://wwwimufrjbr/ralph/multivariadahtml Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Sumário Revisão:

Leia mais

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012

AULA 09 Regressão. Ernesto F. L. Amaral. 17 de setembro de 2012 1 AULA 09 Regressão Ernesto F. L. Amaral 17 de setembro de 2012 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fonte: Triola, Mario F. 2008. Introdução à

Leia mais

'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV

'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV 69 'HVFULomRH$QiOLVH([SORUDWyULDGRV'DGRV O presente capítulo objetiva entender o comportamento das séries de retorno financeiras para as carteiras de investimento elaboradas no capítulo anterior. Tal análise

Leia mais

Análise de Regressão EST036

Análise de Regressão EST036 Análise de Regressão EST036 Michel Helcias Montoril Instituto de Ciências Exatas Universidade Federal de Juiz de Fora Distribuição beta não central; Coef. de determinação; Quando X for aleatório. Distribuição

Leia mais

Econometria. Séries Temporais Lista de Exercícios

Econometria. Séries Temporais Lista de Exercícios Econometria Séries Temporais Lista de Exercícios 1. Estimação da Autocovariância e da Autocorrelação Tome a série de dados da planilha estimacao.xlsx e estime o que se pede sobre a série de tempo dada.

Leia mais

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa 3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa Este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa descritiva, quantitativa, bibliográfica, experimental, exploratória e explicativa. Este estudo é descritivo, pois

Leia mais

ESTATÍSTICA COMPUTACIONAL

ESTATÍSTICA COMPUTACIONAL ESTATÍSTICA COMPUTACIONAL Ralph dos Santos Silva Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Sumário Motivação Por exemplo, queremos analisar a série

Leia mais

Inferência Estatistica

Inferência Estatistica Inferência Estatistica Ricardo Ehlers ehlers@icmc.usp.br Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo Modelos e Inferência Um modelo é uma simplificação da realidade (e alguns

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Em uma grande escola, 10% dos alunos são comprovadamente fracos. Um teste educacional conseguiu identificar corretamente 80% entre aqueles que são fracos e 85% entre aqueles que

Leia mais

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 4

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 4 em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 4 O Processo Média-Móvel Muitas vezes, a estrutura auto-regressiva não é suficiente para descrever totalmente

Leia mais

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino

Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais. Eraylson Galdino Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 2: Introdução às séries temporais egs@cin.ufpe.br Análise e Previsão de Séries Temporais Aula 1 Agenda Resumo da Aula anterior; Estimação e eliminação dos componentes

Leia mais

(iv) Ausência de correlação serial nos erros, dados dois valores quaisquer de X, X i e X j (i j), a correlação entre ε i e ε j é zero,, /,

(iv) Ausência de correlação serial nos erros, dados dois valores quaisquer de X, X i e X j (i j), a correlação entre ε i e ε j é zero,, /, 4 Metodologia O método de estimação por mínimos quadrados está fundamentado em algumas premissas, que são necessárias para realizar inferências estatísticas sobre a variável dependente Y. As principais

Leia mais

Modelos de Regressão Linear Simples - parte I

Modelos de Regressão Linear Simples - parte I Modelos de Regressão Linear Simples - parte I Erica Castilho Rodrigues 19 de Agosto de 2014 Introdução 3 Objetivos Ao final deste capítulo você deve ser capaz de: Usar modelos de regressão para construir

Leia mais

4 Modelos de Regressão Dinâmica

4 Modelos de Regressão Dinâmica 4 Modelos de Regressão Dinâmica Nos modelos de regressão linear (Johnston e Dinardo, 1998) estudados comumente na literatura, supõe-se que os erros gerados pelo modelo possuem algumas características como:

Leia mais

Econometria. Econometria MQO MQO. Resíduos. Resíduos MQO. 1. Exemplo da técnica MQO. 2. Hipóteses do Modelo de RLM. 3.

Econometria. Econometria MQO MQO. Resíduos. Resíduos MQO. 1. Exemplo da técnica MQO. 2. Hipóteses do Modelo de RLM. 3. 3. Ajuste do Modelo 4. Modelo Restrito Resíduos Resíduos 1 M = I- X(X X) -1 X Hipóteses do modelo Linearidade significa ser linear nos parâmetros. Identificação: Só existe um único conjunto de parâmetros

Leia mais

Análise de Regressão EST036

Análise de Regressão EST036 Análise de Regressão EST036 Michel Helcias Montoril Instituto de Ciências Exatas Universidade Federal de Juiz de Fora Regressão sem intercepto; Formas alternativas do modelo de regressão Regressão sem

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS fonte de graus de soma de quadrado variação liberdade quadrados médio teste F regressão 1 1,4 1,4 46,2 resíduo 28 0,8 0,03 total 2,2 A tabela de análise de variância (ANOVA) ilustrada acima resulta de

Leia mais

Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro

Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro Uma aplicação do modelo ARIMA para os preços do real estate nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro 1 Introdução Everton Batista da Rocha 1 2 Marcelo Lopes Moraes 3 Marcos Aurelio Rodrigues 3 O real

Leia mais

3 A Modelagem Univariada por Box & Jenkins

3 A Modelagem Univariada por Box & Jenkins 3 A Modelagem Univariada por Box & Jenkins 3.1 Preliminares da modelagem por Box & Jenkins Serão a seguir apresentados alguns conceitos imprescindíveis para a compreensão da técnica Box & Jenkins (BJ)

Leia mais

Cap. 8 - Intervalos Estatísticos para uma Única Amostra

Cap. 8 - Intervalos Estatísticos para uma Única Amostra Intervalos Estatísticos para ESQUEMA DO CAPÍTULO 8.1 INTRODUÇÃO 8.2 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA DE UMA DISTRIBUIÇÃO NORMAL, VARIÂNCIA CONHECIDA 8.3 INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA DE UMA DISTRIBUIÇÃO

Leia mais

ECONOMETRIA AVANÇADA Prova Intermediária - 09/04/2015

ECONOMETRIA AVANÇADA Prova Intermediária - 09/04/2015 ECONOMETRIA AVANÇADA Prova Intermediária - 09/04/2015 Solução Questão I (2,0 pontos): Para o modelo y t = 0, 7y t 1 + ɛ t, com ruído branco ɛ t (0, 1), (a) (0,5) Obtenha a previsão h-passos a frente, ŷ

Leia mais

Econometria II. Notas de bolso! Propriedades da E(.), Var(.) e Cov(.) Temos que (a,b) são constantes e (X,Y) são variáveis aleatórias.

Econometria II. Notas de bolso! Propriedades da E(.), Var(.) e Cov(.) Temos que (a,b) são constantes e (X,Y) são variáveis aleatórias. Eco 2 monitoria Leandro Anazawa Econometria II Notas de bolso! Propriedades da E(.), Var(.) e Cov(.) Temos que (a,b) são constantes e (X,Y) são variáveis aleatórias. E(a) = a E(aX) = ae(x) E(a + bx) =

Leia mais

Modelo de Regressão Múltipla

Modelo de Regressão Múltipla Modelo de Regressão Múltipla Modelo de Regressão Linear Simples Última aula: Y = α + βx + i i ε i Y é a variável resposta; X é a variável independente; ε representa o erro. 2 Modelo Clássico de Regressão

Leia mais

2. Séries Temporais Definição

2. Séries Temporais Definição 23 2. Séries Temporais 2.1. Definição Um processo estocástico é uma função aleatória que evolui no tempo (e/ou no espaço), definida sob um espaço de probabilidades. Mais precisamente, um processo estocástico

Leia mais

Vetores Auto-Regressivos (VAR) Cristian Rafael Pelizza Estágio de docência

Vetores Auto-Regressivos (VAR) Cristian Rafael Pelizza Estágio de docência Vetores Auto-Regressivos (VAR) Cristian Rafael Pelizza Estágio de docência Forma estrutural e reduzida O método VAR busca capturar a interdependência entre múltiplas séries de tempo. Estrutura-se equações

Leia mais

Análise de regressão linear simples. Diagrama de dispersão

Análise de regressão linear simples. Diagrama de dispersão Introdução Análise de regressão linear simples Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia de Viseu A análise de regressão estuda o relacionamento entre uma variável chamada a variável dependente

Leia mais

Introdução a Modelos VAR

Introdução a Modelos VAR Introdução a Modelos VAR Henrique Dantas Neder - Professor Associado Universidade Federal de Uberlândia July 24, 2014 Um VAR é um modelo no qual K variáveis são especicadas como funções lineares de p de

Leia mais

Testes de Hipóteses. Ricardo Ehlers Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo

Testes de Hipóteses. Ricardo Ehlers Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo Testes de Hipóteses Ricardo Ehlers ehlers@icmc.usp.br Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo Introdução e notação Em geral, intervalos de confiança são a forma mais

Leia mais

Análise de Regressão Linear Simples e

Análise de Regressão Linear Simples e Análise de Regressão Linear Simples e Múltipla Carla Henriques Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia de Viseu Introdução A análise de regressão estuda o relacionamento entre uma variável

Leia mais

Pode-se definir Value at Risk[28], VaR, como a perda máxima (ou pior perda) num determinado período de tempo a um nível de confiança

Pode-se definir Value at Risk[28], VaR, como a perda máxima (ou pior perda) num determinado período de tempo a um nível de confiança 4 Aplicações 4.1 Introdução A idéia deste capítulo é explicitar a metodologia utilizada para a avaliação dos modelos SV frente ao modelo GARCH(1,1 ). Para tal, apresenta-se a definição de Value at Risk,

Leia mais

Métodos Quantitativos para Avaliação de Políticas Públicas

Métodos Quantitativos para Avaliação de Políticas Públicas ACH3657 Métodos Quantitativos para Avaliação de Políticas Públicas Aula 11 Análise de Resíduos Alexandre Ribeiro Leichsenring alexandre.leichsenring@usp.br Alexandre Leichsenring ACH3657 Aula 11 1 / 26

Leia mais

3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia

3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia 3 Modelos Comparativos: Teoria e Metodologia Para avaliar o desempenho do modelo STAR-Tree, foram estimados os modelos Naive, ARMAX e Redes Neurais. O ajuste dos modelos ARMAX e das redes neurais foi feito

Leia mais

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 6

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 6 em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 6 O Teorema de Wold O Teorema de Wold Lei dos Grandes Números Teorema Central do Limite -M O Teorema de Wold

Leia mais

Testes de Raiz Unitária para Dados em Painel

Testes de Raiz Unitária para Dados em Painel Aula 7 Bibliografia: Stata, 2017. help xtunitroot. From Stata/SE 13 (accessed on Oct. 23, 2018). Pesaran, M.H. (2015). Time series and panel data econometrics. Oxford: Oxford University Press. Rafael S.

Leia mais

Antes de resolvermos a)-c), vamos relembrar a diferença entre esperança (variância) conditional e esperança (variância) incondicional.

Antes de resolvermos a)-c), vamos relembrar a diferença entre esperança (variância) conditional e esperança (variância) incondicional. Econometria Avançada - 015-1 SOLUÇÃO Terceira lista de exercícios Problema 1. Seja r t os retornos (ou log-retornos) diários de um ativo financeiros (por exemplo, S&P500 ou Petrobrás ON) tal que r t =

Leia mais

AGA Análise de Dados em Astronomia I 7. Modelagem dos Dados com Máxima Verossimilhança: Modelos Lineares

AGA Análise de Dados em Astronomia I 7. Modelagem dos Dados com Máxima Verossimilhança: Modelos Lineares 1 / 0 AGA 0505- Análise de Dados em Astronomia I 7. Modelagem dos Dados com Máxima Verossimilhança: Modelos Lineares Laerte Sodré Jr. 1o. semestre, 018 modelos modelagem dos dados dado um conjunto de dados,

Leia mais

Regressão Linear Simples

Regressão Linear Simples Regressão Linear Simples Capítulo 16, Estatística Básica (Bussab&Morettin, 8a Edição) 10a AULA 18/05/2015 MAE229 - Ano letivo 2015 Lígia Henriques-Rodrigues 10a aula (18/05/2015) MAE229 1 / 38 Introdução

Leia mais

Análise de variância para experimentos com dependência espacial entre parcelas: abordagem autoregressiva e Geoestatística

Análise de variância para experimentos com dependência espacial entre parcelas: abordagem autoregressiva e Geoestatística Análise de variância para experimentos com dependência espacial entre parcelas: abordagem autoregressiva e Geoestatística Diogo Francisco Rossoni (DES/UEM) Cristina Henriques Nogueira (DEX/UFLA) Renato

Leia mais

Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros

Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Depois de um cuidadoso estudo deste capítulo, você deve ser capaz de: 1.Explicar os conceitos gerais de estimação de

Leia mais

Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante

Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante Aplicação da metodologia Box & Jenkins para previsão de vendas de emulsificante Eduardo Campana Barbosa1 Carlos Henrique Osório Silva2 Resumo: Utilizou-se a metodologia Box & Jenkins para previsão da demanda

Leia mais

Modelos de Regressão Linear Simples - parte III

Modelos de Regressão Linear Simples - parte III 1 Modelos de Regressão Linear Simples - parte III Erica Castilho Rodrigues 20 de Setembro de 2016 2 3 4 A variável X é um bom preditor da resposta Y? Quanto da variação da variável resposta é explicada

Leia mais

A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004).

A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004). 3 Séries temporais A análise de séries temporais é uma área da estatística dedicada ao estudo de dados orientados no tempo (MONTGOMERY, 2004). 3.1. Princípios fundamentais Conforme Box et al. (1994), uma

Leia mais

Modelos de Regressão Linear Simples parte I

Modelos de Regressão Linear Simples parte I Modelos de Regressão Linear Simples parte I Erica Castilho Rodrigues 27 de Setembro de 2017 1 2 Objetivos Ao final deste capítulo você deve ser capaz de: Usar modelos de regressão para construir modelos

Leia mais

Análise da Regressão múltipla: MQO Assintótico y = β 0 + β 1 x 1 + β x +... β k x k + u 3. Propriedades assintóticas Antes, propriedades sobre amostra

Análise da Regressão múltipla: MQO Assintótico y = β 0 + β 1 x 1 + β x +... β k x k + u 3. Propriedades assintóticas Antes, propriedades sobre amostra Análise da Regressão múltipla: MQO Assintótico Capítulo 5 do Wooldridge Análise da Regressão múltipla: MQO Assintótico y = β 0 + β 1 x 1 + β x +... β k x k + u 3. Propriedades assintóticas Antes, propriedades

Leia mais

Aula 1. Wilson Correa. June 27, 2017

Aula 1. Wilson Correa. June 27, 2017 Aula 1 Definições Básicas Wilson Correa June 27, 2017 Série de Tempo Definição Uma série de tempo é qualquer conjunto de observações ordenadas no tempo. Podem ser: Discretas. Ex: Valores Diários de Poluição,

Leia mais

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS As variáveis aleatórias X e Y seguem uma distribuição de Bernoulli com probabilidade de sucesso igual a 0,4. Considerando S = X + Y e que os eventos aleatórios A = [X = 1] e B

Leia mais

Modelos de Regressão Linear Simples - parte II

Modelos de Regressão Linear Simples - parte II Modelos de Regressão Linear Simples - parte II Erica Castilho Rodrigues 14 de Outubro de 2013 Erros Comuns que Envolvem a Análise de Correlação 3 Erros Comuns que Envolvem a Análise de Correlação Propriedade

Leia mais

Testes de Hipóteses. Ricardo Ehlers Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo

Testes de Hipóteses. Ricardo Ehlers Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo Testes de Hipóteses Ricardo Ehlers ehlers@icmc.usp.br Departamento de Matemática Aplicada e Estatística Universidade de São Paulo Introdução e notação Em geral, intervalos de confiança são a forma mais

Leia mais

Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros

Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros Distribuições Amostrais e Estimação Pontual de Parâmetros ESQUEMA DO CAPÍTULO 7.1 INTRODUÇÃO 7.2 DISTRIBUIÇÕES AMOSTRAIS E TEOREMA DO LIMITE CENTRAL 7.3 CONCEITOS GERAIS DE ESTIMAÇÃO PONTUAL 7.3.1 Estimadores

Leia mais

Capítulo 9 - Regressão Linear Simples (RLS): Notas breves

Capítulo 9 - Regressão Linear Simples (RLS): Notas breves Capítulo 9 - Regressão Linear Simples RLS: Notas breves Regressão Linear Simples Estrutura formal do modelo de Regressão Linear Simples RLS: Y i = β 0 + β 1 x i + ε i, 1 onde Y i : variável resposta ou

Leia mais

Universidade Federal de Lavras

Universidade Federal de Lavras Universidade Federal de Lavras Departamento de Estatística Prof. Daniel Furtado Ferreira 6 a Lista de Exercícios Teoria da Estimação pontual e intervalar 1) Marcar como verdadeira ou falsa as seguintes

Leia mais

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria em Finanças e Atuária Ralph S. Silva http://www.im.ufrj.br/ralph/especializacao.html Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Maio-Junho/2013 Motivação Motivação Por

Leia mais

Modelos Lineares Generalizados - Estimação em Modelos Lineares Generalizados

Modelos Lineares Generalizados - Estimação em Modelos Lineares Generalizados Modelos Lineares Generalizados - Estimação em Modelos Lineares Generalizados Erica Castilho Rodrigues 23 de Maio de 207 Introdução 2 3 Vimos como encontrar o EMV usando algoritmos numéricos. Duas possibilidades:

Leia mais

TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM

TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM Ralph dos Santos Silva Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Sumário Informações Auxiliares na Amostragem na Amostragem

Leia mais

Estatística - Análise de Regressão Linear Simples. Professor José Alberto - (11) sosestatistica.com.br

Estatística - Análise de Regressão Linear Simples. Professor José Alberto - (11) sosestatistica.com.br Estatística - Análise de Regressão Linear Simples Professor José Alberto - (11 9.7525-3343 sosestatistica.com.br 1 Estatística - Análise de Regressão Linear Simples 1 MODELO DE REGRESSÃO LINEAR SIMPLES

Leia mais

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 12

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 12 em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 12 Regressão com Variáveis Não-Estacionárias Considere três processos estocásticos definidos pelas seguintes

Leia mais

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Marina Rodrigues Maestre 1 Jayane Pereira de Oliveira 2 Raquel Castellucci Caruso Sachs 3 Vitor Augusto Ozaki 4 1 Introdução Durante a década de

Leia mais

Tópicos de Estatística Espacial Geoestatística

Tópicos de Estatística Espacial Geoestatística Tópicos de Estatística Espacial Geoestatística Anderson Castro Soares de Oliveira Geoestatística A geoestatística é uma análise espacial que considera que a variável em estudo se distribui continuamente

Leia mais

EXAME NACIONAL DE SELEÇÃO 2010

EXAME NACIONAL DE SELEÇÃO 2010 EXAME NACIONAL DE SELEÇÃO 2010 PROVA DE ESTATÍSTICA 1 o Dia: 30/09/2009 - QUARTA FEIRA HORÁRIO: 10h 30m às 12h 45m (horário de Brasília) EXAME NACIONAL DE SELEÇÃO 2010 PROVA DE ESTATÍSTICA 1º Dia: 30/09

Leia mais

AULA 9 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Valor Esperado)

AULA 9 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Valor Esperado) AULA 9 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Valor Esperado) Susan Schommer Econometria I - IE/UFRJ Valor esperado dos estimadores MQO Nesta aula derivamos o valor esperado dos estimadores

Leia mais

Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN

Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN Uso de séries temporais na análise da temperatura média mensal da cidade de Mossoró, RN Ben Dêivide de Oliveira Batista 1 2 Tales Jesus Fernandes 2 Thelma Sáfadi 2 Wesley de Oliveira Santos 3 1 Introdução

Leia mais

Os Mínimos Quadrados Ordinários Assintóticos

Os Mínimos Quadrados Ordinários Assintóticos Os Mínimos Quadrados Ordinários Assintóticos Enquadramento 1. A analise assintótica, é o método matemático que descreve a limitação de um determinado comportamento. O termo assintótico significa aproximar-se

Leia mais

AULA 8 - MQO em regressão múltipla:

AULA 8 - MQO em regressão múltipla: AULA 8 - MQO em regressão múltipla: Definição, Estimação e Propriedades Algébricas Susan Schommer Econometria I - IE/UFRJ Regressão Múltipla: Definição e Derivação A partir de agora vamos alterar o nosso

Leia mais

Prof. Lorí Viali, Dr.

Prof. Lorí Viali, Dr. Prof. Lorí Viali, Dr. viali@mat.ufrgs.br http://www.mat.ufrgs.br/~viali/ Em muitas situações duas ou mais variáveis estão relacionadas e surge então a necessidade de determinar a natureza deste relacionamento.

Leia mais

PREVISÃO. Prever o que irá. acontecer. boas decisões com impacto no futuro. Informação disponível. -quantitativa: dados.

PREVISÃO. Prever o que irá. acontecer. boas decisões com impacto no futuro. Informação disponível. -quantitativa: dados. PREVISÃO O problema: usar a informação disponível para tomar boas decisões com impacto no futuro Informação disponível -qualitativa Prever o que irá acontecer -quantitativa: dados t DEI/FCTUC/PGP/00 1

Leia mais

Modelos de Volatilidade Estatística. Danilo Kenji Ishizawa

Modelos de Volatilidade Estatística. Danilo Kenji Ishizawa Modelos de Volatilidade Estatística Danilo Kenji Ishizawa Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Estatística Departamento de Estatística

Leia mais

Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais

Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais Análise do volume útil do reservatório de Furnas via modelos de séries temporais Cristina Henriques Nogueira 1 3 Thelma Sáfadi 2 1 Introdução A energia elétrica é, sem dúvida, um recurso indispensável

Leia mais

2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional

2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional 24 2. Modelos periódicos autorregressivos 2.1. Planejamento da Operação do Sistema Interligado Nacional A energia de origem hídrica predomina na matriz elétrica brasileira. Isso devese ao fato de o país

Leia mais