Identidade e nostalgia na tematização de um passado histórico em Terra. Nostra. Profa. Dra. Ana Sílvia Lopes Davi Médola.

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1 1 Nostra. Identidade e nostalgia na tematização de um passado histórico em Terra Profa. Dra. Ana Sílvia Lopes Davi Médola. UNESP/Bauru Resumo: Na telenovela, verificamos que a disseminação dos temas é freqüentemente textualizada de duas maneiras: a manifestação de temáticas ocorre por meio de uma formulação sêmica isolada e pontual, ou pela recorrência de traços semânticos que tornam o discurso coerente, ou seja, os traços que forjam as isotopias temáticas que garantem a homogeneidade do texto. Em Terra Nostra uma dessas isotopias é a discursivização de um passado histórico como catalisador temático. Não se trata apenas de projetar um tempo passado em função de imposições características de uma novela de época, mas sim reforçar as formulações abstratas dos valores fundamentais que sustentam a narrativa, enfatizando o resgate de aspectos da formação histórica do povo brasileiro capazes de levar o enunciatário a reconhecer e a se identificar com as experiências representadas na novela. Palavras-chave: Televisão - telenovela - semiótica. Os temas tratados em uma telenovela podem ser depreendidos dos valores já atualizados, isto é, em junção com os sujeitos, no nível narrativo, mais especificamente da sintaxe narrativa. Na telenovela Terra Nostra observamos que muitos são os temas tratados, mas todos sob a égide de um tema maior e ao mesmo tempo aglutinador dos demais que é um passado histórico. Podemos fazer essa leitura porque a narrativa procura dar conta de uma forma de vida ocorrida em determinada época. Ainda que, por se tratar de uma ficção, não haja um compromisso com a historicidade do que é narrado, observamos que o enunciado remete ao tema de um passado histórico no Brasil. A telenovela propõe retratar, em certa medida, um pouco da história da formação do povo brasileiro em determinada região do país. No entanto, existe aí um contrato fiduciário entre enunciador

2 2 e enunciatário, precedido de um fazer persuasivo que prevê um fazer-crer relativizado. As estratégias de persuasão utilizadas pelo enunciador cria uma tensão no nível da estrutura da enunciação de modo que o contrato de veridicção, ou seja, do dizer verdadeiro, projeta um fazer interpretativo capaz de dimensionar os limites entre a referencialização à realidade histórica e a construção ficcional. Dessa forma, o recurso mais evidente entre as estratégias de persuasão do enunciador, são as passagens de cena com imagens de filmes antigos, em preto e branco. Durante toda a novela, a enunciação projeta imagens captadas na época em que se passa a narrativa. O embarque no porto de Gênova, o desembarque no porto de Santos, o trabalho nas fazendas de café, as sacas de café. Imagens de centros urbanos como São Paulo, o interior das fábricas, os meios de transporte utilizados, o cotidiano nas fazendas de café. Como dissemos, esse recurso que se estende por toda a telenovela. Trata-se de uma forma de referencialização mas que ocorre por deslocamentos de projeções espácio-temporais. Podemos dizer que ao inserir as imagens antigas há uma debreagem de tempo e espaço na qual a enunciação propõe o deslocamento da ficção da narrativa para a alusão a um período histórico. Ao reembrear, ou seja, ao voltar ao tempo e espaço da narrativa estabelece-se a referência ao passado. Assim, entre uma cena e outra da novela, quando é inserida uma imagem antiga que faz referência a outros tempos, obtemos dois tipos de efeitos de sentido. De um lado, a imagem remete ao não agora do enunciatário no momento de contato com o texto, ou seja, está-se falando do passado; de outro, ao mesmo tempo que remete ao tempo do enunciado, demarca uma divisão entre o efeito de sentido de real e o efeito de sentido de ficção. A debreagem temporal com a inserção de imagens antigas tematizando o passado permite ainda a sub-tematização em função da aspectualização espacial, das projeções actanciais. No capítulo 195 exibido no dia 8 de maio de 2000, as cenas mostram um aspecto do modo de vida das pessoas naquela época, como os meios de transporte. Gumercindo volta da fazenda para São Paulo. Ele parte da fazenda numa charrete. Em seguida, são inseridas imagens antigas, um close-up do apito do trem e um plano geral do trem parado na estação. O enunciatário identifica que as imagens são antigas. Depois delas outros dois takes, um plano fechado das rodas da locomotiva começando a deslizar sobre os trilhos e outra tomada, de dentro do trem avançando pela estrada. Ao contrário das duas primeiras imagens, as duas últimas não são antigas. Para que pareçam antigas é utilizado um recurso chamado

3 3 sépia que parece um preto e branco envelhecido. As duas últimas imagens são, na verdade, um dispositivo de retorno ao tempo da narrativa. É esse mecanismo que marca o deslocamento do tempo do passado no Brasil e o tempo da narrativa. A chegada de Gumercindo à capital também é representada por imagens antigas seguidas de imagens da ficção com recurso do preto e branco, com sépia. Uma tomada da Estação da Luz, outra panorâmica geral, em ângulo alto, da cidade, coches transitando por ruas alagadas, o vai e vem de coches pelas ruas centrais. Tais cenas concretizam a temática dos meios de transporte da época. Tanto no campo, quanto nas cidade, charretes e coches eram os veículos que transportavam as pessoas, a força animal para as pequenas distâncias. Já para vencer as grandes distâncias, o trem, único meio transporte rápido, fator decisivo para o incremento da cafeicultura de exportação, ligando as regiões produtoras e o porto de Santos. Verificamos no caso desse tipo de procedimento discursivo que a tematização se concretiza pela figurativização imagética. São representações figurativas de uma época, gravadas em filme, cujo desgaste natural do tempo na película é evidenciado pelas imperfeições das imagens projetadas. Ao utilizar tais imagens, o fazer persuasivo do enunciador faz crer que é a mesma época em que se passa a narrativa, de modo que essas imagens atuem sobre o enunciatário para que a decisão do seu fazer interpretativo seja de aceitação de uma referência a um tempo histórico, e tome como efeito de verdade que a narrativa trata do passado. Inserido como o dispositivo de passagem entre uma cena e outra, esse material não deixa dúvida que é o Brasil de fins do século XIX e início do século XX. Para que o enunciatário tome conhecimento e fique convencido de que as imagens são dessa época, não é necessário recorrer à intertextualidade, ou seja, reconhecer tais imagens em outros textos, ou então, recorrer à parasserialidade em que, conforme já explicamos no capítulo I, são feitas referências ao período em que transcorre a narrativa nas reportagens veiculadas nas revistas e suplementos especializados em TV, ou mesmo nas divulgações feitas pela própria emissora, como ocorreu no programa Vídeo Show da Rede Globo, que apresentou matéria, mostrando o trabalho de pesquisa da equipe de produção de Terra Nostra na busca de imagens antigas. Outra estratégia discursiva que faz referência histórica são os diálogos sobre a vida econômica, política, e de personagens marcantes no país. No capítulo 89, exibido no dia 31 de dezembro de 1999,

4 4 sexta feira, encontramos os dois exemplos de como o enunciado demarca temáticas da trajetória histórica. A cena do diálogo entre o fazendeiro Gumercindo com seu genro, o político e então candidato a deputado, Augusto, trata do tema dos italianos que obtiveram sucessoo no Brasil. O outro exemplo da discursivização temática está na inserção de uma imagem panorâmica da plantação de café da fazenda de Gumercindo. O verde exuberante da plantação tem as cores substituídas pelo preto e branco, fazendo a debreagem espácio-temporal pela projeção, na seqüência, de imagens antigas que mostram trabalhadores em lavouras de café com rastelos nas mãos juntando o café derriçado, trabalhadores com peneiras se aproximando dos grãos juntados embaixo dos pés. Estes trabalhadores são observados por um homem bem vestido, de terno claro, que usa gravata e fuma, provavelmente, o dono das terras. Há, ainda, tomadas de mulheres capinando as ruas que separam as filas dos pés de café, e do transporte dos grãos até o terreiro onde é feita a secagem. Após essas imagens em preto e branco, inicia-se o diálogo onde é mencionado um italiano que se tornou um empresário muito rico e conhecido no Brasil: Francisco Matarazzo. A conversa se passa na sala da fazenda e é sobre alguns italianos que aqui fizeram fortuna. Augusto: O senhor Francesco é um desses italianos que chegaram aqui e fizeram fortuna, meu sogro. Além dele, pelo que se comenta nas rodas da política, só o Matarazzo conseguiu maior sucesso. Gumercindo: Não me diga?! Augusto: Mas é verdade. Gumercindo: E o que o você está sabendo, o que o senhor sabe sobre esse Matarazzo? Augusto: O senhor meu sogro não conhece porque aquele italiano não lida com café. Gumercindo: Ah! Não? E como é que ele ficou rico, então? Augusto: Só quem lida com café é que pode ficar rico? Gumercindo: Não, imagino que não, mas! Augusto: O senhor Matarazzo lida com banha de porco. Gumercindo: Quê?! Augusto: Banha de porco, o senhor ouviu bem, banha de porco. Gumercindo: Mas, banha de porco? Augusto: Banha de porco, enlatada! Gumercindo: Aqui nós matamos os porcos e... Augusto: E a dona Maria guarda na cozinha. Na colônia os italianos armazenam como podem. A banha serve para fazer comida, fritar carne. Não se faz nada na cozinha sem a banha, não é?. Gumercindo: Sim, Augusto: O italiano Matarazzo enlatou toda essa serventia. Gumercindo: Como você está sabendo disso? Você foi pedir ajuda para ele para se eleger? Augusto: Não fui pedir dinheiro porque eu não ando por aí com o pires na mão. Eu não vou lhe dizer quem é esse homem. Gumercindo: Espere aí, não me deixe na metade dessa conversa... Augusto: Esse país não é só café, meu sogro. Gumercindo: Como não é só café? É banha de porco agora?

5 5 Observa-se nesse diálogo uma referência explícita a um ator que obteve projeção no cenário econômico no Brasil do início do século passado, o empresário Francisco Matarazzo. Essa referência é feita enquanto termo de comparação para situar a importância de um outro ator, esse sim da narrativa, o banqueiro Francesco Magliano. Assim, a menção ao Matarazzo e a maneira como fez fortuna não parece desconectada da narrativa, ao mesmo tempo que propõe a contemporaneidade das vidas desses dois atores, o histórico e o da ficção. Em Terra Nostra, a construção discursiva dos diálogos apresenta como característica um elevado nível de redundância. Note-se que algumas informações são repetidas várias vezes enquanto outras entram de maneira subjacente no bojo da conversa. Essas informações são, freqüentemente, ora remissões a temas que já são do conhecimento do enuncitário, ora antecipam temáticas novas que serão abordadas. Vejamos: Gumercindo: Como você está sabendo disso? Você foi pedir ajuda para ele para se eleger? Augusto: Não fui pedir dinheiro porque eu não ando por aí com o pires na mão. Eu não vou lhe dizer quem é esse homem. Nesse trecho da interlocução encontramos subjacente um tema: a forma de fazer política. Tratase de uma remissão a uma temática que já vinha sendo abordada no decorrer do texto, como os problemas que o país enfrenta com a política externa, a representação política de setores fortes da economia como a cafeicultura, as práticas políticas clientelistas, coronelistas, como o voto de cabresto. Tudo isso é abordado na narrativa em se tratando de política, enquanto temática. Mas além da política, em outra frase, manifesta-se a antecipação de uma outra temática que será tratada nos capítulos que se seguem: a diversificação da economia. Augusto: Esse país não é só café, meu sogro. Gumercindo: Como não é só café? É banha de porco agora? A disseminação dos temas se dá de maneira difusa. Ao longo dos vários percursos dos sujeitos, a narrativa mostra, como diz Augusto, que o país não é só café. Coloca-se a necessidade da diversificação dos negócios para os cafeicultores quando Gumercindo se torna sócio de Francesco Magliano; o crescimento urbano, mais especificamente de São Paulo, é impulsionado pela produção industrial, como é o caso de Paola que monta uma fábrica de macarrão. Com mais ofertas de trabalho

6 6 há um aumento do fluxo de migração do campo para a cidade população e a necessidade de moradias. Por isso, os italianos Matteo e Amadeu ficam sócios e investem na construção de casas, os chamados sobradinhos presentes até hoje em alguns bairros de São Paulo. O dinheiro para um impulsionar todos esses investimentos vem do setor financeiro. No caso de Terra Nostra, vem da Casa Bancária Ítalo-Brasileira, tornando o banqueiro Francesco Magliano sócio de todos os novos empreendedores, seus conterrâneos italianos. Voltando ao diálogo entre Gumercindo e Augusto, é importante destacar que para o público brasileiro, a citação do nome Matarazzo faz muito sentido, uma vez que está associado ao desenvolvimento urbano e ao início da industrialização no país, numa época em que a força da economia era predominantemente agrícola. Nesse contexto, os representantes da família Matarazzo se destacaram ao longo de décadas pelos empreendimentos industriais e financeiros, de modo que muitos brasileiros consumiram produtos que saíam das fábricas Matarazzo. Note-se, por esse exemplo, como os temas estão imbricados uns nos outros. Ao falar do Matarazzo, fala-se não só de política e economia, mas de costumes como os ingredientes fundamentais da época para o preparo das refeições. O recurso de citar nomes que se tornaram conhecidos porque foram bem sucedidos em seus empreendimentos comerciais e industriais, sendo facilmente identificados por boa parte da população, principalmente nas regiões centro-sul e sudeste do Brasil, também aparecem em outros momentos da telenovela. Entre eles o Cereser, citado como exemplo de experiência bem sucedida na produção de vinho. A estratégia é a mesma do diálogo anterior. A citação está contextualizada na trama, especificamente no percurso do sujeito Bartolo, um italiano que sonha em produzir vinho como na Itália. Num golpe de sorte, Bartolo faz um empréstimo do senhor Justino, gerente do empório que vendia mantimentos aos colonos da fazenda. Justino tinha umas economias e Bartolo as encontra, depois de sua morte. Com esse dinheiro Bartolo tem a possibilidade de concretizar seu projeto e compra terras em Jundiaí, onde começa o plantio de uvas. Enquanto as parreiras não estão formadas, Bartolo faz trabalhos temporários na propriedade da família Cereser, que já deu início à produção de vinho. Atualmente, Cereser é a marca de um espumante feito de maçã, com preço muito acessível, e muito conhecida no Brasil.

7 7 Uma outra citação, mas sob forma de merchandeising, é o exemplo da farmácia Raia, fundada no início do século passado e que se tranformou em uma grande rede de farmácias que atua ainda nos dias de hoje no Brasil. Em Terra Nostra, os pequenos problemas de saúde podiam ser resolvidos pela competência de um farmacêutico que acabara de montar seu laboratório no centro de São Paulo. Tratase do senhor Raia, para o qual a italiana Paola recorre buscando um remédio que possa aliviar as cólicas de sua filha com Francesco, a pequena Aurora. Nesse caso, há uma dramatização da cena e não apenas uma menção em diálogo. O letreiro e as instalações da farmácia são mostrados em cenas. Há uma projeção espacial, o interior da farmácia, onde estabelece-se um diálogo entre comerciante e cliente, caracterizando um tipo de merchandeising mais direcionado a vender a imagem de confiança e tradição do que propriamente de produto. Todas essas atividades econômicas tematizam não só o desenvolvimento do setor produtivo, mas colocam principalmente a questão de que a vinda dos imigrantes contribui para introduzir novos paradigmas nas relações de trabalho. No capítulo 120, exibido em 12 de fevereiro de 2000 há duas passagens que mostram bem essa temática. A primeira é pelo recurso da figurativização imagética em que uma seqüência de imagens de filmes antigos mostra o interior de uma fábrica com operários e máquinas em atividade, as instalações externas com caldeiras e chaminés, a saída dos trabalhadores. Nas cidades criam-se oportunidades de trabalho para milhares de pessoas. Mas como a atividade econômica no país é predominantemente agrícola, um diálogo entre Angélica, Augusto e Bartolo manifesta como no campo as relações entre patrões e empregados também se estabelecem em bases novas. Bartolo: Io conversei com o meu povo lá na colônia, Dona Angélica, e tá tuto mundo contento. Ma no é pra menos, non é vero? Angélica: Eu só espero que eles saibam se organizar, senhor Bartolo, para dividir o lucro deles. Bartolo: Io também espero. E non vai ser facile. Augusto: Tinha que ter alguém como o senhor lá, para liderar aqueles seus patrícios. Bartolo: Si, ma como io ia saber que o senhor Gumercindo ia fazer una cosa dessa, Dio Buono! Imagina se eu tinha ido embora. Io ficava mais um tempo e dopo ia lá para as minhas terras para plantar minhas uvas, Dio Buono! Angélica: Mas ainda não está em tempo senhor Bartolo, digo, do senhor voltar a trabalhar aqui na fazenda? Bartolo: No, senhora Angélica. Primeiro perque io já estou plantando minha uva lá no meu sítio e, dopo, perque já me viraram a cara alguns lá na colônia quando me viram de volta. Angélica: Pensando que o senhor voltou para entrar na divisão da safra. Bartolo: Eco! Augusto: Já pensou que encrenca vai dar, minha cara, quando chegar a hora da divisão da próxima safra.

8 8 Angélica: Eles vão ter que se entender, senhor meu marido. Bartolo: Si, ma se eles não se entender, dona Angélica, aí a senhora tá correndo o risco de ficar sem ninguém aqui nessa fazenda. A cena deixa claro que, embora os italianos tenham vindo para substituir a mão-de-obra escrava, eles não são e não agem como escravos. Os italianos são movidos pelo desejo de fazer a América, eles querem a própria terra, querem ser donos do próprio negócio, querem fazer fortuna. Essa modalização virtualizante do ser, o sujeito coletivo - italianos, é passível de ser atualizada, uma vez que, em tese, pelas condições políticas e econômicas do Brasil, eles podem ter a própria terra, mas principalmente, eles podem querer porque são livres e brancos. Assim, para não perder a mão-de-obra italiana, que tem a possibilidade de escolha e a liberdade para partir em busca de perspectivas melhores de trabalho, e portanto perder toda a safra de café por falta de ter quem cuide da lavoura, o fazendeiro Gumercindo concorda com a proposta inovadora da filha Angélica e estabelece uma parceria com os italianos para não ficar sem os colonos da fazenda. É o sistema denominado meeiro, ou seja, em troca do trabalho os italianos dividem o resultado da colheita com o dono das terras. Bartolo fica entusiasmado com a espécie de sociedade entre os colonos e o fazendeiro, mas não a ponto de abrir mão do seu próprio negócio que já está em andamento. Nesse diálogo, assim como no diálogo citado anteriormente verificamos uma recorrência na forma de antecipar os desdobramentos dos temas nos programas narrativos subseqüentes. Posteriormente, a própria narrativa vai mostrar que a implantação desse sistema não acontece facilmente. A estratégia de discursivização temática já acena, em determinadas frases, para as possíveis dificuldades que fazendeiros e italianos poderão enfrentar durante o processo, evidenciando que a adoção do sistema não está livre de problemas e, o que é pior para os donos da fazenda, conforme os resultados da parceria a permanência dos camponeses na colônia fica ameaçada, retornando ao problema inicial que motivou a contratação dos imigrantes, ou seja, a falta de gente para o trabalho. O que nos interessa notar é que as formas de citação como as imagens da época, os diálogos sobre a fortuna do Matarazzo e a satisfação dos meeiros, o sucesso que os Cereser estavam obtendo com a produção de vinho em Jundiaí, a confiabilidade no farmacêutico Raia, são sub-temas da temática central de um Brasil de outrora, com tantas oportunidades para quem viesse para trabalhar, mas também com muitos problemas a serem enfrentados. Ocorre que, a maneira como essa isotopia

9 9 temática do tempo passado é discursivizada cumpre funções de natureza diversa na estruturação da narrativa. Do ponto de vista da economia geral do discurso encontramos em Terra Nostra dois tipos de textualização dessa isotopia, uma de caráter transformacional da narrativa e outra de expansão discursiva. Ao considerar que os dois planos - narrativo e discursivo - estão correlacionados e numa relação hierárquica ou de subordinação, mas não sobreponíveis termo a termo, verificamos que a base de sustentação da discursivização dos temas oscila entre as instâncias narrativa e discursiva, podendo ser mais ou menos intensa em um ou outro desses níveis do percurso gerativo de sentido. Trabalhamos assim com a idéia de gradação porque não acreditamos ser possível considerar a tematização dissociada de nenhum desses níveis. No entanto, pelo fato de não serem sobreponíveis, consideramos operatório, para efeito de instrumentalização da análise, identificar que ora a base de sustentação da tematização está mais relacionada ao nível narrativo, ora isso ocorre, predominantemente, no nível discursivo, podendo então depreender os efeitos de sentido desses mecanismos de discursivização. Pelos exemplos apresentados nesse paper, verificamos que a maioria dos procedimentos desempenha, marcadamente, a função de referencialização da época, por um lado, e, de outro, contribui para a expansão discursiva. Ou seja, pouco interferem na narrativa à medida que não há uma conexão direta com a história. As imagens antigas atuam como pontuação entre as cenas marcando, sobretudo, alterações de tempo e espaço, e figurativização de época. As cenas dos diálogos sobre pessoas como Matarazzo e Cereser, ou sobre política e economia, em que o nome do presidente Campos Sales é citado, são ilustrações discursivas que remetem o enunciatário ao passado e referendam a temporalidade da telenovela. Em contrapartida, a cena em que se discute a experiência com os meeiros faz parte da instância narrativa da telenovela. Ao mesmo tempo que se trata de uma referência histórica, está também relacionada aos programas narrativos da manutenção das propriedades do fazendeiro Gumercindo. A cena também está relacionada a um dos papéis temáticos do sujeito Angélica que, ao convencer o pai de que a parceria com os italianos poderia ser a única saída para mantê-los na fazenda, coloca-se em conjunção com o objeto-valor - ser o braço direito do pai na administração dos negócios da família. A alusão ao passado com a tematização dos meeiros é parte parte do percurso do sujeito coletivo - italianos - que quer colher os frutos do trabalho. Essa forma de exposição da temática está

10 10 ligada a mecanismos sintagmáticos, uma vez que se estrutura no bojo do encadeamento lógico nos dois níveis - narrativo e discursivo. Quando o procedimento de tematização também atua como dispositivo de transformação de estados da narrativa, ele apresenta maior possibilidade de eficiência no fazer interpretativo do enunciatário porque, enquanto observador onisciente dos programas narrativos, o enunciatário aceita mais facilmente o fazer-crer no discurso, por estar envolvido com as motivações passionais dos actantes. Um exemplo claro disso é o programa narrativo que procurar sensibilizar o enunciatário para o drama de uma epidemia de difteria que provocou mortes em algumas regiões de São Paulo no período em que se passa a novela. Em cerca de 10 capítulos, exibidos em março de 2000, é abordado um tema de saúde pública. A população fica assustada com uma doença muito contagiosa e que leva à morte. Um dos infectados é Juanito, filho de Giuliana e Matteo, que não resiste. A morte do menino faz parte das provas que enfrentam os actantes Matteo e Giuliana. Essa epidemia de difteria também é uma citação histórica de caráter transformacional na narrativa, e por isso atinge o enunciatário através da recorrência ao tímico. Para finalizar, é relevante observar que enquanto os procedimentos de tematização de caráter basicamente referencial atuam muitas vezes como ilustrações ou adornos discursivos, os procedimentos de tematização ligados aos percursos actanciais e aos papéis temáticos reforçam o contrato fiduciário de veridicção entre enunciador e enunciatário e promovem um fazer interpretativo por parte do enunciatário relacionado às categorias tímicas eufóricas ou disfóricas. No primeiro tipo de procedimento de tematização, a colocação em discurso dos temas produz um efeito de sentido de identificação dos elementos do processo histórico por parte do enunciatário em função de um conhecimento apriorístico, referencializado em um fundo de imaginário social. No segundo caso, ao ligar as temáticas diretamente aos percursos dos sujeitos, o enunciatário cria elos de identificação aliados à emotividade onde o efeito de sentido obtido é o da nostalgia de um tempo vivido. BIBLIOGRAFIA:

11 11 COURTÉS. Joseph, Introdução à semiótica da narrativa. Coimbra: Livraria Almeida GREIMAS, A. J. & COURTÉS, J. Dicionário de Semiótica. Trad. Alceu Dias Lima et alii. São Paulo: Cultrix, [s.d.].. Semiótica, diccionario razonado de la teoria del lenguage II. Trad. Enrique Ballón Aguirre Madrid: Gredos, GREIMAS, A. J. & FONTANILLE, J. Semiótica das paixões. Trad. Maria José Coracini. São Paulo: Ática, LANDOWSKI, Eric, A sociedade refletida: ensaios de sociossemiótica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Educ / Pontes, 1992.

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