DIREITO PENAL MILITAR MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA. Aulas 03 e 04

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1 MILITAR RETA FINAL CFO PMMG JOÃO PAULO LADEIRA Aulas 03 e 04

2 APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR Art. 2 Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de consider crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil. TEMPUS REGIT ACTUM ABOLITIO CRIMINIS Retroatividade de lei mais benigna 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha soevindo sentença condenatória irrecorrível. Apuração da maior benignidade Art. 2º, 2 : Pa se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas sepadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. QUESTÃO: MPE/ES/2010: Adaptada O CPM admite retroatividade de lei mais benigna e dispõe que a norma penal posterior que favorecer, de qualquer outro modo, o agente deve ser aplicada retroativamente, ainda quando já tenha soevindo sentença condenatória irrecorrível. O referido código determina também que, pa se reconhecer qual norma é mais benigna, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas sepadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. /portalcreiramilit 2

3 Combinação de leis. É possível? EMENTA: HABEAS CORPUS. RECLASSIFICAÇÃO TIPOLÓGICA DE CRIME COMUM PARA CRIME MILITAR. AFASTAMENTO DA INCIDÊNCIA DA LEI N 8.072/90. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. LEGITIMIDADE DA DIFERENÇA DE TRATAMENTO. A diferença de tratamento legal entre os crimes comuns e os crimes milites, mesmo em se tratando de crimes milites impróprios, não revela inconstitucionalidade, pois o Código Penal Milit não institui privilégios. Ao contrário, em muitos pontos, o tratamento dispensado ao autor de um delito é mais gravoso do que aquele do Código Penal comum (RE /RJ). O que se pretende, neste habeas, é a aplicação do Código Penal Milit apenas na pte que interessa ao paciente. Entretanto, isto representia a criação de uma norma híida, em pte composta pelo Código Penal Milit e, em outra pte, pelo Código Penal comum. Isto, evidentemente, violia o princípio da reserva legal e o próprio princípio da sepação de poderes. Ordem pcialmente concedida, apenas pa determin que o juízo das execuções penais analise se o paciente faz jus à progressão de regime prisional, tendo em vista a declação de inconstitucionalidade do t. 2º, 1º, da Lei n 8.072/90 (HC /SP). Medidas de segurança Foi recepcionado? Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. /portalcreiramilit 3

4 Lei excepcional ou temporária Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinam, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência QUESTÃO: ANALISTA JUDICIÁRIO/ EXECUÇÃO DE MANDADOS/STM/2011: A lei penal milit excepcional ou temporária possui disciplinamento diverso do código penal comum, uma vez que preconiza, de forma expressa, a ultratividade da norma e impõe a incidência da retroatividade da lei penal mais benigna. TEMPO DO CRIME Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado. QUESTÃO: ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011: Em relação ao tempo do crime, o Código Penal Milit adotou a teoria da atividade. QUESTÃO: DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2010: Diversamente do direito penal comum, o direito penal milit consagrou a teoria da ubiquidade, ao consider como tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão do agente quanto o momento em que se produziu o resultado. /portalcreiramilit 4

5 LUGAR DO CRIME Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lug em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em pte, e ainda que sob forma de pticipação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lug em que deveria realiz-se a ação omitida. Sistema misto QUESTÃO: MPE/ES/2010: No tocante ao lug do crime, o CPM aplica a teoria da ubiquidade pa os crimes comissivos e omissivos, do mesmo modo que o CP. LEI PENAL NO ESPAÇO Art. 7º Aplica-se a lei penal milit, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em pte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. QUESTÃO: DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2001: Foram adotados os princípios da territorialidade e da extraterritorialidade pa a aplicação no espaço da lei penal castrense. Território nacional por extensão 1 Pa os efeitos da lei penal milit consideram-se como extensão do território nacional as aeronaves e os navios asileiros, onde quer que se encontrem, sob comando milit ou militmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada. /portalcreiramilit 5

6 Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros 2º É também aplicável a lei penal milit ao crime praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, desde que em lug sujeito à administração milit, e o crime atente contra as instituições milites Princípio da extraterritorialidade incondicionada (irrestrita) QUESTÃO: DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2004: O direito penal milit adota a teoria da extraterritorialidade irrestrita, sendo suficiente, pa a sua aplicação, que o delito praticado constitua crime milit nos termos da lei penal milit nacional, independentemente da nacionalidade da vítima ou do criminoso, do lug onde tenha sido cometido o crime ou do fato de ter havido prévio processo em país estrangeiro. Aplicação da lei penal milit quanto às pessoas Art. 22. É considerada milit, pa efeito da aplicação dêste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às fôrças madas, pa nelas servir em pôsto, graduação, ou sujeição à disciplina milit. ART. 3º - LEI 6880/80 1 Os milites encontram-se em uma das seguintes situações: a) na ativa: I - os de creira; /portalcreiramilit 6

7 II - os incorporados às Forças Armadas pa prestação de serviço milit inicial, durante os prazos previstos na legislação que trata do serviço milit, ou durante as prorrogações daqueles prazos; III - os componentes da reserva das Forças Armadas quando convocados, reincluídos, designados ou mobilizados; IV - os alunos de órgão de formação de milites da ativa e da reserva; V - em tempo de guerra, todo cidadão asileiro mobilizado pa o serviço ativo nas Forças Armadas. 2º Os milites de creira são os da ativa que, no desempenho voluntário e permanente do serviço milit, tenham vitaliciedade assegurada ou presumida. b) na inatividade: I - os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração da União, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização; e II - os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores estejam dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União. lll - os da reserva remunerada, e, excepcionalmente, os reformados, executando tefa por tempo certo, segundo regulamentação pa cada Força Armada. Art. 4º São considerados reserva das Forças Armadas: I - individualmente: a) os milites da reserva remunerada; e ativa. b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização pa a II - no seu conjunto: a) as Polícias Milites; e b) os Corpos de Bombeiros Milites. /portalcreiramilit 7

8 Defeito de incorporação Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal milit, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime. Milites dos Estados e competência da Justiça Milit da União EMENTA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. MPM. DECISÃO QUE REJEITA, COM BASE NA INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR, A DENÚNCIA EM FACE DE MILITARES ESTADUAIS QUE COMETERAM, EM TESE, CRIME MILITAR CONTRA MILITAR DAS FFAA. CASSADA A DECISÃO PARA DECLARAR COMPETENTE A JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO PARA JULGAR O FEITO. I - É da Justiça Milit da União a competência pa julg o crime que envolve milit federal e milit estadual, considerando que desperta o interesse da União, sendo seu papel tutel interesses da Federação como: manutenção da ordem, disciplina e hierquia nas Corporações Milites Estaduais e nas FFAA. Precedente Recurso Criminal nº , julgado em 3/2/2003. STM Num: UF: PE CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL E FEDERAL. LESÕES CORPORAIS CULPOSAS. POLICIAL MILITAR CONTRA CAPITÃO DO EXÉRCITO. BATALHÃO DE INFANTARIA. LOCAL SUJEITO À ADMINISTRAÇÃO MILITAR FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO. 1. Lesões corporais praticadas por policial milit contra capitão do exército, dentro de um batalhão de infantia, local sujeito à Administração milit federal, é crime milit de competência da Justiça Milit da União, em face da /portalcreiramilit 8

9 qualificação dos envolvidos e também pela proteção que merece o local onde acontecidos os fatos. 2. Aplicação da letra "a" do inciso II do t. 9º do Código Penal Milit. 3. Conflito conhecido pa decl competente o Juízo Auditor da 1ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Milit da União em São Paulo, o suscitado. Assemelhado Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Minha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina milit, em virtude de lei ou regulamento. Comandante Art. 23. Equipa-se ao comandante, pa o efeito da aplicação da lei penal milit, tôda autoridade com função de direção. Superior Art. 24. O milit que, em virtude da função, exerce autoridade sôe outro de igual pôsto ou graduação, considera-se superior, pa efeito da aplicação da lei penal milit. /portalcreiramilit 9