Indicador de Demanda por Crédito e Investimento do Micro e Pequeno Empresário Outubro/15

Transcrição

1 Indicador de Demanda por Crédito e Investimento do Micro e Pequeno Empresário Outubro/15 SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

2 INDICADOR DE DEMANDA POR CRÉDITO Em outubro de 2015, o Indicador de Demanda por Crédito do Micro e Pequeno varejista e prestador de serviços registrou 13,15 pontos, acima dos 11,11 pontos registrados no mês anterior. Quanto mais próximo de 100 o indicador marcar, maior é a propensão desses empresários buscarem crédito para o seu negócio; quanto mais próximo de zero, menor a propensão. Apesar da melhora, o indicador ainda ficou abaixo dos valores verificados em agosto (13,85 pontos) e em maio (16,36 pontos). Em termos percentuais, apenas 6,5% desses empresários manifestaram a intenção de contratar crédito nos próximos 30 dias; quando consideramos também um horizonte de 90 dias, o percentual sobe para 8,2%. O valor máximo alcançado pelo indicador foi de 16,36 pontos, observado em maio. Mesmo naquele mês, o resultado ficou muito distante dos 100 pontos. O baixo apetite para o crédito reflete as incertezas de uma economia em recessão: de acordo com IBGE, nos dois primeiros trimestres do ano, houve recuo do Produto Interno Bruto de 0,7% e 1,9%, na comparação com os trimestres imediatamente anteriores, enquanto os índices de confiança do consumidor e do comércio atingiram ambos seu mínimo histórico no mês de outubro. As condições macroeconômicas adversas acabam se refletindo também na confiança dos empresários. Apenas 32,6% afirmaram acreditar que o faturamento de sua empresa irá crescer nos próximos 6 meses, enquanto 23,4% esperam que o faturamento caia, em média, 30% nesse mesmo horizonte de tempo. Tal perspectiva de um cenário não tão otimista no curto prazo pode acabar influenciando a demanda por crédito do micro e pequeno empresário, fazendo com que ela se mantenha baixa. Para a maioria relativa dos micro e pequenos empresários (39,5%), tomar crédito é algo difícil ou muito difícil. Há também os que consideram fácil ou muito fácil conseguir crédito para sua empresa, totalizando 24,6% desses empresários. 17,1% não consideram nem fácil nem difícil. As modalidades de crédito mais difíceis de serem contratadas, de acordo com os entrevistados, são os empréstimos em instituições financeiras, mencionados por 32,9% dos micro e pequenos empresários, e o

3 financiamento em instituições financeiras (22,4%). Tal resultado pode estar sendo potencializado pela queda no estoque de concessão de crédito disponível na economia, já que em setembro, o crédito total PJ medido pelo Banco Central do Brasil mostrou retração anual de 0,6%. Entre os que avaliam como difícil a tomada de crédito, as taxas de juros muito altas (mencionada por 40,8% desses empresários) e o excesso de burocracia (36,7%) são as principais razões da dificuldade. Já entre os que consideram fácil tomar crédito, as principais razões são ter bom relacionamento com o banco (27,4%) e a documentação da empresa em (21,3%). INDICADOR DE PROPENSÃO A INVESTIR O Indicador que mede a propensão do micro e pequeno empresário varejista e prestadores de serviços a investir registrou 29,89 pontos em outubro de 2015, acima dos 26,61 pontos observados no mês anterior. Como no Indicador de Demanda por Crédito, quando mais próximo de 100 o indicador marcar, maior a propensão dos empresários a realizarem investimentos; quanto mais próximo de zero, menor. O gráfico abaixo mostra a evolução do Indicador de Propensão para Investimentos desde maio, quando a série histórica foi iniciada e observou-se o valor máximo, de 32,06 pontos. Em termos percentuais, 66,0% dos micro e pequenos empresários não pretendem investir nos próximos 90 dias. O número reflete a desconfiança provocada pelo cenário macroeconômico adverso, que combina recessão e pressão inflacionária, afetando os planos de expansão dos negócios. Nem mesmo o Natal irá contribuir para ampliar os investimentos em 2015: de acordo com uma pesquisa do SPC Brasil 1, 7 em cada 10 empresários não pretende investir no estabelecimento para o fim de ano, sendo a principal justificativa a falta de necessidade, já que 42% não vê aumento significativo da demanda. 1 Pesquisa do SPC Brasil de Intenção de Contratação de Mão de Obra para o Fim de Ano. Outubro de 2015.

4 O investimento em Mídia e propaganda e investimento em Ampliação de estoque foram os mais citados por aqueles empresários que pretendem investir. Ambos foram mencionados por 34,4% dos empresários. 31,7% pretendem investir na Reforma da empresa. A grande maioria desses empresários (71,8%) irá usar capital próprio para realizar os investimentos; 17,2% irão recorrer a Empréstimos em bancos ou financeiras. Finalidade do Investimento % Mídia/Propaganda 34,4% Ampliação de estoques 34,4% Reforma da empresa 31,7% Compra de equipamentos, maquinário, computadores 28,2% Conseguir manter a empresa aberta considerando as 15,0% dificuldades vividas com a crise econômica Ampliação/abertura de novas unidades da empresa 13,2% Contratação de novos profissionais 11,9% Qualificação da mão-de-obra 7,5% Ampliação de portfólio 6,2% Outros 5,3% Pesquisa, estudos, inovações tecnológicas 4,8% Prefere não responder 1,8% Somente para quem pretende investir METODOLOGIA A pesquisa abrange todo o território nacional e considera somente as empresas de micro e pequeno porte que atuam no Varejo e no Setor de Serviços. Seguindo o critério do Anuário do Trabalho Sebrae/Dieese, são consideradas microempresas aquelas com até 9 funcionários e pequenas empresas aquelas com 10 a 49 funcionários. A amostra é constituída de 800 empresas e foi desenhada com base no Anuário do Trabalho Sebrae/Dieese, da Pesquisa Anual de Comércio e Pesquisa Anual de Serviços, ambas do IBGE. Os entrevistados respondem a perguntas sobre os planos de investimento, elaboradas com o objetivo de saber se o empresário pretende investir nos próximos 90 dias. Para construção do indicador de demanda por crédito, pergunta-se, considerando-se um horizonte de até 90 dias, se o empresário pretende contratar algum crédito (empréstimo, financiamento ou outro) para sua empresa. Os entrevistados escolhem uma resposta entre seis alternativas, cada qual com seu peso: O indicador será uma média ponderada da frequência com que cada opção de resposta aparece.

5 Para construção do indicador de propensão para investirmos, aplica-se o mesmo procedimento. Também neste caso, o indicador será uma média ponderada da frequência com que cada resposta aparece. Respostas Pesos Com certeza sim 1 Provavelmente sim 0,75 Não sabe 0,5 Provavelmente não 0,25 Com certeza não 0