Projeto de Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE. Julho de 2010
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- Paulo de Almada Lagos
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1 Projeto de Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE Julho de 2010
2 Deficiência visual A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera deficiente visual a pessoa que é privada, em parte (segundo critérios préestabelecidos) ou totalmente da capacidade de ver.
3 Segundo o Artigo 5º do Decreto 5.296/04, Deficiência Visual é: Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 o ; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. (BRASIL, 2004, p.1).
4 Características A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa ou profunda (que compõem o grupo de visão subnormal) e ausência total de resposta visual (cegueira). (ENTREAMIGOS, 2010, p. 01).
5 Baixa Visão ou Visão Subnormal A baixa visão é o comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo após correção com uso de óculos ou lentes de contato, mas a pessoa utiliza ou é potencialmente capaz de utilizar a visão para planejamento e execução de alguma tarefa. (VEJAM, 2010).
6 Dentre o grupo de pessoas com visão subnormal há variações: alguns conseguem ler se o impresso for grande ou se estiver próximo a seus olhos (ou mesmo através de lentes de aumento), outros conseguem apenas detectar grandes formas, cores ou contrastes.
7 Cegueira A cegueira pode ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. A forma adquirida pode ser: aguda (perda visual de forma súbita) ou progressiva-crônica (perda visual de forma progressiva, na maioria dos casos lentamente).
8 Na cegueira congênita, os sujeitos já nascem com o potencial de se tornarem cegos, como, por exemplo, através de glaucoma congênito e catarata congênita.
9 A cegueira é considerada uma deficiência grave, pois é a perda de um dos sentidos mais úteis na relação do homem com o mundo.
10 Causas De maneira genérica, podemos considerar que em países em desenvolvimento, como o nosso, as principais causas de deficiência visual são: infecciosas, nutricionais, traumáticas e causadas por doenças como a catarata. Em países desenvolvidos, destacam-se as causas genéticas e degenerativas. Em qualquer processo, a visão das cores é a primeira sensação visual a ser comprometida e a última a ser recuperada.
11 De acordo com Chapman e Stone (1988), as causas mais frequentes de problemas de visão são: Catarata congênita Nistagmus Retinopatia Glaucoma congênito Atrofia óptica Miopia Estrabismo Aniridia Degenerações retinianas e alterações visuais corticais. Outras doenças, como diabetes, descolamento de retina ou traumatismos oculares.
12 Diagnóstico O diagnóstico é obtido através do exame realizado pelo oftalmologista, que pode lançar mão de exames subsidiários. Nos casos em que a deficiência visual está caracterizada, deve ser realizada avaliação por oftalmologista especializado em baixa visão, que fará a indicação de auxílios ópticos especiais e orientará a sua adaptação. (ENTREAMIGOS, 2010, p. 02)
13 Incidência Segundo a OMS Organização Mundial de Saúde, cerca de 1% da população mundial apresenta algum grau de deficiência visual. Mais de 90% encontra-se nos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a população com deficiência visual é composta de cerca de 5% de crianças, enquanto os idosos são 75% desse contingente. (ENTREAMIGOS, 2010, p.01).
14 Tratamento Alguns tipos de cegueira, como a causada pela catarata, podem ser tratados por meio de cirurgia, com posterior uso de lentes. Em outros casos, o tratamento é feito por meio de aplicações de laser, principalmente quando a retina estiver lesada. (UFRJ, 2010)
15 Como evitar A melhor forma de evitar a cegueira adquirida é observar hábitos de higiene, como a limpeza regular dos olhos e o cuidado no contato com animais, além de alimentação adequada. As vitaminas são fundamentais, e a mais importante é a vitamina A, que evita a xeroftalmia, doença caracterizada pelo ressecamento da córnea e que provoca a chamada cegueira noturna. (UFRJ, 2010)
16 Principais consequências da Baixa Visão, de acordo com Registro de Domínios (2010): Percepção Turva Os contrastes são poucos perceptíveis. As distâncias são mal apreciadas. Existe uma má percepção do relevo. As cores são atenuadas.
17 Escotoma Central e Visão Periférica Funciona apenas a retina periférica, que não é tão discriminativa, podendo ser necessária a ampliação da letra para efeitos de leitura. Em geral impede as atividades realizadas com proximidade dos elementos restantes, bem como da leitura. Apresenta acuidade visual baixa (cerca de 1/10).
18 Visão Tubular A retina central funciona, podendo a acuidade visual ser normal. A visão noturna é reduzida, pois depende funcionalmente da retina periférica. Mesmo podendo não limitar a leitura, é muito limitativa das atividades de autonomia.
19 Sistema Braille Para os deficientes visuais lerem e escreverem, há algumas possibilidades, como: a utilização de computadores com leitores de tela e/ou ampliadores de tela; materiais ampliados (no caso de visão subnormal); ou então utilização do sistema Braille de leitura e escrita.
20 O sistema Braille foi criado pelo francês Louis Braille e consiste em seis pontos em autorrelevo que combinados entre si formam as letras do alfabeto, os números, sinais de pontuação e alguns símbolos. Fonte:
21 Orientação e Mobilidade A deficiência visual prejudica a pessoa na locomoção e orientação no espaço, por isso, segundo Gil (2000, p.13): O desenvolvimento das habilidades de orientação e mobilidade, parte essencial do processo educacional de qualquer criança deficiente visual, precisa começar desde cedo, em casa, com o apoio dos pais. Depois, o treinamento continuará na escola, com o professor especializado.
22 É necessário que os deficientes visuais consigam orientar-se e locomover-se pelo espaço sem a superproteção de ninguém. Orientação e mobilidade são atividades que auxiliarão os deficientes visuais nessas questões, melhorando suas capacidades motoras, afetivas e até sociais.
23 Como lidar com estas pessoas? (BENGLA LEGAL) Nunca ajude sem perguntar antes como deve fazê-lo. Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, de preferência, indique as distâncias em metros. Fale em tom de voz normal.
24 Coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado ou em seu ombro, conforme a preferência da pessoa a ser guiada. É sempre bom você avisar antecipadamente a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e obstáculos em geral durante o trajeto.
25 Ao responder uma pergunta a uma pessoa cega, evite fazê-lo com gestos, levantando e abaixando a cabeça para dizer sim e mexendo para a direita e para a esquerda para negar ou dizer não, nem mesmo aponte algum lugar com seu dedo indicador, lembre-se sempre que a pessoa cega não está vendo seus gestos.
26 Por mais tentador que seja acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães têm a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído do seu dever de guia.
27 As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração que você trata todas as pessoas. Fique à vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas as usam com naturalidade. Quando for embora, avise sempre o deficiente visual.
28 No convívio social ou profissional, não exclua as pessoas com deficiência visual das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar. Proporcione às pessoas cegas ou com deficiência visual a mesma chance que você tem de ter sucesso ou de falhar.
29 Orientações para os professores É preciso em primeiro lugar que o professor enxergue o aluno deficiente visual como alguém que possui uma diferença sim, mas que também é dotado de uma série de potencialidades. É preciso que o professor veja o aluno como um todo e não apenas a sua deficiência.
30 É preciso que haja a tomada de consciência da importância de organizar as aulas daquela turma onde há o aluno deficiente visual, de forma que o mesmo possa participar com igualdade de direitos, mas seja respeitado em suas especificidades. 4AB7-9E29-5ED51C449245%7D_desenho10.jpg
31 Atualmente há diversos recursos didáticopedagógicos que podem ser utilizados na produção de material adaptado para esse perfil de aluno, como Braille, material em relevo, programas leitores e ampliadores de tela, dentre outros. a0ve0fj1je/s9i5vulaipi/aaaaaaaaa3a/svl Ctw09MBs/s400/Visual-Impairment-And-Social-Security-Disability.jpg
32 Material em relevo Nos textos encontramos muitas ilustrações que para um deficiente visual não fazem sentido algum, por isso é necessário descrevê-las para o aluno poder saber do que se trata. Quando a descrição de fórmulas ou figuras não é suficiente, é necessário recorrer a outros recursos, como fazer com cola colorida ou outros recursos em altorrelevo (fios de lã, sementes, entre outros) para que fique em diferentes texturas.
33 Form%20Machine.jpg Thermoform:espécie de copiadora para material adaptado. Os deficientes visuais podem e devem utilizar desenhos, mapas, gráficos, etc. Para isso, são confeccionadas matrizes dos mesmos, utilizando materiais com texturas diferenciadas (barbante, sementes, lixas, miçangas, entre outros), objetivando possibilitar a utilização dessas matrizes por diversas pessoas. As mesmas são reproduzidas no thermoform, que emprega calor e vácuo para produzir relevo em películas de PVC.
34 Programas leitores Para que o deficiente visual consiga utilizar o computador, ter acesso à internet de forma autônoma, existem algumas tecnologias que contribuem para este feito, são as Tecnologias Assistivas. Para o caso dos deficientes visuais, as tecnologias que mais utilizam são os leitores de tela, que transformam em voz o que surge na tela.
35 Principais leitores de tela Jaws: permite trabalhar com diferentes versões do Windows e com seus aplicativos, é utilizado também para acessar conteúdo web. virtual_vision.jpg Virtual Vision: também permite trabalhar com Windows e com seus aplicativos, bem como para navegação na internet. /udes/images/nvda_100x100white.png NVDA: trata-se de um software com código aberto, para o ambiente Windows. Disponibiliza síntese em diversos idiomas, incluindo o português - Brasil. Orca: este leitor de tela trabalha apenas com sistema operacional Linux. pe/default/orca2-sm.jpg
36 Ampliadores de tela /3/1CAD53_3.jpg Lupa Eletrônica para TV ou Lupa Eletrônica Manual: aparelho acoplado a um televisor que amplia, eletronicamente, material impresso. Pode-se utilizar este dispositivo para ler livros e mapas comuns, ampliando em até 60 vezes (alguns modelos) o tamanho do material. (CLIK, 2006; BENGALA BRANCA, 2005, apud SONZA, 2008). LentePro: através desse programa, o que aparece na tela é ampliado numa janela, permitindo assim que todos os detalhes sejam percebidos mesmo por aqueles com grau muito baixo de acuidade visual. (UFRJ, 2010)
37 Pessoas ilustres Andrea Bocelli, cantor (cegueira) Louis Braille, (cegueira) Dorina Nowill, presidente de fundação (cegueira) OI/AAAAAAAAABw/WmJYHcJ3t0M/s1600/Andre a_bocelli.jpg YHqjRlh0TI/AAAAAAAAAsc/uC7bKaSZGb Q/s400/braille1.jpg
38 Demócrito, filósofo (cegueira) Homero, poeta épico grego (cegueira) Galileu Galilei, cientista (cegueira) on5wi/aaaaaaaaado/rz8wzgil1im/s320/de mocrito /files/2008/12/galileugalilei.jpg
39 Filmes Desafio sem limites 1996 À primeira vista 1999 Dançando no escuro 2000 A Sinfonia Pastoral 1946 Jennifer 8 - A próxima vítima 1992 Um clarão nas trevas 1967 Quando só o coração vê 1965 O Sino de Anya 1999 Perfume de mulher 1992 Além dos meus olhos
40 Referências BENGALA Legal. Como Lidar com Pessoas com os Diversos Tipos de Deficiência. < Acesso em 12 jul BRASIL, Decreto 5.296/04. Disponível em: < Acesso em: 07 jul CHAPMAN e STONE, Deficiência Visual RNIB Disponível em: < Acesso em 07 jul ENTREAMIGOS. Informações Básicas sobre Deficiência Visual. Disponível em: < 0sobre%20deficiencia%20visual.pdf> Acesso em 07 jul GIL, Marta (org.). Deficiência visual. Brasília: MEC; Secretaria de Educação a Distância, p. (Cadernos da TV Escola) Disponível em: < Acesso em: 12 jul REGISTRO de Domínios. Deficiência Visual. Disponível em: < Acesso em: 09 jul SONZA, Andréa Poletto. Ambientes Virtuais Acessíveis sob a Perspectiva de Usuários com Limitação visual. Porto Alegre, f. + Anexos. Tese (Doutorado em Informática na Educação) Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós- Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, VEJAM.com.Br. Baixa Visão. Disponível em: < Acesso em: 08 jul UFRJ. Cegueira. Disponível em: < Acesso em: 08 jul UFRJ. LentePro - versão Manual de Operação. Disponível em: < Acesso em: 13 jul
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