TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Tamarindus indica L.
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1 TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Tamarindus indica L. Autor(es): Apresentador: Orientador: Revisor 1: Revisor 2: Instituição: TRZECIAK, M. B.; NEVES, M. B. das; VINHOLES, P. S.; VILLELA, F. A. Mário Borges Trzeciak Francisco Amaral Villela Katiane Rosa Gomes Cibele dos Santos Ferrari FAEM/UFPel TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Tamarindus indica L. 1 TRZECIAK, M. B.; 2 NEVES, M. B. das; 3 VINHOLES, P. S.; 4 VILLELA, F. A.; 1 Acadêmico do PPG em C&T Sementes FAEM/UFPel; 2 Acadêmico do curso de Agronomia; 3 Acadêmica do curso de Agronomia, Bolsista PIBIC-CNPq, FAEM/UFPel; 4 Eng. Agrícola, Dr. Professor Associado do Departamento de Fitotecnia FAEM/UFPel. Campus Universitário s/n, C. Postal 354, CEP , Pelotas, RS. mtrzeciak.faem@gmail.com 1. INTRODUÇÃO O tamarindo, Tamarindus indica L., é um fruto originário das savanas africanas, embora o cultivo e a exportação sejam explorados principalmente pela Índia. No Brasil, difundido e cultivado há séculos, o tamarindeiro é uma árvore que, devido a grande beleza e produção de sombra, é muito apreciada como ornamental e para urbanização, nas cidades e estradas. O tamarindeiro é uma árvore maciça, de crescimento lento e de longa vida, sob condições favoráveis, pode alcançar uma altura de 30m, um diâmetro de coroa de 12m e uma circunferência de tronco de 7,5m. As flores são de coloração quase branca ou rosada, agrupadas em cachos irregulares, nos ápices dos ramos. O fruto é uma vagem indeiscente, achatada, oblonga nas extremidades, reta ou curva, contraída ao nível das sementes e cor castanho escuro. O epicarpo é crustáceo, espesso em torno das sementes, amarelo escuro e de sabor ácido-adocicado. Está é uma espécie economicamente importante, encontra-se em muitos países da Ásia, África e América do Sul. É uma cultura ideal para regiões semiáridas, especialmente nas áreas com eminência de seca prolongada. O tamarindeiro pode tolerar 5-6 meses de condições de seca, mas não tolera geada ou de longos períodos de chuva. Tem uma extensão de vida de anos, e pode render kg de vagem por árvore saudável por ano, em 20 anos de idade.
2 Seu tronco fornece madeira de boa qualidade para construção civil, embora difícil de trabalhar pela sua resistência. O fruto, de sabor refrescante, ácido, adstringente e, ao mesmo tempo um pouco doce, é bastante conhecido e muito utilizado para fabricação de balas, refrescos, licores e sorvetes. Na indústria farmacêutica, o tamarindo encontra utilização em preparados laxativos e em aromatizantes. Na medicina popular também é amplamente empregado como laxante, inclusive para tratar crianças, já que seu consumo raramente oferece riscos. As sementes servem como forragem para animais domésticos e processadas são utilizadas como estabilizantes de sucos, de alimentos industrializados e como goma (cola) para tecidos ou papel. O óleo extraído delas é alimentício e de uso industrial. O fruto do tamarindeiro leva 245 dias para atingir o ponto de colheita. O peso médio do fruto varia entre 10 e 15 g dividido em, aproximadamente, 30% de polpa, 40% de sementes e 30% de casca. A semente do tamarindo é uma potencial fonte de proteínas. Devido a sua riqueza em aminoácidos sulfurados, as pessoas podem utilizá-lo como componente de um regime protéico à base de cereais. No entanto, sua baixa digestibilidade dificulta a sua valorização para ser utilizado na alimentação humana. A matéria seca das sementes de tamarindo contem 4 a 11% de lipídios e 65 a 70% de polissacarídeos e amilopectina, também são ricos em elementos minerais, sendo os principais o potássio e o cálcio. O rendimento da árvore do tamarindeiro varia consideravelmente de região para região, e é dependente dos fatores genéticos e ambientais. A produção de frutos pode também ser cíclica com produção abundante a cada três anos. Uma árvore nova pode produzir de 20 a 30 kg de fruta em um ano, e uma árvore adulta pode produzir mais de 150 a 200kg de frutas em um ano. O rendimento da produção pode sofrer um declínio após 50 anos. Uma vez que a produção de frutos não mais se restabelecer durante alguns anos, a árvore deverá ser colhida para utilização da madeira. Tendo em vista a importância da cultura em questão, o presente trabalho teve por objetivo avaliar diferentes métodos para superação para dormência em sementes de Tamarindus indica L., bem como o crescimento das plântulas. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da Universidade Federal de Pelotas RS. Foram colhidos frutos de diferentes árvores, em Fortaleza CE, separadas as sementes e homogeneizadas. Utilizou-se quatro tratamentos, sendo T1 testemunha, T2 embebido em água destilada por 24 horas, T3 escarificado manualmente com lixa número 100 (com o objetivo de remover parte do tegumento das sementes e facilitar a absorção de água) e T4 embebido em água destilada por 24 horas e escarificado. As sementes, dentro de cada tratamento, foram individualizadas e semeadas em copos plásticos contendo substrato marca Plantmax. Após foram levadas a câmara de germinação com temperatura constante de 25º C. As avaliações realizadas foram: germinação, considerando o percentual de plântulas normais; índice de velocidade de emergência (IVE), de acordo com Maguire, 1962, e; comprimento da parte aérea, de acordo com Krzyzanowsky, 1999.
3 Observou-se os tratamentos diariamente, para os dados de germinação e IVE, e aos 10, 20 e 30 dias após a semeadura, para comprimento de parte aérea. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pode-se observar, na figura 1, a influência dos diferentes tratamentos aplicados as sementes de tamarindo, de forma que o tratamento 3 mostrou-se mais eficiente que os demais. Observa-se também que os tratamentos 1 e 2 apresentaram-se de forma similar. 70,0 60,0 Germinação (%) 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 T 1 T 2 T 3 T 4 Tratamentos Figura 1. Percentual de germinação dos diferentes tratamentos. A representação esquemática da figura 2 demonstra o índice de velocidade de emergência das plântulas, evidenciando o resultado dos diferentes tratamentos para superação de dormência em relação a testemunha.
4 IVE 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 T 1 T 2 T 3 T 4 Tratamentos Figura 2. Índice de velocidade de emergência dos diferentes tratamentos para superação de dormência. O comprimento da parte aérea das plântulas pode ser observado na figura 3, onde é evidenciado o comportamento dos diferentes tratamentos, sendo o tratamento 3 superior aos demais. 25,0 Comprim. parte aérea (cm) 20,0 15,0 10,0 5,0 Trat 1 Trat 2 Trat 3 Trat 4 0, Dias após a semeadura Figura 3. Representação do comprimento da parte aérea das plântulas dos diferentes tratamentos. 4. CONCLUSÕES De acordo com os resultados, pode-se concluir, que dentre os tratamentos para superação de dormência empregados, o tratamento 3, em que foi utilizado escarificação mecânica, apresentou-se superior aos demais tratamentos. Desta
5 forma indica-se a escarificação mecânica como método para superação de dormência em sementes de tamarindo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, R.E.; MENEZES, J.B.; HOLLAND, N.; CHITARRA, A.B.; CHITARRA, M.I.F. Tamarindo (Tamarindus indica L.): caracterização pós-colheita do fruto procedente de clima semi-árido do nordeste. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 15, n. 1, p , GROLIER, C.; DEBIEN, C.; DORNIER, M.; REYNIER, M..Principales caracteristiques et voies de valoresation du tamarin, Fruits, Paris, v. 53, p , KRZYZANOWSKY, F. C.; VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. de B. Vigor de sementes: conceitos e testes. Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, Londrina, p. MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigour. Crop Science, Madison, v.2, n.1, p , SILVA, G. G; PRAÇA, E.F.; JUNIOR, J.G.; ROCHA, R.H.C.; COSTA, M.L.; Caracterização física e química de tamarindo (Tamarindus indica l) em diferentes estádios de maturação. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n.2, p , SAMPAIO, V.R. Propagação por enxertia da goiabeira (psidium guajava L.), do Tamarindeiro (Tamarindus indica L.) e da Jaqueira (Artocarpus heterophyllus LMB.). Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 8, n. 1, p , 1986.
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