QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE BERGAMOTAS PONKAN SUBMETIDAS AO EFEITO DE DANOS MECÂNICOS NA SAFRA 2016
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1 QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE BERGAMOTAS PONKAN SUBMETIDAS AO EFEITO DE DANOS MECÂNICOS NA SAFRA 2016 Autores: Augusto Martins da SILVA, Fernando Cerbaro PALHANO, Thainá Raupp DUARTE, Catherine AMORIN 2, Daniela TOMAZELLI, Bruna Miranda COSTA, Dienifer Evaldt SELAU, Eduardo SEIBERT Identificação autores: Augusto Martins da SILVA Bolsista PIBIC edital n º 504/2014 PIBIC-EM/CNPq/IFC - Eduardo SEIBERT - Orinetador-Campus Santa Rosa do Sul / eduardo.seibert@santarosa.ifc.edu.br Resumo As frutas sofrem danos mecânicos desde o campo até a mesa do consumidor, como cortes, quedas e abrasão danificando o tecido, que ocasionam lesões irreparáveis, reduzindo a vida útil e posterior desvalorização do produto comercial. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de danos mecânicos na qualidade pós-colheita de bergamotas Ponkan sob diferentes intervalos de armazenagens refrigeradas. Os frutos foram colhidos no estádio de maturação DE VEZ do pomar do IFC-Santa Rosa do Sul, na safra Após colhidos os frutos foram higienizados com hipoclorito 0,05%, secados, selecionados e individualizados aleatoriamente em bandejas com 15 frutos, sendo após aplicados os tratamentos de danos mecânicos por queda, corte e abrasão. Os tratamentos foram armazenados em uma câmara fria a temperatura de 7 o C, dentro de caixas de papelão. Análises ocorreram na colheita e após 15, 30, 45 e 60 dias de armazenagem para perda de massa fresca (%), conteúdo de suco (%), sólidos solúveis (ºBrix), acidez titulável (% ácido cítrico). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com esquema fatorial 4x5 referentes a 4 danos mecânicos e 5 datas de avaliação, com 15 repetições por tratamento e data de avaliação sendo o fruto a unidade experimental. Os danos mecânicos aplicados em bergamotas Ponkan afetaram de forma diferente os parâmetros de maturação. O dano por abrasão causou maior desidratação, enquanto o dano por queda causou menor suculência. Os frutos submetidos a danos mecânicos por corte apresentaram menor acidez. Introdução
2 Sabe-se que os índices de perdas pós-colheita no Brasil são elevados devido a fatores como transportes, distâncias percorridas e o alto custo da implantação de uma infraestrutura de pós-colheita adequada. Conhecer e controlar estas alterações é essencial para conservar a vida útil desses produtos. Os danos mecânicos são uma das principais causas de perdas de pós-colheita de frutas e hortaliças, causando alterações metabólicas e fisiológicas. Desta forma, a importância de estudar e entender este processo para reduzir perdas pós-colheita. Dentre os danos os produtos vegetais estão sujeitos à compressão, corte e impacto. O dano por impacto é geralmente causado pela colisão do fruto contra superfícies sólidas durante as etapas de colheita, de manuseio e de transporte. O dano por compressão pode ser causado pela aplicação de pressão variável contra a superfície externa do fruto. O dano por corte ocorre pela colisão do fruto contra uma superfície irregular, entre outros. Estes danos mecânicos podem alterar as reações bioquímicas do produto, modificando lhe a coloração, o sabor e a textura dos vegetais (MATTIUZ et al., 2002). Com estas considerações, este trabalho avaliou a aplicação de danos mecânicos por impacto, compressão e corte e seus efeitos na conservação e qualidade pós-colheita de bergamotas Ponkan. Material e métodos O experimento foi realizado com bergamotas Ponkan colhidas da coleção de frutas cítricas do Câmpus Santa Rosa do Sul do IFC na safra Após colhidos os frutos foram higienizados com hipoclorito 0,05%, secados, selecionados e individualizados aleatoriamente em bandejas com 15 frutos, sendo após aplicados os tratamentos de danos mecânicos por queda, corte e abrasão. Frutos sem danos mecânicos formaram o tratamento testemunha. No tratamento queda os frutos foram deixados cair de uma altura de 1 metro duas vezes. No tratamento corte foi feito um corte na casca de 2 centímetros de comprimento com profundidade de 2 milímetros na região equatorial do fruto. No tratamento abrasão foi realizada uma raspagem de 2cm de comprimento na casca dos frutos com a lâmina de uma faca de serra. Os tratamentos
3 foram armazenados em uma câmara fria a temperatura de 7 o C, dentro de caixas de papelão envoltos por bolsas plásticas. Análises ocorreram na colheita (0 dias) e após 15, 30, 45 e 60 dias de armazenagem para perda de massa fresca (%), conteúdo de suco (%), sólidos solúveis (ºBrix), acidez titulável (% ácido cítrico) e a incidência de fungos. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com esquema fatorial 4x5 referentes a 4 danos mecânicos e 5 datas de avaliação, com 15 repetições por tratamento e data de avaliação sendo o fruto a unidade experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância, seguida por separação de médias pelo teste de Tukey (0,05%). Resultados e discussões A desidratação foi baixa em todos os tratamentos (Gráfico Ia). Diferenças significativas ocorrem apenas após 60 dias de armazenagem quando frutos submetidos a abrasão apresentaram maior perda de massa fresca. Gráfico I. Perda de massa fresca (%) (a) e conteúdo de suco (%) (b) de bergamotas Ponkan ao longo d e 60 dias de armazenamento a 7ºC. A suculência de bergamotas Ponkan oscilou entre os tratamentos nas diferentes datas de avaliação (Gráfico Ib). Os frutos submetidos a queda apresentaram menos suco comparado a testemunha após 15, 30, 45 e 60 dias em frio. Os frutos do tratamento corte apresentaram menos suco que os testemunha na análise após 45 dias em frio. Apesar de não haver diferenças significativas, os frutos submetidos a abrasão apresentaram uma tendência de menor suculência aos 15, 30 e 60 dias em frio.
4 Ao longo da armazenagem diferenças nos teores de sólidos solúveis entre os tratamentos ocorrem após 45 dias de armazenagem quando os frutos do tratamento testemunha apresentaram maior valor de sólidos solúveis que os frutos submetidos aos danos mecânicos (Gráfico IIa). Gráfico II. Sólidos solúveis (a) e acidez (% Ác. Cítrico) de bergamotas Ponkan ao longo de 60 dias de armazenamento a 7ºC. A acidez oscilou e diminuiu em todos os tratamentos ao longo dos períodos de armazenagem (Gráfico IIb). Frutos submetidos ao tratamento queda, na média, apresentaram menor acidez que os demais tratamentos, que foi significativamente menor que a testemunha após 15 e 45 dias e armazenagem. Esta diminuição na acidez reflete em menor tempo de conservação, visto que os ácidos são usados como substrato respiratório e sua diminuição pode indicar uma maior taxa respiratória. Considerações finais Os danos mecânicos aplicados em bergamotas Ponkan afetaram de forma diferente os parâmetros de maturação. O dano por abrasão causou maior desidratação, enquanto as bergamotas submetidas a danos por queda apresentaram menor suculência. Os frutos submetidos a danos mecânicos por corte apresentaram menor acidez.
5 Agradecimentos Ao CNPq, pelo financiamento de bolsa de iniciação científica tecnológica no EDITAL n º 504/2014 PIBIC-EM/CNPq/IFC. REFERÊNCIAS MATTIUZ, B.H.; BISCEGLI, C.A.; DURIGAN, J.F. Aplicações da tomografia de ressonância magnética nuclear como método não-destrutivo para avaliar os efeitos de injúrias mecânicas em goiabas Paluma e Pedro Sato. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.24, n.3, p , 2002.
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