CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE GOIABA 'PALUMA' SOB ATMOSFERA MODIFICADA E REFRIGERAÇÃO
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1 CONSERVÇÃO PÓS-COLHEIT DE GOI 'PLUM' SO TMOSFER MODIFICD E REFRIGERÇÃO driane Luciana da Silva, Maria uxiliadora Coêlho de Lima, Suellen Soraia N. zevedo INTRODUÇÃO O rasil é um dos principais produtores mundiais de goiaba. Em, a produção brasileira foi de 8. t, sendo que o Nordeste produziu.6 t, das quais 8.77 t foram produzidas no estado de Pernambuco e 9.9 t, na ahia (grianual, ). Especificamente nas áreas irrigadas do Nordeste brasileiro, a cultivar Paluma, que pode atender tanto ao processamento quanto ao consumo in natura, é a mais cultivada (Zambão & ellintani Neto, 998; José et al., ). O principal destino da produção brasileira de goiaba é o mercado interno. Segundo Choudhury et al. (), apenas,6% do total produzido é exportado. Um dos fatores que limitam sua exportação é a intensa atividade metabólica desse fruto durante a maturação. Sua alta perecibilidade reforça a necessidade de estudos pós-colheita que visem retardar esses eventos metabólicos. O da temperatura é um procedimento eficiente para prolongar a vida útil da maioria dos frutos. O resultado se deve ao fato de que a redução da temperatura diminui a atividade metabólica dos frutos (Chitarra & Chitarra, 99). Essa resposta pode ser ampliada quando, associada à refrigeração, emprega-se a atmosfera modificada (). modificação da atmosfera de armazenamento consiste em reduzir a concentração de oxigênio (O ) e aumentar a de gás carbônico (CO ) em relação aos níveis existentes no ar com a finalidade de reduzir a taxa respiratória. Geralmente, filmes poliméricos são utilizados para modificar a atmosfera. Esses filmes, devido a propriedades de permeabilidade específicas, promovem o acúmulo de CO e a redução do nível de O em torno do fruto (Chitarra & Chitarra, 99). Contudo, devem ser observados os limites de tolerância dos frutos a altas concentrações de CO já que esse gás pode alcançar níveis de toxicidade, resultando em respiração anaeróbia. Uma vez que cada fruto tolera diferentes concentrações de CO, é necessário estudar a tolerância de cada espécie ou mesmo cultivar, considerando-se que vários fatores estão envolvidos, entre eles estão a taxa de respiração do fruto, a temperatura de armazenamento, o material da embalagem e o tempo de exposição à composição gasosa do interior dessa embalagem. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a eficiência do emprego da, através de filme de polietileno de baixa densidade (PED), em goiaba 'Paluma', durante o armazenamento refrigerado. MTERIL E MÉTODOS Goiabas da cultivar Paluma, adquiridas de um pomar comercial em Petrolina-PE, foram colhidas no estádio de maturação (cor da casca verde clara) (rasil, ), selecionadas e submetidas aos seguintes tratamentos:. Tempo de armazenamento:, 5,,, 5, 7 e 8 dias, sendo que os frutos foram mantidos sob refrigeração (,5±,ºC e 7±5% UR) até o º dia, quando foram transferidos para
2 temperatura ambiente (6,±,ºC e 5±% UR) por até 8 dias e. Uso de, através de sacola de PED, durante o armazenamento refrigerado, comparada ao. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 7 X (tempo de armazenamento x uso de ), com repetições compostas de frutos. s variáveis estudadas foram: perda de massa: obtida através da diferença entre a massa do fruto no dia da colheita e na data de cada avaliação, sendo os resultados expressos em porcentagem; aparência: avaliada através de escala subjetiva de notas (- ausência de defeitos; - menos de 5% da superfície da fruta comprometida com manchas escuras e/ou depressões; - comprometimento de mais de 5% e menos de %; - mais de % e menos de % e - mais de % e/ou presença de fungos); cor da casca: avaliada através de escala de notas, variando de (totalmente verde) a 5 (amarela) (rasil, ); firmeza da polpa: medida através de penetrômetro manual com ponteira de 8 mm de diâmetro, expressando-se os resultados em Newtons; sólidos solúveis totais (SST): determinado colocando-se uma a duas gotas da amostra filtrada em refratômetro, em que o resultado é expresso em ºrix (OC, 99) e acidez total titulável (TT): obtida a partir de g da amostra diluída em 5 ml de água destilada, utilizando o indicador fenolftaleína e NaOH,N como titulante, e expressa em percentagem de ácido cítrico (IL, 985). RESULTDOS E DISCUSSÃO perda de massa foi crescente com o decorrer do tempo de armazenamento (Figura ), sendo que os valores observados nos frutos submetidos a foram aproximadamente % menores que aqueles registrados nos frutos do (Figura ). Essa resposta é comumente observada em diferentes frutos armazenados sob (Jacomino et al., ). 6 y = -,x +,66x - 6,88x +,578 R =,99 ** 5 Perda de massa (%) Perda de massa (%) 9 6 Firmeza da polpa (N) 9 6 y = -7,9x + 7,56 R =,878 ** Firmeza da polpa (N)
3 TT (% ácido cítrico),,9,8,7 y =,9x +,79 R =,787 ** TT (% ácido cítrico),9,8,7,6 8 6,6 5 SST (ºrix) 8 6 y = não ajustado R <,7 y =,6x -,5x + 7,97 R =,8 ** 8 6 (y) (y) Cor (escala de notas: a 5) y = -,5x +,5x -,67x +,5 R =,955 ** y =,x -,58x +,7 R =,87 ** 8 6 (y) Figura. Perda de massa ( e ), firmeza da polpa (C e D), acidez total titulável - TT - (E e F), teor de sólidos solúveis totais - SST - (G) e cor da casca (H) de goiaba 'Paluma' durante dias de armazenamento refrigerado (,5±,ºC e 7±5% UR), seguidos de temperatura ambiente (6,±,ºC e 5±% UR) por até 8 dias ou sob influência do uso de atmosfera modificada -. Nas figuras, D e F, estão representados os valores médios dos tratamentos e durante o tempo. Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste F (P<,). firmeza da polpa decresceu ao longo do tempo (Figura C), porém os frutos armazenados sob apresentaram-se cerca de 56% mais firmes que os do (Figura D). Segundo Hertog et al (), o efeito da sob a firmeza está relacionado à limitada troca de gases entre o interior da embalagem e o meio externo. Os autores verificaram que a redução de O no meio restringe a respiração e, consequentemente, o fornecimento de energia, que é necessário para a evolução normal do amaciamento. TT aumentou de,7%, no dia da colheita, para,86% de ácido cítrico, ao final do armazenamento (Figura E). Em relação ao emprego da, os frutos apresentaram-se menos ácidos que os frutos do (Figura F). Em outras cultivares de goiaba, apesar da TT diminuir após a colheita, conforme verificado por Jacomino et al. (), as diferenças entre os valores inicial e final são comparáveis à observada neste estudo, não representando variações no sabor que possam ser facilmente percebidas pelo consumidor. O teor de SST dos frutos mantidos sob aumentou constantemente (Figura G). os 8 dias, havia ainda perspectiva de que o teor de SST pudesse estabilizar por algum tempo ou até mesmo aumentar. Nos frutos do, a partir do 5º dia, já se verificava uma queda de aproximadamente % no teor de SST, indicando início da senescência ou utilização desses compostos para manter a atividade respiratória do órgão. cor dos frutos do evoluiu mais rapidamente para o amarelo, representado pela nota 5 observada aos 7 dias, enquanto os frutos sob ainda apresentavam nota (mate), naquela ocasião (Figura H). O aparecimento de defeitos superficiais começou a ser registrado a partir do 5º dia (Figura ). os (y)
4 7 dias, os frutos ainda apresentavam nota superior a (considerada como limite inferior para aceitação comercial da goiaba). os 8 dias, a nota média observada era de,5, limitando assim o potencial de venda do produto ao 7º dia. Porém, o uso da representou uma melhoria na aparência dos frutos, que apresentaram nota aproximadamente 5% superior à dos frutos do (Figura ). 5 parência (escala de notas: a ) y = -,9x +,76x +,965 R =,97 ** parência (escala de notas: a ) 8 6 Figura. parência de goiaba 'Paluma' durante dias de armazenamento refrigerado (,5±,ºC e 7±5% UR), seguidos de temperatura ambiente (6,±,ºC e 5±% UR) por até 8 dias (), e sob influência do uso de atmosfera modificada - - (). Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste F (P<,). CONCLUSÕES aseado nos resultados obtidos de perda de massa, aparência, cor, firmeza da polpa, SST e TT, conclui-se que a goiaba 'Paluma' apresentou melhor qualidade para comercialização e consumo quando armazenada em atmosfera modificada. REFERÊNCIS ILIOGRÁFICS GRINUL. nuário da gricultura rasileira. São Paulo: FNP Consultoria & groinformativos.. 96p. OC. Official methods of analysis of the ssociation of the gricultural Chemistis. a. ed. Washington: OC, 99. 5p. RSIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Infra-Estrutura Hídrica. Goiaba. rasília,. 8p. il. (MI-SIH-DPH. Distrito Federal. Frutiséries; ). CHITRR, M. I. F.; CHITRR,.. Pós-Colheita de Frutos e Hortaliças: Fisiologia e Manuseio. Lavras: Escola Superior de gricultura de Lavras p. CHOUDHURY, M. M.; COST, T. S. da; RÚJO, J. L. P. gronegócio da goiaba. In: CHOUDHURY, M. M. (Ed.). Goiaba: Pós-Colheita. rasília: Embrapa Informação Tecnológica; Petrolina, PE: Embrapa Semi-Árido,. p.9-5. (Frutas do rasil; 9). HERTOG, M. L.. T. M.; NICHOLSON, S. E.; NKS, N. H. The effect of modified atmosphere on the rate of firmness change in 'raeburn' apple. Postharvest iology and Technology, msterdam, v., n., p.75-8,. IL. INSTITUTO DOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. v.. São Paulo. 985, 7p. JCOMINO,. P., MRTÍNEZ OJED, R.; KLUGE, R..; SCRPRE FILHO, J.. Conservação de goiabas tratadas com emulsões de cera de carnaúba. Revista rasileira de Fruticutura, v.5, n.., p.-5,
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