Construção Sustentável no projecto Ponte da Pedra

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1 Habitação e Reabilitação Urbana Construção Sustentável no projecto Ponte da Pedra O novo paradigma da política social da habitação Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades Publicação da Responsabilidade de _ NRAU Novo Regime de Arrendamento Urbano Distribuição Gratuita_ Janeiro de 2008_ nº1

2 índice _1 _2 _8 _9 _14 _17 editorial habitação Entrevista ao Prof. Dr. João Ferrão Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades IHRU Apresentação do novo IHRU Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana habitação Plano Estratégico de Habitação habitação Programa FeiraJovem Habitação a Custos Controlados reabilitação urbana Prémio INH/IHRU, Prémio RECRIA e Prémio ACESSIBILIDADE _22 _26 _30 _38 _33 _42 inovação Habitação Sustentável no projecto Ponte da Pedra reabilitação urbana Bairro das Alagoas reabilitação urbana Projecto Rabo de Peixe habitação social Bairros Críticos: Cova da Moura, Lagarteiro, Vale da Amoreira arrendamento NRAU - Novo Regime de Arrendamento Urbano arrendamento Porta 65 - Jovem ficha técnica Director: Eng. Nuno Vasconcelos Projecto e Produção: Dr. Luís Macedo e Sousa Design Gráfico e Paginação: Maria Alexandra Silva Conteúdos: redacção da Causas Comuns Impressão e Acabamento: Gráfica Europam Tiragem: exemplares Depósito Legal: /07 nº1_janeiro 2008 Causas Comuns é uma publicação periódica do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana

3 editorial A Habitação e tudo o que significa enquanto conceito civilizacional e de promessa de dignidade humana, e a Reabilitação Urbana, num sentido de redescoberta, identificação e memória são, tendem a ser cada vez mais Causas Comuns. O novo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana corresponde à necessidade e expectativa de encontrar respostas adequadas à medida dos desafios que se colocam no que à habitação se refere. Uma habitação acessível, adequada e integrada na malha urbana, contribui para cidades mais justas, como muito bem afirmou o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades. Perceber que a sociedade evolui e como evolui, as novas necessidades dos agregados habitacionais, criar oportunidades para os mais jovens e, genericamente, para os que vivem com maiores dificuldades, assumir o papel que deve ter a Reabilitação Urbana, são domínios passíveis de se estabelecer com ambição e compromisso com todos, como foi recentemente evidenciado na Quinzena da Habitação que decorreu sob a égide da Presidência Portuguesa da União Europeia. É a isso que se refere este projecto informativo agora iniciado uma aposta na partilha de experiências e informação, de abertura ao conhecimento renovado e plural. Esperamos que venha a merecer o seu agrado. O PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO contactos SEDE Av. Columbano Bordalo Pinheiro, nº 5, LISBOA Telefone_ FAX_ DELEGAÇÃO Rua D. Manuel II, nº 296 6º, PORTO Telefone_ FAX_ SIPA Sistema de informação para o Património Forte de Sacavém Rua do Forte do Monte Cintra SACAVÉM A Correspondência para esta publicação deve ser enviada para: Direcção de Informação, Estudos e Comunicação do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana Av. Columbano Bordalo Pinheiro, n.º 5, LISBOA

4 habitação Integrar a habitação na política das cidades, passar do velho paradigma da habitação social para o novo paradigma da política social da habitação, ou ainda uma política de Habitação nunca pode ser uma política de Obras Públicas são afirmações de João Ferrão, Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades que esclarece algumas das linhas de orientação do Governo para o sector.

5 Causas Comuns_ Jan2008_03 Colocar a Habitação no centro do debate político Prof. João Ferrão_Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades texto_carlos Peralta fotos_filipe Guerra Quais são as linhas de fundo do Governo para o sector da Habitação? Há duas linhas de fundo fundamentais. Em primeiro lugar, colocar a Habitação no centro do debate político e, em segundo lugar, ter uma visão diferente da que tem dominado até agora esse debate. Pode concretizar? Primeiro, colocar a questão da habitação no debate político dado que perdeu relevância nos últimos anos, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista mediático. Os primeiros resultados do diagnóstico do Plano Estratégico da Habitação mostram que este assunto merece um relevo que não tem tido. Esta política cria também exigências particulares quanto aos modelos de financiamento que queremos, num contexto de crescente contenção orçamental e em que não há acesso a fundos estruturais, porque a Habitação não corresponde a uma competência específica da União Europeia. E quanto à visão diferente? Tradicionalmente, em Portugal (e noutros países), a Habitação esteve integrada em Ministérios das Obras Públicas e correspondia a uma política relativamente autónoma. Com a actual configuração, integramos esta questão no Ministério do Ambiente e do Desenvolvimento do Território e especificamente na Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades.Tenho ouvido comentários ao facto de não haver Secretaria de Estado da Habitação o que pode parecer contraditório com a afirmação de termos de pôr a habitação no centro do debate político. Esta organização revela a nossa visão. A Habitação, os seus problemas e soluções devem ser formuladas e concretizadas tendo por enquadramento uma política mais genérica: a política das cidades. Além disso, a política da Habitação tem de se articular fortemente com outras políticas, a da mobilidade, a da acessibilidade para todos, a da construção sustentável. Portanto, pressupõe uma grande cooperação interministerial. Da habitação social à política social da habitação. Qual é a mudança de fundo? Temos de passar do velho paradigma da habitação social para o novo paradigma da política social da habitação. Não é apenas um jogo de palavras, é uma visão diferente. Depois podemos ver os vários instrumentos que têm sido produzidos e as iniciativas desenvolvidas, de certa maneira experimentais, que ilustram e aprofundam este novo tipo de intervenção.

6 habitação Quais foram as prioridades no âmbito dessas alterações? Esta política social da habitação tem formas de intervenção, públicos-alvo, modelos de governação e de financiamento que são distintos dos anteriores. Exige instituições,instrumentos próprios e dispositivos de monitorização, de avaliação das políticas e de informação ao cidadão. Temos um pacote de intervenções que permitem consolidar essa política. A primeira componente é a institucional, caso do IHRU. (Ver caixa) Até agora, nunca foi elaborado um Plano Estratégico da Habitação, o que está a acontecer agora. Como vê o Governo esse plano? A execução da política de habitação privilegia o nível local, é uma política de proximidade. Quem está no terreno, quer do lado dos beneficiários, quer do das autoridades ou no dos promotores, pode disponibilizar as soluções mais correctas. Cabe ao Estado o papel de enquadramento regulador e estratégico: fiscalizar, informar e avaliar. Com base nesses vários dispositivos, os outros actores desenvolverão os seus instrumentos de forma a se articularem com as funções do Estado, sendo que os municípios têm instrumentos próprios articulados com esse documento. Passa pelos Planos Directores Municipais? Em relação ao que estamos a falar não são tanto os instrumentos de gestão territorial como os PDM. Pensamos, não há uma decisão em definitivo, faz parte do diagnóstico do Plano Estratégico, que, como em muitos outros países, os municípios ganhariam em desenvolver, por sua iniciativa, um instrumento como os Planos Locais de Habitação, onde fazem diagnóstico e definem metas. Temos de discutir com os municípios, pois estes devem ter uma visão de médio prazo em relação ao que querem fazer em matéria de habitação. Também aqui haverá mudanças? Até agora, nem o Estado neste caso o INH tinha um documento estratégico global, nem as autarquias tinham o seu plano para a habitação. Queremos que uns e outros tenham uma visão estratégica e, com base nisso, se estabeleça uma contratualização de base plurianual, que permita estabelecer e definir o tipo de relação entre os apoios do IHRU e os que os municípios vão desenvolver. Política de habitação focalizada, mas policêntrica. Sempre que se fala em habitação pensa-se no betão. Há outras vertentes? Uma das consequências imediatas da integração da Habitação nesta Secretaria de Estado foi o desenvolvimento de uma visão sócio-urbanística. Quando falamos de Habitação não falamos só de casas, também falamos de pessoas, espaços urbanos e de um enquadramento mais genérico quanto à política de cidades. A questão da habitação envolve questões distintas, a construção de casas novas, a mobilização de edifícios devolutos, ou, em termos mais genéricos, os estímulos ao mercado de arrendamento, são dimensões que devem reflectir uma visão simultaneamente social e urbanística. O que não acontecia antes... O modelo convencional da Política de Habitação Social estava muito focalizado no segmento das pessoas que não tinham acesso a uma habitação condigna. Hoje há outras questões igualmente importantes, como a componente dos jovens ou dos idosos, ou ainda dos proprietários com fracos recursos que não conseguem reabilitar as suas casas para entrar no ciclo virtuoso de aplicação do NRAU - Novo Regime de Arrendamento Urbano, aumentando as rendas. Esta política de habitação é focalizada,

7 Causas Comuns_ Jan2008_ 05 Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana mas policêntrica. Tem vários focos concretos, que depois podem ser apoiados por instrumentos distintos, porque se trata de realidades diversificadas. O Plano Estratégico tem metas definidas? Não há um Plano Estratégico sem metas. Estas são muito importantes porque permitem monitorizar a situação e avaliar os resultados obtidos. Permite, se necessário, rever procedimentos ou aspectos. Um Plano Estratégico sem metas aponta para o infinito e desresponsabiliza. O limite de 2013 coincide, com vantagens, com o ciclo comunitário, porque embora a Habitação não possa beneficiar directamente dos fundos estruturais, há elementos que caminham em simultâneo, como operações de reabilitação, intervenções em espaço público, ou determinados equipamentos ou infra-estruturas fundamentais para melhorar o habitat e a qualidade de vida das pessoas. E quanto à velha questão da compra de casa versus arrendamento, como a vê o Governo? Tradicionalmente existiam duas dimensões dominantes sobre como intervir em matéria de habitação: os apoios dados pelo Estado à aquisição de casa, através da bonificação de juros, ou através da tradicional Política de Habitação Social que pressupunha a construção pública de casas, ou seja, falamos da construção de novas casas. Essas duas componentes continuarão, mas têm de ser compensadas por outros tipos de intervenção, onde estamos a investir fortemente: a dinamização do mercado de arrendamento, o desenvolvimento de procedimentos de gestão a Porta 65, em grande parte, é isso entre a oferta e a procura, e a questão da reabilitação, aproveitando-a para resolver o problema do acesso a uma habitação condigna. Uma política de habitação mais inteligente, transparente e eficiente. Uma componente institucional da nova política é o novo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). O Secretário de Estado, João Ferrão, fala do papel do Instituto, do seu Conselho Consultivo bem como do Observatório da Habitação e da Reabilitação Urbana: A alteração do Instituto Nacional de Habitação (INH) para Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) não é apenas uma renomeação. Significa que a missão do ex-inh foi redefinida, manteve muitas das componentes anteriores, mas foi alargada a outros domínios. A designação Reabilitação Urbana no próprio título do Instituto mostra a aposta que fazemos e mostra como entre as questões da habitação e da reabilitação (embora com alguma autonomia relativa) existe uma forte articulação. É fundamental que o IHRU seja, de facto, a autoridade nacional nestes dois domínios. Para o ser tem que ter competências e tem de mobilizar recursos que permitam concretizar essa missão. O IHRU resulta de um processo de fusão que integra três entidades, o INH, o IGAPHE cuja extinção estava anunciada há muitos anos e a Direcção- -Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, cujas competências foram repartidas entre o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), sendo que as suas competências são partilhadas com o IHRU. Este processo de fusão está ainda em curso, porque é complexo. Como a elaboração de um Plano Estratégico terá de ser sempre muito participada, a própria missão do IHRU é enriquecida ouvindo e trabalhando em conjunto com as entidades-chave do sector. Enquanto estamos a fazer o Plano Estratégico da Habitação aumentámos o número e diversificámos os representantes do Conselho Consultivo do IHRU. Dou muita importância a esta componente. Queremos um Conselho Consultivo que represente a diversidade e até as tensões e as contradições dos vários interesses do sector da Habitação. Essas entidades devem poder pronunciar-se sobre o que pensamos fazer e dispor de informação em primeira mão para acompanhar o que está a acontecer. No fundo, que sejam co-autores da avaliação que fazemos das nossas políticas. Nesse sentido, o Plano Estratégico num plano, e esse Conselho Consultivo alargado e distinto, noutro, são duas formas de abrir e tornar a política de habitação mais participada, transparente e sublinhar o que os ingleses designam de accountability, a prestação de contas. Dentro desta óptica, o Observatório da Habitação e da Reabilitação Urbana é outra componente fundamental. Não podemos desenvolver políticas, concretizar instrumentos e depois não avaliar os seus resultados, impactos e efeitos. Temos de o fazer permanentemente. De certa maneira, o Plano Estratégico, que dá o pano de fundo, o Conselho Consultivo alargado e diversificado, que faz o acompanhamento e o Observatório, que disponibiliza a todos informação sobre o que está a ser feito, formam uma espécie de triângulo. Este torna esta política de habitação mais inteligente, transparente e eficiente.

8 habitação A Bolsa de Habitação e Mobilidade prende-se com a vertente da gestão que acabou de referir? Sim, em Portugal, vários inquéritos sociológicos mostram que um dos principais obstáculos à mobilidade geográfica é o facto das pessoas terem adquirido casa e estarem a pagar empréstimos bancários. Isso cria uma situação de dependência e impede a mobilidade. Daí que a Política de Habitação tenha de ser enquadrada pela Política de Cidades e de se cruzar com outras políticas que, sendo autónomas, estão ligadas. Podemos ter uma política de mobilidade geográfica, profissional, social, mas tem de se articular com a Política de Habitação. Acreditamos que a mobilidade é um factor essencial da democratização das sociedades contemporâneas e do desenvolvimento das economias. São instrumentos mais virados para o parque já existente? O mercado de arrendamento, a reabilitação e a gestão entre a procura e a oferta privilegiam o que já existe. Vamos requalificar o que já existe, para criar condições de conforto e segurança próprias de uma sociedade moderna e vamos, ao mesmo tempo, resolver o problema do acesso à habitação através destes procedimentos. Não somos contra a construção de novas habitações, mas acreditamos que há que balancear estas condições com estas três novas componentes que, em parte, se reforçam reciprocamente. Um dos projectos de reabilitação urbana é a Iniciativa Bairros Críticos, que envolve Cova da Moura, Lagarteiro e Vale da Amoreira... Na Iniciativa Bairros Críticos tivemos em consideração a aprendizagem com o programa URBAN, uma iniciativa comunitária. Isso permitiu-nos perceber melhor as vantagens, potencialidades e limitações de uma intervenção que se quer verdadeiramente sócio-urbanística. É uma intervenção integrada, envolve várias componentes e não apenas a de construção, quer de habitação, equipamentos ou infra-estruturas. Estas iniciativas incluem dimensões imateriais, que têm que ver com formação e inclusão social. Evidentemente, levámos em conta experiências de intervenção integrada em áreas problemáticas que conhecíamos de outros países e que obedeciam a instrumentos e políticas distintas, na óptica das chamadas comunidades sustentáveis. É difícil criar uma iniciativa desse tipo? Pressupõe uma engenharia institucional e organizacional complexa. Primeiro, exige grande

9 Causas Comuns_ Jan2008_07 coordenação e entendimento entre diversos ministérios. É claro que quem comanda politicamente a intervenção é um ministério, uma tutela, mas isso não quer dizer que trabalhe sozinho. A segunda dificuldade é exigir uma articulação e coordenação entre a Administração Central e as Autarquias Locais, dada a sua forte ligação com o âmbito municipal. Em terceiro lugar, queríamos dar relevo à participação das populações, das entidades localizadas no bairro ou que aí têm intervenção. Com o pano de fundo das experiências em Portugal e no estrangeiro, sabendo que não Política temos uma de cultura habitação consolidada deste focalizada, tipo mas policêntrica. de intervenções, decidimos lançar, a título experimental, a Iniciativa Bairros Críticos. O objectivo é generalizá-las? Sim, em condições diferentes, no contexto favorável em termos de financiamento criado no âmbito do Quadro de Referência Estratégico (QREN) para o período Por isso, arrancámos com um número limitado de experiências-piloto para aprender, criar exemplos positivos e evitar erros. A iniciativa Bairros Críticos, em si, não se vai multiplicar. Vai-se limitar a estas três experiências. Tratou-se de uma iniciativa do Governo para a qual convidámos algumas autarquias. A que corresponde o conceito Cidade Justa, Cidade Segura? Esta expressão era o tema central do Dia do Habitat de 2007 definido pela ONU. Coincide com a nossa visão, sobretudo a ideia de uma intervenção integrada ao olhar para a Habitação. A segurança surge aqui em sentido muito amplo, da pessoa estar confortável na sua existência. Não se limita à segurança nas ruas, também se refere às relações familiares, à convivialidade, ao mercado e segurança no emprego. É associar segurança com uma sociedade mais justa, com mais cidadania, uma visão distinta do passado, ao mesmo tempo que resolve, previne e antecipa. Estamos não só a resolver os problemas de ontem, mas a preparar melhor o futuro. É isso a urbanização das políticas sociais? Nesta nova visão das Políticas Públicas de âmbito social faz parte o que tem vindo a ser dito em alguns foruns como a urbanização das políticas sociais, ou melhor, prefiro dizer a territorialização das políticas sociais. A formulação de políticas sociais não pode ser cega. Há linhas estratégicas globais, mas têm de se ajustar a cada um dos territórios. Esta ideia de urbanização das políticas sociais ou a territorialização das políticas sociais é também um objectivo fundamental.

10 IHRU_Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana O IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, IP, resulta de redenominação do antigo Instituto Nacional da Habitação (INH), tendo nele sido integrados o Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE) e parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). O IHRU, IP tem por missão assegurar a concretização da política definida pelo Governo para as cidades e com outras políticas sociais e de salvaguarda e valorização patrimoniais, assegurando a memória do edifício e s sua evolução. Conciliar os princípios e os valores do serviço público, com rigor financeiro e uma nova filosofia de organização e funcionamento subjacente à reforma da Administração Pública em curso, tal é o desafio que se coloca ao IHRU. Conselho Directivo Pres. Eng. Nuno Vasconcelos VCD Dra Mafalda Reynolds VCD Dra Maria João Freitas Gabinete de Projectos Especiais Gabinete de Projectos Sócio Territoriais Dra Virginia Sousa Conselho Consultivo Fiscal Único Gabinete de Sistemas de Informação Arq. Victor Reis Direcção de Habitação e Reabilitação Urbana Arq. Manuel Madruga Direcção de Arrendamento e Gestão do Património Eng. Paula Pereira Direcção de Informação Estudos e Comunicação Dr. Luís Macedo e Sousa Direcção de Gestão Financeira Dr. Jorge Morgado Direcção de Administração e Recursos Humanos Dra Isabel Sá Costa Direcção Jurídica Dra Isabel Dias Delegação do Porto Eng. Defensor Castro Dep. de Análise de Programas e Certificação Arq. Vasco Folha Dep. de Gestão do Património Eng. Jorge Lopes Dias Dep. de Informação Biblioteca e Arquivo Dr. João Vieira Dep. Planeamento Controlo Financeiro e Gestão de Risco Dr. Carvalho Pereira Dep. de Recursos Humanos Dra Rita Mendes Dep. de Contratação e Contencioso Dra Olivia Mira Dep. de Gestão de Programas de Habitação e Reabiliração Urbana Eng. Gabriela Castro Dep. de Programas de Reabilitação Dra Fátima Ferreira Dep. de Incentivo ao Arrendamento Eng. Angenor Afonso Dep. de Relações Internacionais Comunicação e Divulgação Dra Margarida Alçada Dep. de Contabilidade e Tesouraria Sr. Pereira da Silva Dep. de Gestão de Prgramas de Arrentamento Eng Diomar Santos Dep. de Gestão de Programas e Fiscalização Eng. Paulo Reis

11 Causas Comuns_ Jan2008_09 A necessidade de encontrar soluções para cerca de 40 mil famílias que ainda sofrem carências habitacionais levou o IHRU a seleccionar uma equipa de peritos que diagnosticasse e apresentasse alternativas às políticas actuais. O resultado é o Plano Estratégico de Habitação que vai ser apresentado, em Março deste ano, à Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades.

12 habitação Um novo paradigma para a habitação em Portugal Prof. Dra. Isabel Guerra texto_d. S. / redacção Causas Comuns Das propostas entregues em resposta ao concurso público lançado pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para a criação de um plano de habitação, encontravam-se duas complementares: uma do Centro de Estudos Territoriais do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresas e outra do Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns da Universidade do Porto. As propostas fundiram-se e deram origem ao Plano Estratégico de Habitação (PEH) que visa, fundamentalmente, a adequação das políticas de habitação aos públicos-alvo e à diversidade geográfica nacional. Espera-se que os resultados do plano sejam pragmáticos, exequíveis e modernos e que respondam às necessidades das famílias portuguesas. Apesar das propostas reflectirem um trabalho coeso, a equipa de Lisboa, liderada por Isabel Guerra, tem o papel de coordenação das dimensões teóricas da revisão de políticas de habitação, enquanto que a equipa do Porto, liderada por Nuno Portas, tem um forte domínio sobre as dimensões regionais das dinâmicas habitacionais, dedicando-se, em maior profundidade a esta realidade. Além disso, a empresa Augusto Mateus & Associados, liderada por Augusto Mateus e Sandra Primitivo, apoia o trabalho no que concerne às questões financeiras. Primeiro, foi necessário fazer um diagnóstico, que se processa em dois sentidos: um primeiro olhar sobre as famílias que estão desalojadas e precisam de habitação e um outro olhar sobre as casas que não estão no mercado. É neste casamento das necessidades e da disponibilidade habitacional que a equipa trabalha, explica Isabel Guerra. A dimensão das carências constitui ainda um grande volume: actualmente, estima-se que estejam inscritas nos serviços das câmaras municipais cerca de 40 mil famílias com necessidade urgente de habitação; das que estão alojadas, cerca de 180 mil (inquilinos e proprietários) vivem em casas (primeira residência) em forte estado de degradação, sem condições para as pessoas viverem. A estes números, juntase o problema de cerca de meio milhão de famílias que habitam em sobrelocação. No que respeita à disponibilidade de alojamento, a equipa do PEH apurou que existem cerca de 350 mil casas vagas, das quais mais de metade são na zona de Lisboa (apesar de parte estar também em necessidade de reabilitação). A questão que se coloca, então, é de que forma este capital pode ser usado para responder às necessidades. O desafio, devido aos escassos recursos disponíveis, é encontrar soluções em que o próprio mercado possa responder às necessidades da população.

13 Causas Comuns_ Jan2008_11 O que passa pelo tipo de apoio disponibilizado às famílias em situação de insolvência, acredita Isabel Guerra. Mudança de paradigma, mudança de mentalidades Uma vez que o Plano Estratégico de Habitação não foi ainda entregue para discussão à Secretaria de Estado da Habitação, Isabel Guerra não quer ainda referir-se a medidas concretas. Mas adianta que o vector fundamental será a necessidade de uma mudança de paradigmas nas políticas de habitação e de mentalidades dos decisores, dos beneficiários e da sociedade civil em geral. Em primeiro lugar, é necessário rever o papel dos governos: As políticas de habitação estão sobretudo formatadas para um Estado provisor, explica a investigadora do Centro de Estudos do Território. No futuro, terá que se fazer uma inversão neste olhar para um Estado regulador, um Estado que apoia o acesso ao mercado para aqueles que, por razões de insolvência, não tenham acesso a ele. É necessária, portanto, uma mudança na lógica do Estado. Neste contexto, o grosso das políticas vai ter de ser feito menos na provisão directa de habitações e mais na capacidade de gerar mecanismos de isenção fiscal, renegociação entre políticas de habitação e políticas da cidade, que permitam obter recursos para famílias necessitadas e chamar à responsabilidade parceiros privados, que podem ter um papel fundamental, salienta Isabel Guerra. Em segundo lugar, é preciso transformar a visão dominante sobre as famílias em situação de insolvência. Por um lado, deve reavaliar-se a situação do realojamento; quando pensamos neste assunto, pensamos em bairros sociais, não em casas [ver caixa], uma ideia que não existe mais noutros países da Europa, tomados como modelo para a elaboração do PEH. A política de realojamento, neste novo paradigma, tem de passar por incluir as famílias em necessidade em contextos de habitação residencial propícios à reconstrução da sua vida social e profissional. Outra ideia preconcebida é que a insolvência apenas acontece em casos de pobreza ou em situações como o retorno de África depois de No entanto, no contexto actual, abrem-se cada vez mais possibilidades à ocorrência de situações de insolvência súbita, causadas por um dos três D s (doença, desemprego ou divórcio). Este cenário também tem que fazer parte do novo paradigma de políticas habitacionais. Em qualquer dos casos (insolvência persistente, ou insolvência súbita) o realojamento deve ser visto com o uma situação temporária até à reconstrução de uma cenário financeiro mais favorável a cada agregado e não como uma solução definitiva, em que

14 habitação a Câmara Municipal realoja a família e lhe confere direito vitalício a habitação social. Resumindo, terão que se criar condições para uma mudança de mentalidades, quer ao nível dos beneficiários, quer ao nível da liderança. Em terceiro lugar e devido não só à premência de mudança de paradigma, mas também à necessidade de colmatar a escassez de recursos disponíveis, uma vez que grande parte da fatia do orçamento de Estado para a habitação (cerca de 80 por cento) é empregue nas bonificações dos créditos é necessário envolver diversos parceiros nas políticas para a habitação, especialmente autarquias e privados. As autarquias serão desafiadas a efectuar planos locais de habitação, onde devem identificar as necessidades e as dinâmicas de habitação na área do concelho, de modo possibilitar a criação de uma plano que compatibilize as duas componentes. Por outras palavras, terão de encontrar soluções locais, onde o Estado regulador possa actuar. Isabel Guerra admite que as autarquias terão de fazer um esforço adicional para cumprir esta necessidade, mas assegura estar positivamente surpreendida com a enorme experiência autárquica no domínio da habitação. Finalmente, os parceiros privados poderão ser fundamentais para o colmatar dos problemas habitacionais. Já existem empresas modelo que têm dado um precioso contributo nesta matéria, mas a solução, aqui, poderá ter que passar por legislação mais rigorosa (como a que existe em Espanha, em que a construção civil está obrigada a um imposto imóvel sobre a construção de edifícios, por exemplo) e solidária. Tudo dependerá da vontade política do Estado regulador e da sensibilização da sociedade civil. Por enquanto, fica o diagnóstico: existem suficientes casas para suprir as necessidades dos agregados familiares. O que não existe ainda são políticas concretas para concretizar esta compatibilidade, nem uma mentalidade social madura para uma mudança de paradigma. Um Plano Marshall para os Bairros Sociais Um dos maiores problemas de habitação em Portugal está relacionado com a forte degradação dos bairros sociais, que devido ao seu isolamento, criaram áreas de instabilidade urbana, especialmente na periferia de Lisboa, nas zonas de Loures e da Amadora. Muitos dos seus habitantes são filhos de imigrantes, portugueses de quarta geração, que enfrentam taxas de desemprego que chegam a estar perto dos 60 por cento. Apesar do PEH ter uma forte componente de estudo e propostas para estas áreas, Isabel Guerra acredita que a complexidade do problema ultrapassa o domínio da habitação. Seria necessário uma política multidisciplinar a nível nacional, inclusiva de vários parceiros do Estado e da sociedade civil para revitalizar esta componente urbana e promover a sua integração urbanística não estigmatizada. Era preciso um Plano Marshall para os bairros sociais.

15 Causas Comuns_ Jan2008_13 A diversidade geográfica dos problemas de habitação A importância das autarquias prende-se também com o facto de, apesar de Portugal ser um país pequeno, apresentar um forte quadro de diversidade geográfica no que respeita aos problemas habitacionais. Actualmente as políticas de habitação têm um alcance nacional, sem diferenciação geográfica, outra questão que o Plano Estratégico de Habitação terá que fazer face. Existem cinco situações específicas: para começar, a zona mais carenciada do país é a região do Vale do Ave. É muito densamente populacionada, as habitações têm muito má qualidade e apresenta-se, simultaneamente como um dos locais com maior número de agregados em situação de carência e sobrelocação. Penso que esta é a região a olhar com mais atenção, refere Isabel Guerra. Em segundo lugar, coloca-se o problema das periferias das grandes cidades. Aí, junta-se à decadência do parque habitacional (edifícios clandestinos e/ou com má qualidade de construção, edificados nas décadas de 60 e 70) com poucas possibilidades no mercado a uma crescente população migrante, de baixos recursos com dificuldades de obter condições habitacionais aceitáveis. Terceiro, assiste-se cada vez mais persistentemente à desertificação das grandes cidades. Apesar do Plano Especial de Realojamento, Lisboa e Porto ainda estão longe de chegar ao nível de qualidade habitacional necessário. Na capital, o problema prende-se essencialmente com a degradação do parque habitacional, abandonado, e os altos preços das casas que se encontram no mercado. Já na cidade do norte, a questão encontra-se na degradação das vilas, que estão a cair, em situação de sobrelocação, humidade, doenças. O quarto problema relaciona-se com áreas as de grande pressão turística como o Alentejo e, principalmente, o Algarve. Os residentes ou veraneantes estrangeiros, com maior poder de compra, contribuem para o inflacionamento dos preços da habitação, dificultando aos residentes locais a aquisição ou aluguer.finalmente, as zonas rurais isoladas padecem de uma tipologia diferente de problemas: a ambiguidade do registo de propriedade. Ao facto de a população desses locais, regra geral aldeias isoladas, estar envelhecida e ter pouca capacidade de acesso à enorme complexidade de um subsídio soma-se a ausência de documentos que atestem a propriedade, absolutamente necessários para proceder às melhorias habitacionais de que necessitam. Muitas vezes, o que está em questão não é mais do que o alargamento das portas para dar passagem a uma cadeira de rodas ou a adaptação de equipamentos domésticos a necessidades espaciais dos seus habitantes. Mas o costume da casa passar de geração em geração sem notificações ou adições aos processos legais impossibilita, simplesmente, o acesso às políticas. Com esta diversidade de problemas, o grande número de famílias carenciadas e o número de habitações sem condições que ainda existe em Portugal, é fundamental uma mudança de políticas habitacionais, que passam pelo aproveitamento das condições actuais do mercado, mas sobretudo pela mudança de paradigma e mentalidades de todos os parceiros envolvidos. Juntar todos estes factores e transformá-los em medidas concretas é o objectivo fundamental do Plano Estratégico de Habitação , que vai ser entregue no IHRU e na Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades em Março de A ser aprovado procederá a uma mudança do parque habitacional em Portugal, que poderá ser diferente já em Temos que ir devagar, porque os recursos não são muitos, mas vamos em frente. Sabemos qual é o caminho., remata.

16 habitação Câmara da Feira aposta em moradias para jovens Programa feirajovem é um sucesso A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira está a colher os frutos de um projecto «semeado» há três anos, quando criou um programa que disponibiliza aos jovens habitação a custos controlados. De um primeiro protocolo para 500 habitações assinado com construtoras aderentes, o feirajovem assim se designa a iniciativa tem prontas as escrituras da primeira centena. texto_ J.R. / redacção Causas Comuns «Mas essas habitações apresentam uma tipologia muito especial», acrescenta de imediato o presidente da edilidade, Alfredo Henriques. «São moradias que, a par da qualidade da construção e dos acabamentos, constituem o principal atractivo deste programa na Feira», completa o autarca. Em terras de Santa Maria o município aposta decididamente numa habitação que pense nos jovens. A Feira, de resto, regista uma experiência assinalável neste campo da habitação social. Essa experiência, contudo, passou muito pelo tradicional sistema de «concentrar pessoas em prédios de cinco ou seis andares», lamenta Alfredo Henriques, para quem «a vida em condomínios precisa de uma grande mentalização, implica muita sensibilidade para se viver em harmonia». Na óptica do arquitecto Silva Garcia, autor dos projectos feira jovem erguidos nas freguesias de Fornos e de S. João de Ver, «a ideia das moradias, dos duplex, têm uma adesão espantosa no seio dos jovens de hoje». «Da forma como eles escolhem e decidem as coisas, vemos que os jovens pensam e agem hoje com mais racionalidade, atentam ao pormenor, e esteticamente são exigentes», diz Silva Garcia. Muita Procura Garantida a qualidade da obra, e perante a competitividade do preço, as habitações promovidas no quadro do financiamento facultado pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana são uma alternativa deveras aliciante. Esta é a opinião, unânime, recolhida por CAUDAS COMUNS junto de novos titulares de habitação jovem na Feira. «Programas como este

17 Causas Comuns_ Jan2008_15 obrigam naturalmente a ter em atenção as condições económicas dos destinatários, jovens em princípio de vida», recorda o vereador do Planeamento e Urbanismo, José Manuel Oliveira. «A tipologia criada joga, de uma forma bem concebida, em modelos de habitações unifamiliar, bifamiliar e multifamiliar, aquilo a que eu chamo tipologia encaixada», considera José Manuel Oliveira. Vejamos o exemplo do empreendimento Encosta do Castelo, na freguesia urbana de Fornos, em pleno centro histórico - não só da cidade como do país, não estivéssemos a falar do embrião do Condado Portucalense. Na coluna do castelo medieval, uma vivenda T4 bifamiliar, dispondo de 125 m2, tem um preço de venda de euros. Espaços ajardinados, parque infantil e campo de ténis envolvem um conjunto habitacional privilegiado com qualidade ambiental. Dados de outro empreendimento exemplar, na freguesia de Mozelos, com início das obras previsto para o passado mês de Dezembro, apresentam um conjunto habitacional de 56 fogos, constituído por dois edifícios em forma de U e um outro em banda, com 44 T3 e 12 T4. As áreas em Mozelos são de 114 e 125 m2, respectivamente, habitações desenvolvidas altimetricamente em quatro pisos: cave, rés-do-chão e dois andares. «A dificuldade pode estar na obtenção de terrenos, porque para as casas não nos faltam inscrições», revela o vereador responsável pela Habitação. «A Câmara estará sempre aberta a assinar protocolos com as empresas que queiram investir na construção a custos controlados», junta o presidente Alfredo Henriques. A primeira dessas empresas a descobrir a Feira foi a Efimóveis, construtora responsável pelos projectos do Castelo e do Areal. O segredo do êxito João Moreira é administrador da Efimóveis, acredita neste tipo de produto e acha que «este é que é o caminho». «Temos margens curtas, mas é um negócio rentável», afirma, garantindo que a empresa que dirige se sente bem a trabalhar nesta área, de tal forma que «estamos também a estudar soluções para o arrendamento jovem que iremos propor ao IHRU». «O apoio do Estado é muito importante, e as parcerias com as autarquias, que seleccionam

18 habitação Investimento público em habitação, permite fixar população jovem IHRU financia 212 fogos, destinados a jovens, em Santa Maria da Feira O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana encontra-se a financiar através de empréstimos bonificados, estes três empreendimentos habitacionais, num valor global de 10 milhões de euros, um dos quais, o de Mozelos, num total de 56 fogos se prevê estar concluído em Julho de os mais necessitados, criam um sistema acessível para aquisição de habitação acessível», completa o administrador João Moreira, para quem «o bom exemplo da Feira queremos estendê-lo ao resto do país». O segredo do êxito do feirajovem, para o arquitecto Silva Garcia, «passa pela valorização de aspectos aparentemente menores», como é a necessidade de «compreender o meio». Vejamos: «Nesta região de Santa Maria da Feira, as pessoas prestam uma grande atenção à cozinha, usam muito esta parte da casa, portanto há que investir seriamente nas cozinhas». E Silva Garcia dá mais exemplos: nos interiores das habitações é fundamental para os jovens uma linguagem de modernidade; usar materiais contemporâneos, bastante apelativos aos jovens; evitar o excesso de desenhos; tratar cuidadosamente os espaços exteriores. «Qualidade de habitação não é só arrumar bem as pessoas, elas devem usufruir da sua habitação uma imagem agradável», conclui o arquitecto. O programa feirajovem dirigido em Fornos e em S. João de Ver, avança já em mais três freguesias do concelho: Mozelos, S. Paio de Oleiros e Souto. Continuando a depender da adesão manifestada, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira prevê a construção de empreendimentos neste sistema em todas as restantes freguesias. «Para os jovens do concelho e população em geral», como diz a promoção do feirajovem.

19 Causas Comuns_ Jan2008_ 17 Têm em comum o propósito de distinguir boas ideias, que passaram de intenções no papel a obras postas em prática no terreno. Distinguem soluções eficazes ao nível da habitação social e da reabilitação urbana e premeiam projectos inovadores no combate às barreiras que condicionam a mobilidade. Estes três prémios sublinham a importância de uma arquitectura humanizada e de olhos postos no futuro. O Arquitecto Vasco Folha acompanhou estes prémios desde a primeira edição e conhece bem os pilares que sustentam cada um deles.

20 reabilitação urbana PRÉMIO INH/IHRU. PRÉMIO RECRIA. PRÉMIO ACESSIBILIDADE Mais do que boas intenções, queremos premiar resultados! Arq. Vasco Folha texto_débora Henriques PRÉMIO INH/IHRU Este é o prémio mais antigo. Quando foi criado há 19 anos para premiar os melhores conjuntos de habitação de interesse social, qual foi a meta definida para esta distinção? Este foi um prémio criado com o intuito de divulgar e premiar as promoções que eram consideradas mais interessantes. Não é um prémio monetário, é uma distinção simbólica. Começou por chamar-se apenas Prémio INH e este ano passou a designar-se Prémio INH/IHRU, porque a entrega coincidiu com a transição do Instituto Nacional da Habitação para Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Em cada ano, o prémio reporta-se aos planeamentos concluídos no ano anterior. O Prémio foi pegar naqueles promotores institucionais da habitação de custos controlados, que sempre foram as cooperativas, os empresários enquanto construtores de habitação de custos controlados e também os municípios. E mantiveram-se sempre estas três modalidades de promoção: municipal, cooperativa e privada? Na primeira edição houve um único prémio. Mas houve fases em que as cooperativas eram muito mais eficientes do que os outros que ainda estavam a começar e portanto os melhores empreendimentos eram sempre cooperativos. Nos últimos anos, passaram a ser as empresas de construção a ter melhores resultados. Tem variado ao longo dos anos, mas justificou-se a divisão em três grupos. Mais tarde, também as Instituições de Solidariedade Social vieram associar-se como promotores, ainda que sem constituir um grupo autónomo. Nos últimos anos, apareceu uma quarta vertente referente ao estatuto fiscal cooperativo, que é um regime especial que as cooperativas podem utilizar. É outro tipo de promoção que não devia misturar-se com os outros, porque permite áreas melhores e custos mais altos.

21 Causas Causas Comuns_ Jan2008_19 Jan2008_23 A atribuição deste prémio envolve visitas ao conjunto construído e em uso e há um contacto directo com os projectistas, os promotores, os construtores e os próprios moradores. É importante esta proximidade com o resultado final? Esta não é uma premiação tradicional para projectos de arquitectura. Todos os prémios estão divididos por obras concretizadas. Não encaramos as obras apenas numa lógica de projecto ou de um estudo de ideias. Em concursos de ideias, terão de ser as Ordens Profissionais a liderar o processo. Nós estamos direccionados para resultados, para situações concretizadas em obra. As obras existem quando estão concretizadas. Antes disso, são só intenções. São vários os critérios de avaliação para a atribuição deste prémio. Quais destacaria como os principais requisitos? Esta é uma avaliação integrada que vai desde a qualidade do projecto, à qualidade das envolventes, isto é, do espaço público que envolve o projecto e também a qualidade da construção e a própria apropriação que as pessoas fazem do espaço. O júri está atento ao projecto e à concretização. Um júri multidisciplinar, composto pelo Presidente do Instituto que lidera o júri e por representantes do LNEC, das Ordens dos Arquitectos e Engenheiros, representantes da federação das cooperativas e dos construtores e também a Associação Nacional de Municípios. Nas últimas edições, associou-se também a Associação de Paisagistas. PRÉMIO RECRIA Este é um prémio que já passou por várias mãos... Este ano está na 9ª edição. Foi criado no IGAPHE e esteve sob a sua responsabilidade durante quatro ou cinco anos. Passou depois para o INH, quando este passou a liderar o Programa Recria e o respectivo prémio. Este ano, já está a ser dinamizado pelo IHRU. Na altura, qual foi o motor de arranque deste prémio? Hoje mantêm-se as directrizes definidas há quase dez anos? O Recria é um programa voltado para a requalificação urbana e está também ligado ao apoio ao arrendamento. Com este prémio, fomos e continuamos a ir à procura das melhores soluções que dão resposta aos requisitos do programa. Este prémio procura ajudar com mais um reforço de comparticipação aos promotores que concluiram as suas obras de uma forma que o júri considerou mais interessante. Um júri também multifacetado, que neste caso conta também com a participação das Associações de Proprietários e de Inquilinos.

22 reabilitação urbana por exemplo, mas também virados para a própria reabilitação de uma forma ampla, independentemente de serem ou não apoiados pelo Estado. Ao longo dos anos, e fruto também das transformações no próprio conceito de reabilitação urbana, foram acrescentados novos critérios de avaliação? No Prémio INH, houve a partir de certa altura uma maior incidência nos critérios do espaço público. No Prémio Recria começa também a haver uma maior preocupação, não só com o edifício em si, mas também com as implicações que o edifício pode ter em termos de requalificação urbana. Mas acima de tudo, conta a qualidade do produto final. E há também um forte sentido pedagógico neste prémio. É importante perceber até que ponto os projectos vão ser exemplares e ajudar a que em determinada zona e nas zonas vizinhas, as boas práticas se repitam. Prolongar o ciclo de vida dos edifícios é também uma forma de economizar recursos. Este prémio pode ser encarado como estímulo à sustentabilidade, no contexto do problema da habitação? Sim, mas neste momento é uma área em que prémios futuros terão uma dimensão maior. O Prémio Recria é dirigido apenas para um programa específico. Com a nova legislação de reabilitação e com a sua aplicação no terreno, é natural que a questão dos prémios na área da reabilitação venha a ser muito mais ampla e mais abrangente do que é hoje. Não só em relação a programas apoiados institucionalmente, como são hoje o Recria ou o Rehabita A programas como o Recria são muitas vezes apontados alguns constrangimentos na aprovação de candidaturas, avaliações complexas e alguma burocracia no processo de atribuição de apoios. O Prémio Recria reflecte de alguma forma estas fragilidades? O Prémio leva a essa reflexão. Há de um modo geral, pouco envolvimento técnico da Administração Central nestes processos, que fazem basicamente uma avaliaçao financeira. A área técnica, acaba por ser da competência das Câmaras. O resultado qualificado da obra é valorizado quando os municipios têm estrututras técnicas que podem apoiar e acompanhar essas obras. É mais dificil noutras zonas haver candidaturas ao prémio, porque não têm grande capacidade técnica ou financeira. Ás vezes perdem-se oportunidades de fazer óptimas reabilitações em zonas em que não há estes apoios. PRÉMIO ACESSIBILIDADE Esta é a primeira edição de um prémio que está integrado no I Plano de Acção para a Integração das pessoas com deficiência No âmbito desse Plano foi assinado um protocolo com o Instituto Nacional de Reabilitação (INR) e dentro desse protocolo, uma das acções é o lançamento do Prémio. O pano de fundo foi a publicação em Agosto de 2006, do último decreto- -lei referente a mobilidade e acessibilidade. Este Prémio pretende encontrar soluções inovadoras, já construídas. É um prémio que vai cobrir tudo

23 Causas Comuns_ Jan2008_21 o que tenha sido concluído até ao final deste ano e as candidaturas podem ser feitas até meados de Janeiro. É um prémio monetário, mas simbólico. Não sabemos ainda qual vai ser a frequência deste prémio e também não fazemos ideia se vão aparecer soluções efectivamente inovadoras ou se as candidaturas vão ser relativas a soluções meritórias, mas que não trazem propriamente muita inovação. Este prémio destina-se a promotores de edifícios novos mas também reabilitados... Sim, é aberto. É o único em que não há um contacto directo com os possiveis candidatos. Nos outros, enviamos cartas para os potenciais candidatos, que nós sabemos que estão em condições de concorrer. Neste, pomos um anúncio nos jornais e quem tiver obras que correspondam a estas preocupações, pode candidatar-se. Aos elementos do júri que avaliam também os outros dois prémios, junta-se aqui o INR. Acredita que há hoje, uma maior sensibilidade social e uma maior noção da forma como as estruturas arquitectónicas podem ser castradoras para pessoas com mobilidade condicionada? Acho que essa sensibilidade é hoje maior, mas sou muito crítico nesse aspecto. As questões não são técnicas, mas culturais e questões de decisão política. Fazer construção sem problemas de acessibilidade do ponto de vista técnico sempre se soube fazer. Os supermercados não têm barreiras arquitectónicas, nunca tiveram. É preciso pôr o carrinho lá em cima para fazer muitas compras. Aí nao há dúvidas. As outras situações são de outra ordem: ou não há decisão política ou estão em causa questões culturais. Que obra de grandes dimensões, me daria como exemplo de um projecto que contempla soluções eficazes para a eliminação de barreiras à mobilidade? Tudo o que esteja relacionado com superfícies comerciais está resolvido, porque é uma questão de interesse. Até aqui a questão tem sido sempre essa. Penso que isso possa começar a ser transformado com o cumprimento de uma legislação, com preocupações técnicas e com uma cultura de integração. Nós não fazemos portas com um metro e meio de altura e bastava baixarmo-nos um pouco. Mas são feitas com uma altura que tem a ver com a generalidade da população. A questão da acessibilidade é essa. Se é para toda a gente, tem que haver maneira de qualquer pessoa, seja em que circunstancia fôr - de cadeira de rodas, com um carrinho de bebé, ou um carrinho de compras - não ter problemas de acessibilidade.

24 inovação 1_ Nasceu em Leça do Balio, Matosinhos, o primeiro complexo habitacional sustentável, construído de acordo com as mais avançadas técnicas de conservação de energia, água e gestão de resíduos. É o projecto PONTE DA PEDRA, referência europeia já galardoada com o Prémio IHRU 2007 de Promoção Cooperativa.

25 Causas Comuns_ Jan2008_23 2_ Projecto Ponte da Pedra é referência comunitária A promoção cooperativa da construção sustentável texto_j. R. / redacção Causas Comuns «As cooperativas que levantaram esta obra aproveitaram uma excelente oportunidade de inovar a habitação e mostrar uma nova forma de olhar a sustentabilidade», disse à CAUSAS COMUNS Guilherme Vilaverde, presidente da união das cooperativas Nortecoope, Sete Bicas e CETA a NORBICETA responsável pelo projecto. Essa oportunidade tem o nome de SHE ( Sustainable Housing in Europe ), um programa comunitário de apoio à construção de empreendimentos amigos do ambiente que reduzam gastos e rentabilizem recursos. Este ano, quatro países receberam distinções pelo cumprimento exemplar dos objectivos do SHE - a Dinamarca, a França, a Itália e Portugal. PONTE DA PEDRA valeu o galardão Energia Sustentável na Europa Entre outras vertentes, a atenção do júri do Prémio IHRU conferiu o projecto no quadro da promoção cooperativa e no âmbito do estatuto fiscal - habitações a custos controlados. «Para além disso, junta Guilherme Vilaverde, tivemos o privilégio de usufruir de uma parceria transnacional, onde as soluções técnicas surgiram da cooperação entre as universidades de Atenas e do Porto». Uma parceria entre as faculdades de Engenharia grega e portuguesa, que reforçaram de forma extraordinária o projecto estudando soluções técnicas amigas do ambiente, funcionou como chancela indispensável para a obtenção de financiamento junto da União Europeia no âmbito do programa «Habitação Sustentada na Europa». imagens recolhidas do livro O Primeiro Empreendimento Cooperativo de Construção Sustentável em Portugal - da velha fábrica à cidade cooperativa da Ponte da Pedra : 1_Pormenor dos arranjos exteriores do empreendimento e paineis de azulejos de Alfredo Barros 2_Aspecto do espaço exterior envolvente ao parque infantil

26 inovação 3_ 4_ 3_Pormenor das torneiras com valvulas termostáticas para controlo de temperatura, utilizadas nos chuveiros 4_Pormenor de botão de descarga de autoclismo, com fluxo normal (6 litros) e fluxo reduzido (3 litros) 5_Contentores para recolha selectiva de lixos, colocados com o apoio dos serviços urbanos 6_Ecopontos nos espaços exteriores Respeito pelo Ambiente Na PONTE DA PEDRA, esse respeito pelo ambiente cumpre conceitos bem definidos. O engenheiro coordenador desta obra, Daniel Lucas, destaca, desde logo, os principais: a reciclagem das águas das chuvas e do nível freático para rega dos espaços verdes e alimentação das sanitas, e a energia alternativa obtida através dos painéis solares que, por sua vez, proporcionam água quente à rede sanitária. A manutenção da qualidade do ar em todos os compartimentos da habitação, criando uma rede de ventilação que garante o seu tratamento e renovação em quaisquer circunstâncias, aliada a uma optimização das componentes térmica e acústica, assim como à utilização de materiais com isenção de toxicidade, constituem outros aspectos integrantes da sustentabilidade ambiental. A espessura das paredes nos fogos do complexo habitacional da PONTE DA PEDRA foi estudada para acumular calor no Inverno e manter uma temperatura fresca no Verão. Os estores nas janelas são controlados por células fotoeléctricas. São 101 fogos, numa área de cerca de m2, em configuração poligonal, antes ocupada por uma fábrica de cortumes altamente poluente. A construção, que contempla as tipologias T2 e T3, esteve a cargo da Sociedade do Cávado. A assinatura final é do arquitecto António Carlos de Oliveira Coelho. O empreendimento orçou os 9 milhões de euros, financiados a 85% pelo IHRU. «O preço final da venda dos apartamentos, esclarece o presidente da NORBICETA, ficou nove por cento mais elevado do que o tradicional, mas esse sobrecusto é recuperável nestes primeiros cinco anos por via da grande redução nos consumos energéticos, principalmente gás natural e energia eléctrica». «A União Europeia, de resto, financia três por cento do custo adicional da construção», esclarece o líder da entidade promotora. As casas do futuro A habitação sustentada é uma realidade do futuro de que a Europa já hoje beneficia. Portugal, com este exemplo implantado no município de Matosinhos, está a partir de agora na linha da frente. E é uma referência porquê? «Porque provamos que somos capazes de desenvolver qualquer projecto, os outros países olham para nós, e a nível nacional vemos com satisfação que já há mais exemplos destes a nascer», responde Guilherme Vilaverde.

27 Causas Comuns_ Jan2008_25 5_ 6_ O complexo habitacional da PONTE DA PEDRA, que proporciona significativas poupanças ambientais e domésticas, foi ainda claramente valorizado por intervenções de arte urbana e parterres d eaux ( canteiros de água, em tradução livre ) que complementam os elementos de natureza viva implementados no espaço público. As habitações construídas desta forma, sob critérios sustentáveis, reduzem em quarenta por cento o consumo de água, a propagação e a emissão de resíduos, bem como a extracção de materiais naturais. Ao mesmo tempo, as emissões de dióxido de carbono podem baixar até cinquenta por cento. De acordo com a nova legislação sobre Certificação Energética, a aplicação destas «regras» no projecto cooperativo da PONTE DA PEDRA foi determinante para os reconhecimentos que obteve a nível nacional e comunitário. Como enfatizou o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, durante a cerimónia de entrega, em Outubro, do Prémio IHRU 2007 ao empreendimento da NORBICETA, este exemplo demonstra que a procura de soluções para a mobilidade de todos, o assumir de responsabilidades ambientais e a aquisição de consciência social constituem o caminho a seguir. Habitação integrada O planeamento da construção sustentável começa logo na fase da escolha do terreno. O projecto é pensado em exclusivo, de per se, enquanto unidade única e não como um projecto-tipo que tanto pode ser erguido em Bragança, em Coimbra ou em Évora. Quer isto dizer que a tradicional planta-tipo não é sustentável. Construir, ocupar, demolir, tudo é planeado com a preocupação de não agredir o ambiente. Na fase de elaboração do projecto, a localização já tem que ser conhecida e objecto de estudo prévio, aproveitando as condições naturais do espaço e consertando a sua integração ambiental. O empreendimento cooperativo da PONTE DA PEDRA começou, precisamente, pela requalificação de toda a zona em que está inserido. Do primeiro traço no papel até ao fim da vida do complexo, todo o ciclo da sua existência está previsto. De forma sustentada.

28 reabilitação urbana O projecto tem o nome do bairro. Alagoas, no município do Peso da Régua, em plena capital do vinho e da vinha, centro da mais famosa região demarcada do mundo. Uma empreitada de requalificação, liderada pelo Instituto da Habitação, transformou aqui uma insustentabilidade crónica em qualidade urbana a todos os níveis. Em três anos. Bairro das Alagoas era um gueto há três anos texto_j. R. / redacção Causas Comuns O Bairro das Alagoas na Régua foi construído em 1979 para famílias de condição social muito modesta, uma boa parte delas desalojadas das zonas ribeirinhas do Douro por motivo das cheias. Ao longo de quase três décadas viveu o estigma dos bairros malditos, marginais, e tornou-se símbolo da guetização social. «Era uma zona periférica da urbe, sem qualquer tipo de atenção, esquecida, abandonada, e hoje, após uma intervenção física e social, está totalmente reabilitada - a cidade cresceu naquela direcção e abraçou-a», resume para o CAUSAS COMUNS o vereador da Habitação na Câmara Municipal de Peso da Régua, Mário Montes. A solução para o caso do Bairro Verde assim se chamava o complexo de habitação social erguido na antiga Quinta das Alagoas - deu o primeiro passo em 2005, quando o Instituto da Habitação conseguiu com êxito inscrever esta área degradada da Régua no Programa Velhos Guetos, Novas Centralidades», financiado pela Associação Europeia de Livre Comércio - EFTA. «A candidatura enquadrou-se numa nova política de cidades,

29 Causas Comuns_ Jan2008_ 27 2_ estendendo o conceito tradicional a um domínio mais vasto que articule a perspectiva económica, social e ambiental», explica a representante do IHRU no Projecto, Maria João Freitas. «Para além da sustentabilidade ambiental e a requalificação urbana, os objectivos visavam também assegurar a coesão social e a qualidade de vida, utilizar inovação e conhecimento organizacional», sublinhou. Esforço conjunto «A reabilitação dos prédios seguiu-se à reabilitação exterior do bairro social, um processo permanentemente acompanhado pela câmara municipal», recorda Mário Montes, para quem o êxito do projecto estratégico Alagoas «está à vista: o espaço encontra-se perfeitamente integrado na cidade, em todas as suas envolventes». Até hoje, ronda o milhão e 700 mil euros o investimento, comparticipado em 85% pela EFTA. São oito blocos habitacionais, vinte e duas entradas, onde residem aproximadamente 600 moradores, num total de 160 famílias. Vinte por cento dessas famílias são de etnia cigana. Trajectórias de vida de pobreza e de exclusão social, entrecruzadas com a degradação progressiva do ambiente, pintaram com as piores cores a guetização do bairro, conferindo- -lhe uma imagem negativa extremamente difícil de apagar. «O estigma que se vivia no Bairro Verde era interior e exterior», analisa o arquitecto Fernando Seara, coordenador do Projecto Alagoas. Segundo Fernando Seara, os problemas estruturais diagnosticados deram origem a outros problemas específicos, como a inexistência de gestão consolidada, uma intervenção descontinuada no tempo. Como potencialidades foram, contudo, identificados alguns aspectos positivos por via do crescente envolvimento da centralidade urbana. Isto é, foram criadas no bairro infraestruturas na educação uma escola EB 2.3, outra P3 e um jardim-escola, na segurança pública um posto da GNR, e no comércio um supermercado de média superfície. Foram pontos de partida para a intervenção no terreno. Segundo o arquitecto Fernando Seara, para se ter uma noção do trabalho que terminará no próximo mês de Março, é imprescindível abordar a vasta e rica panóplia de acções praticada em Alagoas, divididas por quatro áreas de intervenção: Residentes, Ambiente construído, Gestão e comunicação, e Representações sócio-espaciais. «Estão todas interligadas e o nível de sucesso obtido é bastante elevado», refere o coordenador do projecto.

30 reabilitação urbana Moradores e parceiros Sobre os Residentes, as acções abrangem formação, qualificação profissional e mercado de trabalho, actividades com crianças, cidadania, ambiente e saúde. Realizaram-se ou estão a decorrer cursos de jardinagem, informática, cozinha, apoio à família. As oficinas de Verão implementam competências sociais. As feiras de profissões desenvolvem uma aproximação ao papel da escola, e iniciativas como novas experiências ministram conhecimentos de cabeleireiro e outras. O envolvimento dos jovens abrange a animação sócio-cultural, a recuperação dos espaços exteriores através da pintura, férias desportivas e o regresso à escola em turmas do Plano Integrado de Educação e Formação, as PIEFs. O incremento das actividades extra-escolares, como idas ao cinema, teatro, visitas de estudo e realização de feiras do livro ocupam igualmente lugar central nos programas de acção para os jovens. Paralelamente à renovação de espaços decorre a renovação de mentalidades. O apoio à associação de moradores, fomentando-se a participação dos cidadãos nas actividades promovidas, por exemplo, pelas associações culturais da cidade da Régua e outras onde se realizem espectáculos. O objectivo passa pela abertura do bairro, outrora culturalmente fechado, ao exterior. Os Serões são bom exemplo de participação social, onde se recordam aprendizagens e se reconstroem ligações entre os moradores. No ambiente e saúde, a população descobriu o sentido cívico em montar eco-pontos, recolher medicamentos, formar brigadas anti-lixo e plantar árvores. Acompanham, de resto, o trabalho na área «Ambiente reconstruído», onde se tem destacado a renovação de infra-estruturas (sistemas de água, esgotos, águas pluviais, iluminação pública e estacionamento). Para isto tornou-se fulcral uma rede sólida de parcerias com entidades como o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Vila Real, Associação de Desenvolvimento da Régua, Centro de Emprego da Régua, Associação Regional de Apoio ao Deficiente, Câmara Municipal do Peso da Régua, Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio. O Projecto Alagoas dispõe da colaboração do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e é gerido por uma Comissão

31 Causas Comuns_ Jan2008_29 5_ Executiva composta pela Câmara da Régua, pelo Centro Distrital da Segurança Social de Vila Real e o pelo IHRU, que preside. «Ele entrelaça de forma muita especial a reabilitação física do edificado com o desenvolvimento da auto-estima e das competências sociais dos habitantes do território intervencionado», considera Francisco Rocha da direcção do Instituto da Segurança Social. Exemplo a seguir Na conclusão do Projecto Alagoas, o derradeiro desafio tem a ver com a continuidade da obra. «Acabado o projecto e extinta a equipa de executivos, há que deixar garantido o seu pleno funcionamento», chama a atenção o arquitecto Fernando Seara. E explica: «Todas as estruturas, todo o pessoal empenhado neste trabalho deverá ficar a trabalhar directamente com o bairro para que as acções possam prolongar-se no tempo». Na realidade, «seria uma enorme perda que fossem ignorados todos os incrementos alcançados», alerta Francisco Rocha. Segundo o responsável da Segurança Social que integra a Comissão Executiva, «do mesmo modo não pode ser desperdiçado o envolvimento dos muitos Parceiros que também contribuíram decisivamente para o sucesso desta intervenção». A sensibilização e a formação continuarão no futuro como áreas nevrálgicas no programa «Velhos Guetos, Novas Centralidades». É uma das chaves do êxito do Projecto Alagoas, que o vereador Mário Montes vê como «excelente modelo para exportação». «À Câmara da Régua tem chegado muita curiosidade e interesse sobre os resultados aqui obtidos, uma solução possível para aquilo que noutras zonas designam por bairros problemáticos».«pelas características inovadoras deste modelo de intervenção e de gestão, não temos dúvidas que estamos em presença de uma boa prática que poderá ser divulgada, difundida e aplicada em outros territórios», espera, com fundadas expectativas, Francisco Rocha. E o vereador da Câmara do Peso da Régua, Mário Montes, revela desde já os próximos candidatos: «São doze famílias de ciganos abandonadas há dezoito anos na Barragem de Bagaúste». Quanto às Alagoas, os seus moradores estão agora a mobilizar-se para em breve discutir nos seus serões a reabilitação do antigo nome do bairro. É que o medo e a vergonha de outrora foram substituídos pelo orgulho de hoje em habitar o Bairro Verde.

32 reabilitação urbana Escola do 1.º ciclo Está a um ano de terminar uma intervenção na vila açoreana de Rabo de Peixe que teve o apoio dos Fundos EFTA e do Ministério do Ambiente. Esta iniciativa vai muito além da simples construção de novos equipamentos, desenvolve um amplo programa de acções de intervenção social consideradas essenciais para desenvolver princípios básicos de cidadania, dado o isolamento em que têm vivido os seus habitantes. Velhos Guetos, Novas Centralidades Mudar de vida em Rabo de Peixe texto_carlos Peralta Rabo de Peixe é um projecto muito importante para a freguesia de Rabo de Peixe do concelho da Ribeira Grande. Trata-se de uma população muito fechada, muito dependente da actividade da pesca, onde qualquer projecto de intervenção social tem tido dificuldade em dar frutos. Há ainda uma forte dependência da figura masculina na estrutura familiar sendo, portanto, difícil libertar certos preconceitos, resultado do isolamento. Há mães muito jovens, problemas de alcoolismo e outros problemas sociais muito complexos. Quem o afirma é Mafalda Reynolds, vogal do Conselho Directivo do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), organismo responsável pela implementação deste projecto e que suporta, através do PIDDAC, os 15 por cento de financiamento que os Fundos EFTA não cobrem. Os fundos EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio), agora chamados Fundos EEE (Espaço Económico Europeu), atribuem 85 por cento a todos os projectos elegíveis, cabendo o restante às autoridades nacionais. Segundo Mafalda Reynolds, o projecto teve como intenção

33 Causas Comuns_ Jan2008_31 4_ intervir em três áreas: ambiente, infra-estruturas sociais e identidade, sendo a estratégia criar infra-estruturas com vista ao desenvolvimento de princípios mais fortes de cidadania. Foi atendendo à necessidade, ao querer dar outras alternativas e possibilidades aquelas pessoas e estrutura social, que se enquadrou esta iniciativa. O projecto desenvolve acções de intervenção, que interagem com um plano de obras visando transformar Rabo de Peixe, dotando a localidade de um conjunto de infra-estruturas sociais além de outras básicas, como o abastecimento de água e o saneamento. Os pressupostos para as obras e a definição dos equipamentos apoiados tiveram em consideração o aparecimento de novas dinâmicas sociais para criar novas oportunidades, esclarece a responsável do IHRU. Envolvimento global Este projecto tem os fundos EFTA e o Ministério do Ambiente como entidades financiadoras, o IHRU tem a função de gerir e representar o Governo da República na Comissão Executiva que inclui, ainda, representantes do Governo Regional, da Câmara Municipal da Ribeira Grande e da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe. No terreno, para gerir todas as vertentes do projecto, foi criada uma equipa de proximidade, a Equipa Executiva Local. No processo de integração foram também envolvidos, como donos de obra ou parceiros locais, além dos já referidos, as IPSS, a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande e associações cívicas. A Equipa Executiva Local integra uma gestora e tem várias valências, que vão da gestão financeira à presença de psicólogos, sociólogos, animadores culturais e trabalham todas as vertentes previstas. O Laboratório de Engenharia Civil, explica Mafalda Reynolds, é o agente de monitorização, devido aos regulamentos dos Fundos EFTA, que obrigam que uma entida de nacional idónea e independente de nós e dos donos da obra acompanhe o projecto. Face ao projecto apresentado e aos planos anuais o LNEC faz um relatório trimestral para os Fundos EFTA. Este projecto tem duas vertentes, a de intervenção social e a de ambiente construído. Na área social, as intervenções cobrem vários aspectos, de onde se destacam formação e qualificação profissional, promoção do emprego, educação, saúde, quer maternoinfantil, quer na adolescência e comunitária, ambiente, estudo de problemas sociais e implementação e acções organizadas.

34 reabilitação urbana 1_ 2_ Ambiente construído - Forte conjunto de equipamentos Este projecto é muito ambicioso e inclui um conjunto de equipa-mentos que não existiam concentrados naquela zona. Certamente que o impacto vai ser muito grande. Os equipamentos a que se refere a Vogal do Conselho Directivo do IHRU são um complexo desportivo, um centro familiar, um Centro de Artes e Ofícios, uma Escola Profissional, um Centro Comunitário e Centro de Juventude e as sedes do clube desportivo e do clube naval de Rabo de Peixe. Houve a preocupação que todo este esforço de investimento tenha grande sustentabilidade nos próximos anos de utilização. Por isso, está-se já a trabalhar com todos os parceiros que vão gerir esses equipamentos, e prossegue: Por exemplo, a construção do complexo desportivo, que inclui uma piscina de 25m e um ginásio, está instalado junto a escolas, mas os gestores destes equipamentos estão sensibilizados para, depois dos períodos afectos às actividades dessas escolas, poderem ser usadas por outras pessoas do concelho e de outros concelhos. É que, no concelho da Ribeira Grande não existe uma piscina de 25m aquecida. Têm de ir a Rabo de Peixe. E isso tem a grande vantagem de trazer pessoas de fora para partilhar espaços e criar as rupturas que, até agora, têm sido difíceis. E conclui Mafalda Reynolds, o projecto vai acabar em Dezembro de 2008, tendo tido início em Janeiro de 2005, embora os trabalhos preparatórios e candidatura sejam anteriores. A escola, por exemplo, já vai funcionar no próximo ano lectivo.

35 Causas Comuns_ Jan2008_ 33 Até 2013 o IHRU tem a seu cargo a qualificação e reinserção de três bairros críticos. Cova da Moura, Vale da Amoreira e Bairro do Lagarteiro são locais com características diferentes, que requerem intervenções de variados tipos. A coordenadora do projecto, Virgínia Leite de Sousa, fala de um trabalho integrado que pretende acabar com a exclusão.

36 habitação social Intervenção em bairros críticos conta com a participação de moradores e ministérios Este projecto não é apenas do IHRU, mas de um conjunto de parceiros Dra. Virgínia Leite de Sousa texto_sofia Velez Como é feita a qualificação e reinserção urbana de bairros críticos? O primeiro pressuposto é que esse bairro sofra de determinado tipo de exclusão. Quando dizemos que queremos qualificar e reinserir um determinado bairro, queremos que ele deixe de ser segregado e que todos os que o habitam sejam cidadãos de pleno direito. E, portanto, isto parte de um diagnóstico das diferentes zonas para se entender quais são os níveis de exclusão dessas áreas. Depois, faz-se um plano que tente, com todos os moradores, elaborar um projecto que insira essa área geográfica na sua freguesia, ou território, para deixar de ser uma área segregada. O projecto conta com vários intervenientes. Quem são? São todas as organizações públicas e privadas que actuam nesse espaço. São representantes dos moradores, associações, pessoas e técnicos de instituições locais e da administração central, mas que têm serviços ou funções desconcentradas naquele local. Estou a falar na saúde, segurança social ou emprego. É um conjunto imenso de parceiros que está a actuar naqueles locais. Para já, o projecto de qualificação e reinserção centra-se em 3 bairros críticos (Cova da Moura, Bairro do Lagarteiro e Vale da Amoreira), cada um com as suas especificidades. Quais são as principais exigências de cada um dos locais? Deve-se começar por princípios que orientaram todo o trabalho e que são comuns aos três projectos. Queremos que os projectos sejam mobilizadores e com capacidade de impacto estrutural. Se não forem feitos com as pessoas e com as organizações que operam e que representam os seus moradores, se não mobilizarem toda a gente no sentido da mudança, não vamos ter um projecto com impacto estrutural. Vamos fazer algumas acções importantes, mas não vamos fazer a mudança. Porque as pessoas que operam no local não vão mudar. E esta é a primeira questão. Depois, são projectos integrados. Todos os sectores, coordenadamente, actuam em função de um problema que diagnosticaram no mesmo tempo e no mesmo espaço. Queremos, nos três bairros, que todos os parceiros participem e que esta coordenação seja estratégica. Temos, também, novas formas de financiamento como princípios de orientação. Normalmente há um projecto com um determinado financiamento e nós adaptamos as acções. Aqui, temos um programa aberto em que vamos

37 Causas Comuns_ Jan2008_35 procurar o financiamento em função do que queremos resolver. Não estamos condicionados a um orçamento pré-estabelecido. Mas há um plafond definido Há um plafond e uma candidatura que asseguram uma base clara da equipa e de outras acções no território. Temos financiamento para questões centrais. Noutros casos, quer o IHRU quer as câmaras municipais colocam-se no terreno para resolver esse tipo de intervenção. Temos outras situações, ainda, em que vamos à procura do financiamento. Destes três bairros, qual é o que tem maiores necessidades? São completamente diferentes porque depende do que estamos a equacionar em termos de necessidades. Foi um dos critérios de selecção. Um é um bairro social (Bairro do Lagarteiro), outro é uma área de ocupação clandestina (Cova da Moura) e um outro é uma freguesia (Vale da Amoreira). São diferentes porque este é um programa experimental. Queremos mesmo perceber as diferenças. E cada um tem o seu conjunto de necessidades que, obviamente, também divergem. Destes três casos, a ocupação clandestina pode ser uma situação mais difícil de intervir? É evidente que a Cova da Moura é uma intervenção muito mais complicada. Mas, por outro lado, também nos obriga a cumprir mais os princípios de orientação, a trabalhar mais com os parceiros, a ser mais inovador. É mais desafiante em termos de intervenção. Há aqui toda uma questão social e de segurança que leva a que muitos tenham medo de entrar no bairro, incluindo a própria polícia. Como é que se torna a Cova da Moura atractiva para quem está de fora? Quando se vai à Cova da Moura pode-se lá voltar. Primeiro, legalizando-se todo o território e as casas, trabalhando na área da formação profissional e da segurança. E tentando valorizar o que está lá e que é único. Se calhar, se os cabeleireiros africanos que lá existirem tiverem boas condições, e se saiba que é higienicamente bom, que não há problemas de segurança por entrar no bairro, as pessoas vão lá. Há muitas questões que estão ali. A primeira e mais complicada - é a questão do território. E tem de se perceber como é que se legaliza, como é que se preserva o que é importante preservar e deitar abaixo, o que é necessário para se reconstruir. E saber trabalhar com a população. Já fizeram esse levantamento? Está a ser feito. Houve um trabalho de diagnóstico, depois de planificação e a intervenção está no terreno desde Outubro. Neste momento, está o LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] a fazer o levantamento do que está construído para saber

38 habitação social o que se pode reabilitar, o que se reabilita mas precisa de alterações e o que não tem reabilitação. Depois serão reconstruídas casas nesses locais? Depois deste trabalho haverá uma outra equipa que irá para o terreno por concurso para fazer o plano de pormenor. Em termos de plano de pormenor, pode haver algumas casas que tenham de ser demolidas para que o desenho urbano onde se consiga viver possa existir. Nestas questões de ocupação de território, uma das críticas que a opinião pública aponta é o facto de haver ocupações ilegais, com pessoas a receberem subsídios e a quem depois são dadas casas. Como é que vão dar a volta a esta questão? As pessoas já têm a sua casa. Mesmo que ilegalmente construída? Sim, mas esse ilegal, nalguns casos, tem 30 anos. Há situações em que a justiça é sempre relativa. Porque, objectivamente, aquelas pessoas que vivem ali necessitam de casa. Construíram-na, alguns no pressuposto de que o terreno era público, por necessidade. Este não é o caso único, antes fosse, de ocupação dos clandestinos. As pessoas que vivem na Cova da Moura e que necessitam de casa, digamos que sob o ponto de vista ético provavelmente não sob o ponto de vista legal, isso é uma questão que eu nem sei responder têm de ter a sua casa. Porque também os poderes públicos deixaram que as pessoas construíssem sem que, no imediato, tivessem qualquer tipo de intervenção. Vai haver alguma contrapartida? As pessoas vão pagar alguma quantia pelas casas? A questão será discutida por parceiros locais. No momento em que se proceder à legalização, provavelmente as pessoas também terão de pagar a sua quota-parte. Mesmo que o terreno fique para a câmara que é essa a hipótese e que as pessoas fiquem com direito de superfície, obviamente que há aqui um valor que poderão ter de pagar. Mas isso também terá de ser avaliado em função dos recursos da população. Algumas vezes assiste-se à passagem de um barril de pólvora de um local para outro. Este projecto pretende o contrário: em vez de separar as pessoas, pretende reabilitar os espaços. Não seria mais fácil dividir pessoas, em vez de reabilitar todo um foco de problemas? Provavelmente era uma opção, mas ali há questões culturais e de relações entre as pessoas que são muito fortes. É uma vivência que pode ter problemas, mas que tem imensas oportunidades e aspectos muito positivos. Para a opinião pública é mais fácil colocar as pessoas em vários sítios porque a visibilidade dos problemas deixa de existir. Eles continuam, mas nós não os vemos e descansamos. Toda a gente da Cova da Moura que optar por sair, tem oportunidade para isso. Estão em aberto todas as opções. Esse apoio está previsto. Ninguém é expulso à força e ninguém é obrigado a ficar, o que também era outra forma de violência. E terão todo o apoio. Em relação aos outros bairros. No caso do Lagarteiro, como é feita a intervenção? Não é certo que venhamos a intervir no Lagarteiro porque ainda não foi assinado o protocolo de parceria, nomeadamente com a Câmara Municipal do Porto. Trata-se de um bairro social em muito mau estado no que diz respeito ao edificado e à envolvente. É um bairro muito fechado sobre si. Do ponto de vista físico, precisa de reabilitação urbana. Do ponto de vista social, há um conjunto de trabalho a fazer, sobretudo em relação ao insucesso e abandono escolar, à questão do desemprego, da formação profissional. Há um sem número

39 Causas Comuns_ Jan2008_37 de questões que se colocam neste bairro de população bastante pobre. No Lagarteiro, a intervenção é na requalificação urbanística e ambiental do bairro, todo um trabalho relacionado com a saúde porque há muitas dependências, a segurança activa, a escola. Qual é a realidade do Vale da Amoreira? É conhecido como uma freguesia, um território completamente fragmentado. Tem bairros sociais, bairros de promoção privada e uns que não são de promoção privada nem sociais porque já foram vendidas as casas. Nesta confusão, a própria freguesia é fragmentada e auto-centrada. O Vale da Amoreira tem grandes potencialidades, nomeadamente nas expressões artísticas. Tem lá um conjunto grande de artistas, dos melhores a nível nacional e internacional. Por outro lado, há insucesso e abandono escolar. Isto faz um ciclo vicioso em que as pessoas têm poucas habilitações e não entram no mercado de trabalho. Há também a questão do multiculturalismo. Depois, temos um espaço urbano com uma parte abandonada. Pretende-se fazer a requalificação do território nos bairros que pertencem ao IHRU. Noutros bairros, vamos tentar que a centralidade do trabalho seja na expressão artística com a criação de um centro. Está em discussão o conteúdo funcional, mas já há terreno e estamos na fase de reflectir com toda a gente. Para que seja um meio de atingir, pela arte, alguns dos objectivos que temos aqui: combater o insucesso e o abandono escolar. Ainda é recente, mas como é que as pessoas têm recebido este projecto? Há sempre um misto de grande adesão e de um certo temor porque a mudança é complicada. É preciso confiar que esta mudança é para melhor, que são respeitados os princípios da iniciativa, que não vamos ser demagógicos. Eu penso que é normal que as pessoas estejam inquietas. Em termos de adesão, de tentar resolver os problemas que são colocados, na mobilização das pessoas, tem sido excelente. Não se pode exigir mais. Este projecto não é apenas do IHRU, é do conjunto dos parceiros que lá está.

40 arrendamento O arquitecto Vítor Reis é o responsável técnico pela plataforma informática do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) que apoia um vasto leque de entidades que trabalham com questões relacionadas com a actualização de rendas ou com os coeficientes de conservação dos imóveis. Sobre o novo sistema, sublinha que é pioneiro na interoperabilidade entre as várias entidades, aposta na não existência de papéis físicos e pretende que a informação esteja apenas à distância de um clique.

41 Causas Comuns_ Out-Dez2007_39 O Novo Regime do Arrendamento Urbano IHRU cria plataforma informática pioneira texto_carlos Peralta fotos_filipe Guerra Qual o papel do IHRU dentro do Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU)? Dentro do NRAU, o IHRU teve três papéis. Numa primeira fase, coordenou o sistema que levou à construção da plataforma informática. Esta actividade envolveu um conjunto vasto de entidades Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Ordens profissionais, Direcção-Geral de Contribuição e Impostos (DGCI), Instituto de Informática da Segurança Social, Unidade de Missão para a Sociedade do Conhecimento. Numa segunda etapa, o IHRU, através da empresa Opensoft criou a plataforma de backoffice e de apoio aos utilizadores. Temos um serviço vocacionado para os apoiar os utilizadores, seja dos vários serviços públicos, sejam os particulares (arrendatários e senhorios). Por último, o terceiro papel tem que ver com a actualização das rendas, já que é o IHRU que faz a gestão directa de todos os processos de atribuição do subsídio de renda. Como funciona esta plataforma logística de apoio ao NRAU? O NRAU é um sistema que responde a um conjunto de 12 tipos de utilizadores, ou seja, há 12 tipos de pessoas ou entidades que precisam da plataforma para operar. Essas entidades são senhorios, arrendatários, seus representantes, técnicos, engenheiros, arquitectos e engenheiros técnicos certificados para fazer as vistorias, ordens profissionais que validam estes mesmos técnicos. Depois existem ainda os Serviços de Finanças da DGCI, as câmaras municipais, onde existem tesoureiros, membros das comissões arbitrais, árbitros e todo o processo administrativo subjacente. Finalmente, os serviços da Segurança Social onde são entregues os pedidos de subsídio, sem esquecer que no final da linha está o IHRU. Qual foi o desafio proposto ao IHRU? O nosso desafio foi criar uma plataforma onde estes 12 tipos de pessoas tratassem os processos online, sem que houvesse duplicação de informação, de forma integrada e o mais possível em tempo real. A plataforma funciona exclusivamente na internet. Existe uma base de dados única, alojada no Instituto, partilhada por todas as entidades que acedem ao sistema. Qual é a grande inovação trazida por esta plataforma? Procurámos transportar para o sistema as boas práticas em termos europeus de sistemas de informação. Primeiro, disponibilizar os serviços online, para que as pessoas lhes consigam aceder facilmente. Depois, procurar que responda em tempo real, para que não tenham

42 arrendamento de estar à espera do processo de actualização de rendas. Também procurámos a desmaterialização dos processos, isto é, que não haja papel. É certo que ainda há desconfianças, mas o objectivo é que as pessoas não tenham de andar com papéis de um lado para o outro, pelo que a informação está guardada à distância de um clique. Além disso, há também a externalização da introdução dos dados, ou seja, deixamos de escrever os pedidos, dados ou informação para serem as próprias pessoas a fazê-lo. Finalmente, a não duplicação da informação. Informação Partilhada Refere-se à interoperabilidade... Quando temos os sistemas todos integrados, a informação que aparece é a correcta. Por exemplo, quando se insere um dado número de contribuinte, a informação que aparece é a que está no cadastro da DGCI. Em Portugal, este sistema é o primeiro que utiliza de forma alargada uma novidade dos sistemas de informação, a chamada interoperabilidade, em que um dado sistema opera e interage com outros, seja com o da Segurança Social ou com o das Finanças. Além disso, partilha a informação com as câmaras municipais e os técnicos. A interoperabilidade é um sistema aberto em que pessoas, que podiam ter diferentes bases de dados, partilham a informação, interoperando entre si. Essa é grande inovação que a plataforma veio permitir e que, é de facto, a primeira a esta escala a operar em Portugal. Como está estruturado o portal? Existe uma área pública, o portal propriamente dito, ao qual acede o público em geral. Depois existe uma área privada, exclusiva das duas partes envolvidas no processo de actualização de rendas senhorios e arrendatários onde podem calcular rendas, obter informação e podem despoletar todo o processo. Existe uma outra área reservada às câmaras municipais, para fazer a gestão dos processos de atribuição dos coeficientes de conservação dos prédios. Finalmente, existe uma área, também privada, partilhada por todas as entidades das várias instituições envolvidas, a chamada plataforma de integração, ou a extranet, onde todos podem interagir. Este sistema foi pensado para as rendas novas, isto é, para os contratos de arrendamento recentes? Não, este sistema foi concebido para as rendas antigas. O NRAU destina-se às rendas habitacionais anteriores a 1990 e não habitacionais anteriores a Está disponível na plataforma um conjunto de mecanismos de actualização faseada da renda. Neste sistema, do ponto de vista da actualização das rendas, os beneficiários são, em primeiro lugar, os senhorios. Mas, os arrendatários também beneficiam, na medida em que estão disponíveis mecanismos de defesa dos seus interesses. É a partir daqui que se desenvolvem os processos. Por exemplo, o senhorio pode querer que a actualização das rendas ocorra num período mais curto. A lei prevê a existência de períodos de actualização das rendas que variam entre dois, cinco ou dez anos. De acordo com a legislação, o senhorio, quando inicia o processo de actualização de rendas, pode comunicar esse processo em cinco anos. Mas o arrendatário pode invocar a idade ou rendimentos baixos e, a partir daí, obter um faseamento em dez anos. Se o senhorio invocar que a casa

43 Causas Comuns_ Out-Dez2007_41 não está a ser usada, apesar do arrendatário continuar a pagar a renda, pode actualizar a renda em dois anos. Quais são as ferramentas disponibilizadas e como funcionam? O portal tem uma área pública, onde foi colocada toda a legislação disponível, as minutas das cartas que podem ser trocadas e toda a informação sobre as actualizações de rendas. Também disponibilizamos um sistema de simuladores, que permitem fazer o apuramento do valor das rendas, isto para o caso de se querer verificar o impacto que a actualização irá ter. Na área privada existe a informação pessoal e sensível das pessoas, onde é tratado o processo de actualização de rendas ou dos coeficientes de conservação, as ferramentas de trabalho das câmaras municipais, das ordens profissionais, da DGCI. Quantos simuladores existem? São três, a actualização das rendas, a ficha de determinação do estado de conservação e o subsídio de renda. É fundamental ter a noção que a actualização das rendas só pode acontecer se se tiver verificado a conjugação de duas coisas: o prédio ter o seu valor patrimonial actualizado (feito pelas Finanças) e se o seu estado de conservação for aceitável. Sem a determinação destes dois elementos não é possível fazer o cálculo da nova renda. Mas há muitos senhorios que têm optado por deixar o valor patrimonial dos seus imóveis baixo... Dentro de algum tempo, a lei irá provocar a actualização do valor patrimonial independentemente do valor das rendas cobradas. Será bom que os senhorios avancem com o processo de actualização, porque é a única forma que têm de amortecer o impacto da actualização do valor patrimonial. Houve ou vai haver alguma divulgação para que os cidadãos saibam da existência desta plataforma? Temos vindo a fazer essa divulgação. A questão é que este sistema se destina a um universo restrito de pessoas. Não estamos a falar de algo que o público em geral necessite. As associações de proprietários e de inquilinos e as ordens profissionais, participam no processo desde início e conhecem o sistema. Quantos utilizadores esperam ter no site? Este é um site que funciona de forma fechada quanto aos utilizadores. As pessoas para entrarem têm de escrever o seu número de contribuinte, têm de possuir a sua senha das declarações electrónicas e só assim se autenticam. Temos contabilizado 15 mil pessoas como utilizadores registados, que utilizam o sistema. Entre estas contam-se técnicos das câmaras municipais, particulares, senhorios, arrendatários, técnicos, ordens profissionais, o próprio instituto. Actualmente existem oito mil processos, é algo que está a crescer todos os dias. Estão a surgir cerca de 500 novos processos por mês. Qual é o universo que está por base deste sistema? Fala-se num universo de 400 mil casas arrendadas. Mas é importante ter presente que neste número, provavelmente, estão muitas casas vazias, porque os seus arrendatários entretanto faleceram. Assim, a probabilidade do número de arrendamentos se reduzir aceleradamente, é grande. Estamos a falar de um sistema que, dentro de 10 a 12 anos, provocará a sua própria extinção.

44 arrendamento Apoio ao arrendamento para jovens Porta 65 Jovem responde às novas realidades A Iniciativa Porta 65 tem como missão promover um mercado de arrendamento para habitação e, como tal, insere-se no âmbito das atribuições do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana. Entre os instrumentos previstos de execução do Porta 65 já foi regulamentado e está em execução, o designado Porta 65 Jovem. Mafalda Reynolds, vogal do Conselho Directivo traça o essencial deste novo regime de apoio ao arrendamento jovem. texto_carlos Peralta O Porta 65 Jovem é apenas um dos instrumento de uma iniciativa mais ampla, a iniciativa a Porta 65. Que eixos são esses? A iniciativa Porta 65 prevê, além do Porta 65 - Jovem, mais três eixos ou instrumentos, a saber: Porta 65 - Bolsa de Habitação e Mobilidade, Porta 65 - Gestão e Proximidade e Porta 65 - Residência (Coabitação) Apoiada. Dos quatro instrumentos referidos só um foi, para já, regulamentado e arrancou. Os outros estão em fase de criação e de lançamento nos próximos meses. Em Setembro foi publicada legislação específica que cria o novo regime de apoio aos jovens arrendatários: o Porta 65 - Jovem que substitui o anterior Incentivo ao Arrendamento por Jovens (IAJ). Quer comentar? O IAJ era um programa com 15 anos, que vinha de 1992, durante a sua vigência apoiou cerca de 152 mil agregados e que nunca foi revisto. Tratava-se de um programa que, por exemplo, não associava o valor da renda aos rendimentos dos jovens. Os conceitos novos que foram introduzidos no Porta 65 Jovem resultam de um estudo muito profundo que fez uma avaliação dos 15 anos do IAJ, os pontos fortes e os pontos fracos. Foi com base nesse estudo que se concebeu o novo regime. O que muda, no essencial, em relação ao IAJ? Há diferenças no que respeita aos beneficiários, às rendas, o conceito de renda num regime e noutro, em termos de rendimento o que era considerado como rendimento limite num e noutro, taxa de esforço, em termos de tipologia porque no IAJ não havia o conceito de adequar a tipologia do fogo à tipologia da família, ao número

45 Causas Comuns_ Jan2008_ 43 de pessoas do agregado familiar, a duração do apoio, a coesão social, a coesão territorial. Por exemplo... No caso dos beneficiários, jovens só, em família ou em coabitação jovem em qualquer dos regimes são sempre jovens até 30 anos, mas, agora, se se tratar de um casal jovem um dos elementos pode ter até 32 anos. Por outro lado no IAJ não havia fixação de idade mínima e isso era uma das distorções possíveis, havia pessoas com 15/16 anos que se candidatavam. Agora os jovens só podem ser candidatos se tiverem mais de 18 anos. O Porta 65 Jovem já está em funcionamento? Após a publicação da portaria no final de Novembro 30/11/07, foi aberto, no início de Dezembro o primeiro período de candidaturas, ainda em 2007, anunciado no Portal da Habitação com os dias em que está aberto o periodo de entrega das candidaturas.. Candidatura que também difere em relação ao IAJ? Enquanto no IAJ em qualquer altura do ano se podia apresentar as candidaturas, neste sistema há quatro períodos por ano em que os jovens se podem candidatar, depois há uma seriação e uma verificação dos critérios de elegibilidade. Segue-se a atribuição também em função de um valor financeiro, uma dotação fixada para os beneficiários daquele período. Como é evidente, os primeiros pagamentos deste primeiro período de Dezembro de 2007 só serão processados em Como é feita a transição entre o IAJ e o Porta 65 Jovem? As pessoas abrangidas pelo IAJ têm um regime transitório. O subsídio era atribuído durante um ano. Outra diferença entre os dois regimes é que o IAJ era atribuído por um ano com a possibilidade de renovar por mais quatro e agora o Porta 65 é atribuído por um ano e apenas mais dois. As pessoas que estão no primeiro ano do IAJ podem ir até ao seu términus. Por exemplo, se a pessoa iniciou o seu processo em Maio de 2007 recebe no regime do IAJ até Abril de 2008 e pode-se candidatar nesta primeira fase. Se reunir as condições de elegibilidade do Porta 65 - Jovem é-lhe atribuido o novo subsídio e suspenso o pagamento do subsídio do IAJ. Outra grande diferença com o passado é a chamada desmaterialização, ou seja, a ausência de papéis, tudo se passa numa plataforma on line? O IAJ tinha um processo criado há 15 anos muito burocratizado, todo feito manualmente. Agora é tudo desmaterializado, ou seja o acesso à plataforma é através das declarações electrónicas, da password da inscrição nas declarações electrónicas nas Finanças, o que qualquer pessoa, hoje, tem de fazer. A partir disso têm-se uma partilha de informação muito forte com as autoridades que interagem neste processo. As fragilidades do passado desaparecem com esta possibilidade que tivemos de criar uma plataforma que vai certificar e cruzar todas as informações evitando todas as fugas que possam existir. Nesse aspecto é um processo muito mais seguro na sua efectiva aplicação. As candidaturas serão submetidas pela Internet... Os jovens até podem fazer as candidaturas em casa porque os formulários estão todos desmaterializados na plataforma. O preenchimento do formulário da candidatura implica o acesso

46 a vários menus, que incluem instruções e esclarecimentos. O Portal 65 Jovem aponta também a coesão territorial e reabilitação urbana. De que modo? Esse estímulo é, de facto, com o critério de um parâmetro que atribui uma subvenção superior com uma majoração de 10 por cento se as casas alugadas estiverem situadas em determinadas zonas centros históricos ou concelhos rurais de baixa densidades; no fundo é um sinal de que a política actual tem um enfoque muito grande na reabilitação urbana e na coesão territorial, não será tudo, mas é mais um sinal. Quanto a verbas envolvidas de que valores se está a falar? Está inscrita e publicada no Orçamento Geral do Estado para o Arrendamento Urbano e Habitacional uma verba de milhões de euros, cerca de 40 milhões euros. Este valor destina-se a todos os regimes em que há subsídio ao arrendamento, ou seja, o restante do IAJ até Agosto de 2008, o NRAU e para a Porta 65 Jovem. No que respeita ao Porta 65, Jovem concretamente, a distribuição do subsídio não tem de ser igual para todos os quatro períodos anuais. Podem ser anunciados plafonds diferentes para cada período, por exemplo maior neste primeiro período para arrancar com mais força e depois plafonds mais baixos no segundo e terceiro período de candidaturas. Em resumo o que destacaria em relação à Porta 65 Jovem? A mais valia que traz este programa é ter revisto, ter analisado num estudo que foi feito ao regime que existia e ter-lhe dado outra visão mais adequada à realidade dos tempos de hoje. O regime de há 15 anos correspondia a uma realidade e visava dar a uma alternativa às bonificações que havia, igualmente criadas nessa altura, para apoiar a aquisição de fogos, a bonificação do crédito aos jovens. O IAJ apareceu como o apoio do Estado ao arrendamento, o que nessa altura era uma alternativa. Em anos mais recentes foi decidido cancelar todos os apoios a novas candidaturas para bonificação ao crédito jovem. Agora, uma vez que deixou de haver o apoio ao crédito, o Estado entendeu fazer uma avaliação de todo o outro sistema e montar um novo regime de apoio aos jovens, mas já com regras diferentes e mais adequado, quer à realidade sócio-económica dos jovens, quer aos novos estilos de vida destes.

47 Candidaturas On-Line nos meses de Abril/Setembro/Dezembro

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