Pequenas crianças, ENTREVISTA HAMILTON WERNECK. AMAR E EMPREENDER Leo Fraiman e Içami Tiba juntos em lançamento de livros e em coluna no UOL

Transcrição

1 Revista da Metodologia OPEE 1º semestre de 2010 ano 6, número 15 AMAR E EMPREENDER Leo Fraiman e Içami Tiba juntos em lançamento de livros e em coluna no UOL ENTREVISTA HAMILTON WERNECK É preciso um novo olhar da educação para o futuro dos estudantes e do país Pequenas crianças, OPEE descobre uma geração com vontade de agir em visitas a escolas de todo o país e lança vitrine na internet Palavra do Leo Mídias sociais e educação Empreendendo a OPEE Livro ecológico de plástico Desde cedo, elas buscam razões nobres para o futuro Jovens querem mais que dinheiro Agenda Dicas de leitura

2 e 9 10 e e índice UMA NOVA ERA Queremos encorajar educadores pelo desenvolvimento do empreendedorismo desde cedo PALAVRA DO LEO É preciso acreditar na sustentável leveza de ser gente de verdade MÍDIAS SOCIAIS OPEE dá curso sobre como usar essa tendência mundial em favor da educação DIÁRIO DE BORDO Escolas que trabalham com a metodologia em todo o País são visitadas e ganham vitrine VIDA FUNDAMENTAL Crianças mostram que desde cedo é possível sonhar grande e pensar em um novo país DO SONHO À REALIDADE Quatro empreendedores se unem para transformar vidas através de projetos sustentáveis A GENTE NÃO QUER SÓ DINHEIRO Um bate papo com os jovens sobre como construir uma nação por meio da competência profissional AMAR, EDUCAR, EMPREENDER Içami Tiba e Leo Fraiman se encontram em lançamento de livros e como colunistas do UOL ENTREVISTA Pioneiro em empreendedorismo, Hamilton Werneck fala sobre o grande desafio das escolas brasileiras SABEDORIA RECICLADA Editora que publica coleção OPEE trabalha com projeto pioneiro de livros ecológicos de plástico reciclado MULTIDÃO PELO FUTURO Já são 150 mil jovens atendidos pelos eventos da Teenager, que unem estudantes, educadores e universidades AGENDE-SE Confira nossas dicas de leitura e agenda de eventos Carta ao orientador Desde cedo, sim! sta edição da revista Orientador foca uma nova era da OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo). Presente em mais de 50 escolas com material didático para 9º ano e Ensino Médio, a metodologia se consagrou trabalhando autoconhecimento, ensinando sobre cursos universitários e apresentando um panorama do mercado de trabalho. Agora as crianças poderão usufruir da possibilidade de, desde cedo, aprender a traçar seus projetos de vida. Por isso, fomos até as próprias crianças. E ouvimos delas palavras emocionantes, como as da garotinha Paula, que no primeiro ano do Fundamental já sabe que quer ser fisioterapeuta para ajudar pessoas deficientes. Ouvimos ainda uma autoridade no assunto, Hamilton Werneck, escritor, professor e um dos pioneiros em empreendedorismo na educação, que crava: é possível e desejável, sim, ensinar projeto de vida desde cedo. E basta olhar para crianças brincando, quando criam regras e se organizam, para ter certeza disso. Queremos encorajar educadores a seguirem firme no papel mais nobre em qualquer nação: formar cidadãos Para dar mais sabor à novidade, estamos ouvindo os adolescentes que trabalham com a metodologia em salas de aula, colhendo deles em viagens por todo o país depoimentos enriquecedores sobre os resultados do trabalho. Histórias de transformações de vida, esperança no futuro, razão de escolher o querer ser. Queremos, com isso, encorajar educadores, orientadores e mantenedores a seguirem firmes no papel mais nobre em qualquer nação: formar cidadãos, formar seres humanos capazes de vencer sem perder a sensibilidade nos valores humanos e na razão de construir um mundo melhor. Boa leitura! ORIENTADOR Revista semestral da OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo), joint venture formada pelas empresas Leo Fraiman Psicoterapia Cognitiva e Gestão de Carreiras, Teenager Assessoria Profissional, Editora Esfera e Didáticas Assessoria Pedagógica Endereço físico: Rua das Rosas, 193, Mirandópolis, CEP , São Paulo-SP Site: Direção Leo Fraiman, Tadeu Patané, Silvana Pepe e Maurício Barreto Jornalista responsável, reportagens e edição Marcos Brogna (MTB/Diplomado: ) - marcos@fraiman.com.br Conselho editorial Leo Fraiman, Mariana Fancio Gonçalo, Silvana Pepe, Danielle Moura, Marcos Brogna Comercial Danielle Moura danielle@teenageronline.com.br Projeto gráfico e editoração eletrônica Jorgebin - jorgebin@hotmail.com 2 Orientador

3 PALAVRA DO LEO A sustentável leveza de ser Nascemos dotados de um instinto que nos faz gritar de choro quando nosso pulmão se abre no primeiro sopro de vida. A natureza nos premiou com um instinto que nos leva a soltar os pulmões em um volume mais alto do que uma britadeira nos primeiros anos de vida. Assim, um bebê consegue empreender pela sua sobrevivência e garantir a atenção que precisa. Se olharmos 15 anos depois para a apatia, o descaso, o cinismo e a violência de muitos dos adolescentes, veremos que alguma coisa insustentável vem acontecendo na formação das crianças e jovens de nosso país. Pesquisas apontadas por Willian Damon, de Stanford, e sua equipe indicam que nos EUA, assim como aqui, é altíssimo o índice de jovens sem um projeto de vida. Eles não nascem assim. É responsabilidade dos pais, dos educadores e das instituições que permeiam toda a sociedade ajudar os indivíduos a apostarem no valor da vida. Esse é o compromisso que alinhava todos os integrantes da equipe da Metodologia OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo), cujo propósito maior está em contribuir com a oferta de uma metodologia sistematizada e absolutamente prática, com resultados mensuráveis, para que a ponte entre o nascimento biológico e o nascimento para a coletividade se faça de maneira sustentável. Para nós, a sustentabilidade tem importantes significados: é preciso orientar os alunos a refletirem sobre os valores, os princípios e a ética que os formam, voltar o olhar para uma ética do bem comum e fa- Nós não nos esquivamos nem nos escondemos na queixa vazia que desconhece o jovem e sua vontade de sonhar zer com que eles reconheçam que na natureza biológica, assim como na sociedade, é o ganha-ganha que promove relações duradouras, satisfatórias, sadias e produtivas. Se pensamos em formar cidadãos, é preciso dar-lhes a oportunidade para que se conheçam, que se encantem com seu próprio potencial, invistam em sua competência pessoal e em formar habilidades e aptidões profissionais, cada qual no seu estilo. É nosso dever, como educadores e como cidadãos, promover o amor ao crescimento e fazer com que percebam que cuidar do outro é cuidar de si mesmo, pois a linha que distingue cada um de nós é muito menor do que se imagina. Diante de um quadro insustentável de vidas jovens sendo desperdiçadas, aqui estamos, levando raios de sol, como diria Thiago de Mello. Nós não nos esquivamos e nem nos escondemos na queixa vazia que desconhece o jovem e sua vontade de sonhar. Sonhos são leves e devem ser levados a sério dentro do plano escolar, pois como diria Langston Hughes: Nunca desista dos seus sonhos, porque uma vida sem sonhos é como um pássaro sem asas que não pode voar. Assim, concluo este editorial com a emoção de outorgar a você, meu colega, o direito a partilhar dessa missão de oferecer, a partir do Ensino Fundamental, bases sólidas, lúdicas, sistemáticas e especialmente amorosas para que nossos educandos, as futuras gerações deste país, acreditem na sustentável leveza de que eles podem sim ser gente de verdade. Orientador 3

4 OPEE Mídias Sociais Melhor unir-se a elas Os jovens estão no Twitter, no Facebook e em várias redes digitais, espaços onde o professor pode ganhar também Se o Facebook fosse um país, seria o terceiro maior do mundo em população. Enquanto o rádio demorou 38 anos para ter 50 milhões de ouvintes, o Face levou apenas três meses para ter o mesmo número de seguidores. Entre os brasileiros, 79% estão conectados a alguma rede social digital (como o próprio Facebook, ou o Orkut, o Twitter, o Youtube, blogs, etc). São números mais que expressivos e suficientes para se ter a certeza de que as redes sociais da internet vieram para ficar. Mais: inauguram uma nova era na comunicação lançando um desafio a educadores sobre como entender e utilizar essa tendência irreversível em benefício da boa interação com os alunos. Visando ajudar nesse desafio, a OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo) ofereceu, no mês passado, um curso para professores e diretores de escolas que utilizam a metodologia. O encontro aconteceu na Clínica Leo Fraiman de Psicologia Cognitiva, em São Paulo, e foi ministrado pelo jornalista da equipe e professor universitário Marcos Brogna. Qual a diferença entre o que se posta nas mídias sociais hoje e o que se pintava nas cavernas, na época das pinturas rupestres?, provocou o jornalista. Nas duas ocasiões, as pessoas queriam se mostrar, se comunicar, interagir, analisou. Para ele, o que a tecnologia trouxe de novo foi a descentralização da comunicação, agora feita numa rede em que todos podem falar para todos, diferente do modelo em que apenas os grandes grupos de comunicação tinham poder para falar com as massas. Mas não é nova a necessidade de o ser humano querer dividir com alguém o que sente, o que almeja. A ideia da palestra foi discutir com professores qual a maneira de usar as mídias sociais para melhorar a comunicação com os alunos. Que eles estão nessas mídias, é inegável, temos portanto que saber entrar nelas em vez de achar que podemos tirá-los de algo de onde não sairão, disse Brogna. Exemplo dessa interação seria fomentar em salas de aula o uso de mídias sociais para discutir o conteúdo escolar, incitando à participação dos alunos nos temas que mais lhes chamam a atenção. Usemos a democracia que o digital traz para buscar a participação que o professor sempre quis, defendeu o jornalista. Além de pesquisas participativas interclasses, os alunos podem postar seus TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso) sobre profissões ou outros temas nas mídias sociais, como num blog da classe, por exemplo. Os pais podem receber orientação sobre como ajudar no projeto de vida dos seus filhos também por meio das mídias sociais, seja no blog da escola ou ainda dentro do Facebook ou outra plataforma, definiu o Leo Fraiman. A OPEE já possui um blog que traz vídeos, textos e fotos das escolas que estão sendo visitadas, chamado Vitrine OPEE ( É possível que escolas utilizem seu conteúdo e enriqueçam, a partir dele, suas próprias mídias sociais. A OPEE também ministrou, este mês, um curso sobre como montar apresentações em Powerpoint, realizado pela gestora de conteúdo da equipe, Mariana Fancio Gonçalo. Ela é a responsável pelas montagens das palestras do professor Leo. Acesse encontre o vídeo de sua escola e discuta em salas de aula o que os alunos falaram à nossa equipe sobre seus projetos de vida e crie as próprias mídias; Utilize como link no seu site, em blogs ou em qualquer outra mídia social de sua escola o vídeo que postamos de seus alunos no Vitrine OPEE; Crie os próprios blogs, que podem ser abertos e gerenciados por uma classe com a orientação do educador, permitindo um espaço em que cada aluno vai preenchendo o que for descobrindo sobre sua futura profissão e os outros comentando sobre ela. Em seguida, use, por exemplo, o Twitter para chamar para as postagens do blog; Aproveite as notícias do espaço News do portal OPEE () e crie um link para suas mídias digitais, gerando debates e discussões entre os alunos. Nosso material pode servir de base para as redes sociais que sua escola criar; Se quiser vídeos, áudios, fotos ou textos de temas específicos ligados à metodologia, entre em contato com nosso setor de comunicação (marcos@fraiman.com.br). Você poderá usá-los para fomentar debates em salas de aula e nos meios digitais. 4 Orientador

5 DvCom anuncio_informe_publicitario_anna_anjos_set_2010.pdf 3/9/ :14:04 a n o s Projeto Entidades Mitológicas Tucubus, por Anna Anjos C M Y CM MY CY CMY K INSCRIÇÕES ABERTAS Ilustradora formada em Design Gráfico pela Belas Artes Trabalhou como colorista e designer na Fábrica de Quadrinhos, atuando para diversas agências de publicidade. Participou da criação do projeto gráfico do El Ojo de Iberoamerica, em Clientes como Nestlé, Computer Arts, entre outros. Artista plástica, atua no mercado editorial e publicitário. GRADUAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO ARQUITETURA E URBANISMO DESIGN CURSOS LIVRES ARTES VISUAIS DESIGN DE MODA FORMAÇÃO DE PROFESSORES RÁDIO E TV PUBLICIDADE E PROPAGANDA RELAÇÕES INTERNACIONAIS ENSINO COM PERSONALIDADE DESIGN GRÁFICO DESIGN DE PRODUTO RELAÇÕES PÚBLICAS

6 OPEE Visitas a escolas REGENTE FEIJÓ Um debate com alunos no pátio da escola Diário de bordo rumo à nova geração MARÍLIA Conversa com professores de várias disciplinas Numa das viagens, o avião parte de São Paulo para Marília, onde chegamos no fim da noite. Na manhã seguinte, alugamos um carro e vamos a Regente Feijó, onde encontramos alunos num bate-papo excelente sobre seus projetos de vida. Noutra, voamos a Presidente Prudente. Mais outra para Araçatuba e, de lá, para Santa Fé do Sul e novos bate-papos focam o futuro dos jovens. Ou ainda, em uma das viagens mais demoradas, vamos mesmo de carro, desde São Paulo até o canto Oeste do Estado, quase divisa com Mato Grosso do Sul, onde passamos por Birigui, dormimos em José Bonifácio e vamos no dia seguinte a Novo Horizonte. Mais excelentes papos com jovens antenados com o futuro. E mais Poços de Caldas, Limeira, Boituva, Pindamonhangaba... Esse roteiro faz lembrar uma música de Luiz Gonzaga que diz Minha vida é andar por este país.... Andar seguindo uma das mais nobres razões não só desta, mas de qualquer nação que mereça ser realmente uma nação: a educação. Os trajetos descritos são apenas alguns já feitos pela equipe de comunicação e 6 Equipe da OPEE viaja pelo Brasil para conhecer os trabalhos com a metodologia e jovens muito especiais Orientador FOTOS: Marcos Brogna / Orientador pedagógica da OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo), que desde o início do ano está visitando escolas que utilizam a metodologia, debatendo em salas de aula, conversando com alunos, professores e diretores sobre os resultados da aplicação do empreendedorismo como material de ensino e formação do projeto de vida dos estudantes. São mais de 50 instituições em todo o Brasil que adotam nosso material. Silvana Pepe, ex-diretora de um grande sistema de ensino, ex-mantenedora de escola e hoje coordenadora pedagógica da OPEE, e eu, Marcos Brogna, ex-editor-chefe de jornal diário no interior do Estado e hoje jornalista da equipe, estamos tendo o privilégio de conhecer formas criativas de trabalhar o sonho dos alunos. Mais que isso: de fazer desse sonho um caminho possível, que una o sucesso profissional à felicidade, através do autoconhecimento. O que encontramos estamos registrando em vídeos, textos e fotos e postando num blog, criado especialmente para ser a vitrine de todas as escolas que trabalham com nossa metodologia. Por isso, o próprio nome do POÇOS Em Poços de Caldas, bate-papo com alunos na praça blog é Vitrine OPEE, onde as escolas mostram sua capacidade de transformar os alunos por meio da boa educação, com episódios muitas vezes surpreendentes, como num caso em que uma aluna chorou de alegria ao contar que o material mudou sua relação com a família. O endereço do blog é com e, a cada nova viagem, mais educação pela vida. Enquanto escrevo este texto, já tem novos destinos na agenda. E mais histórias boas a buscar, mais Reprodução O blog Vitrine OPEE, onde há postagens com vídeos, fotos e textos das viagens pelas escolas de todo o Brasil Escolas já visitadas Escola Salesiana São José, Colégio Fecap, Colégio Adventista de Santo Amaro, Colégio Adventista de Campo Limpo, Colégio Adventista Ellen White, Colégio Adventista de Interlagos, Colégio São Francisco de Assis, Colégio Ábaco, Colégio Integral de Poços de Caldas, Colégio Santo Ivo, Externato São José de Pindamonhangaba, Colégio Adventista de Guarulhos, Colégio Coração de Maria de Santos, Colégio Ofélia Fonseca, Colégio Objetivo de Jacareí, Liceu Santa Cruz, Colégio Coopem, Colégio Prelúdio, Colégio Horizontes Uirapuru, Colégio Objetivo de Boituva, Colégio Holus, Colégio Rui Barbosa Objetivo, Colégio Êxito, Colégio Miranda, Colégio Doze de Outubro, Colégio Anglo Santa Rita, Colégio Friburgo, Escola Suíço-Brasileira, Prefeitura Municipal de Limeira, Colégio Agostiniano São José e Colégio Adventista Campo Limpo. jovens de olhos brilhando que nos surpreendem com frases como: Ser um bom profissional é poder transformar um país, é fazer um mundo melhor. Sim, e eles sabem que podem, porque o mundo que já viveu duas guerras e tem seus recursos naturais colocados em xeque pela ação exploradora do homem pede por uma nova geração. Uma geração da paz, da tolerância, da ecologia, da atitude. Por sinal, uma geração muito parecida com o que vemos em nossas viagens.

7

8 OPEE Empreender não tem idade Desde cedo, nós queremos futuro Crianças mostram que sonham grande e, pensando nelas a OPEE lança coleção voltada para o Ensino Fundamental Fotos: Marcos Brogna / Orientador Paula Bimbat de Lima ainda está no primeiro ano do Ensino Fundamental. Mas já tem uma ideia nobre sobre seu futuro profissional. Quero ser fisioterapeuta para ajudar as pessoas deficientes, ela diz, com firmeza. Victor Borelli Fernandes, que está no quarto ano, quer ser cientista e o motivo é desafiador: fazer carros voadores para melhorar o trânsito da Capital. João Luiz Parpinelli Boyadjian, que está no sétimo ano, já até faz curso para seguir a carreira de ator ele já participa de peças de teatro em sua escola, o Santo Ivo, em São Paulo, e sua classe confirma seu talento, quando ele diz à revista Orientador sobre seu plano de vida. Paula, Victor e João Luiz são alguns exemplos de que empreender um projeto de vida começa muito mais cedo do que se imagina. Começa ainda no Ensino Fundamental e muitos alunos já mostram na prática que sabem ser empreendedores. Antonio Ferraz Senise Neto, que está no oitavo ano, diz, numa sexta-feira, que ainda tem metade da semanada que recebeu há sete dias. Economizou, visando poder guardar e gastar quando necessário. A revista Orientador percorreu várias classes do Ensino Fundamental do Colégio Santo Ivo ouvindo depoimentos de crianças e adolescentes sobre os conceitos de trabalho e carreira, descobrindo cuidados com as finanças desde cedo, como, por exemplo, na administração da mesada dada pelos pais. E o que encontrou foram histórias de verdadeiros empreendedores mirins. Começar a ensinar empreendedorismo logo cedo é importante porque evita que a criança chegue à adolescência com medos, preconceitos e influências que podem desviá-la de sua real aptidão. O empreendedorismo é uma postura ética, porque um mau empreendedor prejudica pessoas de seu entorno, explica o professor Leo Fraiman, autor da metodologia OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo). Justamente visando contemplar esse potencial, a OPEE lança a coleção de livros didáticos para alunos do Ensino Fundamental. São oito livros, do 1º ao 8º ano, desenvolvidos por uma equipe de psicólogos e Eu acho muito legal dirigir uma escola André Gustavo Roda Leal, 1º ano Quero ser fisioterapeuta para ajudar os deficientes Paula Bimbat de Lima, 1º ano Como médico, posso ajudar as pessoas a melhorarem Henrique Estrella Pelícia Pressutti, 4º ano Eu quero ser médica para ajudar as pessoas Carolina Veronezi de Jesus, 7º ano Vou fazer carros voadores e melhorar o trânsito Victor Borelli Fernandes, 4º ano Quero ser ambientalista e proteger os animais Luís Fernando Barbieri Tonelli, 3º ano 8 Orientador

9 A importância do trabalho é para sustentar a família João Pedro Rodrigues de Castro Tiroli, 7º ano pedagogos, que trabalham três eixos: autoconhecimento, escolhas profissionais e empreendedorismo/educação financeira. Com atividades lúdicas, visando o despertar do público infantil para uma postura de agentes da própria história, os livros trazem a Turma do Leo, personagens através dos quais as crianças poderão conhecer mais sobre como montar, desde cedo, seu projeto de vida. A relevância do ensino do empreendedorismo ainda na fase infantil já foi tema de trabalho acadêmico. A professora Arlinda Aparecida dos Santos Correa, docente do ensino infantil nas cidades paulistas de Itapeva e Buri, aponta que antes dos 7 anos de idade já se pode plantar sementes empreendedoras entre as crianças, com excelentes resultados na formação de uma pessoa mais proativa e vencedora. Guardei a mesada da semana, economizar é importante Antonio Ferraz Senise Neto, 8º ano Trabalho é para a gente se sustentar Enzo Ayres Ferreira, 2º ano Quero ser ator, já faço curso para isso e participo de peças na escola João Luiz Parpinelli Boyadjian, 7º ano Do 1º ano... Coleção OPEE para o Ensino Fundamental, pensando no projeto de vida das crianças e adolescentes Faça a diferença em sua escola. E comece cedo. Agende uma visita pelo telefone (11) ou no comercial@opee.com.br Metodologia baseada em 3 eixos autoconhecimento escolha profissional empreendedorismo e educação financeira

10 OPEE História de um empreendimento Quatro empreendedores por uma causa Psicoterapeuta, empresário de eventos, pedagoga e editor se unem para construir projetos de vida Um psicoterapeuta, um administrador de empresas que trabalha com eventos para jovens, uma educadora e um editor. Em princípio, esses quatro profissionais não teriam coisas em comum a trabalhar, mas foi graças à união deles que surgiu uma metodologia de ensino única do Brasil, que congrega autoconhecimento, escolha profissional, processos seletivos e mercado de trabalho. Leo Fraiman, Tadeu Patané, Silvana Pepe e Maurício Barreto têm na verdade um grande ideal em comum: acreditar que é possível fomentar nos estudantes uma construção sólida de projetos de vida, algo que transcenda a ideia limitada de que a escola deve formar apenas para o vestibular, porque a vida exige mais, coloca provas muito maiores e mais difíceis que apenas um processo seletivo. Aliás, mais que acreditar, eles resolveram apostar nisso. E surgiu a OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo), uma metodologia de ensino que conta com livros didáticos, recursos multimídia e treinamentos já presentes em salas do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º do Ensino Médio em mais de 50 escolas pelo Brasil. Autoconhecimento, escolha profissional, processos seletivos e mercado de trabalho são eixos que norteiam o material. Este ano, a joint venture (união das empresas Clínica Leo Fraiman de Psicoterapia Cognitiva e Gestão de Carreiras, Teenager Assessoria Profissional, Didáticas Assessoria Pedagógica e Editora Esfera) lançou uma 10 Orientador

11 MULTIMÍDIA No papel, no digital, nas redes sociais A OPEE é uma metodologia de ensino que pode ser chamada de multimídia. Ela está no papel, em forma de livros e guia de profissões (este listando mais de 2 mil ocupações possíveis de se buscar no mercado de trabalho), está em CDs com conteúdo digital e está também em portal na internet, assim como nas redes sociais. No portal, acontece um complemento importante do papel, já que os alunos que utilizam os livros em salas de aula podem realizar testes complexos de orientação profissional, acessar jogos diversos e assistir a vídeos. Os benefícios não ficam por aí, pois os pais também são contemplados. Entre os recursos da internet, há 19 pesquisas de afinidade e levantamento de perfil dos alunos em relação ao mercado de trabalho, um test drive em que podem assistir a aulas de seu interesse, links para publicações afins, dicionários de termos profissionais e 7 games. Já no espaço dos pais, há artigos, testes de maturidade, vídeos e material de apoio para a educação familiar. Além disso, a OPEE está presente num blog que integra as mais de 50 escolas que utilizam a metodologia. No endereço www. vitrineopee.blogspot.com, é possível assistir a vídeos, ler textos e ver fotos que a equipe de comunicação e pedagógica da metodologia está colhendo nas instituições que utilizam o material, mostrando as formas mais criativas com que a aplicam com depoimentos marcantes de professores, alunos e diretores (leia mais na página 6). Com o papel, o CD digital, a internet e as mídias sociais, a OPEE busca interação total com alunos, professores e pais, visando concretizar seu ideal maior de ajudar na construção de verdadeiros cidadãos vencedores. Ter OPEE na minha escola é garantia de 50% da matrícula feita Neuza Maria Figueiredo Matos, do Colégio Integral de Poços de Caldas Orientação profissional é quase que uma orientação para a própria vida Sílvio Félix da Silva, prefeito de Limeira Tadeu Patané, Maurício Barreto, Silvana Pepe e Leo Fraiman, sócios que mantêm a OPEE novidade: uma coleção completa para todo o Ensino Fundamental, baseada nos eixos autoconhecimento, escolha profissional e empreendedorismo e educação financeira. Ou seja, as escolas que a adotarem poderão fomentar já nas crianças o espírito empreendedor, o autoconhecimento e a assertividade na criação de seus projetos de vida. Orientador pergunta o que é empreendedorismo para esse grupo eclético de profissionais. O autor dos livros, Leo Fraiman, diz com brilho nos olhos: Empreender é dizer um sim para a vida. Fazemos parte de algo muito maior. Gosto de um provérbio do livro A Ética dos Pais que diz Você não é obrigado a terminar a obra, mas não tem o direito de interromper. Na resposta de seus sócios, a sintonia se mostra perfeita. Empreender é sonhar e realizar, é imaginar e construir, é acreditar e apresentar, diz Tadeu. Para Silvana, É ter foco, ser proativo, fazer para si e para o outro, para o seu lugar, para o seu entorno, para o seu planeta. É contemplar, utilizar e transformar, se necessário, conclui Maurício. Assim, os quatro se completam como parte de uma melodia, de uma orquestra em que cada instrumento, na sua diferença, faz acontecer, faz encantar. A metodologia começou há quase uma década em forma de apostila e hoje está em livros, em CDs, nas plataformas digitais e, mais que tudo, cresce na vida de cada aluno que a utiliza. Ter OPEE na minha escola é garantir 50% da matrícula quando mostro aos pais, porque eles enxergam nessa metodologia uma grande oportunidade para os filhos, diz a mantenedora Neuza Maria Figueiredo Matos, que utiliza a metodologia no colégio Integral, de Poços de Caldas, Minas Gerais. Os mesmos bons resultados são vistos também em escolas públicas e quem atesta isso é o prefeito de Limeira, Silvio Félix da Silva, que adotou a OPEE em sua cidade. O jovem sozinho decidir o que vai fazer para o resto da vida é uma responsabilidade muito grande. Tanto prefeituras, quanto Estado ou País precisam se preocupar com isso. Orientação profissional é quase que uma orientação para a própria vida e o resultado a gente vê na satisfação desses estudantes. No futuro, esses alunos serão bons profissionais e quem ganha somos todos nós, afirma. Esse tipo de resultado faz Leo Fraiman elevar seus sonhos, quando questionado sobre o que espera do futuro: Ter a OPEE em 50 países, porque jovens do mundo inteiro têm sonhos. RAIO-X DA OPEE O que é a OPEE: uma joint venture que une a Clínica Leo Fraiman de Psicoterapia Cognitiva e Gestão de Carreiras, a Teenager Assessoria Profissional, a Didáticas Assessoria Pedagógica e a Editora Esfera; Como é o trabalho: coleção didática de livros e recursos digitais com foco no autoconhecimento, escolha profissional, processos seletivos, mercado de trabalho, empreendedorismo e educação financeira; Qual é seu ideal: fomentar nos alunos conhecimento que vai além da formação para o vestibular, na construção de um projeto de vida sustentável; Onde está presente: em mais de 50 escolas espalhadas pelo Brasil; Contatos: comercial@opee.com.br Orientador 11

12 OPEE Geração A gente não quer só dinheiro Em bate-papo sobre futuro e profissões, jovens mostram ter valores e veem sentido maior nas carreiras que escolhem Em 1987, os Titãs, a então maior banda de rock nacional, numa crítica ao mundo consumista que se escancarava no Brasil, cantou frases como A gente não quer só comida ; A gente não quer só dinheiro ; A gente quer inteiro e não pela metade. Mais de 20 anos depois, os jovens da geração pós-titãs continuam cantando versos como esses, não mais na música que saiu das fitas cassete e migrou para o ipod, mas na vida cotidiana. Pelas escolas de todo o país, adolescentes mostram ter valores e enxergar o sucesso profissional como algo muito maior que apenas o dinheiro. A Viacom, conglomerado de mídia americano com várias empresas em todo o mundo de redes de televisão por assinatura e indústria cinematográfica, chegou a números que comprovam isso. Realizou recentemente uma pesquisa com 28 mil jovens de 18 países e descobriu que o maior desejo para 89% deles é ter um bom emprego, item colocado em primeiro lugar entre suas metas. Já ter dinheiro foi o penúltimo desejo apontado, com 74%. Ou seja, o valor do sucesso é maior que apenas ficar rico. Em um bate-papo com os jovens, é possível constatar que esses percentuais têm nomes, rostos e sonhos. Na mais recente Jornada de Profissões da Teenager, que uniu 2,1 mil jovens na Zona Leste de São Paulo, a revista Orientador fez um bate-papo com estudantes sobre o futuro que esperam para si e o que isso significa. E colheu depoimentos interessantes. Para se conquistar um sonho, é preciso agir, diz Foto: Mariana Fancio Gonçalo / Orientador Fernanda Buchidid. Mas, surge a pergunta: essa geração age? Está um pouco perdida, ela responde. Amandha Simone Grande emenda e admite que há uma maior acomodação, principalmente política. Mas pondera: há um contexto diferente, liberdades já conquistadas e novos desafios. E acrescenta, ao falar de mercado de trabalho: Hoje se exige mais do jovem do que antigamente. Na conversa, aponta-se um diferencial crucial dessa geração. Estamos muito mais ligados a questões ambientais que as gerações anteriores. Os novos profissionais já entram no mercado muito mais conscientes em não prejudicar o meio ambiente, frisa Ludmila Almeida Barros. Eis um fato que se observa até em crianças que chamam a atenção dos pais quando fazem a barba com torneira aberta, por exemplo. Tanto Fernanda, Amanda e Ludmila, quanto Aneliz Nunes Candia, Raquel Gianini Funiel e Diandra Conti, todas do Colégio Santo Antônio, de São Paulo, concordam em uma questão: é possível transformar o mundo a partir da decisão pessoal de trabalhar com o que se gosta e no que se vê sentido. E, assim, na atitude individual do mundo moderno, se constrói uma sociedade mais justa. Ou, voltando a uma música famosa dos anos 1980, essa cantada por Marina: Você me abre seus braços e a gente faz um País. FUTURO EM PAUTA Bate-papo entre alunas presentes na Jornada de Profissões da Teenager, com Leo Fraiman (centro) e o jornalista Marcos Brogna, da OPEE DESEJO, NECESSIDADE, VONTADE Quero fazer Psicologia porque é muito legal trabalhar com pessoas e solucionar problemas delas Amandha Simone Grande Minha opção é Arquitetura e meu sonho é trabalhar na construção de casas mais ecológicas para o Brasil Diandra Conti Vou fazer Audiovisual e trabalhar em filmes que mostrem um Brasil diferente do miserável que se passa no cinema Ludmila Almeida Barros Desde criança eu gostava de ajudar animais de rua e quero ser veterinária por mais direitos aos animais Fernanda Buchidid Através da Engenharia Química, penso que posso trabalhar em projetos ambientais e melhorar o planeta Aneliz Nunes Candia 12 Orientador Quero cursar Design de Interiores porque mudar um ambiente pode tirar sua monotonia e, assim, mudar atitudes Raquel Gianini Funiel

13 OPEE Leo Fraiman e Içami Tiba Amar, ensinar, empreender Autor do best-seller Quem Ama Educa estará junto com Leo Fraiman na defesa da construção de um legado de amor pela vida foto: Mariana Fancio Gonçalo / Orientador Se quem ama educa, quem educa bem ensina a empreender. O bom educador ajuda a construir futuros dignos, que abram as portas de um mundo mais fraterno e próspero. Içami Tiba, psiquiatra, psicodramatista, palestrante e escritor, autor do best-seller Quem Ama Educa, e Leo Fraiman uniram forças nesse sentido. E estarão juntos celebrando a vida e seus mais nobres valores visando a sustentabilidade. O encontro acontece em 7 de outubro na Universidade Anhembi Morumbi e marcará o relançamento do livro de Tiba, assim como o lançamento da coleção de Ensino Fundamental da OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo). Será também uma oportunidade de informar, provocar, instigar e estimular os convidados a fazer a diferença na construção de um legado que permita às crianças e aos adolescentes se perceberem como fios de uma malha social de valores nobres, de caráter e riqueza humana. E, nesse sentido, as biografias de Fraiman e Tiba são muito próximas, o que torna a união deles uma junção de forças no sentido do benfazer e de fazer pelo bem. INICIATIVAS QUE SE COMPLETAM Içami Tiba e Leo Fraiman, biografias dedicadas a valores nobres através da educação OPEE Mídia Leo Fraiman é colunista no UOL foto: Marcos Brogna / Orientador NO ESTÚDIO Leo Fraiman grava para a TV UOL, onde passa a fazer vídeos mensais e colunas semanais Leo Fraiman passa a assinar uma coluna semanal no UOL ( o maior portal brasileiro na internet. Temas como projeto de vida, orientação profissional, dicas para enfrentar processos seletivos como o vestibular, autoconhecimento, participação dos pais na educação dos filhos, educação empreendedora e um tira-dúvidas de internautas começaram a ser veiculados no mês passado pelo portal do Grupo Folha. A participação de Fraiman acontecerá tanto em textos como em vídeos e vem consolidar a importância da discussão dos temas levantados pela OPEE na sociedade. E, coincidentemente, sua participação será junto a Içami Tiba, que também possui coluna no mesmo portal, há mais tempo. Ambos vão, cada um em sua especificidade, trabalhar a educação pessoal e profissional, seus valores tanto para os jovens quanto para as famílias e educadores. Site: Vídeos: Na barra da esquerda na home, clicar em TV UOL Colunas: nas editorias de Educação Orientador 13

14 OPEE Personagem empreendedor Escola precisa focar o amanhã Hamilton Werneck, referência em educação empreendedora, diz que as escolas preparam para ontem e para hoje e estão desligadas do amanhã FOTOS: MARCOS BROGNA/ORIENTADOR 14 Orientador le é pedagogo, um dos desbravadores da orientação profissional no Brasil, conferencista, administrador escolar, professor e pós-graduado em educação. Acima de tudo, um entusiasta da missão de tornar a escola um espaço possível para fomentar o projeto de vida dos alunos. Hamilton Werneck, que foi secretário de Educação de Nova Friburgo e é referência nacional sobre o tema, falou com a revista Orientador sobre a importância da visão empreendedora na educação. E foi categórico ao afirmar que as escolas precisam se ligar para focar o amanhã e não mais o ontem. A seguir, os principais trechos da entrevista. ORIENTADOR: Educar para empreender. O que há em comum entre esses dois verbos? PROF. HAMILTON WERNECK: Na escola tradicional nada há em comum, porque esta escola educa para repetir. Os alunos não conseguem ver a aplicabilidade do que estão estudando. Já Paulo Freire condenava esse tipo de educação, chamando-a de bancária, onde o professor deposita conhecimentos na mente poupadora do aluno. Educar e empreender somente conseguem estar no mesmo patamar quando a escola entende que criatividade é para ser desenvolvida desde cedo. A vida precisa evoluir dos pequenos e médios projetos para os grandes projetos. Isso significa transformar um aluno passivo num empreendedor. A questão vem de longe porque somos platônicos em excesso, gostamos de ideias, de pensar e, não, de fazer. A escola, na verdade, colocando-se num patamar de transmissora de conhecimentos, atrapalha esse desenvolvimento da pessoa. ORIENTADOR: Como foi desbravar esse caminho? WERNECK: Como está sendo, seria mais apropriado. Em congressos de educação pelo Brasil vejo que há muito mais para fazer do que possamos pensar. Temos um professorado com extrema boa vontade, recebendo salários abaixo do necessário para a reposição da cultura que precisam ter, muitas vezes sem saber os conteúdos que devem ministrar e, mais ainda, sem conhecer metodologias próprias para ensinar. A estrutura está muito aquém de qualquer empreendedorismo e, sem ele, será difícil fazermos uma segunda grande revolução que dependerá de conhecimento e conhecimento aplicável à realidade. A vida precisa evoluir dos pequenos e médios projetos para os grandes projetos ORIENTADOR: Desde cedo é possível ter uma visão empreendedora? WERNECK: Sim. Basta olhar as crianças brincando na rua ou no bairro. Elas inventam jogos, discutem regras, mudam regras, ajustam-se às realidades geográficas. Olhe para os grupos de escoteiros - infelizmente, hoje em quantidade pequena. Eles aprendem desde cedo o que é empreender, todo o sistema educativo leva a criança e o adolescente a buscar soluções para problemas, são incentivados a criar e a projetar soluções, seja na armação das barracas, seja na cozinha, seja na sobrevivência. As escolas não aproveitam uma dominante fásica, qual seja, a da estruturação do grupo, do bando, ocasião em que, juntos, fazem muitas coisas. Não é necessário ir tão longe. Quando um professor não sabe lecionar, os alunos se encarregam de inventar tipos diversos de brincadeiras, de indisciplinas. Nesse momento o grupo funciona e a energia de dentro dele aflora. A escola precisa atentar para esses aspectos vivos dentro das salas de aula. ORIENTADOR: Como o sr. vê a educação empreendedora no Brasil e no mundo? WERNECK: Pouco incentivada. Em países onde houve escravidão a situação é pior porque empreender está ligado ao fazer. Fazer, nesses países passou a ser uma atividade de serviçais ou escravos. Além disso, os países e regiões coloni-

15 zados por povos católicos não priorizavam o ato de fazer e empreender. Nesses, a maioria formou uma colônia de exploração e não de povoamento. As regiões ocupadas por protestantes, após o movimento de Lutero em 1517 e sobretudo após Calvino, foram colônias de povoamento. Nós conhecemos um tipo de machado e sua filha única, a machadinha. Instrumento para cortar e derrubar. Visitando o museu da colonização em Nova York encontramos uns onze tipos de machado, seja para destruir, seja para construir. Daí se vê a diferença. As grandes escolas que tratam do meio ambiente dão o tom à educação: a escola determinista liderada por Frederick Ratzel, uma escola alemã, conhecida como ecológica, defende a natureza para que ela fique intacta. A escola possibilista e que teve a liderança de um judeu, Henry La Blache, vê o meio ambiente de outra forma, buscando empreender para sobreviver. Um fato explica melhor: quando o imperador Carlos V enviou os judeus ibéricos, os marranos, para a região de Flandres, esperava que eles fossem dizimados pelas febres e falta de alimentos. Região inóspita e alagada. Eles, sendo empreendedores, construíram o primeiro DAM junto ao rio AMSTEL, o que possibilitou controlar as águas e definir terras para o plantio. Foi o primeiro DAM do rio AMSTEL. Surgiu, desse empreendimento, AMSTERDÃ. ORIENTADOR: Quais os benefícios da escola empreendedora? WERNECK: Ela prepara a pessoa para o imprevisível, para as mudanças que não sabemos quais serão. Num mundo em que as mais importantes profissões dos anos 20 ainda não surgiram, só podemos esperar que seja diferente. Quem se prepara para repetir ficará desempregado. A nossa escola do mundo ocidental quando trabalha bem e os alunos aprendem, forma dois tipos de gente: desempregado e monstrinho treinado. Desempregado porque nada sabe fazer, nem tem espírito empreendedor e criativo; e monstrinho treinado porque, com diploma sob o braço, pode jogar crianças pelas janelas dos apartamentos. ORIENTADOR: As escolas erram quando investem apenas em colocar os alunos dentro da universidade? WERNECK: As escolas erram quando preparam os seus alunos para um momento da vida, ou seja: o vestibular. O erro é claro quando assim agem, pelo alto índice evasão que presenciamos no ensino superior. Esta evasão atinge quarenta por cento conforme os cursos. São pessoas preparadas para passar de ano, passar para determinado curso e que, ao mesmo tempo, não estruturaram nenhum curso de ação, nenhum projeto de vida, nem sabem o que se faz em determinadas profissões. As escolas preparam para ontem e para hoje, estão desligadas do amanhã. Nesse sentido acabam deixando de prestar um serviço necessário à sociedade. O OLHAR WERNECK Empreender logo cedo Basta olhar as crianças brincando. Elas discutem regras, ajustam-se às realidades Professor e aluno Quando um professor não sabe lecionar, os alunos se encarregam de inventar indisciplinas A educação empreendedora Ela prepara a pessoa para o imprevisível, para as mudanças que não sabemos quais serão Contexto a ser mudado A nossa escola do mundo ocidental forma dois tipos de gente: desempregado e monstrinho treinado Foco errado As escolas erram quando preparam os seus alunos para um momento da vida, ou seja: o vestibular. Foto: Marcos Brogna / Orientador WERNECK Em visita a São Paulo, onde esteve na clínica do professor Leo Fraiman Orientador 15

16 OPEE Tendências do mercado Um admirável mundo novo MEGALÓPOLE BRASILEIRA São Paulo, uma das maiores e mais diversas cidades do mundo, é prova inconteste do potencial brasileiro Mulher trabalhando, idosos ativos, infraestrutura em xeque, agronegócio expandindo, petróleo descoberto, educação corporativa a toda e outros mercados em expansão exigem novos profissionais Existe um país onde mais de 50% das mulheres já arregaça as mangas e enfrenta o mercado de trabalho, em que uma das maiores metrópoles do planeta se configura como uma capital do mercado do luxo vendendo produtos diferenciados, no qual se precisa construir uma enorme infraestrutura que garanta sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, onde se produz 80% do suco de laranja consumido no globo em terras que são vistas como potencial celeiro da humanidade. Uma terra na qual se descobriu recentemente promissoras reservas de petróleo, cuja população vai ficando mais madura, ativa e consumidora e onde a diversidade sexual vai ganhando espaço e permitindo não apenas cidadania como uma nova visão para produtos e serviços. Se você pensou que esse país se chama Brasil, acertou em cheio. E esse contexto é sinônimo de oportunidades a serem exploradas pelos nossos educandos. Para se ter uma ideia do tamanho dessa oportunidade, entre 2006 e 2008, nada menos que 25 milhões de brasileiros migraram das classes D e E para a classe C, num boom nunca antes visto, que inflou a classe média e explodiu o consumo. O volume de pessoas é maior que a população toda do Chile e isso significa um considerável aumento no poder de compra e na qualidade de vida da população, que requer novos profissionais aptos a trabalharem. Somado a esse fenômeno, o Brasil, que continua se urbanizando cada vez mais, passa a ser um país onde cresce o número de pessoas solteiras, que já somam 5 milhões que optam por morar sozinhas, necessitando de produtos e serviços específicos para seu dia a dia. São realidades novas que desafiam a novos olhares da nossa parte. É preciso lançar olhos empreendedores para libertar sonhos proativos por parte das novas gerações. Focar o futuro com base nas tendências do presente é fundamental para transmitir aos estudantes novas possibilidades de escolha. Por isso, a OPEE trabalha em suas mídias digitais e também nos momentos presenciais, como nas palestras do professor Leo Fraiman, focando as novas ocupações que surgem e abrem um leque de opções aos novos profissionais. Novidades nem tão recentes, apesar de crescentes, como a inserção da mulher no mercado, ou novíssimas, como o enxergar de uma nova e representativa parcela da sociedade, o público GLS e o das pessoas com deficiências todos consomem mais e paulatinamente se percebem cidadãos e elegem seus representantes. A mulher trabalhando levanta novas necessidades, porque ela precisar se alimentar fora de casa, tem mais condições de comprar roupas, eletroeletrônicos, utilizar carro, buscar lazer e cultura, cuidar da beleza e da família de modo sinérgico. O mesmo vale para as pessoas maduras que hoje estão mais ativas e também consomem mais, se divertem como desejam e vivem mais. Soma-se a isso um país que cresce e precisa de estrutura: novos e melhores aeroportos, portos, estradas, usinas de energia, novas visões urbanas, logística, transporte público, saneamento, adaptações ao mundo digital que permeia todas as atividades humanas, segurança para todo esse contexto novo e muitas vezes vulnerável. Um país que também tem enorme potencial agrário e, que se souber fazer a lição de casa, será certamente um celeiro para a humanidade. Eis um admirável mundo novo, que pede novas ações, novas visões, novas iniciativas, pessoas com mãos empreendedoras que, com determinação, agarrem de frente um futuro que já chegou. 16 Orientador

17 Propaganda e área de abrangência de uma escola Assim como não estamos acostumados a promoções em portas de hospitais, a escolha de uma escola não é definida por uma divulgação em outdoor ou folheto. A propaganda para bens de grande importância como hospitais e escolas tem como principal objetivo gerar a lembrança e despertar o interesse nas pessoas, tendo um efeito inferior quando comparada à venda de produtos. As ações de propaganda regional não têm o poder de mudar conceitos e estigmas. Uma campanha somente terá efeito se o institucional gerado pelos clientes da escola pelo boca a boca for positivo. Se a instituição não for bem quista na sua área de abrangência, a campanha publicitária terá pouco efeito. Portanto, a melhor propaganda é prestar um bom serviço educacional e deixar os alunos e familiares satisfeitos. No período de alta sazonalidade (setembro a março), a ação da propaganda tem como principal finalidade lembrar ao cliente de que existe uma boa opção de escola próxima à sua casa. Isto é, gerar o start, buscar em suas lembranças o nome da escola da qual ele já ouviu falar e que pode ser justamente o que sua família procura. A publicidade e a propaganda têm o papel de divulgar e incentivar os clientes a conhecerem a escola por telefone e pessoalmente. Porém, sem um bom atendimento e pósatendimento, a matrícula provavelmente não será efetivada. As escolas regulares são empresas regionais, isto é, possuem uma área de atuação (onde a maioria dos alunos mora) ou abrangência limitada. Por isso, é importante, antes de fazer propaganda, ter clareza da sua área de abrangência, para não desperdiçar recursos. Conhecida como área de abrangência primária, as escolas regulares possuem cerca de 80% dos seus alunos morando em uma distância inferior a 2 km de raio. Salvo exceção de colégios tradicionais e com grande número de clientes. Constatamos também que cerca de 20% das mães podem optar por deixar seus bebês em berçários na área de abrangência de seus trabalhos, ficando mais próximas de seus filhos durante o dia. A área de abrangência de uma escola não é uniforme. A população tende a evitar obstáculos como grandes avenidas ou rios, para consumir ou usar um serviço. Quando é necessária a utilização da infraestrutura de outro bairro ou região fora de sua área de abrangência, geralmente o cliente escolhe a região vizinha mais próxima ao centro. Essa região é denominada área de abrangência secundária e poderá ser utilizada nas ações de divulgação. Para que a campanha obtenha um bom resultado e não haja desperdício de material publicitário, a escola deve produzir um mapa de abrangência. Mapa de abrangência: Adquira um mapa da sua região ou cole várias folhas xerografadas de um guia de rua. Para cada aluno, pinte um círculo com caneta hidrográfica, diferenciando as cores dos segmentos. Assim a escola terá uma visão clara das áreas onde seus alunos moram. Christian Rocha Coelho SERVIÇO Rabbit Partnership Endereço físico: Rua Dr. Cândido Espinheira, 832, Perdizes - São Paulo, SP, CEP Telefone: (11) Internet: rabbit@rabbitmkt.com.br Orientador 17

18 OPEE Livros ecológicos Em vez de virar lixo, conhecimento Projeto mostra que, de um plástico que poderia poluir o planeta, podem-se criar páginas que perpetuam o conhecimento Realização O que há de semelhante entre uma garrafa pet lançada ao lixo e a cultura? Aparentemente, nada. Mas não para um projeto pioneiro no Brasil que está transformando plásticos descartados em livros. Sim, isso mesmo, livros! Os velhos e bons compilados de páginas que nos elevam a mente e a alma por meio de informações que se perpetuam e nos fazem mais inteligentes, mais capazes de interagir, mais formados para Apoio Cultural a vida ou simplesmente mais felizes. O livro está prestes a ser lançado e sua matéria-prima é feita de plásticos reciclados, rígidos ou flexíveis, oriundos tanto do que é descartado pelo consumo como pelos restos de produções industriais. A ideia tem enorme potencial de crescimento, considerando que no Brasil ainda se coleta apenas de 10% a 20% dos resíduo sólidos urbanos, segundo dados do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A iniciativa do projeto é da Editora Esfera em parceria com a Vitopel. Trata-se de um papel sintético, 100% reciclável e infinitamente reutilizável, diferente do tradicional, que é extraído do corte de árvores. A ideia casa com o ideal da empresa, citado pelo seu diretor, o editor Maurício Barreto. Seguimos o olhar ético que não julga, que não presume, por um saber que é tecido no exercício constante da coragem para ousar contrapor ao que está posto como verdade. Esse ideal foi o mesmo que fez da Esfera um dos quatro pilares que formam a OPEE, porque ela é quem edita os livros da metodologia. EDITORA ESFERA Endereço físico: Rua Monsenhor Passalaqua, 142, Bela Vista - São Paulo, SP, CEP Telefone: Patrocínio Internet: / editoraesfera@editoraesfera.com.br Uma noite pelo projeto de vida das próximas gerações. Um evento para Mantenedores, Gestores e Educadores do Ensino Básico. Dia 7 de outubro, na Universidade Anhembi Morumbi. Contatos (11) ou comercial@opee.com.br 18 Orientador