PÓS-GRADUAÇÃO LEGALE CONTRATOS EMPRESARIAIS
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- Armando Martinho Marreiro
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1 PÓS-GRADUAÇÃO LEGALE CONTRATOS EMPRESARIAIS 1 CONTRATOS SOCIETÁRIOS Área do direito contratual voltada a disciplinar os instrumentos constitutivos, regulatórios, modificativos ou extintivos das sociedades empresárias. Recomenda-se que o contrato social seja elaborado formalmente, observadas as determinações especificas de cada sociedade empresária. Nada impede seja o contrato verbal, todavia enfrentará dificuldades para o ato registral. Segundo Waldo Fazzio Junior são quatro os elementos específicos do contrato social: pluralidade de sócios, constituição de capital, affectio societatis e participação nos lucros e perdas. 1 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Art. 46. O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Art É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Art A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa. 1 o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos. 2 o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes. Art A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). 1 Manual de Direito Comercial. Editora Atlas, 2003.
2 Art Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. Art A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato. Art A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples. Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima. Art O contrato mencionará, no que couber, as indicações do art. 997, e, se for o caso, a firma social. 2 ATAS ASSEMBLEARES Documento de importância histórico/legal cujo objetivo é consignar as decisões tomadas pelos sócios em reuniões ou assembléias. Deve retratar com fidelidade as deliberações, as moções e contraditórios verificados. Normalmente são futuramente utilizadas para alterações contratuais ou consolidações do contrato social.
3 O preâmbulo do documento deve conter alguns detalhes importantes da reunião ou assembléia, como numeração, data, hora, local, participantes, ordem do dia etc. 3 ATA DA 10.ª SESSÃO PLENÁRIA AOS..., ÀS 13 HORAS, NA..., EM SUA 10.ª SESSÃO ORDINÁRIA, SOB A PRESIDÊNCIA DO DR...., QUE APÓS VERIFICAR HAVER NÚMERO LEGAL, DECLAROU ABERTA A SESSÃO. MESA: PRESIDÊNCIA: VICE-PRESIDÊNCIA: SECRETARIA-GERAL:; ATA DA SESSÃO ANTERIOR: LIDA E APROVADA POR UNANIMIDADE. ASSUNTOS GERAIS: ORDEM DO DIA: 1.º PROCESSO: 2.º PROCESSO: ENCERRAMENTO: ENCERRADA A SESSÃO, TENDO SIDO CONVOCADA A PRÓXIMA PARA O DIA..., NO MESMO LOCAL E HORA. ASSINATURAS: Art As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art , serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato. Art A assembléia será presidida e secretariada por sócios escolhidos entre os presentes. 1 o Dos trabalhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da assembléia, ata assinada pelos membros da mesa e por sócios participantes da reunião, quantos bastem à validade das deliberações, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la. REGISTRO DOS CONTRATOS SOCIAIS Trata-se de providência vital, porquanto a existência da pessoa jurídica de direito privado inicia-se com o registro dos seus atos constitutivos no órgão competente. Demais disso, o início da personalidade civil das sociedades também depende dessa iniciativa do empresário.
4 Por força de lei também os atos modificativos ou extintivos devem ser levados a registro, para que o terceiro ou interessado possam ter fácil acesso aos estágios de vida societária. Observar também os termos da Lei 8934/94, que dispõe sobre o registro público de empresas mercantis. 4 Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Art É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Art O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. Art A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). Art O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier. Art O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL CONCEITO a) É um complexo de bens, materiais e imateriais que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a exploração de determinada atividade comercial (Oscar Barreto Filho). 5 b) Artigo Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. 1 bens e meios idôneos. 2 outros nomes: fundo de comércio, azienda, goodwill of a trade. COMPOSIÇÃO Pode-se dizer que o estabelecimento comercial é parte integrante do conjunto de bens contabilizados como ativo pelo empresário (artigo Escrituração). É composto por bens materiais e imateriais. MATERIAIS Móveis e imóveis. IMATERIAIS Sinais distintivos, título, marcas, privilégios, obras literárias, artísticas e cientificas, bem como o ponto e a clientela. SINAIS DISTINTIVOS Destinam-se a individualizar o empresário, principalmente. Secundariamente seu estabelecimento e seus produtos, nos termos do artigo e seguintes do Código Civil Brasileiro. Em apertada síntese, os sinais distintivos identificam o empresário. TÍTULO DO ESTABELECIMENTO É a designação com a qual o estabelecimento é conhecido por sua clientela e terceiros. Conhecido como nome de fantasia, devendo o operador do direito observar que este último faz referência ao estabelecimento e o nome empresarial faz referência ao empresário, propriamente dito.
6 O título do estabelecimento tem valor patrimonial, podendo ser objeto de negócio jurídico, enquanto o nome empresarial não pode ser objeto de compra e venda (artigo E PARÁGRAFO ÚNICO). Segundo Ricardo Fiúza, esta disposição deve ser interpretada com temperamentos, mediante uma interpretação lógica e integrativa, em que sejam conjugadas as normas do caput, com o parágrafo único. O nome empresaria é vendido com a integralidade do estabelecimento, que deverá inserir a qualidade de sucessor. 6 NOME EMPRESARIAL Juscelino Companhia TÍTULO DO ESTABELECIMENTO Montana Grill PONTO DO NEGÓCIO Destaca-se que o ponto não está vinculado somente ao endereço, propriamente dito da empresa. Ele compõe todos os aspectos diretos e indiretos que qualificam o local onde ela está situada. A exploração reiterada do negócio numa determinada área geográfica, a captação consistente de clientela, os caracteres físicos positivos do bem imóvel, sua localização privilegiada, a logística na distribuição das mercadorias, formam um patrimônio imaterial de suam importância na valorização da empresa. O direito procura proteger o ponto do negócio, verdadeiro alicerce do negócio e do capitalismo. Essa proteção legal se estende ao locatário empresário, que para conservar o ponto tem a sua disposição a ação renovatória. AÇÃO RENOVATÓRIA Artigos 58 a 74 da Lei 8.245/91 Tem natureza constitutiva, mas também forte carga condenatória, porque impõe coativamente o contrato ao locador (Vicente Greco Filho). O comerciante ou seus sucessores que preencham os requisitos previstos em lei, devendo ser proposta no interregno de um ano, no máximo, e seis meses, no mínimo, anteriores à data de finalização do contrato em vigor (prazo decandencial). Os requisitos em epígrafe são: a) contrato celebrado por escrito com prazo determinado; b) prazo mínimo do contrato ou soma de prazos ininterruptos dos contratos escritos de, no mínimo, cinco anos; c) exploração pelo locatário do mesmo ramo de negócios, pelo prazo mínimo de três anos.
7 O procedimento da ação é o ordinário, com as regras especiais da Lei extravagante. AVIAMENTO O aviamento está relacionado com a possibilidade de o estabelecimento gerar lucros. Essa expectativa positiva relacionada à empresa, está inserida no próprio estabelecimento não podendo, portanto, ser objeto autônomo de negociação comercial. É considerado por muitos como padrão aferidor de eficiência da empresa. 7 CLIENTELA É a dimensão exterior do aviamento (Waldo Fazzio Jr). São as pessoas que buscam, continuadamente, bens e serviços do estabelecimento. Não pode a clientela ser considerada, propriamente, elemento do estabelecimento, mas o baldrame do aviamento. ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO (TRESPASSE) Artigo e seguintes O estabelecimento empresarial pode ser objeto de alienação, todavia, sob o aspecto civil, a negociação somente produzirá efeitos perante terceiros, quando procedida à alteração no registro empresarial (1.144). Pode ocorrer de a negociação caracterizar perante terceiros sinal de insolvência. Dois pontos a discutir: 1) passivo pode gerar fraude contra credores (recomenda-se a autorização dos credores); 2) ativo dispensa-se o consentimento dos credores. De se observar que no silêncio do contrato resta imposto ao empresário vendedor a obrigatoriedade de não se estabelecer nos cinco anos seguintes, no mesmo ramo de negócio (1.147), para evitar desvio de freguesia.
8 CONTRATOS DEPARTAMENTAIS A assessoria deve mapear e eleger um pacote de contratos para cada área da empresa, segundo suas necessidades e características. Importante ressaltar que os contratos podem ser típicos ou atípicos. Normalmente, para a área de Vendas/Compras, são três os instrumentos básicos: a proposta, a alienação e a pós-venda (recibos de entrega e pagamento). 8 Na área financeira, os contratos podem se voltar para: 1) relações bancárias; 2) mútuo e/ou transferência de capital entre empresas do grupo; 3) recuperação de crédito (confissões de dívida). Na área de recursos humanos normalmente são utilizados contratos diferenciados como prestação de serviços, estágios remunerados ou tecnológicos, contratos cooperativos e afins. Neste curso não serão discutidos aqueles de natureza essencialmente trabalhista. REORGANIZAÇÃO, ATUALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO CONTRATUAL A reorganização contratual é ramo importante do moderno direito contratual/empresarial. Volta-se a readequação dos diversos contratos vigentes na sociedade empresária, geralmente possui três estágios: localização e inventário, avaliação casuística e implementação. A primeira etapa é considerada a mais trabalhosa, pela prospecção de todos os instrumentos firmados pela empresa, tanto na condição de contratante como na de contratada. Os contratos devem ser
9 classificados por setor e inventariados, com dados como: vigência, partes, objeto e retorno financeiro, por exemplo. A segunda etapa está vinculada à atualização dos documentos por intermédio de aditivos e outros procedimentos de novação civil. É importante ter uma equipe muito bem treinada na condução da atualização, de forma a evitar o estresse na abordagem de antigos parceiros mercantis, que estão satisfeitos, unilateralmente, com a posição contratual. 9 A terceira etapa consiste na padronização contratual. Medida que pode ser iniciada em qualquer fase do processo e destina-se a estabelecer uma regra de conduta contratual em instrumentos préconcebidos, aprovados pelas instâncias administrativas. Facilita as condutas internas e externas, além de evitar situações quantitativas e qualitativas de conflito contratual. Demais disso, favorece o preventivo e auxilia na condução e posicionamento de eventuais crises vindouras. CONTROLES CONTRATUAIS (PRAZOS, NOTIFICAÇÕES E ADITIVOS) O inventário contratual deve fornecer às áreas técnicas um exato perfil dos instrumentos vigentes. A empresa deve estar atenta aos contratos com prazo determinado que possuam cláusulas de renovação automática. Outro aspecto que merece uma avaliação contratual são as cláusulas penais. Importa também, realizar, com certa freqüência, uma atualização cadastral, em especial com as alterações societárias da empresa
10 contratada/contratante (objeto, sócios, ou diminuição patrimonial significativa). Caso necessário, os contatos devem ser realizados sempre por meio de notificação extrajudicial, instrumento recomendado para se conservar direitos e prevenir responsabilidades. As eventuais modificações devem ser realizadas por intermédio de aditivos numerados, ou novos contratos, quando for o caso. O administrador contratual deve ter estreito e permanente contato com o departamento jurídico na condução de seu mister, para evitar situação de grave perigo, como novação. 10 Art Dá-se a novação: I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. Art Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. Art A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. Art Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. Art A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. CRIAÇÃO DO SETOR DE CONTROLE E TRÁFEGO CONTRATUAL Atualmente os organogramas empresariais têm o departamento de controle e tráfego de contratos (notificações e aditivos, por exemplo). Também conhecido por logística contratual, presta-se a auxiliar os outros departamentos na condução de suas diversas atuações, interna
11 ou externamente. Recomenda-se que referido departamento seja conexo com o departamento jurídico e que as deliberações sejam tomadas em parceria. Para as atuações e relacionamentos internos pode ser elaborado um regulamento geral para balizar os diversos setores na condução dos assuntos interna corporis. O corpo de colaboradores pode contar com profissionais multidisciplinares, sob orientação de um bacharel em direito experiente ou advogado. 11
12 CONTRATOS DE TRANSMISSÃO DE TECNOLOGIA FRANCHISING OU FRANQUIA A franquia é um contrato pelo qual um comerciante detentor de uma marca ou produto (franqueador) concede, mediante remuneração, o seu uso a outra pessoa (franqueado) e lhe presta serviços de organização empresarial LEI N o 8.955, DE 15 DE DEZEMBRO DE Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e dá outras providências. Art. 1º Os contratos de franquia empresarial são disciplinados por esta lei. Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. Art. 3º Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo obrigatoriamente as seguintes informações: I - histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços; II - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios; III - indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir a impossibilitar o funcionamento da franquia; IV - descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado; V - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente; VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio; VII - especificações quanto ao: a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia; b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução; e c) valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento; VIII - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte: a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties); b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial; c) taxa de publicidade ou semelhante; d) seguro mínimo; e e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados; 2 GONÇALVES Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume III, Editora Saraiva.
13 IX - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze meses, com nome, endereço e telefone; X - em relação ao território, deve ser especificado o seguinte: a) se é garantida ao franqueado exclusividade ou preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que condições o faz; e b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou realizar exportações; XI - informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornecedores; XII - indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a: a) supervisão de rede; b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado; c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos; d) treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de franquia; f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e g) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado; XIII - situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador; XIV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a: a) know how ou segredo de indústria a que venha a ter acesso em função da franquia; e b) implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador; XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade. Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. Parágrafo único. Na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. Art. 5º (VETADO). Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. Art. 7º A sanção prevista no parágrafo único do art. 4º desta lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. Art. 8º O disposto nesta lei aplica-se aos sistemas de franquia instalados e operados no território nacional. Art. 9º Para os fins desta lei, o termo franqueador, quando utilizado em qualquer de seus dispositivos, serve também para designar o subfranqueador, da mesma forma que as disposições que se refiram ao franqueado aplicam-se ao subfranqueado. Art. 10. Esta lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação. Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário. 13
14 14 CONTRATOS DE TRANSMISSÃO DE TECNOLOGIA KNOW HOW Contrato pelo qual uma das partes se obriga a transmitir a outra uma determinada tecnologia ou conhecimentos técnicos exclusivos, empregados na produção e comercialização de bens e serviços. 3 Importante destacar que o contrato de know how, propriamente dito, pressupõe caráter temporário. Para a transferência definitiva utiliza-se a forma de cessão. Lei 9.279/96 Propriedade industrial Art. 61. O titular de patente ou o depositante poderá celebrar contrato de licença para exploração. Parágrafo único. O licenciado poderá ser investido pelo titular de todos os poderes para agir em defesa da patente. Art. 63. O aperfeiçoamento introduzido em patente licenciada pertence a quem o fizer, sendo assegurado à outra parte contratante o direito de preferência para seu licenciamento. 3 GONÇALVES Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Volume III, Editora Saraiva.
15 CONTRATO DE RISCO JOINT VENTURE Não regulado ainda pelo direito brasileiro, na forma legislativa, trata-se de contrato utilizado em larga escala no mundo contemporâneo, cujo objeto é o risco no desenvolvimento de parceria de serviços. Utiliza-se, atualmente, o direito civil como parâmetro. Os contratantes normalmente dividem os custos e lucros obtidos na proporção de 50% (cinqüenta por cento). Tendo em vista a profunda complexidade do negócio, envolvendo, muitas vezes, empresas nacionais e estrangeiras, os contratantes costuma nomear árbitros para dirimir ou julgar eventuais divergências. 15 Dos Contratos Aleatórios Código Civil Art Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Art Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. Art Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. Art A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
16 CONTRATOS COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Inserido no campo do direito administrativo, tem por objeto a contratação com o setor público. Sua base legislativa é a Lei 8.666/93 que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, instituindo normas para licitações e contratos da Administração Pública. Referem-se a obras, serviços, publicidade, compras, alienações e locações e quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação (ressalvadas as hipóteses previstas no próprio corpo da lei). A Lei 8.666/93 sofreu alterações pela Lei de Os contratos administrativos, além de possuir características comuns a todos os contratos, devem possuir algumas especiais como: licitação prévia, publicidade, prazo determinado, prorrogabilidade, cláusulas exorbitantes e finalidade pública. A principal diferença entre os contratos gerais e aqueles firmados com a administração pública, está na supremacia de poder (poder de império). Todavia em alguns casos como locação e compra e venda de materiais o poder não é considerado de império, mas de gestão. Neste caso não há preponderância do poder público, ficando ele em condições de igualdade com o contratado. 16
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