CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - FEPI Curso de Direito. Everton Cirino da Rosa Neves DIREITOS FUNDAMENTAIS FRENTE À ATUAÇÃO DO PODER EXECUTIVO

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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - FEPI Curso de Direito Everton Cirino da Rosa Neves DIREITOS FUNDAMENTAIS FRENTE À ATUAÇÃO DO PODER EXECUTIVO 0 0 ITAJUBÁ-MG 0

2 Everton Cirino da Rosa Neves 0 0 DIREITOS FUNDAMENTAIS FRENTE À ATUAÇÃO DO PODER EXECUTIVO Artigo apresentado ao Prof. Me. Francisco Fernandes para obtenção de nota do primeiro bimestre na disciplina Metodologia Cientifica do curso de Direito do Centro Universitário de Itajubá FEPI. ITAJUBÁ-MG 0

3 RESUMO O presente artigo tem por objeto analisar os direitos e garantias fundamentais, compreendendo suas dimensões com espeque na atuação do poder executivo, para apuradas as limitações impostas ao Estado verificar-se como ocorre a efetivamente a aplicação destas normas em relação aos sujeitos de direito. Este estudo pautou-se na pesquisa bibliográfica, a qual possibilitou a construção dos elementos básicos deste trabalho, considerando-se que estes direitos estão estruturados em ideais democráticos historicamente construídos e que são a base da sociedade atual, portanto, ainda que estejamos longe do ideal as bases constitucionais que devem alicerçar os tão necessários avanços estão consolidadas. Palavras Chave: Direitos Fundamentais. Dimensão de Direitos. Poder Executivo. Democracia. 0

4 ABSTRACT This article aims to analyze the fundamental rights and guarantees, including its dimensions with stanchion on the performance of the executive power, cleared the limitations imposed on the state be seen as occurs effectively the application of these rules in relation to the subjects of law. This study was guided in the literature, which enabled the construction of the basic elements of this work, considering that these rights are structured in democratic ideals historically constructed and that are the basis of today's society, so even though we are far from ideal the constitutional basis which should underpin the much needed advances are consolidated. Key words : Fundamental Rights. Rights Dimension. Executive power. Democracy

5 SUMÁRIO. INTRODUÇÃO.... DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIFERENCIAÇÃO.... DIMENSÃO DE DIREITOS.... DIREITOS FUNDAMENTAIS E PODER EXECUTIVO.... CONSIDERAÇÕES FINAIS... REFERENCIAS

6 INTRODUÇÃO 0 0 O povo delega aos seus representantes o poder tomar diretrizes sobre o destino da nação, entretanto, esse poder não é absoluto, existindo os direitos e garantias individuais e coletivas com o objetivo de limitar o poder estatal, havendo a incorporação dos direitos subjetivos do homem e normas formalmente básicas, para a efetiva proteção da dignidade humana. Na ótica de Canotilho, os direitos fundamentais trazem um direito de defesa, que se divide em duas partes, sendo o primeiro em um plano jurídico-objetivo, garantindo a não interferência do Estado na esfera privada e o segundo em um plano jurídico-subjetivo, exigindo dos poderes públicos uma omissão, a fim de não haver uma agressão lesiva. A Constituição de traz em seu texto a classificação dos direitos fundamentais em cinco, direitos individuais e coletivos; direitos sociais; nacionalidade; direitos políticos e partidos políticos. Assim nos ensina Pedro Lenza: A CF/, em seu título II, classifica o gênero direitos e garantias fundamentais em importantes grupos, a saber: direitos e deveres individuais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; partidos políticos. Iniciamos o estudo pelos direitos e deveres individuais e coletivos, lembrando, desde já, como manifestou o STF, corroborando a doutrina mais atualizada, que os direitos e deveres individuais e coletivos não se restringem ao art..º da CF/, podendo ser encontrados ao longo do texto constitucional,[] expressos ou decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição, ou, ainda, decorrentes dos tratados e convenções internacionais de que o Brasil seja parte. A doutrina atual traz diferenciações entre gerações de direitos fundamentais, sendo a primeira relatando os direitos civis e políticos, a segunda os direitos econômicos sociais e culturais e a terceira são os direitos de solidariedade e fraternidade. Verifica-se que respeitados os direitos e garantias fundamentais as normas jurídicas passam a ter um caráter mais democrático, bem como são capazes de assegurar a supremacia do princípio da dignidade humana. Desta forma, com o objetivo deste estudo é a análise genérica dos direitos e garantias fundamentais, com intuito de demonstrar a importância destes frente à atuação do Estado, Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado / Pedro Lenza.. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo : Saraiva, 0

7 pautando-se na premissa de ser a Constituição o pilar e ao mesmo tempo escopo do ordenamento jurídico. 0 0

8 0 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DIFERENCIAÇÃO O artigo da Constituição trata dos direitos e deveres individuais e coletivos, e, embora não mencione expressamente as garantias fundamentais, é cediço que são aqueles espécies destes últimos. Para Rui Barbosa, os direitos e garantias se diferenciam pelo motivo de um trazer a declaração, que gera a existência da norma e as garantias serem assecuratórias da norma, ou seja, o fazer valer delas. Já para Canotilho direitos e garantias são sinônimos, já que as garantias dizem a respeito de uma possibilidade de ação e asseguração dessa possibilidade que, desta forma, trazem a existência da norma (MORAES, 0). Tomadas as garantias como gênero os remédios constitucionais, mecanismos utilizados como meio assecuratório são uma de suas espécies, assim nos ensina, o doutrinador Pedro Lenza: Por fim, diferenciar as garantias fundamentais dos remédios constitucionais. Estes últimos são espécie do gênero garantia. Isso porque, uma vez consagrado o direito, a sua garantia nem sempre estará nas regras definidas constitucionalmente como remédios constitucionais (ex.: habeas corpus, habeas data etc.). Em determinadas situações a garantia poderá estar na própria norma que assegura o direito. Desta forma, constata-se que os direitos fundamentais são bens jurídicos prescritos na norma constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos através dos quais se assegura, se garante, o exercício de tais direitos, tanto preventivamente como por reparação, caso violados. 0 Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado / Pedro Lenza. ed. São Paulo: Saraiva, 0

9 0 0 DIMENSÃO DE DIREITOS As gerações de direitos ou dimensões de direitos, consoante entendimento da doutrina contemporânea, visando demonstrar que uma nova dimensão de direitos não exclui as demais, são premissas que se desenvolvem desde a Revolução Francesa, visando manter seus ideais que foram essenciais à estruturação de nosso Estado, com fundamentos legítimos e democráticos. Os direitos de primeira dimensão demarcam a transição estatal, do autoritarismo ao estado de direito. São considerados direitos de primeira geração as liberdades públicas e os direitos políticos, preocupa-se esta dimensão de direitos com a liberdade. Neste sentido, Paulo Bonavides: Os direitos de primeira geração ou direitos de liberdades têm por titular o indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico; enfim, são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado. Como direitos de segunda dimensão/geração verificados a partir do século XIX, encontram-se os direitos sociais, especialmente a igualdade, em todas as suas perspectivas (material, formal...). Isto, após verificar-se que a liberdade irrestrita criava ainda mais desigualdade, tornou-se salutar a intervenção estatal para a garantia da igualdade, vigorando a partir de então o Estado social, objetivando reparar as condições precárias de trabalho. Assim nos ensina Pedro Lenza: O início do século XX é marcado pela Primeira Grande Guerra e pela fixação de direitos sociais. Essa perspectiva de evidenciação dos direitos sociais, culturais e econômicos, bem como dos direitos coletivos, ou de coletividade, correspondendo aos direitos de igualdade (substancial, real e material e não meramente formal) mostra-se marcante em alguns documentos, destacandose: Constituição do México, de ; Constituição de Weimar, de, na Alemanha, conhecida como a Constituição da primeira república alemã; Tratado de Versalhes, (OIT); no Brasil, a Constituição de (lembrando que nos textos anteriores também havia alguma previsão). BONAVIDES, Paulo. ed. São Paulo. Malheiros:. Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado / Pedro Lenza. ed. São Paulo: Saraiva, 0

10 Os Direitos Fundamentais de terceira dimensão, nasceram num período de vultosas mudanças, advindas da globalização e de novas preocupações, como a proteção dos consumidores e do meio ambiente. Tais direitos são conhecidos como trans ou metaindividuais, posto que englobam a coletividade de uma forma geral, dentre esses direitos são evidenciadas a solidariedade/fraternidade, são abrangidos por estas proteções o patrimônio comum da humanidade, o meio ambiente, a comunicação. Com os avanços da genética, foram se consolidando os chamados direitos de quarta dimensão, que de forma geral e ampla visam a manutenção da vida humana, a proteção do genoma humano, com intuito de não se perder a propriedade genética. Para NOVELLINO, 0: os direitos de quarta geração compreendem a democracia, informação e pluralismo, correspondendo a fase final de institucionalização do Estado Social. 0

11 0 0 DIREITOS FUNDAMENTAIS E PODER EXECUTIVO A vinculação do Poder Executivo aos direitos e garantias fundamentais é muito importante, de uma banda por impingir ao Estado o dever de agir dentro dos limites constitucionais de outra por tornar nulos os atos praticados sem atenção aos direitos fundamentais. Neste, sentido Paulo Gustavo Gonet Branco: A Administração, evidentemente, também se vincula aos direitos fundamentais. A expressão Administração compreende não somente pessoas jurídicas de direito público, mas, igualmente, pessoas de direito privado que disponham de poderes públicos, de faculdades do jus imperium, ao tratar com o particular. A não ser assim, estaria aberta a via oblíqua da ação administrativa por meio de sujeitos de direito privado como modo de ladear a vinculação do Executivo ao regime dos direitos fundamentais. A vinculação da Administração às normas de direitos fundamentais torna nulos os atos praticados com ofensa ao sistema desses direitos. De outra parte, a Administração deve interpretar e aplicar as leis segundo os direitos fundamentais. A atividade discricionária da Administração não pode deixar de respeitar os limites que lhe acenam os direitos fundamentais. Em especial, os direitos fundamentais devem ser considerados na interpretação e aplicação, pelo administrador público, de cláusulas gerais e de conceitos jurídicos indeterminado. Assim, vislumbra-se que há uma dupla ligação entre as normas fundamentais e o poder executivo, sendo estas de suma importância para a sua aplicação mais imediata como as medidas e ações afirmativas que visem assegurar o pleno gozo desses direitos aos indivíduos. A Constituição estatuiu diversos direitos e garantias fundamentais, especialmente em seu título II, sendo estas individuais e coletivas que visam limitar o poder do Estatal. Os direitos fundamentais nos dão uma garantia de defesa, no plano jurídico-objetivo garantem a não intervenção do Estado na esfera privada e no plano jurídico-subjetivo é exigida uma omissão dos poderes públicos, para que não haja uma agressão lesiva. Sendo dirigente há na Constituição os fundamentos pelos quais o poder executivo deve-se pautar, almejando sempre a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária. Cabe, portanto, ao Poder Executivo cumprir a constituição com vistas a garantir a plena efetividade dos direitos fundamentais. Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco.. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 0

12 0 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Constituição Federal garante que todos são iguais perante a lei, garantindo a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos. São sujeitos de direito e detém estas proteções fundamentais asseguradas, sem qualquer tipo de distinção, os brasileiros natos e estrangeiros residentes no país, não excluindo o estrangeiro em trânsito. O legislador, no exercício de sua função constitucional de edição normativa, não poderá afastar-se do princípio da igualdade, sob pena de flagrante inconstitucionalidade. Assim, normas que criem diferenciações abusivas, arbitrárias, sem qualquer finalidade lícita, serão incompatíveis com a Constituição Federal. É evidente que na realidade fática os direitos fundamentais ainda estão longe de serem experimentados pela grande maioria da população, contudo, pode-se perceber que estes são historicamente construídos, portando, tomando por base a premissa de que a sociedade está em constante transformação, é de se esperar que com o passar dos tempos este quadro possa melhorar. Para tanto, devem as medidas pertinentes serem tomadas por cada ente estatal e também serem as normas constitucionais, especialmente os direitos fundamentais respeitadas e colocadas em exercício, para que o Estado Democrático de Direito seja efetivamente alcançado. 0

13 0 0 REFERÊNCIAS AGOSTINHO, Luis Otávio Vicenzi de; HERRERA Luiz Henrique Martim. (Orgs.) Tutela dos direitos humanos e fundamentais: ensaios a partir das linhas de pesquisa: construção do saber jurídico e função política do direito. ed. Birigui, SP: Boreal Editora, 0. BARROSO, Luis Roberto. O direito constitucional e a efetividade de suas normas: limites e possibilidades da constituição brasileira. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 00. BONAVIDES, Paulo. ed. São Paulo. Malheiros:. LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado / Pedro Lenza. ed. São Paulo: Saraiva, 0. MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco.. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 0. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional.. Ed. São Paulo: Atlas 0. NOVELINO, Marcelo. Manual de direito constitucional / Marcelo Novelino.. ed. rev. e atual. rio de janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 0.