FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CAMPO DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO
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- Mafalda Cabral Pinhal
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1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CAMPO DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO Resumo Marcos Aurélio Silva Soares 1 UNINTER Kátia Cristina Dambiski Soares 2 UNINTER Ivo José Both 3 UNINTER Daniel Soczek 4 UNINTER Desiré Luciane Dominschek Lima 5 UNINTER Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento A pesquisa relatada neste texto está em andamento e tem como tema a relação entreformação de professores e as tecnologias educacionais. A pesquisa tem como objetivo principal investigar, numa perspectiva qualitativa, a contribuição do uso das tecnologias educacionais para a qualidade do trabalho docente por meio da produção científica produzida no âmbito daanped. A investigação tem como pressuposto inicial a identificação,seja na formação inicial ou continuada, como as tecnologias educacionais podem contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e do processo de aprendizagem.a metodologia da pesquisa utilizada denomina-se de estado da arte que de acordo com Romanowski e Ens (2006, p.40) recebem esta denominação quando abrangem toda área do conhecimento, nos diferentes aspectos que geraram produções. Para tanto, a pesquisa terá como base aanálise bibliográfica dos textos disponibilizados no site da ANPEd. Pretende-se contribuir para a ampliação do debate a respeito da importância da formação inicial e continuada dos professores e sobre a utilização das tecnologias educacionais na melhoria da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem. O levantamento bibliográfico realizado até o momento indica a existência de poucos trabalhos que discutem teoricamente a interface entre tecnologia e formação de professores. Em relação à produção acadêmica sobre à formação inicial do professor, no que tange à utilização das tecnologias educacionais é possível afirmar que existe produção, mas 1 Mestre em Educação e Trabalho, Linha de Políticas e Gestão da Educação. Universidade Federal do Paraná (UFPR).Professor do Centro Universitário Internacional UNINTER. marcos.so@uninter.com. 2 Doutora em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora do Centro Universitário Internacional UNINTER. katia.s@uninter.com. 3 Doutor em Educação. Universidade do Minho em Portugal. Professor do Centro Universitário Internacional UNINTER. ivo.b@uninter.com. 4 Doutor em Sociologia Política. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professor do Centro Universitário Internacional UNINTER. daniel.s@uninter.com. 5 Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mestre em Educação na área de História e Historiografia da Educação. Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do Centro Universitário Internacional UNINTER. desire.d@uninter.com. ISSN
2 1711 ela é ainda muito incipiente se considerarmos o número de trabalhos que discutem a temática. Consideramos ser fundamental o resgate das experiências positivas e exitosas dos professores em relação à utilização das tecnologias educacionais para proceder a uma análise crítica sobre a influência e as possibilidades de usos das tecnologias no trabalho do professor tendo em vista a melhoria da qualidade de ensino. Palavras-chave: formação de professores; tecnologias educacionais; pesquisa em educação. Introdução A principal atribuição do pedagogo (a) é organizar e coordenar o trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas que ofertam Educação Básica com vistas a atingir os objetivos propostos no projeto político-pedagógico das instituições de ensino. Para que seja possível realizar tal tarefa algumas atividades essenciais precisam ser desenvolvidas, tais como: a ação nos mecanismos de gestão, a organização do espaço e tempo escolar, o acompanhamento da prática pedagógica dos professores, a utilização das tecnologias, a formação continuada dos profissionais, a relação escola e comunidade e a constante avaliação do trabalho pedagógico como um todo. Para que os professores do curso de Pedagogia possam aprimorar os processos de formação inicial dos pedagogos e professores é fundamental a reflexão constante, a pesquisa dos aspectos mencionados acima, pois tais elementos permitem diálogo aprimorado em busca da melhora da práxis pedagógica. Para este momento, definimos como norteador de nosso trabalho o seguinte problema de pesquisa: como a pesquisana área de educação, refletida nos trabalhos da ANPEd, tem entendido a formação dos professores em relação à discussão e uso das tecnologias educacionais. Pretendemos investigar de que forma os textos produzidos na área da pesquisa em educação nas Reuniões Anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) abordam a formação de professores em relação às tecnologias educacionais, categorizando esta produção. E, num segundo momento, analisar quais são as propostas para a formação inicial e continuada de professores considerando a disponibilização das tecnologias educacionais O atual contexto histórico é marcado pelo aumento da quantidade de instrumentos, qualidade de softwares e acesso às tecnologias em todas as esferas da vida humana. Na seara educacional as tecnologias têm sido objeto de estudo devido à importância em conhecer esta produção e discutir seus impactos, limites e possibilidades na realidade educacional
3 1712 brasileira.desta forma, a pesquisa proposta tem sua relevância no contexto da prática pedagógica realizada nas escolas, dada a importância da discussão sobre as possíveis utilizações das tecnologias educacionais como um meio capaz de potencializar a aprendizagem dos alunos e ampliar o acesso aos conhecimentos / conteúdos trabalhados em sala de aula. Cabe destacar que as tecnologias não são compreendidas aqui como a panaceia dos problemas educacionais brasileiros, nem podem ser considerados, por si mesmos, metodologias, porque o uso de instrumental tecnológico, não obstante a potencialização das práticas educacionais, não substitui a mediação pedagógica. Neste contexto faz-se necessária a reflexão crítica sobre os limites e possibilidades da formação dos professores quanto ao uso das tecnologias educacionais. Esta discussão é necessária e possível. É necessária, pois aorganização do trabalho pedagógico implica no processo de elaboração dos planejamentos, na discussão sobre as metodologias de ensino e avaliação da aprendizagem. É possível porquepode ocorrer em momentos como as reuniões pedagógicas e nas horas-atividade de forma sistematizada e, de forma complementar, assistemática, em conversas de corredor. Em ambos os casos, a compreensão crítica desta temática dos usos das tecnologias em educação é fundamental. Nestes momentos, há a discussão coletiva sobre o processo ensino aprendizagem e, há a possibilidade da reflexão conjunta sobre a utilização das tecnologias educacionais para o aprimoramento deste processo. Desenvolvimento Formação de professores e novas tecnologias: fundamentos epistemológicos A compreensão de que a educação é um processo de formação humana, amplo, faz parte do campo crítico e podemos encontrar esta perspectiva em Marx (2002), Adorno (2003) ou Mészarós (2005 e 2006), para citar 3 exemplos de autores em momentos históricos distintos. Considerando o objetivo e o problema desta pesquisa, entendemos ser fundamental salientar a importância do entrosamento, da discussão conjunta, do alinhamento do trabalho nas escolas no intuito de ampliar e aprofundar, cada vez mais os processos formais de formação humana. Além disso, não podemos esquecer que a importância de organizar o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola na direção da construção de uma educação de qualidade tem também por objetivo a promoção da justiça social. Precisamos aprofundar a reflexão sobre como a escola está realizando a sua função social, ou seja, a de integrar todas as dimensões da vida. Para isso, não podemos deixar de observar se o trabalho pedagógico tem se pautado por processos de organização coletiva e
4 1713 efetivação dos pressupostos fundamentais que constam em seu projeto político pedagógico integrado às possibilidades ofertadas pelo mundo contemporâneo por meio das tecnologias hoje disponíveis e em construção. Neste contexto, cabe refletir sobre a utilização das tecnologias educacionais no âmbito do trabalho pedagógico para evitar equívocos e simplificações como destacado por Brito e Purificação. Segundo eles, Alguns educadores consideram que a simples utilização desses meios é suficiente para garantir um avanço na educação. Entretanto, só o uso não basta; se as tecnologias educacionais não forem bem utilizadas, garantem a novidade por algum tempo, mas não que realmente aconteça uma melhoria significativa na educação (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2008, p.36). A discussão crítica sobre o uso das tecnologias precisa ser sistematizada e esta sistematização precisa tornar-se um norte, um caminho que se constrói coletivamente na realidade escolar. Daí a importância que esta discussão fique sistematizada formalmente nos documentos escolares e, principalmente, no Projeto Político Pedagógico da Escola. Uma das características que precisam estar presentes e claras no projeto político pedagógico das escolas é como a tecnologia na educação podem colaborar para a oferta de um ensino de qualidade. Neste sentido, é preciso que tanto os professores, quanto os alunos estejam dispostos a aprender e trabalhar a sua curiosidade em relação às novas tecnologias educacionais. Esse trabalho não e a simples recepção de equipamentos em sala, mas a elaboração e construção de metodologias que, possibilitadas por estes instrumentos, produzam mudanças qualitativas nos processos de ensino e aprendizagem. Pois, como afirma Brito e Purificação (2008), sua simples utilização não é suficiente para uma melhoria significativa na educação. Considerando a importância da (boa) utilização das tecnologias como aporte para as demandas educacionais, é necessária a compreensão do conceito de tecnologia para os fins desta pesquisa. Desta forma, destacamos o que diz Bueno (1999, p.87) ao trabalhar o conceito de tecnologia que ele compreende como [...] um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e gera a sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser humano de criar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindo instrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se de um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar, aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com a natureza e com os demais seres humanos. Partindo do pressuposto de que a tecnologia é fruto da interação do homem com a natureza e que, na medida de sua necessidade, os homens e mulheres produziram e continuam
5 1714 produzindo instrumentos e técnicas com base em conhecimentos científicos com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida podemos compreender, de acordo com Brito (2006, p. 08) que o termo tecnologia vai muito além de meros equipamentos. Ela permeia toda a nossa vida, inclusive em questões não tangíveis, nas (re) construções simbólicas do mundo, nas diversas representações sociais e seus desdobramentos. Dada a amplitude e abrangência deste conceito, para efeitos didáticos optamos por destacar aqui elementos refletidos por Sancho apud Tajra (2001, p. 48) quando classifica as tecnologias em três grandes grupos: Tecnologias físicas: são as inovações de instrumentais físicos, tais como: caneta esferográfica, livro, telefone, aparelho celular, satélites, computadores. Estão relacionadas com a Física, Química, Biologia, etc. (equipamentos) Tecnologias organizadoras: são as formas de como nos relacionamos com o mundo; como os diversos sistemas produtivos estão organizados. As modernas técnicas de gestão pela Qualidade Total é um exemplo de tecnologia organizadora. (relações com o mundo) Tecnologias simbólicas: estão relacionadas com a forma de comunicação entre as pessoas, desde a iniciação dos idiomas escritos e falados à forma como as pessoas se comunicam. São os símbolos de comunicação. (interfaces de comunicação). O autor destaca que tais tecnologias estão integradas e possuem um grau de interdependência muito grande. No entanto tal classificação facilita a compreensão da tecnologia, inclusive para explicitação dos elementos presentes em cada uma de suas características. Para os interesses de nossa pesquisa, esta categorização pode auxiliar tanto no processo de categorização dos textos da ANPEd como subsidiar a discussão mais aprofundada sobre as relações entre formação de professores e novas tecnologias. Tendo em vista os elementos acima, fica evidente que precisamos reforçar para todos os profissionais que trabalham na escola e para os alunos (as) que as tecnologias precisam se tornar mecanismos eficientes no processo de inovação das práticas educativas, pois a educação não pode estar dissociada do contexto material e simbólico no qual professores e estudantes vivem. Por isso, ainda que tenhamos afirmado acima que esta temática deva estar presente no Projeto Político Pedagógico, isso não significa, em hipótese alguma, que ela devaestar aprisionada em grades curriculares tradicionais. Assim, mais um desafio desponta: é preciso repensar a organização curricular de tal forma que possibilitem aos alunos (as) e professores (as) novas relações com o processo de mediação com o conhecimento, buscando cada vez mais práticas interdisciplinares e de compreensão do conteúdo dentro de um determinado contexto histórico.
6 1715 O papel do professor (a) em relação ao trabalho com as novas tecnologias da informação e comunicação pode ser pensado e articulado a partir da seguinte consideração de Moran (2005): a apropriação das tecnologias pelas escolas passa por três etapas, na 1ª a tecnologia aprimora as atividades que já vinham sendo desenvolvidas; na 2ª ocorre à inserção parcial ao projeto educacional e na 3ª as tecnologias já são integradas ao projeto pedagógico das escolas promovendo inclusive a reorganização curricular. No que pese ser esta consideração linear-etapista, ela ajuda a compreender a necessidade de identificar, dentro do contexto escolar qual o grau de utilização das tecnologias, o que é fundamental para começar a discutir, de forma crítica-reflexiva, a ampliação qualitativa de seus usos. Nesse sentido, sempre coletivamente, caberá à escola, aos seus profissionais (professores e pedagogos), aos seus alunos e a sua comunidade, ir pensando e refletindo constantemente sobre o uso das tecnologias educacionais e as possibilidades que elas oferecem no momento de realização do trabalho pedagógico. E, ao fazê-lo é necessário repensar a relação do efetivo trabalho pedagógico realizado na escola com sua finalidade - a produção de conhecimento. Nesse sentido é possível identificar a utilização das novas tecnologias na perspectiva das etapas descritas por Moran (2005), colocando como fundamental a reflexão e a necessária incorporação da tecnologia educacional ao projeto político pedagógico da escola, o que sem dúvida alguma deverá promover mudanças significativas na organização curricular.para tanto é preciso despertar a importância da pesquisa no contexto escolar para que seja possível a transformação no modo de agir e pensar em relação a sua prática pedagógica, que cada professor ou pedagogo seja, antes de tudo, um educador pesquisador. O profissional em educação que se dedica a pesquisa dos elementos que caracterizam a sua prática com certeza terá mais elementos para torná-la mais rica e eficiente. Ser pesquisador...não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa (FREIRE, 1998, p.32). É a partir desta compreensão e sem desconsiderar as possíveis dificuldades que tanto o professor quanto o pedagogo terão ao longo do processo de implementação sempre em construção, que caberá tanto ao professor quanto ao pedagogo (a) aprimorar sua formação em relação às novas tecnologias da comunicação e informação (TIC s). Considerando o papel do pedagogo de amparo ao professor nas discussões e encaminhamentos metodológicos em sala de aula, a apropriação crítica desta discussão se faz necessária para que possa atuar de modo mais efetivo e consistente no processo de formação
7 1716 equalificação dosas atividades desenvolvidas pelos professores (as). O objetivo é obter destasferramentas tecnológicas o que de melhor elas podem oferecer para que exerçam sua função de apoio efetivo ao trabalho pedagógico que vem sendo realizado pelo professor (a) no seu cotidiano escolar, com a intenção de propiciar um ensino com qualidade cada vez maior aos nossos alunos. Cabe enfatizar que a utilização de tecnologia em ambientes escolares não constitui instrumentalização sinequa non para o bom desempenho docente e discente, mas como equipamento de apoio quando julgado necessário.neste sentido, o pedagogo (a) é um profissional fundamental para realizar as mediações necessárias no momento de reorganização curricular e de estímulo à implementação de novas metodologias de ensino. Pois, ao coordenar o trabalho desenvolvido pela escola, o pedagogo precisará viabilizar, de alguma forma, a inserção dos profissionais, alunos e a comunidade neste desafio que é a utilização de novas tecnologias educacionais. Para que isso se efetive, o pedagogo (a) deve estar em constante processo de formação e aprimoramento de suas competências profissionais e, ao mesmo tempo, ir promovendo momentos de reflexão junto aos profissionais, alunos e comunidade, no sentido de demonstrar as possibilidades que as novas tecnologias oferecem em relação ao processo de ensino e de aprendizagem. Para isso, as discussões realizadas no âmbito da ANPEd são fundamentais para nortear esta reflexão. Formação de professores e novas tecnologias: encaminhamentos metodológicos Inicialmente, para o levantamento dos dados a respeito da formação de professores e as tecnologias educacionais no campo da pesquisa em educaçãofoi necessário estabelecer os instrumentos de pesquisa que seriam utilizadose que permitissem uma organização sistemática e qualitativa das referências investigadas. Desta forma optou-se pela realização da pesquisa com base em artigos publicados no Brasil e disponíveis nos meios eletrônicos, o banco escolhido foi o das Reuniões Anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd)do GT 08 (Formação de Professores), e o período definido para a coleta foi de 2007 a Neste sentido este estudo se inscreve como estado do conhecimento conforme indicam Romanowski e Ens(2006, p.40)
8 1717 [...] os estudos de estado da arte que objetivam a sistematização da produção numa determinada área do conhecimento já se tornaram imprescindíveis para apreender a amplitude do que vem sendo produzido. Os estudos realizados a partir de uma sistematização de dados, denominada estado da arte, recebem esta denominação quando abrangem toda área do conhecimento, nos diferentes aspectos que geraram produções. Por exemplo: para realizar um estado da arte sobre Formação de professores no Brasil não basta apenas estudar os resumos de dissertações e teses, são necessários estudos sobre as produções em congressos na área, estudos sobre as publicações em periódicos da área. O estudo que aborda apenas um setor das publicaçõessobre o tema estudado vem sendo denominado de estado do conhecimento. A escolha pela ANPEd no banco de pesquisa se deu pelo fato de entender que esta instituição ocupa um importante lugar no cenário nacional e internacional, em virtude da relevante produção científica na formação de professores de seus membros e da atuação política em defesa da qualidade da educação brasileira. A partir da definição do meio eletrônico a ser pesquisado, passamos a pensar os descritores que viabilizariam o levantamento qualitativo e quantitativo de dados possível sobre a temática:formação de professores e as tecnologias educacionais no campo da pesquisa em educação.foram organizados diversos descritores gerais novas tecnologias,tic s, computador, educação a distância (EAD), redes, informática e cibercultura. A seguir foi realizado levantamento e fichamento (leitura sistematizada) dos trabalhos da ANPEd do GTs 08 (Formação de Professores)que têm como assunto principal: formação de professores e tecnologias educacionais.após o levantamento inicial, os textos foram classificados de acordo com as principais problemáticas abordadas ou conceitos evidenciados. Foram verificados os seguintes aspectos: quais as principais pressupostos teóricos e referências adotadas pelos autores;quais aspectos teórico-metodológicos foram privilegiados nas pesquisas, especialmente, no que diz respeito à concepção de formação de professores e tecnologias educacionais. Para a leitura sistemática e rigorosa dos textos realizaremos uma análise textual, temática e interpretativa de cada um delesidentificando as tendências com relação à pesquisa na área educacional que se refere à formação de professores. Conforme Severino (2002, p.53-5), a análise textual se caracteriza por uma esquematização do texto, cuja finalidade é apresentar uma visão de conjunto da unidade; a análise temática busca identificar no texto sua temática, a problematização, a tese ou ideia central defendida pelo autor e a argumentação utilizada, ou seja, a linha de raciocínio; e, a análise interpretativa, consiste em buscar situar as ideias apresentadas no texto em relação aos seus fundamentos, em outros termos, buscar identificar os pressupostos que o texto implica.
9 1718 Considerações Como a pesquisa ainda está em andamento, ainda não é possível realizar afirmações a respeitodas possíveis dificuldades ou facilidades que as tecnologias educacionais representam no processo de formação inicial ou continuada do professor e, simultaneamente, do pedagogo. Em relação à produção acadêmica em relação à formação inicial do professor, no que tange à utilização das tecnologias educacionais é possível afirmar que existe produção, mas ela é muito incipiente se considerarmos o número de trabalhos que discutem esta temática e sua fundamentação teórica face às reais contribuições das tecnologias educacionais no processo de formação inicial e continuada dos professores e napossível melhoria do processo de ensino e de aprendizagem. Ao mesmo tempo, se buscará ao longo do processo verificar a contribuição do pedagogo em relação ao aprimoramento na formação do professor em relação às novas tecnologias da comunicação e informação (TIC) com o objetivo de obter desta ferramenta tecnológica o que de melhor ela pode oferecer para que seja um apoio efetivo ao trabalho pedagógico que vem sendo realizado pelo professor (a) no seu cotidiano escolar, com a intenção de propiciar um ensino com qualidade cada vez maior aos nossos alunos. REFERÊNCIAS ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Tradução Wolfgang Leo Maar. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, ANPED.Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação. Disponível em: BRITO, Glaucia da Silva; PURIFICAÇÂO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: InterSaberes, BRITO, Glaucia da Silva. Inclusão digital do profissional professor: entendendo o conceito de tecnologia. Artigo apresentado no 30º Encontro Anual da ANPOCS, 24 a 28 de outubro de FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Martin Claret, MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. SP: Boitempo,2005.
10 1719 MÉSZÁROS, I. A teoria da alienação em Marx. SP: Boitempo,2006. MORAN, José Manuel. As múltiplas formas do aprender. Revista Atividades & Experiências, Julho, ROMANOWSKI, Joana Paulin e ENS, Romilda Teodora. AS PESQUISAS DENOMINADAS DO TIPO ESTADO DA ARTE EM EDUCAÇÃO. Diálogo Educ., Curitiba, v. 6, n.19, p.37-50, set./dez SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação: novas ferramentas. SãoPaulo: Érica, TAVARES, Cinira da Silva. A capacitação do professor para atuar com a informáticaeducativa. Monografia (Especialização em Informática Educativa). Curso de Pós-Graduação, Universidade Castelo Branco, 2004.
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