Os róticos no português de Carambeí/PR

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1 Os róticos no português de Carambeí/PR Letícia Fraga Departamento de Letras Vernáculas Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Cep , Ponta Grossa, Paraná, Brasil, Abstract: This paper analyses the sociolinguistics situation of Carambei (PR). Key-words: phonetics, phonology, sociolinguistics, bilinguism, rhotics. Resumo: Este trabalho faz parte de tese de doutoramento em andamento cujo objetivo é analisar a situação sociolingüística da cidade de Carambeí (PR), cidade que é uma das seis colônias holandesas do Brasil. Fará parte dessa análise descrição do sistema fonológico do português falado por descendentes de holandeses da região. Discutiremos os róticos em posição de início de sílaba no português falado pelas 2ª e 3ª gerações nascidas no Brasil, as quais são bilíngües em holandês e português. A hipótese a ser verificada é a de que a fonologia do holandês influenciou o processo de aquisição do sistema fonológico do português. Palavras-chave: fonética, fonologia, sociolingüística, bilingüismo, róticos. Introdução Escolhemos investigar um aspecto fonológico do português carambiano, pois se pode afirmar que o nível fonológico reflete mais as diferenças sociais e regionais que os outros níveis lingüísticos. A pronúncia dos róticos é bastante variada, não só entre as diferentes línguas que existem no mundo, como também dentro de uma mesma língua. Segundo Trubetzkoy (apud SILVA, 2002:131), na língua alemã, o /r/, antes de vogal, podia ser uma vibrante dental, uma vibrante uvular ou uma fricativa velar, sem que se estabelecesse uma oposição fonêmica entre eles. Em outros contextos, era velarizado ou pronunciado como uma vogal não-silábica. Pode-se dizer que o português brasileiro caracteriza-se pela grande variedade de róticos, variedade essa que se verifica tanto em posição de início ou final de sílaba. Têm sido realizados muitos estudos sobre a distribuição das diversas variantes de róticos, dentre os quais podemos citar os de Callou et alli (1997) e Monaretto (1997). O trabalho de Callou et alli (1997) discutiu a distribuição das variantes de /r/ em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Através desta pesquisa, pôde-se concluir que há um forte condicionamento geográfico sobre essa distribuição, de modo que São Paulo e Porto Alegre tendem a privilegiar variantes vibrantes, enquanto as demais capitais privilegiam fricativas. Já Monaretto (1997) investigou a distribuição da vibrante nas capitais dos três Estados da região sul, comparando dados do Atlas Lingüístico-Etnográfico da Região Sul e do Varsul. Nesses corpora, a autora observou a coocorrência do que denomina vibrante anterior e vibrante posterior, que correspondem, respectivamente (conforme suas descrições), à vibrante apical e a um som semelhante ao de uma fricativa. Esses estudos têm dois pontos em comum: o primeiro deles diz respeito à comprovação de que coexistem num mesmo dialeto e entre dialetos do PB diversas Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1113 / 1122 ]

2 variantes de /r/, em posição de início de sílaba. O segundo ponto reforça uma observação de Callou (1997), que diz haver mudança em curso no PB, envolvendo a produção de /r/. De acordo com a autora, as variantes vibrantes apicais ou uvulares são variantes conservadoras que sofrem mudança, em seu ponto e modo de articulação, rumo a variantes fricativas, que são inovadoras. Essa mudança parece provocar um enfraquecimento da vibrante, que assume um caráter contínuo, dado pela fricção com que passa a ser pronunciada. É importante observar que não se trata de uma variação atual, pois a coexistência de variantes de /r/, num mesmo dialeto, já era observada por Gonçalves Viana no final do século XIX. Em sua descrição, Gonçalves Viana faz referência à existência de uma variante intermediária entre vibrantes e fricativas a fricativa sonora, uma espécie de rz a qual nem o estudo de Callou et alli (op. cit.) nem o de Monaretto (op. cit.) mencionam quando descrevem dialetos nos quais ocorrem a variante conservadora, vibrante, e a inovadora, fricativa. A ausência de menção a este fato explica-se, de certo modo, pelo fato de os estudos variacionistas se basearem em impressões auditivas, as quais podem ser muito semelhantes mesmo quando se referem a sons articulatoriamente diferentes, segundo Callou (1987). Hipóteses e objetivos Neste trabalho, discutiremos a hipótese de que há uma variação do /r/ em posição de início de sílaba no português falado por descendentes de holandeses da cidade de Carambeí, Paraná. Nosso objetivo é identificar e analisar essa variação, definindo quais seriam, então, os fonemas que, no português falado na região, podem ocorrer nessa posição. A decisão pelo tema da pesquisa foi influenciada pelo trabalho O papel da comunicação na aculturação dos holandeses no Paraná: o caso da colônia de Carambeí, o qual descreve, além de outras questões pertinentes, como se deu a colonização da cidade pelos holandeses, processo este que nunca foi analisado sob perspectiva lingüística. Considerações metodológicas Coleta de dados A gravação dos dados foi feita em uma sala silenciosa, sem qualquer tratamento acústico e o aparelho utilizado foi um gravador doméstico. Foram tomadas todas as precauções para que a gravação não apresentasse ruído ou distorção. Os dados foram gravados numa única entrevista. Informantes A seleção dos informantes foi feita observando-se o seguinte critério: todos deveriam ter nascido em Carambeí/PR, ter como língua materna o holandês e ter aprendido o português por volta dos seis, sete anos (na escola, portanto). No caso do presente trabalho, selecionamos a fala de quatro informantes, mulheres, na faixa dos setenta anos, pertencentes à primeira geração carambiana, a saber: H.L.V anos, viúva, dona-de-casa, filha de pais holandeses, é prima de C.E.V.B. W.C. de G.E anos, viúva, dona-de-casa, filha de pais holandeses, é irmã de W. de G.G. Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1114 / 1122 ]

3 C.E.V.B anos, viúva, dona-de-casa, filha de pais holandeses, é prima de H.L.V. W. de G.G anos, viúva, dona-de-casa, filha de pais holandeses, é irmã de W.C. de G.E. Entrevistas (corpus) Utilizamos para nosso trabalho as gravações que abrangem diálogos entre informante e pesquisador, as quais têm caráter mais informal. Como não fizemos gravações com a finalidade específica de levantar o maior número de ocorrências de róticos, não obtivemos o mesmo número de ocorrências em todos os contextos para todos os locutores. As gravações foram livres; trata-se de diálogos entre um informante e um pesquisador, sobre um assunto pré-determinado, conforme roteiro que continha as mesmas questões para todos os informantes. A análise auditiva foi empreendida no intuito de responder à questão sobre o que ocorre com o r em posição de início de sílaba na fala desses informantes. Que variantes estariam concorrendo na ocupação dessa posição? Quanto à seleção dos vocábulos a serem analisados, foram descartadas as gravações de qualidade ruim e as ocorrências em que o r aparecia nos contextos de final de sílaba ou palavra. Status fonológico dos róticos em português O estudo dos róticos provoca muitas discussões. As descrições fonéticas evidenciam a grande variedade dessa classe de sons, o que faz com que a tarefa de agrupá-los sob um mesmo conjunto de características não seja fácil. Com relação aos estudos fonológicos, não há um consenso em precisar quanto são os fonemas róticos. Faremos algumas considerações a respeito dessas últimas questões. O Alfabeto Fonético Internacional (IPA) propõe uma ampla seleção de símbolos referentes aos sons do /r/. Do ponto de vista fonológico, os róticos se comportam de maneira bastante semelhante, pelo fato de ocuparem um lugar privilegiado na estrutura silábica de diferentes línguas. Os róticos estão entre os poucos sons que podem ocupar, em um grupo silábico, a posição de segundo membro em um ataque silábico, além de ter preferência para ocupar a posição de primeiro membro em final de sílaba. Segundo Ladefoged & Maddieson (1996), o mais importante a respeito dos róticos é o fato de que eles alternam-se. Como comprovação, citam o que ocorre em línguas como Farsi (língua persa), Fula (falada na África) e Palauan (falada em Palau, Indonésia). Em Farsi, o /r/, que funciona como uma vibrante em posição inicial, apresenta um tepe como alofone em posição intervocálica e uma variante de vibrante desvozeada em posição final de palavra. Já em Fula, a vibrante é realizada como uma aproximante alveolar [ ] antes de consoante e como vibrante nos demais ambientes. Enfim, em Palauan, /r/ é, geralmente, um tepe em ambientes intervocálicos e pósvocálicos, mas uma aproximante em posição inicial. Desse modo, foneticamente, os róticos formam um grupo heterogêneo, pois há róticos fricativos, vibrantes, tepes e aproximantes. Monaretto et alli (2001) afirmam que os sons do r-forte (vibrante) no PB podem corresponder tanto a uma vibrante propriamente dita, quanto a uma fricativa ou a uma aspirada. Acrescentam, ainda, que: As modalidades do r são dependentes do dialeto e do contexto lingüístico. Na posição pré-vocálica (rato, honra), ocorre a vibrante forte, independentemente de sua realização fonética; em posição pós-vocálica (carne, mar), o contexto de maior variação, predomina a simples em dialetos do Saul; em grupo consonântico (prato), só Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1115 / 1122 ]

4 aparece a vibrante simples; na posição intervocálica, a diferença é importante, pois distingue significados como em caro/carro, era/erra, muro/murro. Entre vogais, pois, há a oposição fonológica. Alguns estudos fonéticos e fonológicos que tratam desse assunto propõem um interessante quadro para descrever a variação dos róticos em diversas línguas. No caso das línguas ibéricas, não é difícil perceber e registrar tais variedades. No entanto, não há um consenso com relação ao status fonológico do /r/ intervocálico, ou seja, trata-se de um ou dois fonemas? Nesse contexto, há oposição fonológica entre /r/ e /R/, a qual pode ser ilustrada, em português, pelo exemplo de /ka[r]o : ka[r]o/. Para explicar por que essa oposição se dá somente nesse contexto, encontram-se duas alternativas na literatura da área: considerar que existem dois fonemas vibrantes em português, a forte (vibrante) e a fraca (tepe); considerar que há apenas um fonema, o qual, para alguns estudiosos, é a vibrante e, para outros, é o tepe. Essa controvérsia a respeito dos róticos será tratada a partir das propostas de Mattoso Câmara Jr. (1953 e 1977), Bonet & Mascaró (1996), Harris (2002), Lopez (apud Monaretto, 2001) e Abaurre & Sândalo (2003). Dois fonemas róticos: /r/ e /R/ Bonet & Mascaró (1996) afirmam que há dois fonemas róticos, /r/ e /R/, em catalão, espanhol e português, pois nessas línguas há contraste em posição intervocálica entre vibrante e tepe. Nos demais ambientes, a distribuição desses fonemas é totalmente previsível, de modo que ocorrem como descrito a seguir: em posição de ataque silábico depois de consoante e em início de palavra ocorreria a vibrante; o tepe apareceria na segunda posição de um ataque; em posição de coda, os róticos variam em função do dialeto, da fala, da velocidade com que são pronunciados e de outros fatores que são capazes de alterar a posição final de uma sílaba. A distribuição dos róticos nas línguas ibéricas, segundo Bonet & Mascaró (1996), pode ser explicada por meio de uma escala de sonoridade, na qual a vibrante se coloca na mesma posição que as fricativas, enquanto o tepe se anexa aos glides, conforme o esquema abaixo: Oclusivas r-forte, fricativas nasais laterais r-fraco, glides vogais Segundo os autores, o princípio do Ciclo de Sonoridade de Clements 1 favorece a vibrante em posição de ataque silábico, uma vez que, comparada ao tepe, causaria uma subida brusca de sonoridade; apenas o tepe ocupa a segunda posição de ataque, pois a vibrante violaria a distância mínima permitida pela escala de sonoridade; na coda, se priorizaria o r-fraco, já que a queda de sonoridade deve ser gradual. No que se refere à oposição entre vibrante e tepe em posição intervocálica, ressaltam que ocorre em tal posição algo não esperado. O tepe encontra-se em posição de ataque, realização não prevista pelos princípios do Ciclo de Sonoridade, uma vez que era esperada uma vibrante nessa posição. A teoria de Bonet & Mascaró (1996) leva aos seguintes resultados: VC.[r]V (hon.[r]a) e V.[R]V (pe.[r]o) são consideradas construções bem formadas, enquanto (*hon[r]a), não. No entanto, uma construção como se[r], considerada bem formada por falantes de Porto Alegre (RS), por exemplo, é prevista como mal formada pela teoria, uma vez que, nessa posição, é preferível que haja uma queda gradual de sonoridade. Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1116 / 1122 ]

5 Como este último exemplo mostra justamente o contrário, ou seja, uma queda brusca de sonoridade, pode-se dizer que essa teoria tem pontos questionáveis Um fonema rótico: /R/ Lopez (apud MONARETTO, 2001) defende a existência, em língua portuguesa, de apenas um fonema vibrante (tepe) pelas seguintes razões: Somente a vibrante simples ocorre em posição final de palavra, quando se acrescenta um morfema de plural ou derivativo (mar, marítimo, mares); Os segmentos que ocorrem em final de palavra são os mesmos que podem ocorrer em final de sílaba. Se /R/ e /x/ seguem esse padrão, somente /R/ pode ocorrer em posição final; Só ocorre r-brando como segundo elemento de grupo consonantal; Explica-se a presença de um r-forte depois do prefixo in (em in + regular), pela assimilação da consoante inicial da raiz (ir + r) pelo /n/. Da combinação de dois r- brandos, resulta o forte (que é [x], foneticamente). O [x] intervocálico pode ser explicado pelo mesmo processo. Em carro, por exemplo, o segundo r é fonemicamente /r/ e o primeiro, por assimilação, também é /r/, formando a geminada /rr/, que é, foneticamente, [x]. Assim, a autora conclui que [x] é mero alofone, reflexo de uma geminada entre vogais, sendo o /r/ brando o fonema que se encontra em todos os contextos fonológicos e que está presente na estrutura profunda. Monaretto (1997), assim como Lopez (apud Monaretto, 2001), considera que o fonema rótico da língua portuguesa é o r-brando. No intuito de sustentar seu ponto de vista, apóia-se nos princípios da Fonologia Autossegmental para analisar dados da fala do sul do país. Por meio da análise da distribuição da vibrante no português falado no sul do país, pode-se afirmar que: O contraste entre os dois tipos de r ocorre somente entre vogais, contexto em que a substituição de um pelo outro acarreta mudança de significado; Há um contexto exclusivo para a vibrante simples, o intervocálico, e outro para a vibrante forte, o de posição inicial; Na posição pós-vocálica, a substituição de um pelo outro não altera o sentido, e a variação, nesse ambiente, é previsível. A pesquisa sobre a vibrante na fala do sul do país revelou que não existe distribuição defectiva entre as duas vibrantes. Há a substituição de uma variante por outra em todos os contextos, até mesmo entre vogais. Isso nos leva a crer que os falantes interpretam as duas vibrantes como variantes da mesma unidade fonológica. Um fonema rótico: /r/ Na versão de 1953 da obra Para o estudo da fonêmica portuguesa, Câmara Jr. propõe que existe apenas um fonema rótico na forma subjacente, /r/. O tepe era uma variante posicional enfraquecida. Para justificar essa posição, o autor lança mão de argumentos de natureza diacrônica. Segundo ele, em latim, em posição intervocálica, havia um /r/ que podia ser geminado, como qualquer outra consoante, e um /r/ simples. Portanto, a oposição Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1117 / 1122 ]

6 simples/geminado era distintiva. Então, a geminação reduziu-se, na evolução histórica do sistema consonantal do português, a uma vibrante múltipla em oposição a um /r/ simples. Em seguida, na edição de 1977 da mesma obra, Câmara Jr. revê sua análise e, com base em argumentos de natureza fonética, defende a existência de dois fonemas vibrantes que se opõem apenas em posição intervocálica. Em outras posições, inclusive na posição mais favorável para a nitidez das consoantes, que é a inicial e onde só aparece /r/ forte, há neutralização. Revisitando Câmara Jr., versão de 1953, Abaurre e Sândalo (2003) retomam a discussão sobre os róticos nas línguas ibéricas a partir do quadro gerativo. Atendendo aos critérios de naturalidade, simplicidade, economia e poder de predição, propõem a existência, no português, de um único fonema rótico na forma subjacente, a vibrante. Dessa forma, assumem que o r-forte nas línguas ibéricas é um epifenômeno de dois r subjacentes que não se superficializam, por um efeito de OCP 2. O Obligatory Contour principle explica por que é freqüente o fato de as línguas vivas evitarem segmentos idênticos adjacentes ou mesmo segmentos adjacentes com o mesmo ponto de articulação. Em inglês, por exemplo, seqüências como * [pw] são consideradas mal formadas, enquanto [tw] (twin) e [kw] (queen) são bem formadas. Abaurre e Sândalo (2003) propõem uma representação dos róticos do PB a partir da Geometria de Traços. Se a vibrante é o elemento subjacente do /r/, sua representação, em termos de traços, é: [+ cons.] [+ son.] Ponto Lâmina da língua [Coronal] [+ cont.] Assim como Câmara Jr., as autoras acreditam que o rótico intervocálico sofre um processo de enfraquecimento, enfraquecimento esse que se dá pelo desligamento do traço [contínuo]. A atividade desta regra no português pode ser comprovada pela alternância na pronúncia do rótico em mar e mar azul, nos dialetos que realizam o r-forte como fricativa. A partir dessa representação da vibrante, também se pode derivar a representação da fricativa glotal: (i) o nódulo de ponto é desligado (debucalização) e, conseqüentemente, (ii) a raiz se transforma em [- consonantal]. Vale ressaltar que, em contexto de ênfase, a vibrante pode ser resgatada, o que torna evidente o processo de debucalização descrito. A ocorrência de uma fricativa velar pode ser representada a partir da vibrante, se considerarmos que ocorre o desligamento dos traços de ponto e a implementação do Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1118 / 1122 ]

7 traço dorsal como default. Além desse r, relata-se a ocorrência (rara) de uma vibrante uvular em posição de coda, a qual é resultado de um processo de posteriorização da vibrante em que o ponto alveolar foi substituído. Segundo a teoria acima, que sustenta a hipótese de que a vibrante é a forma subjacente, a vibrante múltipla e a vibrante simples encontradas nos resultados desse trabalho podem ser representadas pelo desligamento do traço de continuidade. Para a proposta de derivação da mudança lingüística apontada nos estudos de Callou et alli (2002), que é r>r>x>h>o, Abaurre & Sândalo (2003) propõem duas alternativas: em dialetos menos conservadores, a mudança se dará da seguinte forma: r > R > debucalização; ou, nos dialetos mais conservadores, r > x > debucalização, o que parece ser o caso do português falado em Carambeí. Análise auditiva das variantes do corpus deste trabalho Segundo descrição de GILLIS & DE HOUWER (1998), a língua holandesa padrão tem três fonemas róticos em posição de início de sílaba/palavra: /r/, /h/ e /F/. Ao primeiro fonema, corresponde a letra r ; ao segundo, h e ao último, g e ch. O fonema /r/ possui um alofone posicional, [R] e /F/ possui o alofone [X]. Sistema fonético dos róticos em posição de ataque silábico no Holandês padrão Vibrante Tepe Alveolar Velar Uvular Glotal r R Fricativa F X h Sistema fonológico dos róticos em posição de ataque silábico no Holandês padrão Vibrante Alveolar Velar Glotal r Fricativa F h /r/ /R/ quando em segunda posição de ataque silábico, posição de ataque silábico no meio de palavra ou posição de coda no meio/final de palavra. Não existe /R/ em ataque silábico que coincida com a posição de início de palavra. Quando /r/ passa a /R/, há perda do traço de continuidade. Segundo os informantes que participaram da pesquisa, um r sempre pode ser pronunciado como /r/ em quaisquer contextos fonológicos, principalmente quando se quer dar ênfase à palavra. Mas é estranho (segundo os depoimentos) que se pronuncie um /R/ em posição de início de palavra. /F/ /X/, na grande maioria das vezes, quando em segunda posição de ataque silábico, posição de ataque silábico no meio de palavra ou posição de coda em meio/final de palavra. /F/ restringe-se, principalmente, à posição de ataque silábico que coincida com posição de início de palavra. Quando /F/ passa a /X/, há perda do traço de sonoridade e mudança no ponto de articulação. Os informantes também afirmaram que se pode pronunciar g e ch como /F/ em quaisquer contextos fonológicos que ninguém estranharia ou acharia que se trata Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1119 / 1122 ]

8 de um holandês ruim. Sua ocorrência tem relação com uma pronúncia enfática. Já /X/ é comum na fala corrida, em que as palavras não são, todas, bem articuladas. Na língua portuguesa, segundo Cristófaro Silva (1999), os róticos em posição de ataque silábico são condicionados pela faixa etária, por fatores sociais, estilísticos e geográficos. No PB, /r/ pode ser realizado, em posição de ataque, como /h/, /X/, /r/, /R/ ou / /. A partir da análise auditiva dos dados, foi possível observar os seguintes resultados: A seqüência cada região foi realizada [ÇkadareZiÈaUN], ou seja, com vibrante múltipla; já o enunciado alemã-russa foi realizado [alemaèrus«], com vibrante simples; a seqüência esfria rápido foi realizada [esfriaèrapidu], com vibrante múltipla; paravam foi realizada com fricativa velar sonora, [paèfavan]; a seqüência esse menino é burro foi realizada com vibrante múltipla, [Çesim«ninUEÈburo]; o enunciado tão burro, tão burro foi realizado [tanèbur«/tanèbur«], com vibrante múltipla; a seqüência por isso foi pronunciada com vibrante simples, [poèrisu]; o enunciado de repente foi realizado [direèpeânti], com vibrante múltipla; a seqüência ofender a senhora foi realizada com tepe [ofeânçderaseâèø R«]; o enunciado um rapaz do mesmo raça foi realizado com vibrante múltipla, [uânraçpaisdoçmesmoèras«]; a seqüência passar isso foi realizada com vibrante simples, [pasaèrisu]; o enunciado casar com outra raça foi realizado [kaçzarkoâotraèras«], com vibrante múltipla; a seqüência ter um neto foi realizada [teruâènetu], com vibrante simples; o enunciado no rosto dela foi realizado com vibrante múltipla, [noçrostuèdel«]; a seqüência a gente não é contra a raça foi realizada com vibrante simples, [açzeântnaâuâeçkoâtraèras«]; as duas ocorrências de religião foram realizadas [relizièaâuân], com vibrante múltipla. Assim, das dezenove ocorrências de /r/ em posição de início de sílaba: 5% realizaram-se como [F]; 30% como [R] (sempre em posição intervocálica); e 60% como [r]. Considerações finais Este estudo limitou-se à investigação de uma variável fonológica presente no português carambiano. Nosso objetivo maior foi identificar e analisar as variações de /r/ em posição de início de sílaba no português falado em Carambeí, por descendentes de holandeses. Através dessa pesquisa, tentamos comprovar a hipótese de que a fonologia da língua holandesa (adquirida em primeiro lugar, pelas informantes em questão) influenciaria a fonologia da língua portuguesa, no que diz respeito aos fonemas róticos. A análise dos dados coletados indica que a situação é mais complexa do que se supunha. Não há dados que sustentem que, o rótico em posição de ataque silábico, tal como ele é realizado no português carambiano, é conseqüência do bilingüismo português/holandês presente na região. O /r/ em início de sílaba realizou-se, em 60% das ocorrências, como vibrante múltipla, o que não é exclusivo dos descendentes de holandeses, mas, sim, característico das pessoas idosas da região, independente de sua ascendência. Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1120 / 1122 ]

9 Em 30% das ocorrências, houve a realização da vibrante simples, fonema que, em holandês, é alofone posicional de /r/, tal como ocorre em português, conforme a discussão teórica que apresentamos. Nas duas línguas, em contexto intervocálico, o r único é realizado /R/, embora se trate, em holandês, de algo apenas freqüente, de forma alguma obrigatório, o que não é o caso da maioria dos dialetos do PB, cujo default é o tepe. Pode-se afirmar que a influência do holandês no português deu-se na ocorrência de [paèfavan]. No entanto, como não foi algo sistemático, freqüente (foi uma ocorrência, realizada por apenas uma informante). Não podemos afirmar que se trata de uma característica do português falado na cidade. Acrescente-se a isso o fato de a informante ser a que mais parece ter dificuldade em falar português (por falar holandês praticamente o dia inteiro). Diante dessas questões que permanecem, podemos dizer que não há indícios de que a língua holandesa tenha influenciado o português carambiano, pelo menos no que diz respeito ao aspecto analisado. Nesse caso, especificamente, parece ter acontecido o contrário: o português da região (falado antes da colonização holandesa), que se caracteriza pela ocorrência da vibrante múltipla em posição de ataque silábico, é que parecer ter predominado, uma vez que até hoje se vê, na fala dos jovens da região, monolíngües em português e pertencentes a famílias de ascendência não holandesa (nem alemã, nem italiana, nem ucraniana, polonesa, suíça ou russa etnias presentes na região) a presença da vibrante múltipla em posição de ataque silábico. Notas 1 O Ciclo de Sonoridade (Clements apud BISOL, 2001) indica que a sílaba preferida tem um crescimento máximo de soância do início para o núcleo e decresce minimamente para a coda.) 2 OCP é o princípio que estabelece que elementos adjacentes idênticos são proibidos. Inicialmente foi proposto por Leben (apud Bisol, 1996). Mais tarde, foi estendido por McCarthy (apud Bisol, 1996) para explicar a estrutura das sílabas. Referências bibliográficas ABAURRE, M. B. M. & SÂNDALO, M. F. S. Os róticos revisitados. In.: DA HORA, D. e COLLISCHONN, G. Teoria lingüística: fonologia e outros temas. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, p BISOL, L. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 3 ª Edição. Porto Alegre: EDIPUCRS, BONET, E. & MASCARÓ, J. On the Representation of Contrasting Rhotics. Barcelona: Universidade Autonoma de Barcelona, CALLOU, D. Variação e distribuição da vibrante na fala urbana culta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. da Universidade Federal do Rio de Janeiro, CALLOU, D. et alli. Variação e diferenciação dialetal: a pronuncia do /R/ no português do Brasil. In: KOCH, I. V. (Org.) Gramática do português falado, v. VI: Desenvolvimentos. Campinas/São Paulo: Ed. da UNICAMP/FAPESP, CRISTÓFARO SILVA, T. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia de exercícios. São Paulo: Contexto, GILLIS, S. & DE HOUWER, A. (Org.) The aquisition of Dutch. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1121 / 1122 ]

10 HARRIS, J. Flaps, Trills and Syllabe Structure in Spanish. In: CSIRMAZ, A. et alli. (org.) Mit Working Papers in Linguistics, v. 42, 2002, p LADEFOGED, P. & MADDIESON, I. Rhotics. In: The Sounds of the World s Languages. Oxford: Backwell Publishers, 1996, p LEITE, C. M. B. Atitudes lingüísticas: a variante retroflexa em foco. Campinas, Dissertação (Mestrado em Lingüística). IEL, UNICAMP (Inédita). LUYTEN, S. M. B. O papel da comunicação na aculturação dos holandeses no Paraná: o caso da colônia de Carambeí. São Paulo, Dissertação (Mestrado em Comunicação). ECA, USP,. MATTOSO CÂMARA JR, J. Para o estudo da fonêmica portuguesa. Rio de Janeiro: Organizações Simões, MATTOSO CÂMARA JR, J. Para o estudo da fonêmica portuguesa Rio de Janeiro: Padrão Livraria Editora, MONARETTO, V. Um reestudo da vibrante: análise variacionista e fonológica. Porto Alegre, Tese (Doutorado em Letras). PUC/RS. MONARETTO, V. et alli. As consoantes do português. In: BISOL, L. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 3 ª Edição. Porto Alegre: EDIPUCRS, MONARETTO, V. & HORA, D. et alli. Enfraquecimento e apagamento dos róticos. In: Teoria Lingüística: fonologia e outros temas. João Pessoa: Editora Universitária, 2003, p ROOY-GISCHLER, A. F. de & LENS-FASTING, E. M. Curso básico de Neerlandês: Holanda, a sua língua e o seus costumes. Lisserbroek: Fasko Mediagroep, SILVA, A. H. As fronteiras entre fonética e fonologia e a alofonia dos róticos iniciais em PB: dados de dois informantes do sul do país. Campinas, Tese (Doutorado em Lingüística). IEL, UNICAMP. Estudos Lingüísticos XXXV, p , [ 1122 / 1122 ]

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