UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.

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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) CURITIBA 2008

2 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Andréa Camargo da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2008

3 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2008

4 Andréa Camargo da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Relatório de estagio apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário. Orientadora Acadêmica: Elza Maria Galvão Ciffoni Orientador Profissional: João Alfredo Kleiner CURITIBA 2008

5 Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Profa. Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de planejamento Sr. Afonso Celso Rangel Santos Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão Profa. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini Secretaria Geral Bruno Carneiro da Cunha Diniz Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Prof. João Henrique Faryniuki Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profa. Ana Laura Angelli CAMPUS SYDNEI LIMA SANTOS Rua: Sydnei Antonio Rangel Santos, 238 CEP: CURITIBA PARANÁ Fone: (41)

6 TERMO DE APROVAÇÃO Andréa Camargo da Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO T.C.C Esta dissertação (Trabalho de conclusão de Curso) foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Médica Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 27 de novembro de Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Profa. Dra.Elza Maria Galvão Ciffoni UTP Orientador Prof. Dr.Ricardo Maia UTP Membro Profa. Dra.Taís Rocha Moreira UTP - Membro

7 À Sonia e Carlos Alfanio Pela oportunidade, dedicação e apoio DEDICO

8 Agradeço... A Deus que nos fortalece nos momentos que mais precisamos. A minha segunda família, que me deu esta grande oportunidade, principalmente a Sonia e Carlos Alfanio, que apesar das adversidades, sempre encontrou uma forma de me apoiar e estar presente. A minha família também, que mesmo não muito perto, estava comigo Ao meu orientador profissional, Dr. João Alfredo Kleiner e a minha orientadora acadêmica, professora Elza Maria Galvão Ciffoni, que possibilitaram ampliar meus horizontes muito mais do que poderia esperar, concluindo o que fui percebendo durante esses cinco anos, de que o Médico Veterinário é e sempre será o profissional mais completo que existe. A todos os outros professores, profissionais e colegas. Por mais que não saibam desta pequena lembrança, foram grandes alicerces da construção de minha formação profissional, e que com certeza são exemplos que procurarei seguir durante minha futura carreira. A todos os funcionários do HVSB. Ao meu namorado Diego, pela dedicação e paciência, sempre. Aos meus queridos amigos Principalmente aos animais, pela lição de vida e de amor incondicional.

9 De Tudo Ficam Três Coisas: A certeza de estarmos sempre começando... A certeza de que é preciso continuar... E a certeza de que podemos ser Interrompidos antes de terminarmos... Portanto... Devemos: Fazer da interrupção um caminho novo... Da queda um passo de dança... Do medo uma escada... Do sonho uma ponte... Da procura um encontro... E assim terá valido a pena existir Fernando Sabino

10 APRESENTAÇÃO Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C) apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas as atividades realizadas por Andréa Camargo da Silva na área de Clínica Médica e Cirúrgica de animais de companhia, sob a orientação profissional do Dr. João Alfredo Kleiner e orientação acadêmica da professora Elza Maria Galvão Ciffoni, durante o período de 04/09 a 03/10/2008, no Hospital Veterinário São Bernardo, cumprindo 360 horas de estágio curricular.

11 Andréa Camargo da Silva RELATÓRIO DE ESTÁGIO Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do titulo de Médica Veterinária. Professor Orientador: Elza Maria Galvão Ciffoni Orientador Profissional: Dr. João Alfredo Kleiner CURITIBA 2008

12 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS... LISTA DE FIGURAS... LISTA DE TABELAS... RESUMO... 1 INTRODUÇÃO... 2 LOCAL DO ESTÁGIO... 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... i vi vi vii Facoemulsificação para tratamento de Catarata em cão Relato de Caso Resumo Introdução REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Anatomia do Globo Ocular A Catarata... 6 ELETRORETINOGRAFIA... 7 FACOEMULSIFICAÇÃO Seleção dos pacientes Terapia pré-operatória Procedimentos da facoemulsificação Capsulorréxis contínua curvilínea (CCC) Hidrodissecção Irrigação/Aspiração Implantação básica da LIO

13 7.8 Fechamento da ferida Irrigação e fornecimento de fluidos para a câmara anterior Danos à córnea durante a facoemulsificação... 8 EXTRAÇÃO INTRACAPSULAR... 9 EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR Cuidados posteriores Prognóstico RELATO DE CASO Discussão Conclusão REFERÊNCIAS Afecções causados pelo coronavírus em gato Resumo Introdução REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA... PERITONITE INFECCIOSA FELINA RELATO DE CASO Discussão Conclusão REFERÊNCIAS CONCLUSÃO

14 LISTA DE ABREVIATURAS AINE: Antiinflamatório Não Esteroidal AZT: Zidovudina análogo nucleosídico azidotimidina bpm: Batimentos por minuto CCC: Capsulorrexis continua curvilínea CFMV: Conselho Federal de Medicina Veterinária DAPP: Dermatite Alérgica a picada de pulga ELISA: Enzyme Linked Immunono Sorbent Assay EPis: Equipamentos de proteção individual ERG: Eletroretinografia FC: Freqüência Cardíaca FCoV: Coronavírus Felino FECV: Coronavírus Entérico Felino FeLV: Vírus da Leucemia Felina FIPV: Vírus da Peritonite Infecciosa Felina FIV: Vírus da Imunodeficiência Felina FR: Freqüência Respiratória GGT: Gama-glutamiltransferase Hct: Hematócrito HVSB: Hospital Veterinário São Bernardo IV: Intravenoso I/A: Irrigação/Aspiração IFN: Interferon Kg: Kilograma

15 LIO: Lente intra-ocular MPA: Medicação pré-anestésica mpm: Movimentos por minutos OD: Oculus Dexter (olho direito) OSH: Ovoriosalpingohisterectomia OU: Oculus Uterque (Ambos os olhos) PCR: Reação de cadeia polimerase PIO: Pressão Intra-ocular PIF: Peritonite Infecciosa Felina RT-PCR: Reverso da transcrição da reação de cadeia polimerase SC: Subcutâneo SRD: Sem raça definida TGI: Trato gastrointestinal TPC: Taxa de preenchimento capilar VO: Via Oral

16 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 HOSPITAL VETERINARIO SÃO BERNARDO, Curitiba PR, out/ FIGURA 02 CONSULTÓRIO A, HVSB, Curitiba PR, out/ FIGURA 03 CONSULTÓRIO B, HVSB, Curitiba PR, out/ FIGURA 04 CENTRO CIRURGICO, HVSB, Curitiba PR, out/ FIGURA 05 SALA DE RAIO-X, HVSB, Curitiba PR, out/ FIGURA 06 SALA PARA FLUIDOTERAPIA, HVSB, Curitiba PR, out/ FIGURA 07 INTERNAMENTO PARA PACIENTES DE PEQUENO PORTE, HVSB, Curitiba PR out/ FIGURA 08 INTERNAMENTO PARA PACIENTES DE GRANDE PORTE, HVSB Curitiba PR, out/ FIGURA 09 ESTRUTURAS INTERNAS DO OLHO DO CÃO...14 FIGURA 10 CATARATA INCIPIENTE...15 FIGURA 11 CATARATA IMATURA...16 FIGURA 12 CATARATA MADURA...16 FIGURA 13 CATARATA HIPERMATURA...17 FIGURA 14 CLASSIFICAÇÃO DA CATARATA DE ACORDO COM SUA

17 POSIÇÃO DENTRO DA LENTE...19 FIGURA 15 PACIENTE ANESTESIADO PARA ELETRORETINOGRA- FIA...23 FIGURA 16 FIGURA 17 APARELHO PARA FACOEMULSIFICAÇÃO...24 INSTRUMENTOS PARA MICROCIRURGIA...25 FIGURA 18 INCISÃO COM BISTURI DE SAFIRA DE 3,2 MM...27 FIGURA 19 CAPSULORRÉXIS...29 FIGURA 20 FRAGMENTO CIRCULAR DA CÁPSULA ANTERIOR CORADA...29 FIGURA 21 IRRIGAÇÃO e ASPIRAÇÃO...31 FIGURA 22 LENTE INTRA-OCULAR...33 FIGURA 23 CATARATA MADURA NO OLHO DIREITO...39 FIGURA 24 POSICIONAMENTO DO PACIENTE PARA FACOE- MULSIFICAÇÂO E BLOQUEIO PERIBULBAR...40 FIGURA 25 APLICAÇÃO DE AZUL DE TRIPAN PARA COLORAÇÃO DA CÁPSULA ANTERIOR DO CRISTALINO...41 FIGURA 26 APLICAÇÃO DE VISCOELÁSTICO PARA PROTEÇÃO ENDOTELIAL...42 FIGURA 27 PÓS FACOEMULSIFICAÇÃO COM LIO IMPLANTADA...43 FIGURA 28 ASPECTO FINAL DO PROCEDIMENTO APÓS

18 CORNEORRAFIA...43 FIGURA 29 UVEÍTE DEVIDO A PIF E FIV...52 FIGURA 30 UVEÍTE DEVIDO A PIF E FIV...52 FIGURA 31 PRESENÇA DE LÍQUIDO NA CAVIDADE ABDOMINAL...56

19 LISTA DE TABELAS TABELA 01 PROCEDIMENTOS ACOMPANHADOS NA ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA...7 TABELA 02 CIRÚRGIAS DO SISTEMA GENITOURINÁRIO...7 TABELA 03 SISTEMA TEGUMENTAR...8 TABELA 04 CASOS ACOMPANHADOS NA ÁREA DE OFTALMOLOGIA...8 TABELA 05 EXAMES COMPLEMENTARES...9. TABELA 06 IMUNIZAÇÕES...10

20 RESUMO Este relatório tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas, pela acadêmica Andréa Camargo da Silva, do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, no Hospital Veterinário São Bernardo (HVSB), nas áreas de Clinica Médica e Cirúrgica de pequenos animais, no período de 04 de agosto a 03 de outubro de 2008 durante a realização do estágio curricular, no qual se cumpriu 360 horas. As atividades realizadas incluem acompanhamentos em atendimentos clínicos, auxílio em cirurgias, procedimentos anestesiológicos, acompanhamentos na ala de internamento. Esse relatório demonstra a rotina desenvolvida durante o estágio curricular, sob a orientação profissional do Dr. João Alfredo Kleiner e acadêmica da professora Elza Maria Galvão Ciffoni, bem como o relato de dois casos de maior relevância acompanhados neste período. Palavras chave: Medicina Veterinária, estágio curricular, clínica médica de pequenos animais

21 1 INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é relatar as atividades acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária da aluna Andréa Camargo da Silva, voltado à área de clínica cirúrgica de pequenos animais. As áreas de clínica médica, anestesiologia entre outras, que foram complementares à proposta de estágio, foram abrangidas conforme fosse necessário. O estágio foi realizado no Hospital Veterinário São Bernardo, no período de 04 de agosto a 03 de outubro de Durante o período foram acompanhados casos em diversas especialidades como: dermatologia, ortopedia, odontologia, diagnóstico por imagem e oftalmologia. A infra-estrutura do HVSB para o atendimento clínico e cirúrgico atende às necessidades hospitalares. Dispõe de setores de diagnóstico por imagem e área de internação, canis para animais de pequeno e grande porte. Neste relatório será apresentada a casuística acompanhada durante o período de estágio e dois relatos de caso, entre eles a catarata em cães, incluindo métodos diagnósticos e técnicas para a sua remoção. O estágio teve como objetivo proporcionar conhecimento prático da teoria antes vista em sala de aula, e conhecer a rotina de profissionais dentro de um Hospital Veterinário.

22 2 LOCAL DE ESTÁGIO O HVSB está localizado na Avenida Munhoz da Rocha, 944 Juvevê Curitiba Paraná (FIGURA 01). O Hospital Veterinário atende animais de companhia e foi fundado há cerca de 40 anos, sendo um dos primeiros da cidade. O atendimento no hospital é realizado de segunda a sábado das 8:00 às 21:00 horas, e conforme a resolução 670/2000 do CFMV, funciona 24 horas, e em emergências o atendimento é feito pelo plantonista do dia. Atualmente o corpo clínico é formado pelos veterinários: Dr. André Luiz Eschholz, Dr. Élgio J. Pressoto, Dr. João Alfredo Kleiner, Dr. João Kleiner Neto, Dr. Leonardo Stelle, Dr. Luimar C. Kavinski e Dra. Silvana Amália de Abreu O quadro técnico administrativo é composto por três secretárias, cinco enfermeiros que auxiliam nas consultas para conter os pacientes, uma diarista que cuida da parte de limpeza e lavagem das roupas e uma pessoa que auxilia no centro cirúrgico. FIGURA 01 - HOSPITAL VETERINÁRIO SÃO BERNARDO, Curitiba PR, out/2008

23 O hospital dispõe de uma recepção, onde são feitos os cadastros, marcados exames de rotina e também cirurgias. Possui uma sala de espera, onde os clientes juntamente com seus animais, aguardam até que sejam atendidos. São atendidos pacientes com hora marcada e a clínica dispõe de serviço 24 horas. Para o atendimento da casuística, o hospital dispõe de dois consultórios (FIGURAS 02, 03) e um centro cirúrgico (FIGURA 04). FIGURA 02 - CONSULTÓRIO A, HVSB, Curitiba PR, out/2008 FIGURA 03 CONSULTÓRIO B, HVSB, Curitiba PR, out/2008

24 FIGURA 04 - CENTRO CIRÚRGICO, HVSB, Curitiba PR, out/2008 O setor de diagnóstico por imagens dispõe de uma sala de Raio - X (FIGURA 05) com os EPIs necessários, e uma sala para ultra-som. O hospital também dispõe de um ambulatório para fluidoterapia (FIGURA 06). FIGURA 05 SALA DE RAIO-X, HVSB, Curitiba PR, out/2008

25 FIGURA 06 SALA PARA FLUIDOTERAPIA, HVSB, CURITIBA PR, out/2008. O setor de internamento dispõe de uma área com gaiolas para os animais de pequeno e médio porte (FIGURAS 07 E 08) FIGURA 07 INTERNAMENTO PARA PACIENTES DE PEQUENO PORTE, HVSB, CURITIBA PR out/2008. FONTE: HVSB (2007)

26 FIGURA 08 INTERNAMENTO PARA PACIENTES DE GRANDE PORTE, HVSB, CURITIBA PR out/ ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As principais atividades desenvolvidas durante o estágio foram: auxílio de consultas de rotina e emergência, acompanhamento na realização de exames radiológicos, ultrasonográficos, eletroretinografia, colheita de material biológico para a realização de exames complementares, auxilio em cirurgias, administração de medicação prescrita pelo Médico Veterinário para os animais internados. Também a discussão de casos clínicos e leituras sugeridas pelos clínicos e cirurgiões. Nessas atividades houve colaboração para a avaliação clínica de terapias e procedimentos necessários a cada paciente. Durante o período de estágio foram acompanhados 197 casos incluindo consultas, vacinas e cirurgias, os quais estão representados de acordo como sistema cometido. Quanto ao sistema musculoesquelético (TABELA 01) foram acompanhados 14 casos, onde todos os casos foram realizados cirurgia ortopédica

27 TABELA 01 PROCEDIMENTOS ACOMPANHADOS NA ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA Afecções/Achados Clínicos nº de casos % Sistema Músculo-Esquelético Fratura de Tíbia 2 14,3 Fratura de Pelve 1 7,14 Fratura de Coluna 1 7,14 Fratura de Fêmur 3 21,4 Ruptura de Ligamento Cruzado 1 7,14 Luxação de Patela 3 21,4 Displasia Coxofemoral 3 21,4 TOTAL Na tabela 02, estão descritas os procedimentos do sistema geniturinário acompanhados durante todo o período de estágio. TABELA 02 CIRURGIAS DO SISTEMA GENITOURINÁRIO Afecções/Achados Clínicos nº de casos % Genitourinário OSH 19 44,2 Orquiectomia 13 30,2 Mastectomia 7 16,3 Piometra 4 9,3 TOTAL

28 As afecções do sistema tegumentar que foram acompanhadas durante o período de estágio estão descritas na tabela 03. TABELA 03 SISTEMA TEGUMENTAR Afecções/Achados Clínicos nº de casos % Dermatologia Foliculite Furunculose Celulite do Pastor 1 4,8 Alemão Demodicose 1 4,8 DAPP 3 14,3 Hipersensibilidade Alimentar 2 9,5 Otite 14 66,6 TOTAL Na área de oftalmologia foram acompanhados dezenove casos, sendo que a catarata foi a de maior prevalência, como mostra a tabela 04. TABELA 04 CASOS ACOMPANHADOS NA ÁREA DE OFTALMOLOGIA Afecções/Achados Clínicos nº de casos % Oftalmologia Enucleação 2 10,5 Catarata 11 57,9 Prolapso da Glândula da Terceira Pálpebra 4 21,0 Seqüestro Corneano 1 5,3 Perfuração da Córnea 1 5,3 TOTAL

29 Além dos casos clínicos e cirúrgicos acompanhados durante o período de estagio, também foram vistos exames como Raio-X, ultra-som, eletroretinografia, como mostra a tabela 05. TABELA 05 EXAMES COMPLEMENTARES Exames nº de casos % Exames Raio X 30 44,1 Ultra-som 27 39,7 Eletroretinografia 11 16,2 TOTAL Quanto à profilaxia, foram acompanhados 38 vacinações, sendo 23 em cães e 15 em gatos (TABELA 06). A vacina octúpla é para a imunização contra o vírus da Cinomose, Parainfluenza, Parvovirose, Coronavirose, e Adenovírus tipo 1 e 2, e contra a bactéria da Leptospirose (2 sorotipos) a primeira dose e aplicada com 50 dias de idade, a segundo com 70 dias, a terceira com 90 dias, e a quarta dose com 110 dias de idade. A vacina anti-rábica realiza a imunização contra o vírus da raiva é aplicada com 120 dias de idade. E a vacina pneumodog realiza a imunização contra o vírus da Parainfluenza tipo 2 e da bactéria Bordetella bronchissepticae, causadores da traqueobronquite (tosse dos canis), sendo que a primeira dose é com 60 dias de vida e a segunda dose é com 90 dias. A vacina quíntupla utilizada em gatos é administrada a primeira dose quando o animal tem 60 dias, a segunda dose é dada com 90 dias e a terceira com 120 dias, a vacina anti-rábica em gatos administrada após uma semana da ultima dose da quíntupla.

30 TABELA 06 IMUNIZAÇÕES VACINAS nº % Cão Octúpla + Raiva 17 44,74 Pneumodog 6 15, ,53 Gatos Quíntupla + Raiva 15 39,47 TOTAL A seguir serão relatados dois casos clínicos acompanhados durante o período: catarata, facoemulsificação e eletroretinografia em cães e sobre afecções causadas pelos Coronavírus em gato. 4 Facoemulsificação para tratamento de Catarata em cão Relato de Caso. 4.1 Resumo O avanço da cirurgia de catarata deu um espaço de destaque para a FE, sendo esta de muita importância em oftalmologia veterinária. O que se busca hoje em cirurgia de catarata é utilizar o mínimo de manipulação, tempo cirúrgico reduzido, incisões pequenas, mas tudo isso exige muita experiência do cirurgião para se obter sucesso na cirurgia. Relata-se um caso de facoemulsificação para tratamento de catarata madura em um cão, fêmea, SRD, com 10 anos de idade. 4.2 Introdução

31 A catarata é uma doença ocular que causa a opacificação ou perda da transparência do cristalino, impedindo ou dificultando a passagem da luz até a retina, deteriorando gradativamente a visão, podendo levar a cegueira. Geralmente é o resultado de um dano bioquímico provocado por uma entrada reduzida de oxigênio e maior entrada de água no cristalino, e conseqüente perda de sua transparência. Quando a catarata está num grau mais avançado pode-se observar na pupila uma mudança visível de cor que aparece num tom azulado ou branco. O paciente poderá colidir com objetos ou demonstrar insegurança em descer escadas. Uma avaliação geral feita pelo veterinário clínico e uma avaliação detalhada feita por um veterinário oftalmologista determinará se o seu paciente estará apto para ser submetido à cirurgia para remoção da catarata (OLIVEIRA, 2008). A seleção do paciente e a avaliação pré-operatória são essenciais para obter um bom resultado nas cirurgias de catarata. Além do exames clínico geral e complementares (ECG, exames laboratoriais de rotina e bioquímica) o veterinário oftalmologista se encarregará de fazer o exame oftalmológico, além dos exames complementares como o ERG (eletroretinograma) para avaliação da função da retina e o US (ultra-som ocular) para avaliação da morfologia do olho. As cataratas podem ser classificadas de diversas maneiras, o que determina a técnica cirúrgica a ser empregada para sua remoção. Pode ser classificadas: pela consistência, pelo tempo de desenvolvimento, pela posição dentro da lente, pela sua etiologia, e pelo estágio de desenvolvimento (OLIVEIRA, 2008). As cataratas Senis (animais acima de 6 anos) tem aumentado consideravelmente devido ao aumento do tempo de vida dos animais domésticos. As cataratas provocadas por inflamações (uveítes), também são muito comuns. Com exceção das cataratas provocadas por diabetes, que podem evoluir rapidamente a partir de quatro semanas do início da doença até no máximo 10 a 12 meses e as de causa hereditária que podem provocar cegueira entre 1 a 4 anos. De uma maneira geral é muito difícil prever o tempo de desenvolvimento das cataratas. Este relato tem como objetivo uma revisão sobre os aspectos anatômicos, fisiológicos, clínico e cirúrgico da catarata em cão.

32 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Anatomia do Globo Ocular O globo ocular é constituído por três túnicas observadas em todos os vertebrados: a camada externa chamada fibrosa (córnea e esclera), a camada média ou túnica vascular (íris, corpo ciliar e coróide) e a camada interna ou túnica nervosa (retina) (ANDRADE, 2004). Segundo Andrade (2004), a córnea é uma estrutura anesférica e transparente que, juntamente com a esclera, compõem a túnica fibrosa do olho. A região de transição entre essas duas estruturas chama-se limbo esclerocorneal. É formada por quatro camadas distinguíveis, da mais externa para a mais interna: epitélio, estroma, lâmina limitante posterior (membrana de Descemet), e endotélio. A esclera é uma estrutura opaca na qual sua parede fibrosa é de espessura variável. A esclera é constituída por fibras colágenas e elásticas, de coloração branca, inervada e irrigada pelos nervos ciliares (DIESSEM, 1986). Andrade (2004) descreve que a túnica vascular localiza-se entre a camada fibrosa e a retina e é constituída pela íris, corpo ciliar e coróide. A íris e o corpo ciliar fazem parte da úvea anterior, ao passo que a coróide faz parte da úvea posterior. A coróide reveste a esclera a partir do nervo óptico até quase o limbo. O tapetum lucidum é uma das camadas da coróide e se caracteriza por uma camada fibrosa ou celular. O tapetum lucidum é responsável pelo brilho dos olhos, observado durante um exame de fundo de olho, ou à noite, em condições de iluminação reduzida. O corpo ciliar (continuação da coróide) é um anel em relevo, com arestas (conhecidos como processos ciliares) emitidas em direção à lente. Entre o corpo ciliar e a esclera, localiza-se o músculo ciliar liso que atua na acomodação visual que, por sua vez, é pobre nos animais (ANDRADE, 2004). Quando há contração ou relaxamento do músculo ciliar, que está preso a essas estruturas, ocorre o que é denominado acomodação visual definida pela capacidade do olho em focalizar objetos próximos ou distantes, mudando o formato da lente. O corpo ciliar do cão não possui grupos distintos de fibras

33 musculares resultando, assim, em uma capacidade limitada de acomodação (DIESSEM, 1986). A íris é a extensão do revestimento da coróide para o compartimento anterior. As suas margens livres da íris, que têm orientação radial, definem o espaço pupilar ou pupila (ANDRADE, 2004). Segundo Slatter (2005 c), a retina é primariamente responsável pela visão. Os fotorreceptores da retina são uma camada complexa de células especializadas os cones e os bastonetes - que contém fotopigmentos que produzem energia química quando expostos à luz. A retina, também conhecida como túnica nervosa, é responsável pela recepção e tradução do estímulo luminoso e a transmissão desses sinais pelo nervo óptico, na forma de impulsos nervosos, para o córtex visual. A retina se inicia onde o nervo óptico penetra na coróide, com o formato de um cálice côncavo, revestindo a coróide e terminando na borda pupilar. Apenas dois terços, da retina podem ser atingidos pela luz que penetra no olho através do espaço pupilar. Com isso apenas essa porção da retina possui células receptoras (ANDRADE, 2004). Os receptores da retina do cão são predominantemente bastonetes, com apenas alguns cones. A presença de bastonetes, mais o fato do cão possuir um tapetum bem desenvolvido, indica que o cão tem melhor visão em condições de iluminação reduzida do que na luz brilhante do dia (DIESSEM, 1986). A retina é a membrana metabolicamente mais ativa do corpo, indicada pelo alto consumo de oxigênio. Interrupção em qualquer vaso coroidal ou retiniano resulta em rápida isquemia com grave e irreversível perda da função (ANDRADE, 2004). O humor aquoso preenche um compartimento aquoso, a câmara anterior, entre a íris e a córnea, e a câmara posterior, entre a superfície anterior da lente e a superfície posterior da íris (SLATTER, 2005 a). Ele é produzido pelo corpo ciliar por meio de um processo de ultrafiltração sanguínea sendo essencialmente drenado através dos espaços da zônula ciliar para dentro do plexo nervoso da esclera (ANDRADE, 2004). A câmara vítrea do bulbo esta situada entre a lente e a retina e contém o corpo

34 vítreo. Segundo Diessem (1986) O humor vítreo é um gel complexo composto por 99% de água, fibras colágenas, hialócitos e mucopolissacarídeos. Segundo Slatter (2005a), as principais superfícies refratoras do olho são a córnea e a lente. O poder de refração dessas estruturas é determinado pelo raio de curvatura e do índice refratário do ar ou humor aquoso que as banham. Quando a curvatura da superfície aumenta, ou seja, o raio da curvatura diminui o poder refratário também aumenta. Se o comprimento focal do mecanismo córnea-lente não se iguala ao comprimento do olho, há um erro de refração. Ametropia significa que nenhum erro de refração está presente. Erros refratários podem ser causados por variações tanto no poder óptico quanto no comprimento do eixo do olho. Erros de refração podem ser estimados com oftalmoscopia direta ou mensurados, mais precisamente, com um retinoscópio. Cães geralmente têm varias dioptrias de miopia, embora ocorram variações consideráveis. O clinico precisa ter certa noção sobre refração, para responder questões dos proprietários, para relacioná-las com seus próprios olhos e para explicar a visão afácica (sem lente) após a cirurgia de catarata (SLATTER, 2005 a). FIGURA 09 ESTRUTURAS INTERNAS DO OLHO DO CÃO FONTE: SLATTER (2005).

35 5.2 A Catarata O termo catarata compreende um grupo comum de distúrbios oculares, manifestados por opacidades lenticulares de forma e tamanhos variáveis e com variação na etiologia e na taxa de evolução (SLATTER, 2005 b). A catarata é uma opacidade da lente ou da cápsula, podendo ser parcial ou total. Pode ser desencadeada por vários fatores, como traumatismos, idade, Diabetes Mellitus, uveítes, uso de medicamentos. A catarata pode ser observada na pupila, que se torna opacificada. Além de causar diminuição da visão, os animais podem observar imagens duplas, confusão para ver e distinguir cores (LAUS, 2008). A catarata pode ser congênita ou adquirida, sendo que a congênita é mais rara de ocorrer. Cataratas congênitas não são necessariamente hereditárias (SLATTER, 2005 b). A maioria das cataratas em cães é herdada. A catarata pode se desenvolver rapidamente em semanas, ou lentamente através de anos, em um ou ambos os olhos (FUCK, 2006). Uma catarata em particular pode ser descrita de acordo com o estágio de desenvolvimento (incipiente, imatura, madura, intumescente, hipermatura), posição dentro da lente (nuclear, subcapsular anterior e posterior, axial, polar posterior, lamelar, equatorial, cortical periférica e posterior), e tempo de desenvolvimento (embrionário, congênito, juvenil, senil, adquirido), são as categorias mais utilizadas (OFRI, 2008). Na catarata incipiente (FIGURA 10) há opacidade inicial com visão inalterada. Em animais mais velhos, a esclerose nuclear pode ser difícil de distinguir da catarata incipiente (SLATTER, 2005). É o estágio inicial, com opacidade focal e sem déficit visual. Este tipo normalmente afeta de 10 a 15% do cristalino e se localiza na região cortical ou subcapsular ou na área de sutura Y (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). FIGURA 10 CATARATA INCIPIENTE

36 FONTE: OLIVEIRA (2008) Na catarata imatura (FIGURA 11) a opacidade é mais marcada, mais ainda incompleta e o fundo pode estar, em aparte, obscuro oftalmoscopicamente, com o reflexo tapetal ainda visível. A visão está comprometida e a lente pode começar a aumentar de volume. Glaucoma por bloqueio pupilar pode ocorrer por causa do aumento de volume lenticular. Há deficiência visual se a condição for bilateral (SLATTER, 2005 b). FIGURA 11 CATARATA IMATURA FONTE: OLIVEIRA (2008) Esse estágio é intermediário, onde existe um aumento da opacidade que envolve grande proporção do cristalino (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Já na catarata madura (FIGURA 12) a lente está opaca por completo e o fundo não pode mais ser observado oftalmoscopicamente. Algumas fissuras podem aparecer por vezes ao longo das linhas de suturas ou como linhas dispostas radialmente. A lente pode estar intumescente. Se a catarata madura for bilateral, o animal está cego. Este é o estágio ideal para remoção da

37 catarata, antes de ocorrência de uveíte induzida pela lente. A opacidade é total, existe bloqueio do reflexo tapetal e, em conseqüência, perda da agudeza visual (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). FIGURA 12 CATARATA MADURA FONTE: OLIVEIRA (2008) Quando ocorre catarata intumescente a lente começa aumentar de volume. Nem todas as cataratas passam por esse estágio. Com a tumefação da lente, o olho está suscetível ao glaucoma de ângulo fechado secundário e de bloqueio pupilar e à perda de proteínas, causando uveíte induzida pela lente (SLATTER, 2005 b). Na hipermaturidade (FIGURA 13), algumas lentes começam a liquefazer em razão da proteólise e, ocasionalmente, alguma visão pode ser recuperada (reabsorção da lente). O núcleo se liquefaz por último e pode se depositar na parte inferior da lente, cujo córtex já está liquefeito (catarata morganiana). Em cães, o córtex liquefeito extravasa, causando uveíte e participando na característica aparência enrugada da cápsula; o extravasamento e o início da uveíte grave podem ser rápidos durante o diabetes. O núcleo pode permanecer com uma cápsula encolhida ao seu redor, após escape do córtex. Pequenas partículas brilhantes podem estar presentes a partir das fibras lenticulares degradadas. Com a redução do volume da lente, a câmara anterior se torna mais profunda. A uveíte induzida pela lente pode fazer com que a íris adquira aparência mais escura do que o normal. A combinação de uma íris escura, injeção ciliar, câmara anterior com profundidade aumentada e enrugamento capsular são maus indicadores prognósticos para a visão. Nesse estágio a

38 amplitude da onda B no eletrorretinograma pode estar reduzida como seqüela da uveíte (SLATTER, 2005 b). FIGURA 13 CATARATA HIPERMATURA FONTE: OLIVEIRA (2008) A catarata congênita está presente ao nascimento e por vezes progressiva. As cataratas congênitas começam durante a vida fetal, estão presentes ao nascimento e podem ser estacionárias ou progressivas. Essa catarata é freqüentemente muito densa, branca, e usualmente progride lentamente. Freqüentemente ocorre em combinação com outras anormalidades congênitas como microftalmia, membrana pupilar persistente e artéria hialóide persistente (SLATTER, 2005 b). A catarata juvenil segundo Slatter (2005 b) desenvolve-se usualmente entre o 1º e o 8º ano de vida. Se a causa como diabetes mellitus, trauma, intoxicação ou radiação são pouco prováveis ou são excluídas, é possível que a catarata seja hereditária. Essa catarata geralmente começa no córtex, e é progressiva e bilateral. Na catarata senil ocorre em todas as espécies domésticas e afeta animais com mais de 8 anos de idade. Normalmente, é precedida por esclerose nuclear densa, podendo iniciar-se no núcleo ou na cortiça do cristalino. Em princípio, observam-se opacidades puntiformes ou lineares no núcleo do cristalino. A progressão da opacidade é lenta, com evolução de meses até anos, ocasionando a perda da agudeza visual (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Quanto à catarata adquirida, que ocorre por qualquer causa não congênita, podem aparecer entre 1 e 6 anos de idade. Elas em geral afetam

39 primeiro o córtex e depois o núcleo, mas podem ser encontradas em ambas as áreas simultaneamente (SLATTER, 2005 b). Na catarata hereditária um efeito hereditário recessivo é a causa mais freqüente de catarata em cães. Catarata hereditária é usualmente bilateral e em geral começa no pólo posterior e/ou no córtex. É geralmente progressiva (STADES, 1999). Quanto à etiologia das cataratas, podemos classificá-las em: Catarata traumática: pode ocorrer após lesão ocular, inflamação de estruturas adjacentes ou no curso de doença sistêmicas. Se a cápsula cicatrizar rapidamente (algumas vezes as duas camadas), a lesão pode permanecer limitada a uma catarata local, não progressiva (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Catarata diabética: a maioria dos animais com diabete mellitus eventualmente desenvolve catarata dentro de 12 a 18 meses, independente da administração de insulina. No caso de diabetes, a concentração de glicose aumenta no humor aquoso e na cápsula e as membranas celulares individuais da lente são independentes de insulina, isto é, a insulina não é necessária para a glicose passar através da parede celular (SLATTER, 2005 b). Catarata induzida por drogas: naftaleno, disofenol, cetoconazol, contraceptivos orais à base de progesterona, diazoxida, fenilpiperazina, diniltrofenol, dimetil sulfoxido, pefloxacina, 2,6-dicloro-4-mitroaniline, glimepiridine sulfonilurea, inibidores de hidroximetilglurail-coenzima A redutase, corticóides, clorpromazina, bulsulfano, amiodarona, alopurinol (OLIVEIRA, 2008). Catarata secundária: a catarata pode se desenvolver como uma anormalidade associada ou secundária à uveíte, luxação de cristalino, atrofia progressiva da retina ( FRANS, et al, 1999). A característica da lente de ser macia, dura ou fluida determina o tipo de técnica cirúrgica a ser empregada. Cataratas fluidas ou macias são mais freqüentes em animais jovens (SLATTER, 2005 b). Muitas vezes a catarata pode ser confundida com a esclerose senil do cristalino, que se trata de uma alteração normal da lente aonde esta se torna azulada devido à compressão das células lenticulares velhas em direção ao núcleo. Na catarata existe uma perda de detalhe parcial ou total da retina

40 devido ao bloqueio da luz pelas opacidades e na esclerose não. A diferenciação entra catarata e esclerose pode ser feita através de um bom exame oftálmico (KLEINER, 2007). A localização da catarata dentro da lente pode ser: nuclear, subcapsular anterior e posterior, axial, polar posterior, lamelar, equatorial, cortical periférica e posterior (FIGURA 14). FIGURA 14 CLASSIFICAÇÃO DA CATARATA DE ACORDO COM SUA POSIÇÃO DENTRO DA LENTE. FONTE: SLATTER (2005) Dentre os sinais relatados pelo proprietário do animal, a deficiência visual é a mais mencionada. Muitas vezes a catarata pode ser confundida com a esclerose senil do cristalino, que se trata de uma alteração normal da lente aonde esta se torna azulada devido à compressão das células lenticulares velhas em direção ao núcleo. Alteração no comportamento por causa de falha visual ou cegueira total, colisão com objetos em ambientes familiares, timidez ou alteração de personalidade, alteração no aspecto do olho, aparência branca, que é pior à noite, quando a pupila esta dilatada (KLEINER, 2007). Algum grau de visão é, por vezes, mantido até que se atinjam estágios avançados de maturidade da catarata bilateral. Com exceção das cataratas secundárias e traumáticas, o segundo olho freqüentemente ocorre catarata (OFRI, 2008).

41 A progressão da catarata, com exceção da catarata diabética que pode evoluir rapidamente para a maturidade, isto é muito difícil de predizer. É importante adquirir do proprietário se houve episódios de pouca visão noturna durante o desenvolvimento da catarata, pois isso poderá indicar que a catarata foi secundária à degeneração retiniana progressiva, se o fundo não puder ser examinado de forma adequada (SLATTER, 2005 b). Segundo Kleiner (2007), a catarata aparece mais comumente em cães do que em gatos e dentre as raças predispostas à catarata hereditárias podese citar: Poodle Toy, Cocker Spaniel,Schnauzer, Pequinês,Dachshund. O prognóstico varia segundo a localização. Quando a opacidade se encontra situada na cápsula anterior, geralmente não há progressão. Na região cortical anterior a progressão é variável. A catarata equatorial é normalmente progressiva; a nuclear costuma ser estática e tende a reduzir o tamanho. Na região cortical posterior a progressão é variável e no eixo da cápsula posterior não é progressiva (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). O diagnóstico é feito através dos sinais observados durante o exame físico, eletroretinografia, exames oftalmoscopia direta e indireta, ultrasonografia (OFRI, 2008). 6 ELETRORETINOGRAFIA O eletroretinograma (ERG) é a resposta elétrica registrada quando retina é estimulada pela luz. É utilizado para acessar a função retiniana (considerando-se que as vias da retina para o córtex visual estejam intactas) em animais afetados por distúrbios visuais. Mesmo na presença de opacidade corneana ou catarata, luz suficiente atinge a retina para causar uma resposta, considerando-se que a retina esteja funcional (SLATTER, 2005 C). O ERG é gerado por células localizadas na capa retiniana externa. Os fotorreceptores (bastões e cones) geram a onda a. Por outro lado, a onda b se origina na capa nuclear interna, representa a atividade das células de Müller e indiretamente avalia as capas médias da retina que influenciam sobre esta última. A onda c, por último, tem sua origem no epitélio pigmentário. Tanto em cachorros como em gatos os bastões predominam (no cachorro em uma proporção de 18:1) e por esta razão o ERG reflete em maior medida a atividade dos ditos bastões mais que dos cones (HERRERA e WEICHSLERY, 2007).

42 Segundo Herrera e Weichslery (2007) as respostas obtidas em um ambiente iluminado (predomínio de cones), denominam-se fotópicas; já as que se obtém em total escuridão (predomínio de bastões), escotópicas. O estudo do funcionamento dos cones se efetuará em um ambiente de nível luminoso (ambiente fotópico = luz) utilizando um estímulo acromático. O estudo do funcionamento dos bastões se efetuará em um ambiente escuro (ambiente escotópico = escuridão) utilizando um estímulo azul (onda de curta longitude) de nível luminoso fraco (SLATTER, 2005). O estímulo se caracteriza por sua composição espectral (colorida ou não), seu nível energético (fotópico ou escotópico) e a freqüência a que é emitida. Para poder registrar um ERG, é necessário por em atividade a retina por uma variação breve de estímulo. Dois tipos de variações breves de estímulo se utilizam em função da freqüência temporal. O estímulo breve, repetido no tempo em baixa freqüência (0,5 a 4 Hz), permite registrar os ERG flash. O estímulo breve, repetido no tempo a uma freqüência mais elevada (20-30 Hz), permite registrar as ERG flicker. Os níveis luminosos do ambiente e do estímulo, assim como a composição espectral do estímulo e da freqüência a que é emitida devem ser indicados em todos os informes de exames eletrorretinográficos (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Herrera e Weichslery (2007) citam que, o registro do sinal é um ponto importantíssimo na realização prática de um ERG. Na prática, o animal deve estar anestesiado. A anestesia deve cumprir vários critérios, como: poder realizar um protocolo de aproximadamente 30 minutos, não modificar as características do ERG ou modificá-las um pouco e permitir um bom relaxamento muscular com a finalidade de evitar o registro de eletromiogramas parasitos. Além disso, para que a iluminação retiniana seja máxima e constante, convém efetuar uma dilatação pupilar e fixar o globo, este último para evitar que o mesmo bascule e que se produza uma protusão da membrana nictitante ligados à anestesia; também é necessário manter as pálpebras abertas durante todo o exame. O tratamento do sinal: este é indispensável para que o ERG seja discriminatória do ruído de fundo eletromiográfico. O sinal recolhido deve estar amplificado, filtrado por filtros eletrônicos e digitalizado. Em geral, a soma de 5 respostas provocadas pela repetição de um estímulo 5 vezes seguidas é

43 suficiente para obter um sinal discernível do ruído de fundo (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Segundo Herrera e Weichslery (2007), os dois componentes primários de um equipamento de ERG são o sistema de estímulo e o sistema de registro. O sistema de estímulo usualmente consiste em uma unidade de luz azulbranco de xenon que estimula a retina. O sistema de registro consiste em uma série de eletrodos que enviam um sinal que é processado, amplificado e filtrado por um computador, de modo a poder transformar isso em um gráfico com as ondas obtidas. Para realizar o ERG é necessário dilatar previamente a pupila com algum midriático de ação curta para anular qualquer interferência no registro produzido pelo reflexo de constrição pupilar. Em seguida se procede com a anestesia geral (FIGURA 15). Para o registro se usam 3 eletrodos: um ativo que registra as diferenças de potencial, o qual pode ser uma lente aplicada sobre a córnea, ou uma agulha colocada em forma subconjuntival; a diferença entre ambos os eletrodos é a referência, quando é colocado sobre a córnea se obtém maiores amplitudes. Outro eletrodo é o de referência, que se coloca em forma subcutânea no pavilhão auricular do mesmo lado do olho que será avaliado. O terceiro eletrodo é o de base, que pode ser colocado indiferentemente na zona interescapular, na protuberância occipital ou na zona frontal entre os olhos (HERRERA e WEICHSLERY, 2007). Segundo Herrera e Weichslery (2007) o primeiro ponto a ser avaliado é a função fotópica, pela qual se realizam os estímulos luminosos com luz branca e com as luzes do lugar acendidas. Da mesma forma se avalia o outro olho. Em seguida se faz uma adaptação à escuridão de duração variável segundo o protocolo a ser usado. Feito isso, procede-se a avaliação da função escotópica, com luz azul e com o recinto às escuras. Por último, analisam-se as ondas obtidas, tanto em amplitude como em latência, para poder chegar a um diagnóstico correto. FIGURA 15 PACIENTE ANESTESIADO PARA ELETRORETINOGRAFIA

44 7 FACOEMULSIFICAÇÃO A facoemulsificação gera energia ultra-sônica que fragmenta o material da lente em pequenos pedaços que possam ser aspirados a partir do saco capsular e da câmara anterior, por uma incisão mínima. O sistema ultra-sônico piezoelétrico é leve, durável e exige menos energia e tem uma velocidade e freqüência extremamente alta (27, 000 a 60, 000 ciclos / seg. ou 27 a 60 quilohertz [khz]) (GELATT e GELATT, 2001). A utilização da facoemulsificação para a remoção da catarata tem se mostrado promissora e com inúmeras vantagens quando comparada aos procedimentos de remoção manual da catarata. Dentre as principais vantagens da facoemulsificação, comparativamente às demais técnicas, estão à pequena incisão, a manutenção da pressão intra-ocular intra-operatória, a pouca manipulação das estruturas internas ao globo ocular. Também o menor índice de contaminação, a menor ocorrência de inflamação intra-ocular pósoperatória, o menor tempo operatório e a reabilitação precoce da visão. Entre suas limitações estão o alto custo do equipamento e maior dificuldade de aprendizado (PIGATO et al, 2007). Os aparelhos (FIGURA 16) apresentam basicamente três partes, incluindo o facoemulsificador, as canetas de ultra-som, de irrigação e

45 aspiração, e o pedal. No facoemulsificador encontra-se o painel de controle com as funções básicas: a potência de ultra-som, o controle de vácuo e do fluxo de aspiração. A execução adequada das etapas cirúrgicas com a utilização de instrumental (FIGURA 18) apropriado é fundamental para o sucesso do procedimento cirúrgico. Na facoemulsificação as principais etapas cirúrgicas incluem: incisões de córnea, injeção de substância viscoelástica, capsulotomia circular contínua, hidrodissecção, remoção da catarata, aspiração do material cortical, implante de lente intra-ocular, aspiração do viscoelástico e sutura da córnea (PIGATO et al, 2007). FIGURA 16 - APARELHO PARA FACOEMULSIFICAÇÃO

46 FIGURA 17 INSTRUMENTOS PARA MICROCIRURGIA A caneta de ultra-som contém em seu interior um mecanismo que transforma energia elétrica em vibração ultra-sônica. Isso é conseguido através da utilização da propriedade pizoelétrica do cristal de quartzo que se expande e se contrai ao ser estimulado eletricamente (PEREIRA, 2005). A caneta de irrigação e aspiração é semelhante à caneta de ultra-som. No entanto, não possui fio de alimentação elétrica. É utilizada para aspirar o material cortical e as substâncias viscoelásticas. Em sua extremidade proximal, a caneta de irrigação e aspiração possui um encaixe para a irrigação e outro para conectar a via de aspiração. O pedal do facoemulsificador é constituído de três estágios. No primeiro estágio a irrigação é liberada. No segundo estágio, além da irrigação, inicia-se a aspiração. No terceiro estágio, a emissão de ultrasom (PEREIRA, 2005). Segundo Gelatt e Gelatt (2001) principais funções integradas para a facoemulsificação: 1) líquidos constituídos por sistemas de irrigação, aspiração, e refrigeração; e 2) um sistema ultra-sônico para fragmentar o cristalino.

47 Durante a facoemulsificação a pressão intra-ocular é produzida para manter o olho no seu tamanho normal, o que é particularmente importante nos animais em baixa com a rigidez escleral e colapsos do segmento anterior, então o humor aquoso é removido. A entrada e saída de solução salina balanceada ou solução de Ringer lactato é controlada pelo cirurgião oftalmológico através de um pedal de comando, que pode manter um equilíbrio de irrigação e aspiração suficiente para fornecer a inflação do segmento anterior, facilitar a remoção dos fragmentos da lente, e esfriar os componentes de ultra-sons (GELAT e GELATT, 2001). Segundo Gelatt e Gelatt (2001) a vazão para irrigação, a quantidade de vácuo para aspiração, e da amplitude de vibração (as configurações de energia) são controlados por pedal. Muitas vezes o pedal tem três posições. O primeiro nível ativa apenas os sistemas de irrigação; e com o pedal completamente deprimido irrigação, aspiração e fragmentação são ativadas. 7.1 Seleção dos Pacientes O primeiro passo na seleção do paciente está relacionado ao temperamento do mesmo, uma vez que, pacientes rebeldes, nos quais será difícil proceder a conduta pós-operatória, devem ser considerados inaptos para a cirurgia. Uma rigorosa medicação pós-operatória é quase tão importante quanto a própria cirurgia (PEREIRA et al,2006). 7.2 Terapia Pré-Operatória Os objetivos pré-operatórios globais são alcançar midríase para a exposição cirúrgica, suprimir a inflamação ocular, e minimizar a flora microbiana ocular. Antibióticos tópicos de amplo espectro bactericida são administrados a cada 6 horas com início de 12 a 24 horas antes da cirurgia. Os corticosteróides tópicos são usados a cada 6 horas começando pelo menos 12 a 24 horas antes da cirurgia. Os corticosteróides tópicos devem ser potentes e terem boa penetração corneana, sugerindo acetato de prednisolona 1% como corticosteróide de escolha (WILKIE e COLITZ, 2007). Segundo Wilkie e Colitz (2007), ambos os antibióticos e corticóides tópicos continuam a cada 6 horas no período pós-operatório. Antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) são usados para suprimir a inflamação e para impedir

48 a miose. AINEs tópicos são administrados a cada 30 minutos começando a 1 a 2 horas antes da cirurgia, e um AINE sistêmico como flunexin meglumine (0,5 a 1,0 mg / kg IV) ou carprofeno (2,2mg/kg SC) é administrado na indução. Alguns cirurgiões também administram um corticosteróide tópico a cada 30 minutos, juntamente com o AINE tópico. A midríase é alcançada através do uso tópico de atropina ou tropicamida 1%. Embora apenas uma única dose é normalmente exigida 1 a 2 horas antes da cirurgia, alguns cirurgiões escolhem usá-la com maior freqüência por um período prolongado de tempo. Isto não é necessário ou aconselhável. Prolongada atropinização não é recomendada porque pode contribuir para a miose intra-operatória (WILKIE e COLITZ,2007). 7.3 Procedimento de facoemulsificação Para facoemulsificação, uma incisão (FIGURA 18) periférica da córnea é realizada cerca de 1 milímetro anterior ao limbo. Deve ter aproximadamente de 3,0 a 3,2 mm de comprimento e ser suficiente para acomodar o diâmetro da ponta do facoemulsificador e, se indicado, e o diâmetro da LIO. A incisão corneana envolve duas fases uma parcial, onde faz uma incisão com uma lâmina n º 64 (50-70% espessura corneana). Na primeira metade da espessura corneana, a incisão é inicialmente realizada com um bisturi castor com lamina número 64 perpendicular à superfície da córnea; o seu comprimento é determinado por apenas facoemulsificação ou facoemulsificação mais uma lente intra-ocular (LIO). Se este último for antecipado, a incisão corneana é de cerca de 8 a 10 mm de comprimento e estará concluída quando a facoemulsificação terminar (GELATT e GELATT, 2001). FIGURA 18 INCISÃO COM BISTURI DE SAFIRA DE 3,2 MM.

49 FONTE: KLEINER (2008) Segundo Gelatt e Gelatt (2001) assim que a córnea está parcialmente incisada, a lamina é inserida através do centro da córnea e incisão na câmara anterior. O comprimento da incisão inicial da córnea é importante, já que deverá ser grande o suficiente para acomodar a ponta do facoemulsificador, mas não excessivamente longa que permita perda de fluidos, resultando em volumes excessivos de fluidos a fugir da câmara anterior. Assim que a incisão na córnea for concluída, o volume da câmara anterior é restaurado com agente viscoelástico, e realizada a capsulorrexis anterior e também é realizada a cantotomia se necessário. 7.4 Capsulorrexis contínua curvilínea (CCC) Segundo Gelatt (2001) o procedimento de capsulectomia ou capsulorrexis (FIGURA 19) é iniciado com uma incisão curva na cápsula anterior da lente com uma agulha hipodérmica g para reduzir as tensões sobre a cápsula anterior da lente. A segunda incisão com agulha hipodérmica geralmente é feita em 90 º da primeira incisão da cápsula anterior. Ocasionalmente, a cápsula anterior ou parte dela aparece espessada, fibrótica, e/ou opaca, e resiste ao fórceps. Uma tesoura intra-ocular é necessária para estas áreas de incisão cápsula anterior da lente. A tesoura intra-ocular é inserida cuidadosamente com as lâminas fechadas Então o fórceps é utilizado para captar e cortar a cápsula anterior da lente entre as duas incisões,

50 completando assim uma capsulectomia circular (FIGURA 20). Depois que uma porção central da cápsula anterior da lente é atingida cerca de 7 milímetros de diâmetro, a incisão na porção da cápsula é cuidadosamente removida por pinça (GELATT e GELATT, 2001). FIGURA 19 CAPSULORRÉXIS FONTE: KLEINER (2008) FIGURA 20 FRAGMENTO CIRCULAR DA CÁPSULA ANTERIOR CORADO

51 FONTE: KLEINER ( Hidrodissecção A Hidrodissecção é projetada para afrouxar a lente da cápsula da lente, permitindo que a lente seja girada livremente dentro da bolsa capsular para facilitar sua fragmentação (GELATT, 2001). É realizada imediatamente após a capsulotomia, utilizando solução salina balanceada (SSB) injetada por através de uma cânula tamanho 25 a 27 anexada a uma seringa de 3,0cm 3. É importante que a cânula seja inserida embaixo e imediatamente adjacente à cápsula anterior. A hidrodissecção completa normalmente requer várias injeções em diferentes quadrantes da lente. Uma onda de fluidos deve ser visualizada como a injeção ocorre (WILKIE e COLITZ, 2007). 7.6 Irrigação/Aspiração A aspiração ocorre através do furo da agulha da sonda ultra-sônica e está ligada por uma tubulação de uma coleção reservatório. Na aspiração, dois outros princípios são importantes: arejamento e reflexo. O Arejamento permite que o cirurgião para que liberte os fragmentos lente, lente cápsula ou vítrea que se conectam a agulha ultra-sônicos (GELATT e GELATT, 2001).

52 Após a remoção do núcleo, todo o material cortical residual deve ser aspirado. Este material cortical residual pode estar livre ou mais provavelmente estará aderido a cápsula equatorial do cristalino. A remoção cortical completa reduz a inflamação pós-operatória, formação de pós-catarata e descentralização da LIO, e distorção e dobragem da bolsa capsular (WILKIE e COLITZ, 2007). A caneta de irrigação/aspiração pode ser reta, inclinada, ou curva para permitir a remoção do córtex subincisional. A ponteira será arredondada e ponta para aspiração é colocada ao lado em vez de no final da ponteira. A caneta de I/A, quando usada em um método coaxial, tem de 0,3 a 0,7mm e uma manga de infusão de silicone ou metal. Uma maior abertura aspiração (0,5 0,7 milímetros) funciona melhor para o córtex canino, que tende a ser denso, viscoso, e é mais difícil de aspirar que o córtex humano. Uma manga de silicone tem menos vazamento/dispersão do que uma manga de metal, mas podem ser inadvertidamente ocluídas se a ponteira for manipulada muito lateralmente. A infusão deve ser direcionada perpendicular à aspiração. O pedal no modo I / A tem duas posições e no modo facoemulsificação tem três posições (WILKIE e COLITZ, 2007). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), a ponteira I/A é movida suavemente para trás e para frente, e este procedimento é repetido em todos os setores, tanto na cápsula anterior como na posterior. A finalidade deste processo é a diminuição da opacificação da cápsula posterior pós-operatória. A irrigação-aspiração (FIGURA 21) não gera energia ultra-sônica e é usada depois que quase todo o material da catarata foi removido pela caneta de facoemulsificação ultra-sônico, para remover todos os possíveis fragmentos da lente com trauma mínimo para a cápsula e para a lente (WILKIE e COLITZ, FIGURA 21 IRRIGAÇÃO e ASPIRAÇÃO

53 FONTE: KLEINER (2008) 7.8 Implantação Básica da LIO Após I/A do material cortical residual e polimento da cápsula da lente, a bolsa capsular e a câmara anterior são distendidas usando viscoelástico para proporcionar espaço para implantação da LIO (WILKIE e COLITZ, 2007). Se uma LIO (FIGURA 22) está prevista após a facoemulsificação ou extração extracapsular, é inserida se todo o material da lente foi removido a partir do saco capsular. No processo de facoemulsificação, a córnea é alargada com uma incisão de 8-10 milímetros por tesoura corneoescleral, com diâmetro suficiente para acomodar os 8-9 milímetros de diâmetro óptico da LIO. A câmara anterior é reformada com agente viscoelástico para a colocação da LIO no saco capsular posterior e proteger a superfície da córnea. As lentes dobráveis podem ser inseridas através da incisão da córnea com 3-4 milímetros e diretamente no saco capsular, e não exigem mudanças no tamanho original da incisão facocorneal (GELATT e GELATT, 2001). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), uma vez que a LIO está posicionada corretamente, o agente viscoelástico é lavado a partir da câmara anterior com solução de ringer com lactato; para suturar a córnea é usada sutura interrompida simples com fios absorvíveis 5-0 à 7-0.

54 A implantação pode ser completada utilizando um manipulador LIO para marcar a lente em sentido horário. A LIO é centrada no eixo visual (WILKIE e COLITZ, 2007). Se uma LIO dobrável acrílica precisar ser implantada, o procedimento pode ser feito usando um injetor com cartucho e fórceps de LIO dobrável. Essa implantação pose ser através de uma incisão pequena de aproximadamente 3,5 a 4 mm, e menor se a injeção cartucho é usada. A LIO é apertada/alcançada utilizando fórceps na mão não-dominante. A LIO é girada 90 graus a partir da sua orientação final e inserida através da ferida corneal. O fórceps é então girado para o lado direito e para trás então é aberto lentamente e movido ligeiramente em direção à cápsula posterior da lente, permitindo a LIO se abrir e ser dirigida posteriormente (WILKIE e COLITZ,2007). Por ter baixa viscosidade é utilizado viscoelástico para encher o cartucho, que juntamente com a LIO são colocados dentro do injetor. A ponteira do cartucho é passada através da incisão corneana dentro da bolsa da lente, só passada a capsulorréxis anterior, e dirigida para o equador capsular ventral, a LIO então é injetada lentamente (GELATT e GELATT,2001). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), a maioria dos cães está dentro de 1 DIOPTRO de emetropia. Um +41 DIOPTRO LIO após a cirurgia pode reestabelecer a emetropia, na maior parte dos cães. Como a maior parte dos cães está dentro de uma DIOPTRO emetropia, a lente que é usada tem +41 DIOPTRO LIO. A facoemulsificação é preferida para a implantação da LIO devido à reduzida dimensão da capsulotomia anterior (geralmente 1 milímetro menor que o diâmetro da LIO óptica). FIGURA 22 LENTE INTRA-OCULAR

55 7.9 Fechamento da Ferida Os objetivos do fechamento da ferida é concluir um fechamento à prova d água com mínimo astigmatismo e reação da sutura, usando o menor fio de sutura que é suficientemente forte para garantir um fechamento bem sucedido. A maior parte dos cirurgiões usa fios de sutura 8-0 a 10-0, a 9-0. Fios tipo polipropileno inabsorvível ou de poliglactina, são os mais comumente escolhidos. Poliglactina pode ser usada como monofilamento no tamanho 9-0 e resultando em mínima reação tecidual, é de fácil manipulação, e é forte o suficiente. Padrões simples ou duplos contínuos são mais comuns, com o último sendo preferido para aumentar a força e diminuir o astigmatismo (WILKIE e COLITZ, 2007). Segundo Wilkie e Colitz (2007), com o uso da facoemulsificação, pequenas incisões, I/A automatizada, agentes viscoelásticos, e a melhoria dos agentes antiinflamatórios e implantes de LIO, os resultados a curto e longoprazo da cirurgia de catarata canina tenham melhorado significativamente ao longo das últimas décadas. Embora os resultados de cirurgia de catarata canina têm melhorado (90% a 95% mais), dependendo do estágio da catarata, cuidadoso e longo acompanhamento pós-operatório dos pacientes é essencial. Descolamento da retina, glaucoma secundário, uveíte, deiscência de suturas,

56 astigmatismo corneal induzido pela cirurgia, ulceração corneana, edema corneano e descompensação endotelial e hifema podem ocorrer meses a anos seguintes à cirurgia de catarata Irrigação e fornecimento de fluidos para a câmara anterior A entrega dos fluidos e de irrigação para a câmara anterior envolve uma bomba (peristáltica ou diafragma) e um sistema IV com uma garrafa de ringer com lactato ou solução salina balanceada (com 1,2 unidades / ml de heparina adicionada). A heparina é adicionada para reduzir a formação de fibrina durante a cirurgia. O sistema de irrigação ou de infusão consiste de um reservatório de solução salina balanceada ou solução de Ringer com lactato com um suporte que pode ser baixado ou levantado. Daí, os fluidos que entram no olho são dependentes da gravidade, e para elevar o reservatório aumenta a taxa de fluidos que entram na câmara anterior (GELATT e GELATT, 2001) Danos à córnea durante a facoemulsificação Com a entrada na câmara anterior e perda do endotélio corneano têm sido associados com facoemulsificação, podendo ocorrer tanto danos físicos como danos térmicos. Pequenas incisões podem resultar em prejuízos diretos para o tecido da córnea e edema pós-operatório. No entanto, uma ferida maior do que o necessário na córnea provoca excesso de perdas de fluidos e a dificuldade de irrigar e de manter a inflação da câmara anterior. A facoemulsificação com agulhas ultra-sônicas gera calor (danos térmicos) (GELATT e GELATT, 2001). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), a facoemulsificação deve proteger ao máximo o endotélio corneano, e ser realizada dentro do saco capsular (endocapsular facoemulsificação). Os fragmentos da facoemulsificação no interior da câmara anterior e próximo do endotélio corneano, devem ser evitados. A adição de agentes viscoelásticos pouco antes da inserção das lentes intra-oculares (LIO) oferece excelente proteção para o endotélio corneano. Outros métodos também são utilizados para a remoção da catarata em cães tais como a extração intracapsular e extracapsular:

57 8 EXTRAÇÃO INTRACAPSULAR Neste método, a lente é totalmente removida. Para isso, as fibras zonulares devem ser quebradas ou dissolvidas e a lente deve ser solta do vítreo. Em animais há grande risco de complicações com esse método (sangramento e prolapso de vítreo) e, portanto, ele é raramente utilizado. Uma vantagem é que nenhuma proteína da lente será liberada durante a extração. O método é certamente indicado em cães com luxação da lente. Em extrações intracapsular, toda a lente e a sua cápsula são removidas (STADES, 1999). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), com as perdas zonulares todos os anexos da lente pode deslizar para a câmara anterior normalmente com a sua membrana posterior hialóide. A luxação anterior da lente tem contato com a superfície posterior da córnea provocando a perda de células e endotélio, e variável edema de córnea. Pelo aderente formato do vítreo, pode ocorrer oclusão da pupila e o humor aquoso fluir através da pupila para a câmara anterior. Como resultado, ocorre elevação da pressão intra-ocular no segmento posterior do olho. A alta pressão no segmento anterior do olho causa danos à retina disco óptico, provavelmente prejudicando o fluxo sanguíneo regional e mecanicamente distorcendo a lâmina cribrosa escleral. 9 EXTRAÇÃO EXTRACAPSULAR Nesse método a parte central da cápsula anterior e o conteúdo opacificado da lente são removidos. A cirurgia consiste dos seguintes passos: após o globo ser aberto, a parte central da cápsula anterior é removida circularmente por uma capsulorrexis controlada (por exemplo, com fórceps, tesouras ou arranhada por uma agulha curva). O núcleo da lente é esguichado ou pressionado onde a córnea esta metade aberta (STADES, 1999). O método extracapsular deixa a cápsula da lente posterior intacta. Para a realização da técnica, o animal é colocado sob anestesia inalatória geral, e cortam-se suavemente os pêlos das pálpebras. Coloca-se a cabeça de forma que a íris fique paralela à mesa. Esse posicionamento ajuda a exposição cirúrgica e minimiza a probabilidade de um prolapso vítreo (WILKIE e WOLF 2005). Segundo Wilkie e Wolf (2005), utiliza-se um espéculo palpebral de arame fino para retrair as pálpebras; caso se precise de uma exposição maior,

58 pode-se realizar uma cantotomia lateral. As suturas de seda 4-0 a 6-0, colocadas através da cápsula de Tenon, facilitam a exposição e a manipulação do globo. Cria-se um flap conjuntival com base no limbo sobre 180º da face dorsal do globo. Continua-se a dissecção para o limbo; não se deve incluir nenhuma parte da cápsula de Tenon no flap. Uma vez que se alcance o limbo, a tão chamada linha azul torna-se visível; essa é a junção entre córnea e a esclera. A abordagem corneal oferece tanto a velocidade e a ótima visibilidade do segmento anterior e catarata. A combinação perpendicular e biselado da incisão da córnea é recomendada. O exterior de uma meia espessura periférica da córnea se faz com uma incisão cirúrgica com lâmina de cerca de 140 º a 180 º, dependendo do tamanho da catarata (GELATT e GELATT, 2001). Deve-se controlar toda a hemorragia nesse ponto, preferivelmente com um de eletrocautério de baixa temperatura ou uma coagulação em campo úmido (WILKIE e WOLF, 2005). Segundo Gelatt e Gelatt (2001), o fórceps intracapsular é cuidadosamente inserido na câmara anterior com as pontas fechadas e manipulado para o centro da lente da cápsula anterior. Uma vez que a cápsula anterior da lente está ligeiramente levantada, é rodada no sentido horário para iniciar o arrancamento do centro da metade a dois terços da cápsula anterior. Realiza-se a entrada na câmara anterior com uma lâmina de bisturi Beaver nº65 ou uma de BardParker nº11 ou com um fragmento de lâmina de barbear; deve-se ter cuidado em não se danificar a íris ou a córnea. Ao se entrar na câmara, o humor aquoso escapa e pode-se alargar a incisão em 150 a 180º com uma tesoura de secção corneana. Remove-se a cápsula da lente anterior, segurando-se a cápsula da lente com as lâminas largamente abertas e fechando-se suavemente para romper a cápsula em sua região equatorial relativamente fraca. Alternativamente, pode-se cortar suavemente a cápsula anterior na região equatorial antes de rompê-la em um esforço de minimizar a forca exigida para removê-la (WILKIE e WOLF 2005). Deve-se ter cuidado nesse ponto para evitar traumatismo da íris e do corpo ciliar. Remove-se então o córtex e o núcleo da lente sem perfurar a cápsula posterior do olho. Para fazer isso, coloca-se um gancho de músculo contra o limbo exterior em posição de 180º, e aplica-se uma pressão suave.

59 Posiciona-se um gancho de lente em 360º da borda posterior da incisão. À medida que o gancho de músculo empurra a lente para cima da incisão, utilizase o gancho da lente para removê-lo. Inspeciona-se então a câmara anterior e irriga-se suavemente qualquer material da lente remanescente com uma solução salina balanceada para removê-lo. Deve-se evitar a manipulação excessiva porque a irritação da íris aumenta significativamente a inflamação pós-operatória (WILKIE e WOLF 2005). Segundo Wilkie e Wolf (2005) pode-se realizar o fechamento do ferimento de varias formas. A sutura com fio de acido poliglicolitico 9-0 (vicril), de poliglactina (Dexon) ou nylon, com uma agulha de espátula moldada, em padrão simples, continuo interrompido. Deve-se aprofundar essas suturas abaixo do flap conjuntival e selar a câmara anterior. A aproximação anatômica correta nesse ponto é obrigatória. Reforma-se então a câmara, se necessário, com uma solução salina balanceada. Fecha-se a conjuntiva com suturas absorvíveis 7-0 em um padrão contínuo. As desvantagens mais freqüentemente citadas incluem a necessidade de uma ampla incisão corneana, que provoca o colapso da câmara anterior acompanhadas de miose, dificultando a remoção de restos córtico e núcleos, bem como mais intensa inflamação pós-operatória. Além disso, edema corneano, uma maior freqüência de deiscências, ruptura da cápsula posterior, vítreo apresentação, hifema, sinéquias, maior astigmatismo, maiores danos ao endotélio corneano, mais freqüentes casos de descolamento da retina cápsula posterior opacificação têm sido relatadas como desvantagens comparativamente à facoemulsificação (PEREIRA, 2006). 9.1 Cuidados Posteriores Após a cirurgia, os seguintes colírios são administrados: neomicinapolimixina 4-6 vezes ao dia; eventualmente também atropina 1% ou pilocarpina 2% (dependendo do tamanho da pupila que se deseje) por três semanas; dexametasona 0,1% (4-6 vezes ao dia) por 2-6 meses. Se a cápsula posterior foi removida ou foi realizada extração intracapsular da lente, a pupila é mantida em um diâmetro de 2-5 mm pelo uso de pilocarpina 1% a 2%. As suturas podem ser removidas 16 a 20 dias após a cirurgia (dependendo do tecido cicatrizado) ou deixadas (material de sutura 9-0 ou 10-0). O paciente deve

60 utilizar ainda colar protetor por mais cinco dias e somente sair com coleira (gatos não devem sair de casa) (STADES,1999). 9.2 Prognóstico Segundo Stades (1999), a taxa de sucesso para uma extração extracapsular varia de 80 a 95%, dependendo do tipo de catarata, da habilidade do cirurgião, do método utilizado e da cooperação (parcialmente relacionada à idade) do paciente. Complicações freqüentes são de adesões e catarata secundária. Em uma pequena porcentagem de casos isso pode resultar em recorrência de cegueira. 10 RELATO DE CASO A paciente Pitica da espécie canina, SRD, 10 anos pesando 7,700 kg, foi levada ao HVSB, pela proprietária, pois o olho do animal estava opaco. A proprietária relatou que a paciente era diabética. Durante a anamnese a proprietária relatou que a paciente vinha se batendo nos móveis de casa e mudou o comportamento. No exame oftalmoscópio foi diagnosticada catarata madura em OU (FIGURA 22) e uveite. Ao exame físico a paciente apresentava temperatura retal de 38,5º C, freqüência cardíaca de 115 bpm, freqüência respiratória de 25 mpm, TPC 2, normohidratado, normocorado, estado nuricional normal e comportamento dócil. 1 Foram realizados os seguintes exames complementares: hemograma completo e Bioquímico. No exame bioquímico apresentaram os seguintes resultados: GAMA GT: 19,3 UI/ L (valores de referência estão em 1 UI/ L à 16,4UI/ L), e a glicose apresentava-se em 26 mg/ dl (valores normais estão dentro de 65 mg/ dl à 120 mg/ dl). Os demais componentes apresentavam-se dentro dos valores de referência. 1 Atropina 1%, Allergan Prods. Farms. Ltda, São Paulo, SP

61 O animal foi selecionado para cirurgia de facoemulsificação por possuir uma catarata madura em OU. Mas foi necessário o tratamento da uveíte para que ocorresse a cirurgia. Devido ser diabética, foi feita a administração de insulina NPA, 10 UI SIO razão pela qual na análise da glicemia observou-se resultado abaixo dos valores normais OD foi escolhido para a cirurgia (FIGURA 23) usando-se como critério a administração de colírio de atropina¹ e verificação do olho que apresentar uma melhor midríase no dia da cirurgia. FIGURA 23 CATARATA MADURA EM OD 2 Aproximadamente 10 dias antes do procedimento cirúrgico, a paciente foi submetida a uma associação de colírios com lágrimas artificiais¹ e cloridrato ¹ Genteal Colírio 3mg/g 10mL hipromelose, Novartis Biociência SA. São Paulo, SP ² Cilodex,Alcon Labs. do Brasil Ltda. São Paulo, SP ³ Atropina 1%, Allergan Prods. Farms. Ltda. São Paulo, SP 4 Still, Labs. Allergan Frumtost. São Paulo, SP 5 Vetaset, Fort Dodge Saúde Animal Ltda, Campinas, SP 6 Diazepan, 10mg/2ml, União Quím. Farm. Nacional S.A. São Paulo, SP

62 de ciprofloxacina e dexametasona² uma gota três vezes ao dia, sempre com intervalo de 15 minutos entre os colírios (OU). Após esse período a paciente foi preparada para a cirurgia de facoemulsificação. No dia da cirurgia estava em jejum de doze horas. Então foi iniciado o processo de dilatação pupilar, através do emprego de atropina a 1%³, e diclofenaco sódico 4 intercalados com intervalos de 20 minutos; isso foi iniciado três horas antes do procedimento cirúrgico. Foi então realizada a anestesia inalatória. A indução foi com Quetamina 5 5mg/kg e Valium 6, a manutenção com isofluorano 7. a paciente foi posicionada em decúbito dorsal, com o plano rostral paralelo ao teto (FIGURA 24). Após ser realizada a depilação e assepsia iniciou-se a facoemulsificação. FIGURA 24 - POSICIONAMENTO DO PACIENTE PARA FACOEMULSIFICAÇÃO E BLOQUEIO PERIBULBAR 3 Com a utilização de lidocaína a 2%¹ sem vasoconstritor, realizou-se um bloqueio peribulbar em posição de 12, 3, 6 e 9 horas (no sentido do relógio). 7 Isoforine, Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. Itapira, SP ¹ Lidocaína 2% Ariston, Ariston Inds. Químs. e Farms. Ltda. São Paulo, SP

63 Foi administrado aproximadamente 0,8 ml em cada ponto para se obter uma boa centralização do globo ocular. Para facilitar a realização da capsulotomia, principalmente pela ausência de reflexo de fundo de olho, corou-se a cápsula anterior com corante azul de tripan (FIGURA 25), que é menos tóxico às estruturas intra-oculares. FIGURA 25 - APLICAÇÃO DE AZUL DE TRIPAN PARA COLORAÇÃO DA CÁPSULA ANTERIOR DO CRISTALINO Pouco antes da inserção da LIO foi feito a adição de agente viscoelástico (FIGURA 26) para proteger o endotélio corneano.

64 FIGURA 26 APLICAÇÃO DE VISCOELÁSTICO PARA PROTEÇÃO ENDOTELIAL FONTE: KLEINER (2008). A seguir, a paciente após a cirurgia com a lente intra-ocular já implantada (FIGURA 27) na paciente e após a corneorrafia (FIGURA 28).

65 Os animais que fazem cirurgia de facoemulsificação e não colocam uma lente intra-ocular ficam hipermetropes com + 14 dioptrias, e possuem uma razoável visão de longe conseguindo viver muito bem, enquanto aqueles que colocam lente intra-ocular ficam com a visão praticamente normal, recuperando a visão de perto e com detalhes. Estudos sugerem que as opacidades capsulares originadas pelo implante de lentes intra-oculares são menores e o eixo visual (KLEINER, 2007). FIGURA 27 PÓS FACOEMULSIFICAÇÃO COM LIO IMPLANTADA

66 FIGURA 28 - ASPECTO FINAL DO PROCEDIMENTO APÓS CORNEORRAFIA. 4 Após o procedimento foi prescrito ao paciente uma combinação de colírios, antibióticos e antiinflamatórios para se evitar qualquer tipo de infecção local. Foram realizados os seguintes medicamentos: USO OFTÁLMICO Gatifloxacino¹ 0,03% : uma gota quatro vezes ao dia, durante 20 dias. Atropina² 1%: uma gota BID ao dia durante 10 dias. Trometamol Cetorolaco³ 5% - 5mg/ml : uma gota BID ao dia por 30 dias. ¹ Zymar Colírio 0, 03%, Allergan Prods. Farms. Ltda. São Paulo, SP ² Atropina 1%, Allergan Prods. Farms. Ltda. São Paulo, SP ³ Acular, Allergan Prods. Farms. Ltda. São Paulo, SP 4 Tears, Labyes. São Paulo, SP 5 Pred Fort, Labs. Allergan Frumtost, São Paulo, SP 6 Rymadil, Pfizer. São Paulo, SP

67 Sulfato de Condrointina 4 A 200mg. Cloreto de sódio 9mg/ml (lagrima artificial): uma gota BID ao dia por 25 dias. Acetato de prednisolona 5 1% uma TID vezes ao dia durante 20 dias, após usar uma gota uma SID por mais 15 dias, e depois em dias intercalados por mais uma semana. Além do uso da medicação, o uso do colar elisabetano 24 horas por dia é indispensável até a retirada dos pontos, que foi realizada apos 15 dias da cirurgia. USO ORAL Carprofen 6 5mg BID ao dia por 14 dias Discussão A paciente do caso relatado era uma fêmea SRD, diabética, com catarata bilateral, 10 anos de idade. Foi necessário estabilizar a glicose para a realização da cirurgia. No retorno da paciente uma semana após a cirurgia, foi realizado o exame físico e oftalmoscópio e a LIO estava com perfeita, e apresentava discoria discreta. Vinte dias após a cirurgia ao novo exame físico e oftalmoscópico, e a LIO estava centralizada e o olho da paciente já estava sem discoria. Em geral, pacientes diabéticos são bons candidatos à cirurgia de catarata, desde que estejam livres de maiores complicações do diabetes, tais como cetoacidose e falência renal ou hepática (SLATTER, 2005). No caso relatado a paciente apresentava quase todos os parâmetros normais no hemograma, e exame bioquímico. Porém alguns parâmetros estavam alterados como: GGT e glicose (26mg/ dl). E apresentava os seguintes sinais clínicos: alteração no comportamento por causa de falha visual, colisão com objetos em ambientes familiares, alteração no aspecto do olho, aparência branca, que é pior à noite, quando a pupila esta dilatada. Segundo a literatura, são os principais sinais visualizados em cães acometidos com catarata.

68 O diagnóstico do caso relatado procedeu-se a partir de exame oftalmoscópico, e eletroretinografia, que avalia a atividade elétrica da retina em resposta a um estímulo luminoso. O eletroretinograma é utilizado quando o oftalmologista não consegue examinar a retina, porque a lente encontra-se opacificada. Se a eletroretinografia for negativa, a retina não é funcional, neste caso, a cirurgia deve ser considerada apenas para a preservação do globo ocular, e por estética. O tratamento realizado foi a extração por facoemulsificação, que é uma técnica citada por vários autores como tratamento de eleição para esta afecção Outras técnicas são realizadas para a extração da catarata, como por exemplo a extração extracapsular. A facoemulsificação é uma técnica de aperfeiçoamento da facectomia extracapsular. A utilização da facoemulsificação tem algumas vantagens desta técnica em relação às outras descritas na literatura como: pequena incisão, a manutenções da pressão intra-ocular intra-operatória, a pouca manipulação das estruturas internas ao globo ocular. Também o menor índice de contaminação, a menor ocorrência de inflamação intra-ocular pós-operatória, o menor tempo operatório e a reabilitação precoce da visão. Entre suas limitações estão o alto custo do equipamento e maior dificuldade de aprendizado (PIGATO et al, 2007). O implante da lente-intraocular após a remoção da catarata em cães ainda é motivo de controvérsias, sendo necessária a realização de estudos adicionais, tanto quanto para avaliar a necessidade do implante quanto suas complicações. Segundo Kleiner (2008), quando a catarata é bilateral é necessário o uso da LIO ao menos em um dos olhos, pois sem a lente o animal enxergará bem de longe, ao passo que de perto a visão não será muito boa. Às vezes ocorre da cápsula toda ser removida, então não será possível o uso da LIO, sendo que esta fica alojada na cápsula (KLEINER, 2008). A cirurgia de catarata é muito delicada e depende muito do cuidado intensivo no pós-operatório, juntamente com cooperação do paciente e do proprietário para administrar a medicação necessária e cumprir os horários são essências para o sucesso do procedimento Conclusão

69 No caso relatado a paciente que foi submetida, à facoemulsificação teve um excelente resultado pós-operatório, recuperando a visão com algum grau de melhora significativa para o proprietário, e para qualidade de vida do próprio animal. 11 REFERÊNCIAS ANDRADE, Alexandre Lima. Semiologia do Sistema Visual dos Animais Domésticos- A Arte do Diagnóstico. In: FEITOSA, Francisco Leydson F. Semiologia Veterinária. 1. ed. São Paulo: Roca, 2004, pg CHAMBERS, Elizabeth; DEITRICH, Ursula. Doenças Sistêmicas. In: SLATTER, Douglas. Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2005, pg DIESEM, C. Órgãos dos Sentidos do carnívoro e tegumento comum. In: GETTY, Robert. Anatomia dos Animais domésticos Sisson/Grossman. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam, 1986, pg FUCK, Egon José. Assunto sobre cães. Catarata: os animais também podem ter, 06/10/2007. Disponível em: Acesso em 04/10/2008. GELATT, Kirk, N; GELATT, Janice, P. Surgical Procedures of the lens and Cataracts. In: Small animal ophthalmic Surgery for the Veterinarian. 1. ed. Oxford: Buttherworth Heinemann, 2001, pg GILMOUR, Margy; WILKIE,David, A. Facopatias. In: Clinica de Pequenos Animais. 1 ed. São Paulo: Roca,1998, pg HERRERA, Daniel. WEICHSLERY,Nathalie. Oftalmologia Clínica em Animales de Compañía.1 ed. Buenos Aires: Intermédica, 2007, pg

70 KLEINER, João Alfredo. Oftalmologia. Implante de lente intra-ocular acrílica dobrável de 41d em cães após facoemulsificação Disponível em: 2. Acesso em: 30/09/2008. LAUS, José Luiz; et al. Oftalmologia Veterinária. Web Animal, 15/03/2008. Disponível em: Acesso em 30/09/2008. OFRI, Ron. Lens. Lens. In: MAGGS, Davis. Et al. Veterinary Ophthalmology. 4 ed. Australia: Sauders Elsevier, 2008, pg OLIVEIRA,Fernando, E. Catarata.Causas da catarata em animais, Disponível em: Acesso em: 01/10/2008. PEREIRA, Jorge, S, et al. Facoemulsificacao. Artigos técnicos,2006. Disponível em: Aceso em: 05/10/2008. PIGATTO, João, Antonio, T. et al. Avanços e benefícios da facoemulsificação, Disponível em: Acesso em: 30/09/2008 SLATTER, Douglas. Estrutura e função do olho. In: Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2005, pg A SLATTER, Douglas. Lente. In: Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3 ed. São Paulo: Roca, 2005, pg B SLATTER, Douglas. Retina. In: Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3 ed. São Paulo: Roca, 2005, pg C STADES, Frans, C. Catarata. In: STADES, Frans, C. et all. Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 1. ed. São Paulo: Manole, 1999, pg

71 WILKIE, David, A; E. Dan, Wolf. Cristalino e Globo. In: BOJRAB, M, Joseph. Técnicas em cirurgia de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Roca, Pg WILKIE, David, A, P; COLITZ, Carmen, M, H. Surgery of the canine lens. In: GELATTI, Kirk N. Veterinary ophthalmology. 4. ed. Carlton-Australia: Black Well Publishing, Pg Afecções causadas pelo Coronavirus em gato 12.1 Resumo A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença fatal em gatos, causada por uma reação de hipersensibilidade do tipo III e/ou IV induzida pelo vírus da PIF, um mutante do coronavírus entérico felino. A doença pode ter caráter sistêmico ou localizar-se em qualquer órgão, principalmente no sistema nervoso central, intestinos e olhos. O FIV a família coronavirus felina pode causar importantes infecções em gatos domésticos. Essas doenças são caracterizadas por um longo período de

72 incubação, febre, depressão, perda de apetite, emagrecimento e aumento abdominal progressivo. A infecção das células da linhagem do monócitomacrófago parece ser essencial na patogênese da PIF, enquanto na FIV possui um tropismo por linfócitos, macrófagos, glândulas salivares e SNC. Palavras chaves: PIF, Coronavírus, FIV, infecções, felino Introdução A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença crônica de gatos semelhante à AIDS humana causada pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV). pertence à família Retroviridae, da subfamília dos lentivírus, foi descrito em 1986 por Pederson e colaboradores na Califórnia em gatos domésticos, e foi designado de vírus T - linfotrópico (FTLP), pois foi encontrado em células linfocíticas do sangue periférico de gatos infectados e por seu aparente tropismo por células T in vitro (SHERDING, 2004). Alterações relacionadas com um estado de imunodeficiência dos gatos foram associadas com a infecção pelo vírus T - linfotrópico (FTLP). Tal como na AIDS no humano, a infecção pelo FIV processa-se em dois tempos: uma fase de penetração do vírus, seguida de uma fase de propagação no organismo hospedeiro. Uma enzima viral, a transcriptase inversa, permite que o vírus (cuja informação genética é constituída por um filamento único de RNA) se transcreva num filamento de ADN (retro transcrição). Este se duplica e os dois filamentos integram-se no próprio seio dos cromossomas dos linfócitos infectados (ZANUTTO e HAGIWARA, 2007) REVISÃO BIBLIOGRÁFICA VÍRUS DA IMUNODEFICIENCIA FELINA (FIV) O FIV foi isolado originalmente em 1986 a partir de um gatil no norte da Califórnia. Este vírus encontra-se disseminado na população desde pelo menos os anos 1960 (SHERDING, 2004).

73 Lutz citado por Teixeira et al diz que o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o PIF pertencem à família Retroviridae, da subfamília dos lentivírus e acometem gatos domésticos em todo o mundo (TEIXEIRA et all, 2007). O FIV possui um tropismo por linfócitos, macrófagos, glândulas salivares e SNC. Este vírus infecta primariamente e destrói gradualmente populações selecionadas de linfócitos T e a perda progressiva desses linfócitos resulta em uma síndrome de imunodeficiência caracterizada por infecções crônicas e recorrentes, sendo esta vitalícia e fatal (SHERDING, 2004). As taxas mais altas de infecção têm sido encontradas em gatos machos adultos com livre acesso às ruas, os quais, freqüentemente, apresentam comportamento agressivo (TEIXEIRA et al, 2007). As espécies susceptíveis incluem o gato doméstico, o leão, o tigre, a onça-pintada, o leopardo-das-neves, o leopardo e o lince-vermelho (SHERDING, 2004). A infecção por FIV ocorre em gatos domésticos de todo o mundo, com prevalências que variam de 1% a 44% e de 1% a 38%, respectivamente. No Brasil, já foi detectada por meio de pesquisas sorológicas e pela PCR, em gatos domésticos domiciliares e de rua, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, com prevalências que variam de menos de 2,0% a 37,5% para FIV (TEIXEIRA et al, 2007). Os gatos machos superam em números as gatas em 3 para 1. O FIV afeta gatos de todas as idades (a variação descrita é de 2 meses a 18 meses), no entanto, a incidência aumenta com a idade e o FIV e mais prevalente em gatos acima de 5 anos de idade ou mais (SHERDING, 2004). Segundo Sherding (2004) devido ao período latente assintomático extensivo típico dos lentivírus, a maior parte dos gatos infectados com FIV que apresentam sinais clínicos tem mais de seis anos de idade. A forma mais comum de transmissão do vírus é através de dentadas, em que a saliva entra em contacto com o sangue. Ainda em estudo está a possibilidade de transmissão através do contacto sexual, embora durante o mesmo haja freqüentemente dentadas do macho na fêmea, aumentando o risco de transmissão. As mães infectadas podem transmitir a doença aos filhos, mas a transmissão depende da carga viral da mãe durante a gravidez (PORTAL VETERINARIO, 2008).

74 A mordedura constitui o modo de transmissão principal do FIV. O risco mais alto é encontrado em gatos machos intactos que se permite que vaguem livremente fora de casa, pois a transmissão por ferimento de mordedura pode ocorrer durante as disputas territoriais além de inoculações orais, vaginais, e retais e através de inseminação artificial, no entanto essas vias são improvavelmente importantes sob condições naturais (SHERDING, 2004). Os sinais clínicos são de acordo com a fase de infecção, que são: FASE DE INFECÇÃO PRIMÁRIA AGUDA Este estágio começa com 4-6 semanas após exposição. Os sinais que podem ocorrer são: febre transitória, neutropenia e linfopenia, linfadenopatia generalizada, também sepse, celulite, dermatite facial pustular, anemia, diarréia e estomatite (SHERDING, 2004). FASE DE INFECÇÃO LATENTE ASSINTOMÁTICA Segundo Sherding pode ocorrer uma latência prolongada de duração variável, que pode durar anos antes de ocorrerem sinais de imunodeficiência. FASE DE INFECÇÃO TERNIMAL CRÔNICA Infecções oportunistas recorrentes crônicas com sinais que aumentam e diminuem e pioram progressivamente em meses a anos e podem envolver qualquer combinação das manifestações seguintes: perda de peso e debilitação progressiva, infecções bacterianas recorrentes crônicas, que podem se resolver com antibióticos, mas podem recidivar, febres recorrentes de origem desconhecida, infecções oportunistas especificas, encefalopatias (demência, perambulação, ataques convulsivos, efeito direta no SNC), neoplasias, manifestações oculares( figuras 29 e 30). Como uveíte anterior, glaucoma, pars planitis, hemorragias e degeneração retinianas, falência renal crônica (SHERDING, 2004). FIGURA 29 UVEÍTE DEVIDO A PIF E FIV

75 FIGURA 30 UVEÍTE DEVIDO A PIF E FIV O diagnóstico para este vírus é feito através da análise do sangue. A existência de anticorpos específicos faz com que o teste dê positivo a FIV, mas podem ocorrer falsos positivos ou falsos negativos e os testes feitos nas clínicas devem ser sempre repetidos em laboratório. Gatos até os seis meses

76 de idade podem ter estes anticorpos provenientes do leite materno, do qual literalmente bebem a proteção contra as doenças. Gatos em fase terminal podem originar falsos negativos devido à inexistência de anticorpos ( PORTAL VETERNIARIO, 2008). O diagnóstico para FIV baseia-se geralmente na demonstração de anticorpos sericos anti-fiv usando um dos dois formatos: ELISA, ou borrão ocidental, Anticorpos contra FIV indicam uma exposição e uma infecção anterior e como a infecção com FIV é vitalícia, um resultado de teste de anticorpos de FIV positivo significa que o vírus se encontra presente no gato e assim permanecerá por toda a vida (SHERDING, 2004). Para o tratamento recomenda-se o isolamento dos gatos de outros felinos. Não só porque os gatos infectados podem transmitir a doença aos gatos saudáveis, mas porque os gatos com FIV devem estar o mais protegidos de outros vírus que possam constituir infecções secundárias. Este isolamento não se aplica, contudo aos donos que não correm qualquer perigo por estarem em contacto com o gato. O isolamento dos donos pode contribuir para o aparecimento de estrese ou depressão que acelera o avanço da doença (PORTAL VETERNIARIO, 2008). Mesmo que o FIV seja incurável, os gatos assintomáticos podem viver por anos antes de desenvolver sinais clínicos, e os gatos sintomáticos podem ser mantidos freqüentemente por muitos meses com o uso criterioso de antibióticos para controlar infecções secundárias combinados com terapia de suporte (SHERDING, 2004). Segundo Sherding (2004), nenhum tratamento específico contra FIV elimina efetivamente as infecções: quando um gato se infecta contra FIV, fica infectado por toda a vida. Têm-se experimentado algumas drogas anti-hiv atuais e estas são demasiadamente tóxicas nos gatos. O tratamento de gatos infectados com FIV com o análogo nucleosídico azidotimidina (AZT), em 15mg/kg, VO ou SC, a cada 12 horas, tem produzido melhora no estado imunológico e regressão de estomatite. O AZT pode causar anemia, por isso gatos tratados com essa medicação devem ser monitorados com hemogramas completos constantemente.os gatos doentes com infecções bacterianas relacionadas com FIV podem responder algumas vezes drasticamente a antibióticos. Trate cada episódio de infecção à medida que ele surge, utilizando

77 uma orientação de cultura e antibiograma sempre que for possível. A de estomatite deve ser tratada com metronidazol (10mg/kg, VO, a cada 12 horas) e clindamicina (12,5mg/kg, VO, a cada 12 horas),ou prednisona (5mg/animal VO, a cada 12 horas). O uso de fluidoterapia e suporte nutricional, conforme a necessidade do paciente. Evitar a exposição a outras doenças infecciosas devido a queda na resistência. Nos animais com risco de exposição, continuar com as vacinas (nas fases iniciais, os gatos FIV-positivos responderão), mas é preferível produtos in vitro (SHERDING, 2004). Como o FIV está associado a lutas entre gatos, onde são trocadas dentadas e abertas feridas, a castração do animal reduz o risco de contágio. A castração atenua também a vontade de os gatos irem ter com fêmeas em cio e por isso o gato terá menos vontade de ir ao exterior. Caso consiga fugir de casa, como estão castrado, as hipóteses de enfrentar gatos vadios são menores. A castração é aconselhada pela tanto para gatos infectados como para gatos saudáveis (PORTAL VETERINÁRIO, 2008). Recomendar ao proprietário não adquirir outros gatos sem saber a procedência, e também sobre a necessidade de levá-lo ao veterinário antes de levá-lo para casa. Também é necessário fazer testes nos gatos que já são da casa para não passar nenhuma doença para o novo animal (SHERDING, 2004). O vírus é pouco resistente se não estiver alojado num hospedeiro, e por isso não são precisos cuidados especiais em relação aos objetos. Lavar os pratos de comida e água, servem para matar o vírus que tenha sido transferido. É necessário isolar os animais doentes dos animais sadios (PORTAL VETERINARIO, 2007). A melhor forma de prevenção contra FIV consiste em não permitir que gatos perambulem livremente fora de casa (SHERDING, 2004). PERITONITE INFECCIOSA FELINA A peritonite infecciosa felina (PIF) é a principal causa infecciosa de morte nos gatos. Ocorre quando o gato reage inadequadamente ao coronavírus (FCOV). Muitos gatos são simplesmente infectados, emitem o FCOV durante um ou dois meses, montam uma resposta imunitária, eliminam o vírus e vivem normalmente. No entanto, por razões que ainda não se entende

78 totalmente, em vez de se libertarem do FCOV, alguns gatos desenvolvem a PIF (PAIXAO et al, 2004). Esta infecção foi descrita pela primeira vez na década de 60 e, desde então, foram relatados casos em felinos domésticos e selvagens em todo o mundo (OLIVEIRA, 2003). A PIF é uma doença sistêmica progressiva e fatal dos gatos causada pelo coronavírus felino. As lesões de PIF não se restringem ao peritônio e há formas efusiva e não-efusiva da doença. Os macrófagos replicam o vírus e o transportam para os tecidos-alvos, tais como peritônio, pleura, úvea, meninges (SHERDING, 2004). O agente etiológico foi identificado como um coronavírus, denominado de vírus da peritonite infecciosa felina (FIPV), que é uma mutação do coronavírus entérico felino (OLIVEIRA et al,2003). As cepas produtoras de PIF do coronavírus (FIPV) possuem um tropismo por macrófagos e são antigenicamente indistinguíveis dos coronavírus intestinais felinos (FECV), que se replicam somente nas células epiteliais intestinais. O FIPV é aparentemente um mutante do FECV e, na maior parte dos casos, a mutação acomete durante a replicação, dentro do trato intestinal de gatos, que prosseguem para desenvolver a PIF. Segundo Oliveira et al (2003), esse vírus infecta macrófagos e a infecção é, às vezes, ajudada pelo conceito da intensificação dependente de anticorpo, na qual a presença de imunoglobulinas contra o FECV, aumenta a entrada do vírus em macrófagos, pela ligação do complexo antígeno-anticorpo ao receptor. O vírus da PIF causa uma infecção sistêmica do sistema macrofágico e induz uma vasculite mediada por imunocomplexos disseminada e severa com necrose e inflamação piogranulomatosa. Os anticorpos contra coronavirus sensibilizam os gatos à PIF, e os anticorpos humorais exercem um papel importante na patogênese da doença (SHERDING,2004). A PIF distribui-se mundialmente entre os gatos domésticos. Afeta também felidae exóticos, incluindo o leão, a suçuarana, o guepardo, a onçapintada, o leopardo, entre outros felídeos selvagens (SHERDING,2004). Segundo Sherding (2004) o FIPV é excretado em secreções orais e respiratórias, nas fezes e, possivelmente, na urina. A infecção ocorre através

79 de ingestão e, possivelmente, de inalação sob condições de contato íntimo. As evidencias sugerem que o FIPV pode sobreviver no ambiente por até sete semanas na forma seca, conseqüentemente, a transmissão por fomites também constitui uma possibilidade. A maior parte dos gatinhos se infecta com menos de 4 meses de idade, e a PIF ocorre mais entre os 6 meses e 2 anos de idade, mas pode afetar gatos de qualquer idade (SHERDING, 2004). Segundo Sherding (2004), é uma infecção viral intercorrente com o vírus da leucemia felina ou o vírus da imunodeficiência felina. Os gatos com PIF com freqüência se apresentam inicialmente com sinais inespecíficos e não-localizados, tais como febre, anorexia, perda de peso, vômito, diarréia, desidratação e palidez (anemia). À medida que a doença avança, os sinais inespecíficos progridem e os sinais clínicos são dominados por derrames em cavidade corporal na forma úmida da doença ou por achados órgãos-específicos na forma sem derrame ou seca. Alguns gatos manifestam características de ambas às formas da doença. PIF úmida ou efusiva Esta é a forma mais grave da doença, em que muitos vasos sanguíneos são gravemente danificados e há acúmulo de líquido no abdômen e no tórax. Quando os vasos sanguíneos do abdômen são afetados, a barriga do gato incha devido à ascite (FIGURA 31). Quando são afetados os vasos sanguíneos do tórax, observa-se hidrotórax, que impede os pulmões de se expandir e dificultam a respiração do gato (PAIXÃO, 2004). Na forma efusiva ou úmida da PIF, 85% dos gatos infectados apresentam derrame inflamatório na cavidade abdominal e 35% apresentam derrame na cavidade torácica (SHERDING, 2004). Sherding (2004) quando ocorre peritonite, há uma distensão progressiva e indolor do abdômen com fluido. Pode ocorrer também inchaço escrotal em machos intactos como uma extensão direta do processo de derrame abdominal no interior das túnicas testiculares. A extensão da inflamação peritoneal pode envolver o TGI (vômito e diarréia), o sistema hepatobiliar (icterícia) ou o pâncreas (vômito devido à pancreatite). O derrame deve ser detectado por meio de palpação e percussão.

80 Mas deve ser confirmado por meio de radiografia e abdominocentese e uma análise do fluido geralmente indica PIF. Quando ocorre derrame torácico (pleurite) existe dispnéia e intolerância a exercícios, pois há expansão pulmonar pela compressão decorrente do fluido no espaço pleural (SHERDING, 2004). Ainda podem ser encontrados ruídos cardíacos e pulmonares abafados na ausculta. O derrame torácico deve ser confirmado por meio de radiografia ou toracocentese. A análise do fluido geralmente indica PIF. FIGURA 31 - PRESENÇA DE LÍQUIDO NA CAVIDADE ABDOMINAL FONTE: ALVES (2004) PIF seca ou não-efusiva É a forma mais crônica da doença. O gato normalmente tem sintomas vagos, tais como anorexia, perda de peso, pelagem com pouco brilho. Muitos gatos com PIF seca tornam-se ictéricos. As mucosas encontram-se ictéricas.em muitos casos, aparecem marcas nos olhos, geralmente na íris que muda de cor e algumas partes podem ficar castanhas. Pode haver hifema, ou aparecimento de depósitos brancos na córnea (PAIXÃO et al, 2004). Cerca de 12% dos gatos com PIF não-efusiva desenvolvem sintomas neurológicos: ataxia (desequilíbrio, incordenação motora), podendo ter também tremores de cabeça, convulsões, o olhar pode deslocar-se em direções diferentes sem focarem um ponto definido (PAIXÃO et al, 2004). A forma sem-derrame se caracteriza por uma inflamação piogranulomatosa e uma vasculite necrosante em vários órgãos. Os

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