Vol. 1. Saúde Ocular na Melhor Idade. Oftalmologista Dr Cleiton A. Noll

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1 Vol. 1 Saúde Ocular na Melhor Idade Oftalmologista Dr Cleiton A. Noll

2 Enxergar bem para viver mais, porém com qualidade de vida... Com a expectativa de vida da população aumentando a cada década, as pessoas estão muito mais conscientes da relação entre os cuidados com a saúde e a qualidade de vida. Afinal de contas, de que adianta viver muitos anos doente, com limitações e dependente do uso de medicamentos controlados? As pessoas querem viver mais, porém que esse tempo seja com qualidade de vida para conviver com a família, fazer viagens, dedicar-se à leitura de um bom livro ou praticar seu hobbie favorito. Entretanto, essa longevidade vem acompanhada de novos desafios envolvendo a saúde, na forma de novas doenças, que antes não tinham tempo suficiente para manifestar sintomas, por isso é importante a prevenção e o cuidado com a saúde. Diversas doenças oculares que têm características degenerativas em sua origem, são mais comuns consequentemente, em pessoas idosas. Embora muitas dessas doenças não tenham causa aparente ou conhecida, maus hábitos como tabagismo, o diabetes, hipertensão arterial, exposição ao sol, por exemplo, tendem a ter ação cumulativa com o passar do tempo e acabam aumentando o risco em pessoas com idade avançada. Entre as doenças oculares mais prevalentes em pessoas idosas deve-se enfatizar a catarata, o glaucoma, as 1

3 doenças venosas oclusivas da retina e principalmente a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), outra doença ocular de grande risco de perda visual é a retinopatia diabética, entretanto, essa última pode afetar as diferentes faixas etárias e não somente os idosos. Estima-se que ao redor do mundo de 30 a 35% das pessoas acima de 65 anos tenham algum sinal de DMRI. Nos Estados Unidos, cerca de 500 mil novos casos surgem a cada ano. No Brasil calculamos em torno de 100 a 120 mil casos anuais, segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde da população nos últimos cinco anos. Portanto, em todas as idades, uma visita periódica ao oftalmologista é tão importante quanto uma visita ao clínico geral ou Check-up médico, por exemplo. Identificando possíveis doenças oculares, ainda no início, antes do aparecimento dos sintomas aumenta muito a efetividade dos tratamentos prevenindo o risco de perdas visuais mais graves. Dr Cleiton A. Noll CRM-GO

4 IMPORTANTE Todas as informações contidas nesse Livreto tem caráter informativo e educacional. Nenhuma providência deverá ser tomada sem consultar o seu oftalmologista, pois somente ele está habilitado para praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. 3

5 SETE DOENÇAS OCULARES MAIS COMUNS NA TERCEIRA IDADE 1 - Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) Presbiopia Catarata Glaucoma Doenças Vasculares Retinopatias (Diabética e Hipertensiva) Olho Seco

6 1 - Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a degeneração da mácula (estrutura localizada na parte posterior do olho, na retina, responsável pela visão central), surge com sintomas de embaçamento visual e/ou distorção de formas, evoluindo com perda gradual e irreversível da acuidade visual. Normalmente ocorre em pessoas idosas, além da condição etária, fatores genéticos e o tabagismo também podem influenciar o processo de danos à mácula, é mais comum em pacientes obesos, fumantes e brancos. Deve-se optar por uma dieta saudável, rica em alimentos com alto teor de ômega-3, além dos vegetais de folhas verdes, não fumar ( ou parar de fumar), realizar exercícios físicos periodicamente, controlar o peso e a pressão arterial, proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros com proteção ultravioleta. 5

7 2 - Presbiopia É a perda de nitidez na visão de perto, manifesta-se normalmente por perda da elasticidade e acomodação do cristalino. Começa aos 40 e se completa em geral por volta dos 60 anos e a principal causa é o cansaço da visão. É corrigida com a cirurgia refrativa a laser, ou uso de óculos ou uso de lentes de contato de grau. 6

8 3 - Catarata É a opacificação do cristalino que atrapalhe a entrada de luz nos olhos, acarretando diminuição da visão. O principal sintoma da catarata é o embaçamento visual, que evolui de maneira gradual até a completa perda da visão, é a principal causa de cegueira reversível no mundo, pode aparecer em qualquer idade, mas ocorre principalmente após os 50 anos, nesta faixa de idade existe perda progressiva da transparência da lente natural do olho, o cristalino. O fenômeno ocorre mais comumente de maneira natural, pelo envelhecimento do organismo, porém pode ser acelerado por diversas doenças sistêmicas (como, por exemplo, o diabetes) e induzido pelo uso crônico de drogas (a exemplo dos corticóides). Não existe nenhum método para evitar ou prevenir, porém as cirurgias são o tratamento mais utilizado, durante a cirurgia é removido o cristalino ( que é a lente natural do olho) opacificado, que é substituído por uma lente intraocular, durante o procedimento inclusive é possível corrigir o grau, quando houver, não tendo mais a necessidade de utilizar óculos. Deve-se, porém, atentar aos cuidados com a saúde como diabetes e o fumo, promovendo seu controle. 7

9 4 - Glaucoma Doença genética que se manifesta principalmente na terceira idade onde há perda progressiva da visão periférica causada pelo aumento da pressão ocular. Pode levar à cegueira irreversível. O Glaucoma se caracteriza por um conjunto de fatores que levam à perda da visão pela destruição do nervo óptico. Esse fenômeno normalmente é associado ao aumento da pressão intraocular e pode ocorrer em apenas um ou ambos os olhos. É uma das principais causas de cegueira irreversível e se inicia com quadro de perda da visão periférica. Por se tratar de uma doença irreversível é indicado realizar anualmente, ou periodicamente conforme a indicação do oftalmologista, principalmente após os 40 anos, um check-up oftalmológico onde será realizada também, a medição da pressão intraocular do paciente 8

10 5 - Doenças Vasculares São doenças oculares que afetam os vasos da retina provocando oclusões, causadas por hipertensão ocular e diabetes essas doenças são mais comuns na terceira idade. O controle da pressão arterial, do colesterol e da glicemia. 9

11 6 - Retinopatias (Diabética e Hipertensiva) As retinopatias se caracterizam por alterações progressivas e tardias ocorridas na retina em virtude da complicação de duas importantes doenças: o diabetes e a hipertensão arterial. Geralmente, o acometimento ocular dessas doenças se dá nos vasos da retina, ocasionando deformidades em seu trajeto, extravazamento de líquido e até mesmo hemorragias. As retinopatias se instalam lentamente e por muitas vezes não há sintomas de início, posteriormente, notase o embaçamento e a diminuição da acuidade visual, em casos de uma hemorragia, o paciente geralmente se queixa de perda da visão súbita no olho acometido. Por se tratar de uma doença progressiva e relacionada ao agravamento de outras duas enfermidades maiores, torna-se imprescindível o controle severo da glicemia e da pressão arterial. 10

12 7- Olho Seco Os sintomas relacionados ao olho seco são mais frequentes em mulheres após a menopausa em virtude das mudanças hormonais a que são submetidas nesse período, porém também podem ocorrer em homens. Pacientes em uso crônico de certos medicamentos e/ou submetidos a tratamentos de quimioterapia ou radioterapia também podem relatar a ocorrência desses sintomas em decorrência de alterações desencadeadas nas glândulas lacrimais no que diz respeito à produção da lágrima. Alterações senis nas pálpebras (entrópio, ectrópio) e distúrbios do sistema lacrimal (obstrução) são outros fatores que podem desestabilizar a superfície ocular do paciente, gerando sintomas de olho seco. Nos casos de olho seco por privação de lágrima podemos empregar o uso de lubrificantes em gotas, pomadas ou gel prescritos pelo oftalmologista conforme for mais indicado para cada paciente. 11

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