ASSEMBLEIA NACIONAL. Mindelo, São Vicente, 7 de Novembro de Senhora Presidente da Assembleia Municipal de São Vicente

Transcrição

1 ASSEMBLEIA NACIONAL Discurso do Presidente da Assembleia Nacional, Engº Jorge Santos, no encerramento da Conferência de Mindelo - XXV Anos da Constituição Democrática da República de Cabo Verde Mindelo, São Vicente, 7 de Novembro de 2017 Senhor Presidente da Câmara Municipal de São Vicente Senhora Presidente da Assembleia Municipal de São Vicente Senhores Deputados Nacionais Senhores Eleitos Municipais Senhores Representantes dos Partidos Políticos Senhores Representantes das Organizações da Sociedade Civil Senhores Responsáveis das Instituições de Ensino Secundário e Superior Caros estudantes Minhas senhoras e meus senhores Depois de uma tarde de trabalhos, eis que me cabe a honra de proceder ao encerramento de uma excelente jornada de reflexão constitucional. Foi um importante momento de celebração da nossa primeira constituição democrática, adotada em Sentiu-se comunhão e cultura de consenso à volta da nossa carta magna. 1

2 Foi mais uma ocasião para se homenagear a nossa lei mãe que, após um percurso de 25 anos, se afirma cada vez mais como o nosso pacto social maior, como o instrumento que normaliza a convivência politica, económica e social entre os cabo-verdianos e que nos liga ao mundo e nos identifica como parte da sociedade democrática global. Foi preciso fazer este caminho todo para que a Constituição de 1992 se afirmasse politica e socialmente, para que fosse objecto de estudo, de reflexão mas também de união na nossa sociedade. Aqueles que estiveram na sua aprovação, no longínquo ano de 1992 (e estou a ver alguns dentro desta sala), sabem que nem sempre foi fácil e que foram vários os momentos e os episódios que nos desafiaram nesta jornada. Foram desafios que soubemos ultrapassar com muitas discussões e alguma polémica; mas que nos deram a força, não só para fazer este percurso mas também para a afirmarmos como património de todos. Um percurso de estabilidade, com várias alternâncias governativas, resultantes de eleições livres e democráticas. Um percurso de desenvolvimento politico, económico, cultural e social, que melhorou substancialmente a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Um percurso libertador que nos permitiu conquistar a simpatia de outros povos e nos manteve coesos perante os desafios de um mundo cada vez mais global e competitivo. Um percurso em que, paulatinamente, fomos conquistando o reconhecimento, o respeito e a simpatia da comunidade internacional, pelo trabalho positivo desenvolvido interna e externamente. Hoje somos respeitados e elogiados no mundo como um povo amante da liberdade e que soube democraticamente fazer um percurso de sucesso, malgrado as vicissitudes de um país com a nossa história, características físicas e materiais e com os problemas estruturais do nosso arquipélago. 2

3 Por isso se impõe comemorar estes 25 anos e continuar a discutir, a viver e a adequar sempre a CRCV de 1992; para que ela continue a guiar os nossos passos rumo a um Cabo Verde desenvolvido. Esta conferência internacional constitui o segundo grande momento destas comemorações (a primeira foi a sessão solene da AN que teve lugar na Praia no dia 23 de Outubro passado), e posso agora dizer que ela foi também um momento importante de reflexão, contando na ocasião com a participação de todas as forças políticas com assento parlamentar e de Sua Excia o Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca. Durante esta tarde, aqui neste auditório, pudemos contar com importantes contribuições; seja da parte dos conferencistas que nos brindaram com conteúdos de excelência, seja da parte dos assistentes que não só seguiram com atenção os temas abordados como trouxeram os seus próprios pontos de vista, puseram as suas questões e participaram ativamente num debate que creio foi rico para todos nós. Desta conferência resultará uma coletânea que fará parte do acervo da Biblioteca da Assembleia Nacional e que estará à disposição de todos, especialmente universitários, cientistas, pesquisadores, políticos, agentes sociais e todos quantos se interessam por estas matérias. Minhas Senhoras Meus Senhores Ilustres convidados Manifesto, em nome do Parlamento cabo-verdiano, o prazer e a honra, em contar com a vossa presença nesta ocasião nobre e especial. Os nossos agradecimentos pois, vão para os conferencistas que tornaram possível esta reflexão: 3

4 Ao Professor Doutor Jorge Bacelar Gouveia que, apesar da sua sobrecarregada agenda profissional, aceitou vir a Mindelo partilhar connosco os seus conhecimentos e sentimentos sobre a nossa constituição e sobre a doutrina constitucional, mas sobretudo prestigiar esta conferência e dá-la a dimensão internacional. Muito obrigado, professor, pela sua disponibilidade e pela amizade a Cabo Verde; Ao Doutor Simão Santos que nos transmitiu aqui a sua experiência e os seus conhecimentos sobre a Justiça Constitucional. Conhecimentos de quem se dedica a estas questões com paixão e que é detentor de uma larga experiência como magistrado. Os meus agradecimentos, Doutor, pela rica apresentação e pela amizade. Contamos consigo para outros momentos da nossa constituição. À Doutora Maria das Dores Gomes que, tão sabiamente, desempenhou as funções de moderadora, enriquecendo também, com os seus conhecimentos, esta conferência e prestigiando esta jornada de reflexão. O nosso obrigado, doutora, e espero contar consigo em próximas ocasiões para falar da Justiça e da Constituição. Queria ainda nesta ocasião agradecer: À Universidade do Mindelo, na pessoa do seu magnifico Reitor, Doutor Albertino Graça, por nos proporcionar este espaço que tornou possível esta conferência em tão nobres condições. E, através dele, a todos quantos, nesta Universidade, contribuíram positivamente para esta jornada. Ao Município de S. Vicente, aos Presidentes da Câmara e da Assembleia Municipais, um obrigado especial pela participação ativa na organização deste evento. Reafirmo, que a construção do Poder Local Autónomo e democrático constitui uma das grandes conquistas da Constituição da Republica e de Cabo Verde, na base da descentralização do poder e respeitando os princípios da complementaridade e subsidiariedade a nível Nacional. 4

5 A todos quantos estiveram aqui a prestigiar a nossa Constituição vão também os nossos agradecimentos e a certeza de que Mindelo estará sempre disponível para o fortalecimento da nossa democracia e para o engrandecimento de Cabo Verde. Ilustres convidados, Minhas senhoras e meus senhores, O Parlamento cabo-verdiano aprovou a Constituição de 1992 e tem estado à altura da evolução e dinâmicas sociais e políticas, que ditaram a sua adaptação às exigências da sociedade, da economia e do sistema político, contando sempre com a concorrência dos principais atores políticos nacionais. A Constituição é hoje fruto do consenso de todas as forças políticas; espelha o sentir de praticamente todos os partidos políticos; é assumida pela sociedade; a sua legitimidade é, pois, alargada; estão de parabéns todos quantos, em 1992, em 1995, em 1999 e em 2010 deram o seu contributo, criticando, sugerindo, propondo, aprovando, promulgando. Se é verdade que cumprimos o essencial do nosso papel, sobretudo no que ao reforço das instituições democráticas e estabilidade política, dizem respeito, resta-nos ainda um longo caminho a percorrer na aproximação dos eleitos à sociedade. Os cidadãos são, efetivamente, a razão de ser do sistema de representação política. A abertura e comunicação do Parlamento aos cidadãos e a transparência no exercício dos mandatos erguem-se como objetivos centrais da ação política e da valorização da função parlamentar. Ilustres convidados, Minhas senhoras e meus senhores, 5

6 Queria ainda, a partir deste espaço, comunicar que as atividades não vão parar por aqui e que uma ampla campanha irá ser desenvolvida pela Assembleia Nacional nos próximos tempos para comemorar esta efeméride. Lançamos o Aplicativo da Constituição para telemóvel e tablet que irá permitir a todos ter a Constituição à mão, com possibilidades de consulta temática rápida, eficiente e útil. Fizemos uma Edição Especial da Constituição, alusiva a esta ocasião que vai oportunamente ser apresentada. Vamos lançar uma campanha televisiva com spots sobre os direitos, as liberdades e as garantias constitucionais, que deverão estar no ar até ao final deste ano. Vamos incentivar os Eleitos da Nação para promoverem aulas e debates nas escolas (especialmente nos liceus), sobre temáticas constitucionais. Enfim, um leque de ações que contribuirá para a divulgação e melhor compreensão e interiorização da nossa Carta Magna. Será uma empreitada para demorar no tempo; e nela, queremos contar com todos, especialmente com aqueles que, pelas suas funções, têm a obrigação de estar melhor preparados e orientar os diversos momentos. E com estas palavras declaro encerrada a Conferência Internacional de Mindelo, em comemoração do XXV Aniversário da Primeira Constituição Democrática de Cabo Verde. Um muito obrigado pela vossa atenção. 6