Senhor Presidente da República e digníssima esposa. Senhor Presidente do Tribunal Constitucional. Senhora Presidente do Supremo Tribunal da Justiça

Transcrição

1 ASSEMBLEIA NACIONAL DISCURSO DO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA NACIONAL, ENGº JORGE PEDRO MAURÍCIO DOS SANTOS, NA SESSÃO SOLENE COMEMORATIVA DO DIA DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL Cidade da Praia, 5 de JULHO de 2017 Senhor Presidente da República e digníssima esposa Senhor Primeiro-Ministro, Senhor Presidente do Tribunal Constitucional Senhora Presidente do Supremo Tribunal da Justiça Senhoras e senhores Deputados Nacionais Senhoras e senhores Membros do Governo Senhor Presidente do Tribunal de Contas Senhor Ex. Presidente da República, Comandante Pedro Pires e digníssima esposa Senhora Presidente do Conselho Superior da Magistratura Judicial Senhor Presidente da Câmara Municipal da Praia Senhores Presidentes de Câmara e Assembleias Municipais 1

2 Senhores Combatentes da Liberdade da Pátria Senhores Representantes do Corpo Diplomático e de organismos internacionais Senhores Conselheiros e Altos Dirigentes da Administração do Estado Senhores Representantes das Confissões Religiosas Senhores Representantes das organizações da sociedade civil Senhores Jornalistas Minhas senhoras e meus senhores Celebramos hoje e de forma solene o 42º aniversário da nossa Independência Nacional. O dia 5 de Julho é um dia especial para todos os cabo-verdianos, residentes e na diáspora. Como, habitualmente, contamos nesta cerimónia solene, com a presença de Sua Excia, o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca. Sr. Presidente a sua comunicação ao país, nesta nobre ocasião, constitui uma honra para o parlamento, enquanto órgão do poder político representativo de toda a nação. V. Excia tem sido um verdadeiro árbitro e moderador do sistema político e promotor da imagem de Cabo Verde no mundo. 2

3 Comemoramos 42 anos que marcaram positivamente a nossa história recente. São 42 anos de sucessos e conquistas na nossa vida como povo. Com tenacidade, com união e muita perseverança. Os avanços, hoje reconhecidos e valorizados por toda a comunidade internacional, foram enormes e em todas as áreas da vida do nosso povo. Institucionalmente construímos um estado viável, positivamente administrado, livre e democrático, dotado de uma constituição moderna, garantístico de uma convivência de paz, de tranquilidade e de progresso continuo. Investimos imenso na valorização dos nossos recursos humanos, na educação, na saúde, na cultura, no desporto, na juventude, no emprego e na protecção do ambiente. Conseguimos uma boa infra-estruturação do país e lançamos as bases para um desenvolvimento económico sustentado de longo prazo. Soubemos construir e manter relações diplomáticas, de amizade e cooperação com todos os povos do mundo. Hoje, 42 anos depois, de um país improvável, passamos a país de desenvolvimento médio. 3

4 O nosso estado é um estado de direito democrático, com instituições funcionais e credíveis. Com uma imprensa livre e uma sociedade civil actuante. Com eleições livres e alternâncias no poder. Podemos pois, neste 42º aniversário, estar orgulhosos do percurso, das conquistas e do país que vamos construindo. Senhor Presidente Senhor Primeiro Ministro Senhoras e senhores deputados, Minhas senhoras e meus senhores O 5 de Julho é e foi sempre momento de reforço da nossa identidade. Somos uma nação com vínculos históricos e culturais indestrutíveis e amante dos valores da liberdade e da dignidade da pessoa humana. A unidade da Nação, a nossa estabilidade social e política e a convergência dos principais atores sociais e políticos em torno dos grandes objetivos nacionais continuam a constituir um ativo que não podemos negligenciar. E é com este espirito que afirmo que se a hora é de júbilo e de balanço positivo, ela é também o momento de criticamente olharmos para o futuro. Olharmos para as nossas insuficiências e projectarmos o futuro próximo. 4

5 Temos que investir mais em actividades produtivas para fazer a economia crescer mais, para poder gerar mais empregos qualificados, para gerar maiores rendimentos e contribuir para um maior empoderamento das empresas e das famílias. Precisamos e com urgência, de equacionar e combater as causas da crescente insegurança pública, devolvendo aos cidadãos, às famílias e às empresas a tranquilidade necessária. Precisamos de um sistema mais eficiente de transportes aéreos e marítimos, para garantir a unificação do mercado nacional e a nossa ligação com o mundo. Precisamos de uma reforma administrativa que possa corrigir as crónicas assimetrias regionais e sociais. Precisamos de um sistema de educação que seja inclusivo e efectivo, capaz de produzir, transmitir e praticar conhecimentos à escala global. Precisamos reformar profundamente a nossa Administração Pública e transformá-la no veículo facilitador da vida das pessoas e das empresas; Precisamos dar combate efectivo à corrupção e ao tráfico de influências. São combates para os quais o parlamento é e será sempre chamado; para normalizar, para fiscalizar, para construir os consensos. 5

6 Precisamos de encontrar os consensos necessários para a reforma do sistema politico, para a reforma do estado, para a reforma do parlamento, para a reforma da justiça. Temos a obrigação de tudo fazer para garantirmos a irreversibilidade do processo democrático em Cabo Verde. A Assembleia Nacional criou já uma Comissão Eventual para a Reforma do Parlamento, na qual participam todos os partidos que aqui têm assento e cujo trabalho se encontra em fase avançada. Estou certo que esta iniciativa será o início de uma verdadeira e ampla reforma do nosso sistema politico. É tempo de se revisitar a nossa Constituição que está em período de revisão ordinária. O processo eleitoral também carece de uma análise e revisão. A nossa lei de partidos políticos vai, dentro de dois anos, completar 20 anos e precisará certamente de uma adequação à nova realidade política do país. Encontra-se no Parlamento a nova proposta de Lei Orgânica do Tribunal de Contas, para discussão e aprovação. Está anunciada a lei da Regionalização. São apenas alguns exemplos do muito que temos como desafios que demandam a nossa capacidade de criar consensos a nível da Assembleia Nacional. 6

7 Estou ciente de que estaremos à altura das nossas responsabilidades. Senhor Presidente Minhas senhoras e meus senhores O Parlamento, enquanto casa das leis e da democracia, tem sabido estar à altura das exigências da Nação. No entanto, reconheço que a aproximação dos Eleitos Nacionais à Sociedade assume-se como um dos principais elementos da reforma do Parlamento Cabo-verdiano. Hoje, fazemos parte, da Parceria Internacional de Parlamentos Abertos. O chamado Open Parliament, que tem como principais objectivos: - Promover uma cultura de abertura a sociedade; - Tornar a informação parlamentar acessível aos cidadãos; - Reforçar a transparência e a ética parlamentar; - Facilitar o acesso à informação parlamentar através das TIC; - Promover interacção com o cidadão e a sociedade civil. 7

8 Estamos alinhados com estes objectivos e trabalhando para os integrar no nosso processo de reforma e tornar a actividade da Assembleia Nacional mais transparente e melhor governada. A Relação do Parlamento com a Sociedade é assunto de primeira grandeza na nossa agenda política. Vários estudos sobre a opinião pública cabo-verdiana em relação ao Parlamento revelam que os cidadãos Cabo-Verdianos têm um conhecimento muito difuso das competências e actividades da Assembleia Nacional: - Que existe um nível crítico e de insatisfação no que se refere ao relacionamento deputados/cidadãos; - Que os cidadãos sugerem uma maior aproximação dos eleitos aos eleitores e; - Que segmentos específicos da sociedade manifestam uma certa indiferença para com o parlamento cabo-verdiano e a actividade política desenvolvida pelos deputados. Os cidadãos são, efectivamente, a razão de ser do sistema de representação política. A abertura e comunicação do Parlamento aos cidadãos e a transparência no exercício dos mandatos erguem-se como objectivos centrais da acção política e da valorização da função parlamentar. 8

9 O reforço da transparência é o melhor antídoto contra o populismo e a banalização da função politica e pública. O Parlamento tem realizado igualmente uma intensa agenda a nível da diplomacia parlamentar. Realizámos, muito recentemente, importantes reuniões no país, contando com a presença de representantes do Parlamento da CEDEAO e do Parlamento Pan-africano, relançámos atividades com o parlamento Europeu e a Assembleia Parlamentar da Francofonia. Pretendemos continuar a reforçar as nossas relações com Parlamentos CPLP e de Países amigos a nível bilateral. Senhor Presidente Ilustres Deputados Distintos convidados O 5 de Julho continuará a constituir-se numa fonte de inspiração permanente, para continuarmos juntos, a construir um Cabo Verde mais próspero, mais inclusivo, mais livre e com maior equidade. Esta é certamente uma das datas maiores na vida do nosso País e que teve, certamente, atores próprios. 9

10 A todos eles, os que estiverem na linha da frente das lutas e ajudaram na construção da Independência Nacional, o país agradece. Assim como agradece a todos quantos, depois da independência politica, contribuíram para a construção do Cabo Verde de hoje. Os desafios do futuro devemos enfrentá-los mas as conquistas devemos festejá-las. Termino, augurando um dia feliz a todos os cabo-verdianos. Muito obrigado. 10