Factor humano: Sua centralidade na consolidação do Estado de Direito Democrático em Moçambique

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1 Factor humano: Sua centralidade na consolidação do Estado de Direito Democrático em Moçambique Comunicação de Sua Excelência Armando Emílio Guebuza, Presidente da República de Moçambique, na cerimónia de tomada de posse do Presidente do Tribunal Supremo e do Presidente do Tribunal Administrativo e da Procuradora Geral da República. Maputo, 21 de Julho de 2014 Venerando Presidente do Tribunal Supremo; Venerando Presidente do Tribunal Administrativo; Venerando Presidente do Conselho Constitucional; Digníssima Procuradora-Geral da República; Senhores Membros do Conselho de Ministros; Distintos convidados; Minhas Senhoras e Meus Senhores.

2 O acto que temos a honra de presidir transmite a mensagem de que devemos persistir e aprimorar a atenção que devemos todos ter na observância dos princípios emanados da nossa Magna Carta, a Constituição da República. Queremos, pois, e por esta ocasião, endereçar as nossas calorosas saudações a todos os presentes e manifestar o nosso reconhecimento e gratidão pela vossa presença, uma presença que, mais do que movida por imperativos protocolares, se insere no contexto da reafirmação da solidariedade inter-institucional, constituindo-se num iniludível indicador de um Estado de Direito Democrático que se consolida. Constitui-se, igualmente, num promotor do ambiente que encoraja o bom desempenho de todos e providencia o conforto e o encorajamento dos empossados no pleno e profícuo exercício das funções que lhes são confiadas e para as quais acabam de prestar o respectivo juramento. Endereçamos a si, Dr. Adelino Paulo Muchanga, as nossas felicitações pela assumpção da responsabilidade de conduzir os destinos do Tribunal Supremo nos próximos anos. As nossas felicitações são, igualmente, extensivas a si, Dr. Machatine Paulo Marrengane Munguambe, por ter sido chamado a dar continuidade e a consolidar o trabalho positivo e de grande impacto que vem realizando à frente do Tribunal Administrativo. São ainda extensivas a si, Dra Beatriz Buchili, a quem confiamos a direcção da Procuradoria Geral da República. Uma palavra de apreço vai para si, Dr. Ozias Pondja, pelo trabalho que realizou tendente à crescente aproximação da justiça aos moçambicanos, um trabalho que realizou ao longo deste quinquénio em que esteve à frente dos destinos do Tribunal Supremo. Desde 2009, foi construindo esse legado que, temos certeza, o seu sucessor saberá valorizar e dele apropriar-se para o seu sucesso na missão que tem pela frente. 1

3 O trabalho realizado pelo Juíz Augusto Raúl Paulino merece os nossos elogios e saudações. Procurador Geral da República desde 2007, o Juíz Augusto Paulino exerceu as suas funções com brio, profissionalismo e sentido de Pátria e de missão. Por isso, para nós, é de lamentar que não possamos continuar a contar com a sua sabedoria, dedicação e sentido de servir, nestas funções de cujo exercício se vê obrigado a cessar. Às funções para as quais são investidos, caros compatriotas Drs. Adelino Muchanga, Machatine Munguambe e Beatriz Buchili recai, igualmente, a responsabilidade da gestão das correspondentes magistraturas. Neste âmbito, grandes desafios vos esperam no sentido de garantir maior coesão no seio desta nobre classe de operadores da Justiça. No contexto do momento auspicioso que a nossa Pátria Amada atravessa, um momento em que o nosso Povo muito especial, sempre imbuído de autoestima, reafirma a sua determinação e empenho para transitar do ciclo vicioso da pobreza para o ciclo virtuoso de desenvolvimento e prosperidade, registamos, com muito agrado, o crescimento da relevância da função social da classe de operadores da Justiça. Por isso, congratulamo-nos com as acções pertinentes, em curso, tendo em vista garantir, de forma crescente, o reforço das magistraturas com Juízes, Procuradores e outros quadros, técnica e profissionalmente cada vez mais qualificados. No centro da consolidação do Estado de Direito Democrático estão o homem e a mulher, ao serviço do Sistema de Administração da Justiça em Moçambique. No caso particular da razão do nosso encontro de hoje, gostaríamos de sublinhar que são os homens e as mulheres que servem o 2

4 Sistema Judicial que dão vida, significado e expressão às instituições que são o garante da segurança e da protecção do cidadão perante a lei, conferindo-lhe a oportunidade de usufruto dos direitos, deveres e liberdades que lhe assistem na construção do seu bem-estar social. São os homens e as mulheres que servem o Sistema Judicial a quem, no seu quotidiano e no desempenho das suas funções, cabe a responsabilidade de garantir que o sistema assegure, a todos os níveis, através da sua eficácia e eficiência, o exercício do direito a todas as pessoas, de serem admitidas a demandar e a defender se adequadamente em juízo. Neste desiderato, a celeridade processual e a melhoria constante da qualidade das decisões judiciais, continuarão sendo, entre outros, os grandes desafios que os tribunais e o Ministério Público terão pela frente. A avaliação regular da produtividade dos tribunais e do Ministério Público, tomando como referência o trabalho realizado num determinado período, sua relação com a demanda que se apresenta em cada momento, vai permitir a introspecção sobre o grau de eficácia e eficiência da justiça que o nosso Estado oferece ao cidadão e do seu impacto no dia a-dia da vida do nosso maravilhoso Povo. A proximidade da justiça continuará a constituir-se num barómetro imprescindível para aquilatar os níveis de acessibilidade da justiça pelo cidadão. Uma vez mais, os homens e as mulheres que servem o Sistema Judicial têm esta complexa mas honrosa missão de ir sempre ao encontro da expectativa e das prementes necessidades do nosso Povo muito especial. Na certeza de que como antes, hoje, ao aceitarem os desafios em presença que a pátria vos coloca, saberão preencher a vossa folha de 3

5 serviço com muitos sucessos no exercício das vossas funções, convidamos a todos os presentes a juntarem-se a nós num brinde: À saúde e crescente qualidade de desempenho dos empossados; A uma justiça justa, célere e cada vez mais próxima do cidadão; e Ao sucesso no combate que travamos contra a pobreza e pelo nosso bem-estar. Muito obrigado pela vossa atenção. 4