DISCURSO. Por ocasião do Lançamento da Revista Electrónica da UCM: REVISTA ELECTRÓNICA DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

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1 DISCURSO Por ocasião do Lançamento da Revista Electrónica da UCM: REVISTA ELECTRÓNICA DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Senhores Directores, Directores Adjuntos Pedagógicos e Administradores das Faculdades aqui presentes, Caros Docentes, Pessoal não Docente e Estudantes da UCM, Senhores e Senhoras Jornalistas e demais Técnicos da comunicação social, Meus Senhores e minhas Senhoras, A Universidade Católica de Moçambique (UCM) lança, hoje, a sua revista científica, Revista Electrónica de Investigação e Desenvolvimento (REID), bem como o seu Repositório Científico. Este projecto tem vindo a ser preparado há já dois anos. Hoje, chegou o momento de darmos a conhecer à comunidade académica, em particular, e à comunidade moçambicana, em geral, o resultado do investimento que temos vindo a realizar, na UCM, em matéria de produção, divulgação e publicação científicas. A investigação científica, no âmbito do ensino superior, constitui um dos pilares centrais, quando falamos de Universidade. Na realidade, se formos à origem da palavra, Universidade provém do latim 'universitas magistrorum et scholarium, ou simplesmente 'universitate', querendo significar "universalidade, 1

2 totalidade, conjunto; corpo, companhia, corporação, comunidade de professores e académicos" (Dicionário de Língua Portuguesa, Porto Editora). Esta ideia de universalidade, corpo ou comunidade aponta para a principal característica que define o papel e a missão da universidade. Por um lado, realça-se o papel da universidade como uma instância de produção de saberes com carácter universalizante, isto é, que tende a inscrever-se no consenso paradigmático da comunidade científica. Este processo é, também, conhecido como o processo de criação de teoria ou de produção de conhecimento científico. Por outro lado, o significado etimológico indica um outro traço identitário do papel da universidade, o de se constituir como um corpo, como uma comunidade. Por outras palavras, o conhecimento científico produz-se em rede, numa lógica de partilha colectiva. Neste sentido, falar de universidade é falar de uma agência de produção de conhecimento científico, a partir de uma dinâmica colectiva e dentro de uma cultura de trabalho em rede. É no quadro destas duas notas distintivas, configuradoras do que chamamos universidade, que se inscreve o nosso projecto de investimento na produção, divulgação e publicação científicas. A investigação científica, desde os seus primórdios, surge como a ferramenta por excelência que garante a qualidade do ensino ministrado na universidade. Por conseguinte, sem investigação científica, não podemos falar, verdadeiramente, de uma universidade, uma vez que esta tem como missão produzir conhecimento científico útil, quer para a comunidade científica, em particular, quer para a sociedade, em geral. 2

3 A UCM, querendo fazer parte do grupo das universidades que se distinguem pela capacidade de articularem a excelência, tanto ao nível do ensino, como da investigação científica, decidiu investir em estruturas de apoio à investigação. São disso exemplo, os onze Centros de Investigação criados em cada Unidade Básica: CISA (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO) - Beira CIGEA (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO GESTÃO E ECONOMIA APLICADA) - Beira CIDI (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS) - Beira CITED (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO) - Chimoio CIRND (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E DESENVOLVIMENTO) - Tete CIADS (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL) - Cuamba CICPDD (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM CIÊNCIAS POLÍTICAS E DESENVOLVIMENTO DEMOCRÁTICO) - Quelimane CIDC (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO) - Nampula CID (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE DIREITO) - Nampula 3

4 CIDL (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL) - Lichinga CIDST (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E TECNOLÓGICO) - Pemba Todos estes Centros são coordenados pelo INSTITUTO INTEGRADO DE APOIO À INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, órgão central, com sede na Reitoria (Beira). Para além destas estruturas, criámos, também, instrumentos de apoio à investigação científica. Assim, estamos a preparar o Manual de Investigação Científica da UCM, de modo a harmonizarmos os procedimentos metodológicos no âmbito da produção científica. Hoje, tendo por testemunhas todos vós, aqui presentes, estamos a lançar a nossa revista científica, em formato electrónico, e o nosso Repositório Científico. A REID (Revista Electrónica de Investigação e Desenvolvimento) tem como principal missão contribuir para a produção de conhecimento orientado para o desenvolvimento de Moçambique. Queremos que a nossa revista seja uma referência em Moçambique e no resto do mundo, ainda que com um propósito muito firme: que todos os contributos provenientes dos vários quadrantes universitários e geográficos possam estar inscritos na necessidade de dar uma resposta situada e contextualizada aos problemas que se colocam ao nosso país. Acreditamos, por isso, na investigação aplicada, pois, dado o estádio de 4

5 desenvolvimento de Moçambique, necessitamos de produzir conhecimento científico que facilite o reforço de literacias reflexivas e, ao mesmo tempo, potencie a capacidade de agir localmente, usando o conhecimento produzido universalmente. O Repositório Científico (RC) da UCM é, também, um instrumento decisivo para que possamos divulgar a nossa produção científica, bem como a produção dos nossos colaboradores. O RC (Repositório Científico) desempenha, hoje, várias funções: (a) constitui um acervo bibliográfico online; (b) disponibiliza, para toda a comunidade académica, trabalhos científicos de docentes e estudantes, particularmente no contexto da divulgação de monografias, dissertações (de mestrado e de doutoramento), artigos publicados em revistas científicas e comunicações em eventos científicos (por exemplo, congressos, conferências e jornadas científicas); (c) possibilita, ainda, a partilha de teses, relatórios e experiências de investigação para toda a comunidade académica virtual. Estes dois instrumentos são, na realidade, duas ferramentas imprescindíveis para que as instituições do ensino superior possam partilhar o que de melhor fazem, em matéria de investigação científica. A UCM quer continuar a investir na qualidade da sua produção, divulgação e publicação científicas. Almeja consolidar práticas sustentadas no domínio da investigação científica, pois, como já referi, a qualidade do ensino superior depende da qualidade da investigação científica que se produz, divulga e publica. 5

6 Neste contexto, serão realizadas, entre 28 e 29 de Novembro de 2013, as Jornadas Científicas da UCM, onde docentes e estudantes irão apresentar os seus trabalhos científicos. Após uma rigorosa selecção e validação científicas, os melhores trabalhos serão publicados no número 2 da revista. Falando, agora, um pouco do conteúdo do 1º Número da REID, direi que os artigos, que integram este número de lançamento, encontram-se organizados em torno da seguinte temática: Cooperação Internacional e Desenvolvimento de Moçambique. Em termos de estrutura da revista, temos três secções: (a) monográfico, (b) miscelânea e (c) resenha. Na secção Monográfico, apresentamos cinco artigos relacionados com os nossos parceiros, em termos de cooperação internacional, onde os autores dão conta das suas experiências e pontos de vista sobre os sentidos e significados que atribuem à cooperação internacional, tendo como interlocutor privilegiado a UCM. Com esta secção, queremos, em futuros números, lançar um tema aglutinador para propostas de envio de artigos científicos. A este propósito, já temos um tema do nº 2 da REID: Práticas de Investigação e Desenvolvimento Local em Moçambique. Na secção Miscelânea, apresentamos três experiências de investigação realizadas por docentes da UCM, no âmbito do trabalho final da Dissertação de Mestrado. Com esta secção, queremos, nos números futuros, privilegiar a apresentação de experiências ou relatos relacionados com a investigação produzida no contexto dos trabalhos finais de curso (monografias, dissertações de mestrado e teses de doutoramento), bem como dar conta de projectos inter-disciplinares de intervenção ou desenvolvimento local. 6

7 Na secção Resenha, apresentamos três recensões críticas de obras consideradas relevantes dentro do contexto moçambicano. Futuramente, queremos que esta secção seja liderada pelos doutorandos moçambicanos, tendo como critério de selecção das obras, a pertinência das temáticas tratadas e o tipo de implicações geradas no âmbito do desenvolvimento do nosso país. Finalmente, uma palavra de agradecimento a todos quantos participaram neste projecto para que, hoje, se tornasse realidade. Podemos afirmar que, até há pouco tempo, era um sonho, mas que agora se concretizou. Estamos todos de parabéns! Obrigado pela atenção dispensada. Beira, 30 de Setembro de 2013 O Magnífico Reitor da UCM Prof. Doutor Padre Alberto Ferreira 7