SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Alfabetização bilíngüe para surdos:uma prática a ser investigada
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1 3 SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Alfabetização bilíngüe para surdos:uma prática a ser investigada Luana Duarte de Macedo Aluna do curso de Pedagogia Unaerp - Universidade de Ribeirão Preto - Campus Guarujá luanaduarte_contato@hotmail.com Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo: O presente projeto tem como finalidade instigar uma discussão sobre a inserção de crianças com surdez nas escolas da rede publica, como está se dando essa inserção em relação a adaptação dos alunos e a metodologia utilizada. Palavras chave: Educação inclusiva, surdez, alfabetização bilíngüe. Seção 4. Projeto de monografia do curso de pedagogia Apresentação: pôster 1... Introduç ão O presente projeto tem como tema a alfabetização bilingue para surdos, e como se está trabalhando essa prática na rede regular de ensino. A obrigatoriedade de inserção de crianças surdas na escola regular, mesmo sem levar em consideração a capacitação dos profissionais que estarão atendendo essas crianças é o fator principal para a realização dessa pesquisa. Sabe-se que essas crianças têm um ritmo diferente na alfabetização por terem como língua mãe a Libras, e só após serem alfabetizadas em Libras poderão então aprender a Língua Portuguesa. Essas duas línguas têm características diferentes e essas diferenças devem ser levadas em consideração na hora de promover uma alfabetização bilíngüe eficaz. A Libras é uma linguagem visual enquanto a Língua Portuguesa não utiliza somente o campo visual, mas também o campo auditivo e fônico. Por esses motivos acredita-se que tratar da alfabetização bilíngüe para surdos na rede regular de ensino é algo importante a ser pesquisado e que pode trazer grandes contribuições.
2 Problem a Em que medida a metodologia adotada pelos docentes da rede pública de educação para promover a alfabetização bilíngüe para surdos pode ser considerada adequada ás necessidades desses alunos? Quais fatores interferem positiva e/ou negativamente nessa práti 3 Referencial Teórico Adotamos os teóricos abaixo relacionados por tratarem da temática escolhida, trazendo assim grandes contribuições para a pesquisa. De início é necessário enfatizar as dificuldades que os alunos surdos encontram ao serem inseridos em escolas regulares. Segundo Lacerda: "As crianças surdas, de forma geral, não tem tido seu direito a educação respeitado,.., como conseqüência, após anos de escolarização, é comum estas não apresentarem um domínio mínimo dos conceitos e conteúdos ministrados, necessários ao seu desenvolvimento a sua adequada inserção social." ( LACERDA,2008, p.01). A partir dessa visão podemos entender que algo de errado está acontecendo nas escolas e conseqüentemente as pessoas com necessidades educacionais especiais são prejudicados. No decorrer da pesquisa Lacerda cita alguns fatores importantes e influenciadores na prática da alfabetização bilíngüe para surdos, bem como sugestões para obter uma eficácia nessa prática. Ainda tratando dos problemas encontrados por essas pessoas, Pacheco(2007) afirma que as dificuldades de aprendizagem seriam em termos de currículo ou de ensino, em vez de problemas inerentes ao aluno, reforçando assim a importância de pesquisar mais a fundo esse ensino oferecido aos alunos com necessidades educacionais especiais. Em seu estudo, ao tratar sobre a metodologia em sala de aula Pacheco(2007) afirma que:...a adaptação curricular refere-se ao ajuste da pré-lição dos objetivos de estudo, do material, dos métodos e do ambiente em sala de aula, de modo que ela possa atender ás necessidades dos alunos. (PACHECO,2007, p.40 ). Trazendo essa visão para a alfabetização de surdos podemos concluir que ainda temos muito que caminhar no que diz respeito aos
3 ajustes necessários para que o currículo possa atender com eficácia esses alunos. Enfatizando tal imperativo a Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão reforça o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Todos os seres humanos nascem livres e são iguais em dignidade e direitos, e traz isso para o ambiente inclusivo. Aprofundando esta idéia a Declaração de Salamanca, que é um dos principais documentos quando o assunto é educação especial, traz em seu capítulo sobre a Estrutura de Ação em Educação Especial que: Qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, tanto quanto estes possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstancias e aspirações de suas crianças. ( UNESCO, p.03). Podemos perceber aqui a importância de pensar a metodologia junto com o aluno e seus pais, pois dessa forma fica mais fácil pensar o currículo e conseguir alcançar os objetivos propostos dentro de sala de aula. Publicado recentemente, o Decreto n. 5,626/05, dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Mais especificamente o artigo 14 do capítulo IV trata do uso e da difusão da LIBRAS e da Língua Portuguesa para o acesso das pessoas surdas à educação tornando obrigatório, às pessoas surdas, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior. No capítulo VI do mesmo Decreto, dispõe-se da garantia do direito das pessoas surdas, tornando obrigatório que as instituições federais de ensino garantam a inclusão dos alunos surdos, por meio de organização escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes. 4 Hipóteses Apesar das leis tornarem obrigatória a inclusão de crianças com necessidades especiais em escolas regulares, a metodologia utilizada para promover a alfabetização ainda não atende totalmente as necessidades dos surdos em relação à sua alfabetização. Ao tornar obrigatória a inserção de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas regulares podemos apontar alguns fatores que permeiam a prática da alfabetização bilíngüe para surdos. O primeiro fator diz respeito à família e ao contato com a LIBRAS, pois ao considerarmos que em sua maior parte o surdo provém de uma família ouvinte que se comunica com este sujeito de uma forma não padrão e pode não ter conhecimento de LIBRAS, assim, este sujeito tem um contato mínimo com essa linguagem e essa falta de contato acaba prejudicando na fase de alfabetização. 5
4 A metodologia de ensino das escolas regulares é outro fator importante, ele é pensado por sujeitos ouvintes para alfabetizar alunos ouvintes, caracterizando então uma prática que por natureza não objetiva a alfabetização para surdos. Desta forma, a alfabetização bilíngüe se torna uma prática complicada, pois é necessário primeiro inserir o aluno no contexto da LIBRAS, ensinar a ele a utilização dessa língua, para depois então poder pensar em ensinar-lhe a Língua Portuguesa, constituindo assim, na alfabetização bilíngüe que é, a alfabetização baseada na LIBRAS e na Língua Portuguesa. 5 Justificativa Em tempos que se faz necessária a inclusão de alunos com necessidades especiais em escolas regulares, o estudo sobre a alfabetização bilíngüe ( LIBRAS e Língua Portuguesa ) para surdos é relevante, pois existem particularidades entre os sujeitos dessa ação ( professor e alunos) que devem ser levados em consideração em todos os momentos da aprendizagem. Para o âmbito cientifico o tema instiga novas pesquisas sobre o assunto a fim de mostrar que a alfabetização bilíngüe não é ideologia, utopia e sim uma luta constante fundamentada por leis e que cada dia ganha mais força. Falar sobre a alfabetização bilíngüe para surdos nos faz retroceder na história da educação inclusiva, observando e analisando os documentos que amparam as pessoas com necessidades educacionais especiais, para que nos dias atuais possamos entender essa prática, dentre esses documentos podemos citar a Declaração de Salamanca, a Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão e, mais recente, o Decreto 5.626/05. Também não podemos desconsiderar o caráter prospectivo desta pesquisa que visa observar e analisar as metodologias utilizadas para promover a alfabetização bilíngüe, destacando sua eficácia e enumerando outras formas de estabelecer uma prática de alfabetização prazerosa. Sendo assim, esta pesquisa tem uma relevância também profissional, pois auxilia os profissionais da educação a enfrentarem um problema tão comum nos dias atuais, a eficácia da alfabetização bilíngüe 6 Objetivo Geral - analisar a prática docente em relação a alfabetização dos surdos. 6 7 Objetivos Específicos - observar e analisar a prática docente em relação à metodologia utilizada para promover a alfabetização bilíngüe. - analisar os fatores que influenciam positiva e/ou negativamente a alfabetização bilíngüe.
5 7 8 Metodologia Para a o obtenção dos dados necessários nessa pesquisa será utilizada como metodologia a analise de documentos de uma escola da rede pública de São Sebastião e pesquisa bibliográfica a respeito da educação inclusiva, enfocando as obrigatoriedades para inserção de crianças surdas nessas instituições. 9 Referências BRASIL. Decreto n. 5,626, de22 de dezembro de Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Ministério da Educação. Disponível em : HTTP// Acesso em : 3 out de 2008 CANADÁ, Montreal, Quebec,. Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão, 5 de Junho de 200. Congresso Internacional Sociedade Inclusiva. LACERDA, Cristina Broglia, LODI, Ana Claudia Balieiro. A difícil tarefa de promover uma inclusão bilíngüe para alunos surdos. In Anais da 30 Reunião Anual da ANPED. Disponível em HTTP: // Acesso em 24 abr PACHECO, Jose. Caminhos para a inclusão um guia para o aprimoramento da equipe escolar. 1 ed. Artmed, UNESCO, Declaração de Salamanca: sobre princípios, política e prática na área das necessidades educativas especiais, Disponível em : HTTP// Acesso em : 3 out de 2008
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