Decisões de Investimento. Disciplina: Administração Financeira Ciências Contábeis
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- Maria Luiza Caldeira Avelar
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1 Decisões de Investimento Disciplina: Administração Financeira Ciências Contábeis
2 Pode-se definir investimento como qualquer aplicação de recurso de capital com vistas à obtenção de um fluxo de benefícios ao longo de determinado período futuro. Do ponto de vista financeiro, o investimento corresponde a uma imobilização de recursos no sentido de que estes são aplicados com o objetivo de permanecer investidos na atividade selecionada por um período de tempo. Logo, projeto de investimento é uma aplicação de capital com o objetivo de obtenção de um benefício econômico compensador na forma de lucro ou de redução de custos.
3 Podem ser identificadas várias decisões empresariais que se incorporam a um processo de investimento de capital, podendo-se citar, entre outras: Decisões de substituição de ativos; Decisões de ampliação da capacidade produtiva; Decisões de lançamento de novos produtos; Decisões de arrendamento ou aquisição
4 Uma decisão de investimento é tomada segundo um critério racional. Envolve a mensuração dos resultados de caixa derivados das propostas de investimentos e a avaliação de sua atratividade econômica pela comparação com o custo do dinheiro. Custo de Oportunidade Uma proposta de investimento se torna atraente quando seu retorno for superior às taxas de remuneração requeridas pelos proprietários de capital.
5 Basicamente, um processo de avaliação e seleção de alternativas de investimento de capital envolve os seguinte aspectos: A) dimensionamento dos resultados (fluxos) de caixa de cada proposta de investimento gerada; B) avaliação econômica dos fluxos de caixa com base na aplicação de técnicas de análise de investimentos; C) definição da taxa de retorno exigida pelos proprietários de capital (credores) e sua aplicação para o critério de aceitação de projetos de investimento; D) introdução do risco no processo de avaliação dos investimentos. O orçamento de capital é o processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo compatíveis com o objetivo de maximização da riqueza dos proprietários da empresa.
6 O processo de orçamento de capital compreende 5 etapas distintas, mas interdependentes, das decisões de investimento: 1) Geração de propostas: são feitas propostas em todos os níveis da organização e revistas pela gestão financeira da empresa. 2) Revisão e análise: efetuam-se revisão e análise formal para avaliar a adequação de propostas e determinar a viabilidade econômica. Uma vez concluída a análise, elabora-se um relatório sumário para os responsáveis pela tomada de decisão. 3) Tomada de decisão: as empresas costumam delegar a tomada de decisão de gasto de capital com base em limites de valor monetário. 4) Implantação: após a aprovação, os gastos são realizados e os projetos são implantados. Os gastos com um projeto de grande porte geralmente ocorrem por fases. 5) Acompanhamento: os resultados são monitorados, e os custos e os benefícios efetivo são comparados aos que eram esperados. Pode ser preciso intervir quando os resultados diferem do que havia sido projetado.
7 Todas as etapas do processo de orçamento de capital são relevantes. A análise e a revisão, além da tomada de decisão (etapas 2 e 3), porém, consomem a maior parte do tempo e do esforço da gestão financeira da organização. O acompanhamento (etapa 5) é uma etapa importante, embora muitas vezes seja ignorada por muitas organizações. Essa etapa tem a finalidade de fazer com que a empresa aumente continuamente a precisão de suas estimativas de fluxos de caixa.
8 Origens das propostas de investimentos: motivos internos que determinam a análise e decisões de investimentos. A) ampliação do volume de atividades: justificada quando a capacidade máxima de produção e venda de uma empresa for insuficiente para atender à demanda efetiva de seus produtos. As aplicações de capital, neste caso, geralmente são processadas em máquinas, equipamentos e instalações. B) reposição e modernização de ativos fixos: costuma ocorrer em empresas que já tenham atingido certo grau de crescimento e amadurecimento em suas atividades, demandando, por isso, substituição de ativos fixos obsoletos ou desgastados pelo uso. Uma empresa pode também gerar propostas de investimento visando à modernização de seus ativos fixos, cujas despesas de manutenção e capacidade de operação sejam mais atraentes.
9 Origens das propostas de investimentos: motivos internos que determinam a análise e decisões de investimentos. C) Arrendamento ou aquisição: decisões de investimento que uma empresa deve tomar ao considerar a utilização de determinados bens fixos sob a forma de arrendamento ou leasing, ou adquiri-los plenamente. Constitui-se, na verdade, em um processo comparativo, no qual são confrontados os desembolsos e os benefícios, que ocorrerão ao longo do tempo de uso dos ativos fixos, provenientes desses processos de decisão. D) Outras origens: incluem as demais modalidades de propostas de investimentos, principalmente aquelas oriundas de serviços externos de assessoria, pesquisa e desenvolvimento, publicidade, etc. Visam à geração de determinados benefícios futuros provenientes de maior eficiência e controle das operações da empresa, planejamento estratégico, incremento de vendas, etc.
10 Tipos de investimentos: diz respeito às diferentes situações com que se pode defrontar uma empresa no momento de tomar suas decisões. Em outras palavras, como um projeto de investimento afeta outras eventuais propostas. A) investimentos economicamente independentes: dois ou mais projetos de investimentos são ditos independentes quando a aceitação de um deles não implica a desconsideração dos demais e, ao mesmo tempo, não ocorrem interferências nas receitas e custos de varias propostas em estudo quando se decidir por uma delas. B) investimentos com restrição orçamentária: muitas vezes, duas ou mais propostas de investimento independentes não podem ser simultaneamente implementadas devido à restrição orçamentária imposta pelas empresas. A restrição orçamentária poderá inviabilizar a aceitação de todos os projetos de investimento, restringindo a decisão a somente um (ou alguns) deles.
11 Tipos de investimentos: diz respeito às diferentes situações com que se pode defrontar uma empresa no momento de tomar suas decisões. Em outras palavras, como um projeto de investimento afeta outras eventuais propostas. C) investimentos economicamente dependentes: para que dois ou mais investimentos sejam considerados dependentes, uma das seguintes situações deve ocorrer: - a aceitação de um investimento exerce influências negativas sobre os resultados líquidos dos demais, seja diminuindo as receitas ou elevando mais que proporcionalmente os custos e despesas. Os investimentos são denominados substitutos. - a aceitação de um investimento exerce, ao contrário da situação anterior, influencias economicamente positivas sobre os demais, seja pelo incremento das receitas ou decréscimo dos custos e despesas. Neste caso os projetos são denominados complementares. - a aceitação de um investimento depende rigorosamente da implementação de outro, seja essa dependência definida em termos tecnológicos ou econômicos.
12 Tipos de investimentos: diz respeito às diferentes situações com que se pode defrontar uma empresa no momento de tomar suas decisões. Em outras palavras, como um projeto de investimento afeta outras eventuais propostas. D) Investimentos mutuamente excludentes: ocorrem quando a aceitação de uma proposta elimina totalmente a possibilidade de implementar outra. Pode ocorrer basicamente em razão de as propostas em estudo desenvolverem a mesma função, sendo suficiente, para os objetivos da empresa, a aceitação de apenas uma delas.
13 Como o orçamento de capital é um processo-chave na tomada de decisão de investimento, as empresas desenvolvem um sistema de informações que lhes dê sustentação na coleta, análise e avaliação de: Informações sobre a vida econômica do projeto; Custo de capital e taxa de retorno exigida; Entradas e saídas de caixa do projeto; Possíveis respostas dos concorrentes ao projeto; Possíveis implicações do projeto para o planejamento estratégico da empresa. Entretanto, a regra de ouro é que os fluxos de caixa constituem-se na informação mais relevante para o processo de análise de investimento.
14 Importância dos fluxos de caixa como instrumento para a tomada de decisão de investimento: Numa análise de investimentos, é fundamental não penas conhecer os benefícios futuros esperados de caixa, mas também sua distribuição ao longo da vida prevista de um projeto. A aceitação de uma proposta de investimento promove alterações nos fluxos de caixa esperados da empresa, podendo realizar criação ou destruição de valor. Os fluxos de caixa são mensurados de acordo com as efetivas movimentações de todas as entradas e saídas de fundos da empresa. É por meio dos resultados de caixa que uma empresa assume efetiva capacidade de pagamento e reaplicação dos benefícios gerados na decisão de investimento.
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17 Os fluxos de caixa são mensurados em termos incrementais, ou seja, os valores relevantes para a avaliação são aqueles que se originam em consequência da decisão de investimento tomada, diretamente associados ao projeto. Assim, fluxo de caixa que não venha a sofrer variação em função da decisão de investimento tomada não apresenta interesse para o dimensionamento dos fluxos de caixa previstos. Ex: receita de vendas correntes (atuais) de uma empresa são irrelevantes para avaliação de um investimento. Já as receitas de vendas futuras e previstas em consequência do investimento em análise são relevantes.
18 Principais componentes dos fluxos de caixa: Investimento Inicial: a saída de caixa relevante em um projeto proposto, na data zero. Entradas de caixa operacionais: entradas de caixa incrementais, depois do IR, resultantes da implantação de um projeto e durante sua vigência. Fluxo de caixa terminal: fluxo de caixa não operacional, depois do IR, ocorre no último ano do projeto. Geralmente atribuído à liquidação do projeto.
19 Referências Bibliográficas BÁSICAS: ASSAF NETO, Alexandre; FABIANO GUASTI, Lima. Curso de Administração Financeira. 3º ed., BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. As decisões de investimentos. São Paulo: Atlas, SOUZA, Alceu; CLEMENTE, Ademir. Decisões financeiras e análise de investimentos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, COMPLEMENTARES: ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do capital de giro. 3ª ed. São Paulo: Atlas, ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômicofinanceiro. 8ª ed. São Paulo: Atlas, GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7ª ed. São Paulo: Harbra, HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 5ª ed. São Paulo: Atlas, SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
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