CONTEÚDO DA AULA DE HOJE
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- Luiz Fernando Dias Sintra
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1 CONTEÚDO DA AULA DE HOJE FLUXOS DE CAIXA PARA ORÇAMENTO DE CAPITAL: TOMADA DE DECISÃO FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TERMINAL VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 1
2 ORÇAMENTO DE CAPITAL INVESTIMENTO DE CAPITAL: desembolso de fundos pela empresa, do qual se espera a obtenção de benefícios por prazo superior a 1 ano ORÇAMENTO DE CAPITAL: processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo que são consistentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza dos proprietários PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL: 1. GERAÇÃO DA PROPOSTA 2. REVISÃO E ANÁLISE 3. TOMADA DE DECISÃO 4. IMPLEMENTAÇÃO 5. ACOMPANHAMENTO LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 2
3 ORÇAMENTO DE CAPITAL PRINCIPAIS MOTIVOS PARA REALIZAÇÃO DE INVESTIMENTO DE CAPITAL: EXPANSÃO: empresas em crescimento precisam adquirir novos ativos imobilizados (terrenos e instalações, por exemplo) para expandir suas operações SUBSTITUIÇÃO ou REFORMA: à medida que a empresa amadurece e o crescimento desacelera, a maioria dos investimentos de capital terá por objetivo substituir ou renovar ativos obsoletos ou desgastados outros: desembolsos com campanhas publicitárias, pesquisa e desenvolvimento, consultoria empresarial e novos produtos (ou seja, investimentos em troca da expectativa de um retorno futuro) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 3
4 ORÇAMENTO DE CAPITAL TERMINOLOGIA BÁSICA: TIPOS DE PROJETOS MAIS COMUNS: PROJETOS INDEPENDENTES: projetos cujos fluxos de caixa não são relacionados ou dependentes um do outro. A aceitação de um dos projetos não exclui os outros de consideração adicional PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES: projetos que competem uns com os outros, de tal modo que a aceitação de um projeto descarta a consideração de todos os outros que possuem a mesma finalidade LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 4
5 ORÇAMENTO DE CAPITAL TERMINOLOGIA BÁSICA: DISPONIBILIDADE DE FUNDOS PARA INVESTIMENTOS DE CAPITAL: FUNDOS ILIMITADOS: situação financeira na qual uma empresa pode aceitar todos os projetos independentes que prometem um retorno aceitável RACIONAMENTO DE CAPITAL: situação financeira na qual a empresa possui uma quantia fixa de dinheiro disponível para dispêndios de capital, e diversos projetos competem por esse recurso LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 5
6 ORÇAMENTO DE CAPITAL TERMINOLOGIA BÁSICA: DECISÕES DO PROCESSO DE ORÇAMENTO DE CAPITAL: ENFOQUE DA ACEITAÇÃO-REJEIÇÃO: avaliação de propostas de dispêndio de capital para determinar se atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa ENFOQUE DA CLASSIFICAÇÃO: ordenamento de projetos de investimento com base em uma medida predeterminada. Somente projetos aceitáveis podem ser classificados. A classificação é útil para selecionar o melhor em um grupo de projetos mutuamente excludentes e para avaliar projetos em uma situação de racionamento de capital LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 6
7 ORÇAMENTO DE CAPITAL TERMINOLOGIA BÁSICA: FLUXOS DE CAIXA DOS PROJETOS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL: FLUXO DE CAIXA CONVENCIONAL: ocorre apenas uma inversão de sinal (ex.: uma saída inicial, seguida por uma série de entradas de caixa) Entradas de caixa Saídas de caixa 0 $ $ $ $ $ $ FLUXO DE CAIXA NÃO CONVENCIONAL: ocorre mais de uma inversão de sinal (ex.: uma saída inicial, seguida por uma série de entradas e saídas) Entradas de caixa Saídas de caixa 0 $ $ $ $ $ $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 7
8 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES PARA AVALIAR ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO DE CAPITAL, A EMPRESA DEVE DETERMINAR OS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES: saídas e entradas de caixa incrementais (ou seja, adicionais) que se espera como resultado dos projetos de investimento de capital COMPONENTES BÁSICOS DO FLUXO DE CAIXA DE QUALQUER PROJETO (padrão convencional): INVESTIMENTO INICIAL: saída de caixa relevante em um projeto proposto, na data zero ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS: entradas de caixa incrementais, depois do imposto de renda, resultantes da implantação de um projeto e durante sua vigência FLUXO DE CAIXA TERMINAL: fluxo de caixa não operacional, depois do imposto de renda, que ocorre no último ano de um projeto (geralmente atribuído à sua liquidação) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 8
9 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES $ $ $ $ $ $ $ Fig.1 Principais componentes do fluxo de caixa Fonte: adaptado de GITMAN (2010) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 9
10 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES FLUXO DE CAIXA DE UM PROJETO DE EXPANSÃO: o investimento inicial, as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa terminal são simplesmente as saídas e entradas de caixa líquidas (ou seja, depois do imposto de renda) associadas à proposta de investimento de capital FLUXO DE CAIXA DE UM PROJETO DE SUBSTITUIÇÃO: deve-se identificar as saídas e entradas incrementais que resultariam a troca proposta INVESTIMENTO INICIAL ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS FLUXO DE CAIXA TERMINAL = = Investimento inicial necessário para adquirir o ativo novo Entradas de caixa operacionais do ativo novo Fluxo de caixa terminal do ativo novo = Entrada de caixa obtida com a liquidação do ativo antigo Entradas de caixa operacionais do ativo antigo Fluxo de caixa terminal do ativo antigo LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 10
11 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES EXEMPLO: Depois de receber uma bonificação considerável de seu empregador, Carla está pensando em comprar um carro novo e acredita que, estimando e analisando seus fluxos de caixa, poderá tomar uma decisão mais fundamentada sobre a realização ou não dessa compra. As estimativas de fluxo de caixa da Carla para a compra do carro são: Preço negociado do carro novo: $ Preço de venda do carro antigo usado como parte do pagamento: $ Valor estimado do carro novo daqui a três anos: $ Valor estimado do carro usado daqui a três anos: $ Custo estimado de manutenção no carro novo: $ 0 (na garantia) Custo estimado de manutenção no carro usado: $ 400 LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 11
12 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES EXEMPLO (continuação): Usando as estimativas de fluxo de caixa, Carla calcula o investimento inicial, as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa terminal associados à compra do carro: LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 12
13 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES AO ESTIMAR OS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES ASSOCIADOS A UMA PROPOSTA DE INVESTIMENTO DEVE-SE IDENTIFICAR: CUSTOS IRRECUPERÁVEIS: desembolsos de caixa já realizados e que, portanto, não exercem efeito sobre os fluxos de caixa relevantes de uma decisão corrente CUSTOS DE OPORTUNIDADE: fluxos de caixa que poderiam ser realizados por meio do melhor uso alternativo de um ativo pertencente à empresa CUSTOS IRRECUPERÁVEIS NÃO DEVEM SER INCLUÍDOS NOS FLUXOS DE CAIXA INCREMENTAIS DE UM PROJETO, MAS OS CUSTOS DE OPORTUNIDADE DEVEM SER INCLUÍDOS COMO SAÍDAS DE CAIXA LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 13
14 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES EXEMPLO: Uma indústria está pensando em reformar sua fresadeira, adquirida há 3 anos por $ , equipando-a com um sistema computadorizado de um equipamento obsoleto que possui. Esse equipamento poderia ser vendido por $ , mas não tem valor sem o sistema de controle computadorizado. A empresa está estimando os custos de mão de obra e material para adaptar o sistema à fresadeira e os benefícios esperados com essa adaptação. O valor de $ é um custo irrecuperável porque representa um desembolso de caixa anterior ao projeto. Não seria incluído nos fluxos de caixa relevantes para a decisão de adaptação. Por outro lado, embora a empresa também seja dona do equipamento obsoleto, o uso proposto do sistema computadorizado de controle representa um custo de oportunidade de $ , preço pelo qual poderia ser vendido. Esse custo de oportunidade seria incluído como saída de caixa associada ao uso do sistema de controle computadorizado nos fluxos de caixa relevantes do projeto de adaptação. LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 14
15 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL Tabela 1 Formato básico para determinação do investimento inicial Custo total de um ativo novo: Custo de aquisição do ativo novo (+) Custos de instalação (-) Recebimentos pela venda do ativo antigo, após IR: Recebimentos pela venda do ativo antigo (±) Imposto de renda sobre a venda do ativo antigo (±) Variação do capital de giro líquido Investimento inicial Fonte: adaptado de Gitman (2010). LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 15
16 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL TRATAMENTO TRIBUTÁRIO NA VENDA DE ATIVOS: PREÇO DE VENDA > VALOR CONTÁBIL: há ganho na venda do ativo e a parcela do preço de venda que excede o valor contábil deve ser tributada como resultado ordinário PREÇO DE VENDA < VALOR CONTÁBIL: há perda na venda do ativo e a diferença entre o valor contábil e o preço de venda é dedutível Valor contábil Custo total do ativo Depreciação acumulada LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 16
17 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL EXEMPLO: Uma grande fabricante de componentes para aeronaves está buscando determinar o investimento total necessário para substituir uma máquina em uso por um modelo novo e mais sofisticado. O preço dessa aquisição é $ e serão necessários mais $ para instalação. A máquina existente (antiga) foi adquirida há três anos ao custo de $ A empresa encontrou um comprador disposto a pagar $ pela máquina antiga e retirá-la da fábrica por conta própria. Espera-se que a substituição da máquina seja acompanhada por um aumento de $ do ativo circulante e de $ do passivo circulante. Se a empresa é tributada à alíquota de 40% e o valor contábil da máquina é de $ , o investimento inicial (ou seja, a saída líquida de caixa necessária na data zero) será: LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 17
18 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL EXEMPLO (continuação): Custo total de um ativo novo: Custo de aquisição do ativo novo $ (+) Custos de instalação $ Custo total $ (-) Recebimentos pela venda do ativo antigo, após IR: Recebimentos pela venda do ativo antigo $ (±) Imposto de renda sobre a venda do ativo antigo ($ ) Recebimentos com a venda, após IR ($ ) (±) Variação do capital de giro líquido Variação do Ativo Circulante $ (-) Variação do Passivo Circulante ($ ) Variação do capital de giro líquido $ Investimento inicial $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 18
19 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS: entradas de caixa incrementais depois do imposto de renda. Representam os benefícios esperados de um investimento de capital ou projeto. Entrada operacional de caixa Lucrolíquido após IR Depreciação Incrementais (ou relevantes): no caso de um projeto de substituição, o que interessa é a variação das entradas de caixa operacionais resultantes do projeto, ou seja: Entrada operacional de caixa incremental Entrada operacional de caixa nova Entrada operacional de caixa antiga LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 19
20 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS Tabela 2 Cálculo das entradas de caixa operacionais usando o formato da demonstração de resultados Receita (-) Despesas, exceto depreciação e juros Lucro antes da depreciação, juros e IR (-) Depreciação LAJIR (-) IR Lucro líquido operacional depois do IR (+) Depreciação Entradas de caixa operacionais Fonte: adaptado de Gitman (2010). LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 20
21 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS EXEMPLO: A fabricante de componentes para aeronaves do exemplo anterior fez estimativas de suas receitas e despesas com e sem a máquina nova: MÁQUINA NOVA ano 1 ano2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 Receita $ $ $ $ $ $ 0 (-) Despesas, exceto depr. e juros ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) $ 0 Lucro antes da depr., juros e IR $ $ $ $ $ $ 0 (-) Depreciação ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) LAJIR $ $ $ $ $ ($ ) (-) IR, alíquota 40% ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) $ Lucro líquido oper. depois do IR $ $ $ $ $ ($ ) (+) Depreciação $ $ $ $ $ $ Entradas de caixa operacionais $ $ $ $ $ $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 21
22 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS EXEMPLO (continuação): MÁQUINA ANTIGA ano 1 ano2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 Receita $ $ $ $ $ $ 0 (-) Despesas, exceto depr. e juros ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) $ 0 Lucro antes da depr., juros e IR $ $ $ $ $ $ 0 (-) Depreciação ($ ) ($ ) ($ ) ($ 0) ($ 0) ($ 0) LAJIR $ $ $ $ $ $ 0 (-) IR, alíquota 40% ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ 0) Lucro líquido oper. depois do IR $ $ $ $ $ $ 0 (+) Depreciação $ $ $ $ 0 $ 0 $ 0 Entradas de caixa operacionais $ $ $ $ $ $ 0 LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 22
23 DETERMINAÇÃO DAS ENTRADAS DE CAIXA OPERACIONAIS EXEMPLO (continuação): Assim, a entrada operacional de caixa relevante do projeto de substituição da máquina é: Entrada operacional de caixa ano 1 ano2 ano 3 ano 4 ano 5 ano 6 Máquina nova $ $ $ $ $ $ (-) Máquina antiga ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ ) ($ 0) Incremental $ $ $ $ $ $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 23
24 DETERMINAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA TERMINAL Tabela 3 Formato básico para determinação do fluxo de caixa terminal Recebimentos pela venda do ativo novo, após IR: Recebimentos pela venda do ativo novo (±) Imposto de renda sobre a venda do ativo novo (-) Recebimentos pela venda do ativo antigo, após IR: Recebimentos pela venda do ativo antigo (±) Imposto de renda sobre a venda do ativo antigo (±) Variação do capital de giro líquido Fluxo de caixa terminal Fonte: adaptado de Gitman (2010). LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 24
25 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL EXEMPLO: Dando continuidade ao exemplo anterior, suponha que a empresa espera vender a máquina nova ao final de sua vida útil de 5 anos por $ líquidos, após arcar com os custos de remoção e limpeza. A máquina atual pode ser vendida ao final dos mesmos 5 anos por $ líquidos. A empresa espera recuperar o investimento de $ no capital de giro líquido no encerramento do projeto. Se, ao final de 5 anos, a máquina nova tem o valor contábil de $ e a máquina antiga tem valor contábil nulo, considerando a alíquota do imposto de renda de 40%, o fluxo de caixa terminal será: LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 25
26 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL EXEMPLO (continuação): Recebimentos pela venda da máquina nova, após IR: Recebimentos pela venda da máquina nova $ (-) Imposto de renda sobre a venda da máquina nova ($ ) Recebimentos totais máquina nova $ (-) Recebimentos pela venda da máquina atual, após IR: Recebimentos pela venda da máquina atual $ (-) Imposto de renda sobre a venda da máquina atual ($ 4.000) Recebimentos totais máquina atual ($ 6.000) (±) Variação do capital de giro líquido $ Fluxo de caixa terminal $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 26
27 FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES (síntese) EXEMPLO: A linha do tempo a seguir representa o fluxo de caixa relevante para o exemplo de substituição de uma máquina discutido nos exemplos anteriores: LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 27
28 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO DEPRECIAÇÃO É UMA DESPESA NÃO DESEMBOLSÁVEL: despesa lançada na demonstração do resultado, mas que não envolve desembolso efetivo de caixa durante o período DESPESAS NÃO DESEMBOLSÁVEIS SÃO CONSIDERADAS UMA ENTRADA DE CAIXA: evitam que a empresa pague mais impostos ao reduzir a receita tributável DIVERSOS MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO SÃO UTILIZADOS NO BRASIL Internacionalmente, a depreciação fiscal (contábil) é determinada por meio do Sistema Modificado de Recuperação Acelerada de Custos (Modified Accelerated Cost Recovery System MACRS) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 28
29 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO VALOR DEPRECIÁVEL DE UM ATIVO: montante a ser depreciado No Brasil, o valor residual deve ser estimado e deduzido do valor depreciável De acordo com o MACRS, o valor depreciável de um ativo é o seu custo total, inclusive despesas de instalação, não exigindo ajuste para o valor residual esperado VIDA ÚTIL DE UM ATIVO: prazo ao longo do qual um ativo é depreciado No Brasil, os principais critérios utilizados para o cálculo da depreciação (inclusive a vida útil dos ativos) deve ser informada nas notas explicativas das demonstrações financeiras MACRS define seis categorias de prazo de recuperação para a vida útil de um ativo: 3, 5, 7, 10, 15 e 20 anos (mas as quatro primeiras são as mais utilizadas) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 29
30 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO Tab.1 As quatro primeiras categorias de bens segundo o MACRS CATEGORIA DE ATIVOS (PRAZO DE DEPRECIAÇÃO) DEFINIÇÃO 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos Equipamentos de pesquisa e algumas ferramentas especiais Computadores, copiadoras, automóveis, caminhões leves, equipamento tecnológico qualificado e ativos semelhantes Móveis de escritório, luminárias, equipamento industrial, ferrovias, instalações agrícolas e de horticultura com finalidade específica Equipamento utilizado no refino de petróleo ou na fabricação de produtos derivados do tabaco e alguns produtos alimentícios Fonte: GITMAN (2010) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 30
31 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO: No Brasil, três métodos são utilizados: MÉTODO LINEAR / COTAS CONSTANTES: distribui o custo do bem uniformemente em função do tempo MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS: estipula taxas variáveis (crescentes ou decrescentes de acordo com a produtividade esperada durante a vida útil do ativo MÉTODO DAS UNIDADES PRODUZIDAS: determina as taxas de depreciação a partir da relação do número de unidades produzidas no período com a capacidade máxima No MACRS, utiliza-se o método do saldo duplamente decrescente (200%), alternando-se para o método linear quando isso for vantajoso O MACRS EXIGE O USO DA CONVENÇÃO DO MEIO DE ANO: admite-se que os ativos foram adquiridos no meio do ano LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 31
32 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO Tab.2 Taxas arredondadas de depreciação por ano de recuperação, usando o MACRS para as primeiras quatro classes de ativos ANO DE RECUPERAÇÃO PORCENTAGEM POR ANO DE RECUPERAÇÃO 3 anos 5 anos 7 anos 10 anos 1 33% 20% 14% 10% 2 45% 32% 25% 18% 3 15% 19% 18% 14% 4 7% 12% 12% 12% 5 12% 9% 9% 6 5% 9% 8% 7 9% 7% 8 4% 6% 9 6% 10 6% 11 4% Totais 100% 100% 100% 100% Fonte: GITMAN (2010) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 32
33 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO EXEMPLO: A indústria LFS adquiriu, a um custo de $ , já incluindo despesas de instalação, uma máquina com prazo de recuperação de cinco anos. A depreciação calculada pelos diferentes métodos apresentados será: ANO DE RECUP. CUSTO PROD. DEPR. LINEAR MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS CRESCENTE DECRESCENTE MÉTODO DAS UNIDADES PRODUZIDAS MACRS TAXA DEPR. TAXA DEPR. TAXA DEPR. TAXA DEPR. 1 $ $ /15 $ /15 $ % $ % $ $ $ /15 $ /15 $ % $ % $ $ $ /15 $ /15 $ % $ % $ $ $ /15 $ /15 $ % $ % $ $ $ /15 $ /15 $ % $ % $ $ % $ % $ Totais $ $ $ $ % $ LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 33
34 VIDA ÚTIL E DEPRECIAÇÃO Bens que NÃO podem ser depreciados: Bens que não estão em uso Terrenos, exceto os gastos com melhoramentos Bens que aumentam o valor com o passar do tempo. Exemplo: obras de arte, antiguidades etc. Bens que são amortizados ou exauridos. Ex: Minas, lavouras, contratos, direitos de propriedade, marcas e patentes. Prédios e construções não alugados nem utilizados por seus proprietários na produção, ou destinados para venda. LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 34
35 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO Método Cálculo Critério de aceitação Critério de classificação Prós Contras Período de Payback Número de anos necessários para que as entradas de caixa operacionais acumuladas sejam iguais ao investimento inicial Período de payback do projeto menor do que o período máximo aceitável Valor presente líquido (VPL ou NPV) Valor presente líquido positivo Taxa interna de retorno (TIR ou IRR) Taxa de desconto (K) que torna o valor presente líquido igual a zero Taxa interna de retorno maior do que o custo de capital (WACC) Quanto menor, melhor Quanto maior, melhor Quanto maior, melhor Simples, intuitivo e pode ser visto como uma medida de exposição ao risco Período máximo aceitável definido de forma subjetiva, não considera plenamente o valor do dinheiro no tempo n FC t I t 0 t 1 K t 1 K Melhor técnica do ponto de vista teórico Pressupõe que as entradas de caixa intermediárias são reinvestidas ao custo de capital da empresa t 1 1 n I t Apelo intuitivo da interpretação de uma taxa de retorno Pressupõe que as entradas de caixa intermediárias são reinvestidas à própria taxa interna de retorno LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 35
36 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO EXEMPLO 1 (critério de aceitação): Decisão sobre a substituição da máquina discutida nos exemplos anteriores, considerando que o período máximo aceitável para a recuperação do investimento é de 3 anos e que o custo de capital da empresa é de 10% Ano FC 0 ($ ) 1 $ $ $ $ $ Técnica Resultado Decisão Período de payback NPV (VPL) IRR (TIR) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 36
37 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO EXEMPLO 2 (critério de classificação): Uma metalúrgica de médio porte está analisando dois projetos, A e B, com os fluxos de caixa relevantes apresentados abaixo. Se ambos são aceitáveis, mas a companhia não dispõe de recursos para implementar os dois projetos, qual deveria ser o escolhido? Ano Projeto A Projeto B 0 ($ ) ($ ) 1 $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ Técnica Projeto A Projeto B Decisão Período de payback NPV (VPL) IRR (TIR) LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 37
38 BIBLIOGRAFIA GITMAN: Capítulo 8 Fluxos de caixa para orçamento de capital Capítulo 9 Técnicas de orçamento de capital ASSAF NETO: Capítulo 16 Decisões de investimentos e dimensionamento dos fluxos de caixa Capítulo 17 Métodos de avaliação econômica de investimentos LES-0718 / Luiz Fernando Satolo / ESALQ-USP 38
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