A IMPORTÂNCIA DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA
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- Augusto Bastos Furtado
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1 A IMPORTÂNCIA DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO ENSINO DA LÍNGUA INGLESA Indianara Costa dos Santos Miranda (UNIOESTE) 1 Clarice Cristina Corbari (Orientadora - UNIOESTE) 2 Resumo: Este trabalho objetiva apresentar algumas reflexões sobre a relevância das estratégias de leitura no ensino-aprendizagem da língua inglesa, a partir das práticas de leitura efetivadas durante o estágio Supervisionado de Língua Inglesa, realizado no 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do município de Marechal Cândido Rondon. Busca-se demonstrar que essas estratégias auxiliam na compreensão de um texto em língua estrangeira, permitindo o engajamento discursivo na construção de sentidos. Palavras-chave: Estratégias de leitura. Ensino-aprendizagem. Língua Inglesa. Considerações iniciais Para que a leitura possibilite a apropriação do conhecimento para o indivíduo, é necessário que o texto esteja vinculado, em certa medida, ao contexto em que o aprendiz se encontra, ou que parta deste contexto para a compreensão de diferentes contextos. Para isso, é fundamental que se deixe de lado o simples ato de decodificação, proporcionando aos alunos intrumentos necessários para que eles ampliem a compreensão do texto, organizando informações a partir do seus conhecimentos e estabelecendo, assim, novos sentidos. Partindo desse pressuposto, as aulas ministradas durante o Estágio Supervisionado de Língua Inglesa (Estágio de Regência) no Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, localizado na cidade de Marechal Cândido Rondon, Paraná, na turma do 9º ano do Ensino Médio, foram construídas com base nas estratégias de 1 Graduanda do quarto ano do curso de Letras/Inglês na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, câmpus de Marechal Cândido Rondon. xnara_costa@yahoo.com.br 2 Professora da disciplina de Estágio Supervisionado de Língua Inglesa do curso de Letras/Inglês da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, câmpus de Marechal Cândido Rondon. ccorbari@yahoo.com.br
2 leitura, com o intuito de desenvolver as habilidades leitoras e contribuir na formação do leitor crítico e independente. Abordagem da leitura no ensino de língua estrangeira Ao longo da história do ensino de língua estrangeira, foram usados diferentes métodos e abordagens, e em cada um a leitura teve um foco diferente. No Método da Gramática e Tradução, cujo objetivo era a leitura de textos clássicos, dava-se pouca atenção ao conteúdo dos textos. A leitura era feita através da decodificação mecânica de palavras, com foco na memorização do vocabulário e da gramática presentes no texto, bem como na tradução dos textos, considerando-se o aprendiz um sujeito passivo. No Método Direto, os textos deixaram de ser analisados gramaticalmente, e a leitura era integrada às demais habilidades; os alunos avançados liam textos literários por prazer. Somente no Método da Leitura é que essa habilidade teve destaque no ensino de língua estrangeira; porém, tratava-se apenas de uma versão melhorada do Método da Gramática e Tradução. O Método Audiolingual surgiu na sequência para dar enfoque à oralidade, com base behaviorista, enfatizando-se a repetição e memorização. Com o desenvolvimento das ciências cognitivas, os conceitos de ensinoaprendizagem de língua estrangeira e, consequentemente, de leitura em língua estrangeira foram sendo reestruturados, e o objetivo passa a ser a construção de significados. Altera-se, com isso, o lugar do aprendiz para o de sujeito ativo, que interage com o texto e o contexto. A leitura passa a ser vista como uma atividade cognitiva complexa, em que o leitor lança mão de processos mentais no exercício de ler e compreender um texto. Para isso, utiliza esquemas e estratégias de leitura para atribuir sentido ao texto. Essa perspectiva cognitiva fundamentou diversos métodos e abordagens de ensino de língua estrangeira, entre as quis a Abordagem Comunicativa. Estratégias de leitura em língua estrangeira e o trabalho em sala de aula Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Estrangeira PCN (BRASIL, 1998), para que haja compreensão dos textos, é necessário que se atribuam
3 atividades com propósitos reais e possíveis, de acordo com o objetivo do que está sendo trabalhado (por exemplo: ler uma notícia de jornal, compreender uma bula médica). Segundo esse documento, a compreensão é construída de acordo com o propósito estabelecido para a leitura, mediada por três tipos de conhecimento: o conhecimento de mundo que aluno possui; o conhecimento sistêmico, que é composto pela competência linguística que o indíviduos apresenta, tais como os conhecimentos léxico-semânticos, morfológicos, sintáticos e fonético-fonológicos; e o conhecimento da organização textual, relacionado aos tipos de texto (narrativos, descritivos e argumentativos). Durante as atividades no Estágio Supervisionado, procurou-se elaborar atividades que acionassem e desenvolvessem esses tipos de conhecimento. Além do trabalho com a linguagem verbal, também buscou-se a compreensão por meio de elementos não verbais, que certamente contribuíram na construção dos significados. Foram utilizadas imagens, que auxiliaram os alunos a relacionar e interpretar o significado, compreendendo os modos semióticos na construção dos sentidos do texto. Buscou-se relacionar escrita e imagem, permitindo aos alunos maior participação nas aulas. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna DCE-LEM (PARANÁ, 2008) afirmam que a reflexão crítica dos discursos que circulam em Língua Estrangeira Moderna somente é possível mediante o contato com textos verbais e não verbais. Nas aulas ministradas, buscou-se acionar o conhecimento de mundo dos alunos por meio de perguntas que visavam ao reconhecimento do conteúdo das imagens e à manifestação do que se sabia a respeito do tema em questão. São utilizadas, nesse caso, estratégias de previsão do conteúdo do texto fase da pré-leitura, o que facilitará o processo de leitura propriamente dito, no qual entrará em cena o conhecimento sistêmico. Igualmente ao conhecimento de mundo e conhecimento sistêmico, desenvolveu-se também o conhecimento da organização textual, que, segundo os PCN, [...] também facilita a leitura ao indicar para o aluno como a informação está organizada no texto. Por exemplo, ao ler uma história, o leitor-aluno, confiando em seu conhecimento da organização de histórias, sabe que sua compreensão será balizada pelo modo como as histórias se organizam (BRASIL, 1998, p. 90).
4 Faz-se necessário articular os três tipos conhecimentos no processo de ensinoaprendizagem de Língua Estrangeira, especialmente no desenvolvimento da habilidade de leitura, buscando-se promover uma consciência crítica, numa percepção da linguagem como acontecimento social. Entre as principais estratégias que contribuem para facilitar a compreensão do texto estão: a) skimming, que consiste em observar o texto de forma geral, focando em informações não verbais (figuras, tabelas, gráficos), leiaute do texto, título, subtítulo e cognatos; b) scanning, que baseia-se na busca de informações específicas, concentrando-se em sua identificação, sem se preocupar com detalhes; e c) predicting, que é quando o leitor utiliza seu conhecimento prévio do assunto para antecipar o que acontecerá nas próximas linhas, ou também no texto todo (a partir das perguntas feitas no estágio da pré-leitura). Algumas das atividades do Estágio de Regência foram construídas a partir dessas três estratégias mencionadas, o que permitiu melhor compreensão dos textos trabalhados em sala de aula. A inferência textual proporciona melhor compreensão aos textos por meio de adivinhações com base no contexto. Por meio dessa habilidade, também é possível observar sentenças implícitas no texto, buscando ideias gerais e não isoladas indicadas no texto. Segundo Grade et al. (2005), a inferência pode ser utilizada a partir do conhecimento prévio do aluno, das pistas contidas em gravuras, gráficos, tabelas, entre outros, e das pistas existentes na organização textual (título, subtítulo e divisão de parágrafos). Segundo as DCE-LEM: Na abordagem de leitura discursiva, a inferência é um processo cognitivo relevante porque possibilita construir novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os quais são ativados e relacionados às informações materializadas no texto. Com isso, as experiências dos alunos e o conhecimento de mundo serão valorizados (PARANÁ, 2008, p. 65). Após utilizar as estratégias, é importante fazer uma leitura linear do texto, usando a metodologia oral-dialogada, numa interação entre professor e aluno, expandindo o entendimento do que o texto trata. Percebeu-se, durante o Estágio de
5 Regência, que essa estratégia aproxima o aluno do professor, permitindo maior êxito no desenvolvimento da atividade de leitura, justamente porque possibilita a participação dos alunos. Considerações finais A importância das estratégias de leitura no ensino de língua estrangeira foi constatada durante o Estágio Supervisionado, pois elas permitiram uma maior atuação por parte dos alunos e maior efetividade do processo de leitura. Tais estratégias instigaram os alunos a explorarem melhor os textos em busca de informações, estabelecendo inferências e extraindo as principais ideias. Pode-se afirmar que as estratégias de leitura são indispensáveis no ensino da língua inglesa, pois asseguram ao professor uma melhor direção nas atividades desenvolvidas no aprimoramento das capacidades leitoras. Essa mesma ótica é estabelecida nas DCE-LEM, quando diz que [...] o professor desempenha um papel importante na leitura, já que, pela forma como encaminha o trabalho em sala de aula, os significados poderão ser mais ou menos problematizados, ou as possibilidades de construção de sentidos percebidas como mais ou menos significativas, como espaços para exercício de ação no mundo social ou submissão aos sentidos do outro (PARANÁ, 2008, p.64). Referências BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, GRADE, A. et al. Leitura em Língua Inglesa: uma abordagem instrumental. 2. ed. São Paulo: Disal, LEFFA, V. J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, H. I.; VANDRESEN, P. (Orgs.). Tópicos em lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: UFSC, p PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Estrangeira Moderna. Curitiba: SEED, 2008.
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