CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 66
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- Ana Clara Neves Gesser
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1 CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 66 DATA 06/11/15 DISCIPLINA DIREITO CONSTITUCIONAL (NOITE) PROFESSOR PAULO NASSER MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 09/12 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos: Processo Legislativo Poder Executivo Processo legislativo: Legislação ordinária: 3) Sanção ou veto: Sanção é o fluxo natural do processo. É a concordância do Presidente com o projeto aprovado. Art. 66, CF Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção. 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
2 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos 3º e 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. Art. 66, 3º, CF A sanção pode ser expressa ou tácita. 15 dias úteis. Veto é a discordância do presidente com o projeto aprovado. Art. 66, 1º, CF. O veto pode ser total ou parcial. Total é vetar integralmente a norma. Parcial é vetar parte da norma, seria vetar artigos, parágrafos, incisos e alíneas. Art. 66, 2º, CF, no veto parcial somente texto integral de artigo, parágrafo, inciso e alínea. No veto parcial não pode vetar palavras ou expressões. O veto será sempre expresso e motivado. Dois motivos que o Presidente pode vetar: entender que a norma é inconstitucional ou contrário ao interesse público. STF entende que não pode haver controle judicial do veto. Seria violação ao Princípio da Separação dos Poderes. Veto sem motivação equivale à sanção. Veto também com prazo de 15 das úteis. Art. 66, 4º, CF A maioria absoluta dos votos de deputado e senadores pode rejeitar o veto. Votação aberta. Art. 66, 5º, CF Se o veto não for mantido a norma será enviada para a promulgação pelo Presidente da República. Art. 66, 7º, CF Regra para o caso do Presidente não promulgar a norma. Quem não pode se negar a promulgar a norma é o vice-presidente do senado, que cometerá crime de responsabilidade. 4) Promulgação: Ato formal. Concordância do Chefe do Executivo de que o ordenamento jurídico foi inovado. 5) Publicação: A publicação se dá por meio do Diário Oficial. Ato pelo qual se torna público o fato que o ordenamento jurídico foi inovado. Distinção de lei ordinária e lei complementar é o quorum de aprovação: Lei ordinária Maioria simples. Lei complementar Maioria absoluta.
3 Emenda constitucional: Manifestação do poder constituinte derivado, poder de modificar a Constituição. Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 1) Iniciativa: Art. 60, I, II e III, CF. 1/3 significa pegar a assinatura de 1/3 da respectiva casa. 171 assinaturas na Câmara e 27 assinaturas no Senado. STF entende que não tem iniciativa popular para emenda. As possibilidades de iniciativa de emenda são as que estão expressas na constituição. Inf. 804, STF: Em 2004, com a EC 45, a defensoria pública estadual ganhou autonomia administrativa e orçamentária. Introduziu ao art. 134 o 2º, CF. Art º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Porém, só foi dado à defensoria estadual. As da União e do DF continuou sendo órgãos da Administração direta. Com a EC 69 de 2012 começou um ciclo de alteração de regras constitucionais quanto à defensoria, passando pela EC 74 e terminando com a EC 80 de Deram autonomia financeira, administrativa e orçamentária às Defensorias do DF e da União. As emendas foram apresentadas por Deputados na Câmara e no Senado. Foi proposta ADI argumentando vício formal, porque de acordo com o art. 61, 1º, d, CF, a iniciativa seria do Presidente da República. Art º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: II - disponham sobre:
4 d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; O STF em decisão cautelar entende que a reserva do art. 61, 1º, CF, se refere à lei e não em casos de emenda, não se aplica essa regra a casos de emenda. E nesse caso qualquer um dos legitimados do art. 60, CF, teria legitimidade para apresentar o projeto. 2) Tramitação: Art. 60, 2º, 3º e 5º, CF Para que uma emenda seja votada tem que ser em cada casa em dois turnos, por 3 / 5 dos votos. Duas vezes na casa iniciadora e duas vezes na casa revisora e nessas 4 votações tem que alcançar os 3 / 5 dos votos. Não há prazo estabelecido entre os dois turnos, a casa que decide, podendo ser no mesmo dia. Art. 60, 3º, CF Quem promulga emenda é a Mesa da Câmara e do Senado em sessão conjunta. Ato de soberania popular. O presidente não participa desse processo. Por ser função do poder constituinte e não do poder constituído. Art. 60, 5º, CF Não pode ser apresentado na mesma sessão legislativa em que foi rejeitada em hipótese nenhuma. 3) Limitações: Circunstancial: Art. 60, 1º, CF Considera apenas as circunstâncias. Intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. Não é permitido emendas em momentos de crises. Só pode alterar o texto constitucional em momentos de equilíbrio constitucional. Material: Art. 60, 4º, CF Cláusulas pétreas. Ideia de que a CF tem um núcleo irredutível, que não pode ser abolido. Não pode alterar para abolir direitos, mas pode alterar para incluir direitos. Modernamente não se fala mais em cláusulas pétreas, fala-se mais de limitações materiais. Existem artigos espalhados pela CF que tratam dessas matérias e esses artigos não podem ser abolidos. Teoria da dupla reforma ou dupla revisão Uma emenda para derrubar a regra que cria a cláusula pétrea e outra emenda para derrubar os artigos protegidos. Doutrina majoritariamente
5 entende que não pode criar a primeira por ela ser tendente a abolir as cláusulas pétreas. Sendo vedada pela limitação material implícita. Não pode ter emenda alterando a titularidade do Poder Constituinte ou o processo legislativo de emenda, para facilitar ou dificultar, seria limitação material implícita. Tramitação: Iniciativa que encaminha para a Casa iniciadora. Casa iniciadora: Aprova Vai para a casa revisora. Rejeitada Arquivo. Casa revisora: Aprovar integralmente Segue o processo legislativo. Rejeitar Arquivo. Aprovar com emendas Volta para a casa iniciadora. Aprovada Promulgação pelas mesas Publicação. Não tem sanção ou veto. Aprovação em dois turnos por 3 / 5 dos votos. Lei Delegada: Art. 68, CF. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. O Presidente da República solicita delegação ao Congresso Nacional. Depois de publicada vale como lei e só sai do ordenamento por meio de outra lei. 1) Limitações materiais: art. 68, 1º, CF.
6 Matérias materialmente proibidas. Art. 49, CF Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional. Art. 51, CF Atos de competência privativa da Câmara dos Deputados. Art. 52, CF Atos de competência privativa do Senado Federal. Matéria de lei complementar 2) Limitações formais: Art. 68, 2º, CF. Quando o Presidente exorbita o limite imposto para delegação legislativa. Art. 49, V, CF. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Requerimento do Presidente da República ao Congresso O Congresso (Deputados e Senadores votando juntos) se reuni e aprova uma Resolução delegando poderes O Presidente da República: 1º redige a lei delegada, 2º promulga e 3º publica Lei delegada própria. O Congresso toma conhecimento da lei no dia em que é publicada no Diário Oficial. Art. 68, 3º, CF Lei delegada imprópria O Presidente da República: 1º redige a lei delegada, 2º remete à apreciação do Congresso (votação única, vedada emenda). Se for apreciada, 3º promulga e 4º publica. O Congresso pode sustar a parte que exorbitou antes de entrar no ordenamento jurídico. Decreto legislativo: Decreto legislativo não é o Decreto-lei, que não existe mais. Quem faz esse decreto é o legislativo. O decreto legislativo é a espécie normativa que discute as aprovações do Congresso. Art. 49, CF. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; VI - mudar temporariamente sua sede; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
7 IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. As únicas exceções que não são tratados por decreto legislativo são os incisos VII e VIII do art. 49, fixar subsídio, que deve ser estabelecido por lei. Única hipótese de decreto legislativo fora do art. 49, CF é o art. 62, 3º, CF. Art º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Instrumento que exercita a competência conjunta, de deputados e senadores. É típico da bicameralidade. Portanto as Assembleias Legislativas e as Câmaras dos Vereadores, por serem unicamerais, não usam decretos legislativos. Não passa por sanção ou veto do Presidente da República. O Congresso Nacional aprova, promulga e publica. Votado de forma unilateral, em um turno e por maioria simples. Resolução: A Resolução trata de assunto, quase todos, internos, da casa. Votada de forma unilateral, em um turno e por maioria simples. Serve para tratar de assuntos do art. 51 e 52, CF, competência privativa da Câmara e do Senado. Art. 68, 2º, CF Resolução do Congresso Nacional que delega. Se o Presidente ultrapassar os limites da delegação o Congresso susta a delegação por meio de decreto legislativo, art. 49, V, CF. Medida Provisória: Originalmente era de uma forma mais simples, a EC 32 acabou com o modelo antigo e criou o novo modelo.
8 Art. 2º da EC 32 As medidas provisórias de antes de 2001 vigoram, valem como lei e perenizaram no tempo por meio da emenda constitucional 32. Art. 2º As medidas provisórias editadas em data anterior à da publicação desta emenda continuam em vigor até que medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até deliberação definitiva do Congresso Nacional. Instituto novo em Constituição brasileira, trazido pela Constituição de 88. Art. 62, CF. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) II que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) III reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) IV já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 4º O prazo a que se refere o 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-seão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Normas editadas pelo Presidente, com força de lei. Serão imediatamente submetidas ao CN. Como tem força de lei, o Presidente estará legislando, função atípica. Portando, deve ser interpretado de forma restritiva. Deve preencher dois requisitos constitucionais: relevância e urgência, ao mesmo tempo. STF entende atualmente que é possível verificar a relevância e urgência da MP.
9 1) Limitações materiais: Art. 62, 1º, CF: Art. 167, 3º, CF Créditos extraordinários. Rol exemplificativo. Art. 167, 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. Só pode tratar de matéria reservada à lei ordinária. Art. 25, 2º, CF: Art º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) Cabe aos estados tratar sobre gás canalizado, vedada a edição de MP. Portanto, cabe aos Estados edição de MP, se previsto na respectiva constituição. O STF entende que deve aplicar a simetria constitucional e as vedações. Art. 246, CF. Art É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Vedado MP sobre todos os artigos da CF alterados por emenda da EC nº 5, de 1º de janeiro de 1995, até a EC nº 32, de 11 de setembro de ) Tramitação: Art. 62, 3º, CF. Lei A Pagamento $ MP Y majora os $5 para $ dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias Passados 120 dias: MP não foi votada MP perde a eficácia e a lei A volta a eficácia Lei A $5. MP votada e transformada em lei Surgimento da lei B Majora de $5 pra $10 Lei A é revogada. MP rejeitada: MP perde a eficácia e volta a lei A $5. MP suspende a eficácia de lei que atinge.
10 Seja por ter sido rejeitada ou por decurso de prazo a MP perde a eficácia com efeitos ex tunc, desde a edição, na forma do art. 62, 3º, CF. Durante o período que vigorou tem direito ao que pagou a mais. Decreto legislativo que regula os efeitos. Ressalva do 11 Não editado o decreto legislativo 60 dias da rejeição ou da perda da eficácia os efeitos praticados pela MP conserva-se por ela regidos. Transforma os efeitos em ex nunc. Ressalva do 7º Prorrogação automática. Art. 62, 9º, CF Comissão mista examina antes de ser apreciada, separadamente, pelos respectivos Plenários. Obrigatoriamente exige Plenário. Art. 62, 6º, CF No 46º dia tranca a pauta. Entendimento atual A MP não pode tratar de todas as matérias, tem limitações materiais expressas. Então, a MP que tiver trancando a pauta só trancará a pauta para matérias que sejam afetas à MP, aqueles assuntos que MP não pode tratar poderão ser votados livremente. É possível MP em matéria tributária. O que não pode é em matéria reservada à lei complementar. Art. 146, CF Matéria de lei complementar Não cabe o tratamento por MP. Art Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de ) Art. 62, 2º, CF Impostos parafiscais Além da arrecadação, também regular mercado. Faculdade de alteração de alíquota. Só pode cobrar a instituição ou majoração do imposto por MP for convertida em lei até o último dia do ano fiscal vigente. Tramitação nas duas casas:
11 Edição da MP publicada no Diário Oficial Submetida imediatamente ao Congresso Nacional Comissão mista (art. 62, 9º, CF) Votação Plenária (art. 62, 8º, CF) casa iniciadora obrigatoriamente é a Câmara dos Deputados e revisora o Senado Federal. Casa iniciadora: Aprovada integralmente Vai pra casa revisora. Rejeitada Arquivo. Casa revisora: Aprovada integralmente. Rejeitada Arquivo. Se a lei de conversão aprovada na Câmara e no Senado tiver uma redação muito próxima à MP (podendo ter algumas alterações, mas nenhuma substancial) não passa por sanção ou veto e o Presidente do Senado promulga e publica. Se houver mudança Sanção ou veto do Presidente promulgação e publicação. Se for aprovada com emenda pela casa revisora volta para a casa iniciadora. Poder executivo A previsão começa no art. 76, CF. Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Modelos de Estado: Forma de governo: República Monarquia Sistema de governo: Parlamentarista Presidencialista Forma de estado: Federal
12 Unitário Confederado Parlamentarismo: Monárquico: Chefe de estado: representa o estado. É o rei. Chefe de governo: primeiro ministro eleito entre os parlamentares eleitos. Republicano. Chefe de estado: Presidente da República. Chefe de governo: Primeiro Ministro. Brasil: Forma federativa de estado. Sistema presidencialista de governo. Forma republicana de governo. Art. 60, 4º, CF Art. 2º, ADCT. Art º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992) No presidencialismo o Presidente da República cumula a função de chefe de estado com chefe de governo. Art. 84, CF, tem funções de chefe de estado e de chefe de governo. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
13 XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. De acordo com o último inciso do art. 84, CF, o rol não esgota as competências do presidente, é exemplificativo. Essas atribuições são, em regra, indelegáveis, salvo o disposto no parágrafo único. Os Ministérios são órgãos auxiliares da Presidência, para ajudar na administração do país.
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