IRRIGAÇÃO LOCALIZADA NA CULTURA DO FUMO
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- Victor Giovanni Almeida de Carvalho
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1 Informativo Agronômico n o 10 v2.0 NETAFIM BRASIL IRRIGAÇÃO LOCALIZADA NA CULTURA DO FUMO INFORMAÇÕES DE CULTIVO
2 1. CULTURA Fumo Nome Científico: Nicotiana tabacum Família: Solanaceae Origem: Regiões tropicais do continente americano, México, Bolívia e Venezuela Cultivo: Anual 2 Netafim Brasil
3 2. INTRODUÇÃO Principais países produtores China, Índia, Brasil, EUA, Malavi, Turquia, Indonésia, Argentina, Itália A China é o maior país produtor do mundo (2,4 milhões de ton) O Brasil e a Índia alternam anos em segundo e terceiro lugar em produção Mercado mundial 3 Principais exportadores: Brasil, Índia, China, EUA, Malavi, Itália, Turquia Principais importadores: Rússia, EUA, Alemanha, Países Baixos, Reino Unido, Japão O Brasil lidera o ranking mundial de exportação desde 1993, com média superior a 400 mil ton/ano Fonte: Afubra / USDA / MDCI
4 2. INTRODUÇÃO Mercado Brasileiro * Área plantada: ha Produção: ton Produtividade média: 2,09 ton/ha A região Sul é a principal produtora com mais de 95% da produção nacional, o Nordeste tem uma participação de 4% ( ha plantados) * (Fonte: Afubra / IBGE / PriceWaterhouseCoopers) A baixa produtividade nacional é devido à inclusão da produção das áreas de sequeiro, sujeitas aos riscos da irregularidade das chuvas 4
5 2. INTRODUÇÃO Perfil do fumicultor Mais de 47 mil famílias não possuem terras e trabalham em regime de parceria Mais de 85% dos produtores, concentram-se em propriedades menores que 20 ha Fonte: Afubra Hectares Famílias % ,2 De 1 a ,5 De 11 a ,0 De 21 a ,5 De 31 a ,7 Mais de ,1 TOTAL
6 3. CLIMA Cultivo adaptado ao clima tropical Temp. média diária: 18 a 28 C Temp. máxima: 28 C Temp. mínima: 18 C Cultivo de dia neutro Não é influenciado pelo fotoperíodo Ciclo do cultivo de 90 a 120 dias 6
7 4. SOLO Tipo de solo Solos profundos e porosos Solos com boa drenagem Ph ideal: 5,2-6,5 Importante Tabacos claros (Virgínia e os orientais) preferem solos de textura mais leve Tabacos escuros respondem melhor em solos mais pesados, com alto teor de argila O tabaco tipo Burley ocupa uma posição intermediária 7
8 4. SOLO Sensível a salinidade da solução do solo Altos níveis de salinidade resultam num menor tamanho das plantas e das folhas, em função da dificuldade em absorver água Os altos teores de sais (cloro e/ou sódio) nas folhas são também prejudiciais para a qualidade do tabaco colhido 8
9 5. PLANTIO A época de plantio dos canteiros se concentra nos meses de Junho a Julho na região sul No sistema Float, as bandejas de isopor ou plásticas são enchidas com substratos e depositadas em uma lâmina de água, reduzindo o risco de doenças, portanto, permitindo a eliminação do uso do gás Brometo de Metila 9 Netafim Brasil Fonte: Souza Cruz
10 5. PLANTIO Cerca de 60 dias após a semeadura, as plantas atingem o ponto ideal para serem transplantadas para a lavoura O transplante pode ser realizado de forma manual ou mecanizada Pode ser feito também o plantio direto, que mantém uma camada de palha na lavoura, favorecendo a produção de um fumo fisicamente mais limpo 10
11 6. PRINCIPAIS TIPOS DE FUMO Virgínia: maior componente do cigarro Burley: utilizado para causar impacto no sabor Comum: substituto do Burley Oriental: sabor aromático, composição de cigarros mais nobres, charutos Meriland: nobre, caráter higroscópico, absorve essências aplicadas no cigarro Dark: utilizado para mascar 11
12 7. ESPAÇAMENTO Linha simples De 1,10 a 1,25 m x 0,30 a 0,60 m Linha dupla Tipo Burley: 1,20 x 0,60 x 0,50 m Tipo Virgínia: 1,20 x 0,50 x 0,50 m 1,20 m 1,20 m 0,50 m 0,60 m 12
13 8. TRATOS CULTURAIS Capação O processo de capação consiste na remoção do órgão reprodutivo da planta (inflorescência), que varia em torno de 70 a 90 dias após o transplante das mudas, variando em função da variedade, da temperatura e do fotoperíodo O objetivo da capação é evitar que os nutrientes absorvidos pela planta sejam translocados para a inflorescência, para que sejam utilizados para o desenvolvimento das folhas A altura da capação define o número de folhas que restarão na planta, varia conforme o tipo de fumo, variedade e clima Fonte: Souza Cruz 13
14 9. GOTEJAMENTO Sistema: gotejamento superficial combinado com fertirrigação Emissor: Não autocompensado: Super Typhoon (Kit de 0,5 a 1,0 ha) StreamLine (16100 / 16080) Número linhas: 1 linha de emissores a cada 1 linhas de fumo ou 1 linha de emissores a cada 2 linhas de fumo Espaçamento dos gotejadores: 0,30 a 0,40 m (conforme textura do solo) Vazão: 1,05 e 1,6 L/h 14
15 10. COEFICIENTE DE CULTIVO Evapotranspiração de referência - ETo Coeficiente de cultivo - Kc ETo X Kc Inicial: 0,3 0,4 Desenvolvimento da cultura: 0,7 0,8 Período intermediário: 1,0 1,2 Final de ciclo: 0,9 1,0 Na colheita: 0,75 0,85 15 Fonte: Doorenbos & Kassam (1994)
16 11. DEMANDA HÍDRICA Demanda hídrica: 400 a 600 mm/ano Demanda crítica: 4,0 a 6,0 mm/dia Período crítico: da 6ª a 10ª semana após o transplante da muda Tensiômetria: excelente ferramenta de monitoramento D = ¼ da distância entre gotejadores Fonte: Harrison e Whitty (1971) 16
17 12. SISTEMA RADICULAR Sistema radicular pivotante Profundidade cerca de 1,5 m Eficiência: 90% da água e nutrientes é extraído dos primeiros 0,3 m 17
18 13. NUTRIÇÃO Demanda Nutricional Para uma tonelada (1 ton) de produção folhas - Nitrogênio: 5,0 Kg - Cálcio: 2,0 kg - Fósforo: 0,5 Kg - Magnésio: 6,0 kg - Potássio: 5,0 kg Adubação para diferente tipos de fumo Tipo Colheita esperada Nutrientes (kg/ha) Nitrogênio Fósforo Potássio Escuro e Burley Virgínia Média Alta Média Alta Fonte: SQM, Manual Especializado sobre Manejo de Nutrição de Plantas Tabaco 18
19 13. NUTRIÇÃO Níveis ótimos de nutrientes nas folhas Tipo Virgínia, na décima folha no momento do desponte Macronutrientes (%) Micronutrientes (ppm) N P K Ca Mg S B Cu Mn Fe Zn Mo 2,0-2,75 0,15-0,25 1,8-2,0 Fonte: Ontarium Publication 1,5-2,5 0,3-0,5 0,45-0, ,0-6,0 19
20 14. PRAGAS Principais pragas Nome Comum Mosca branca Broca do fumo Pulgão verde Lagarta rosca Percevejo cinzento Tripes Besouro do fumo Nematóide das galhas Espécie Bemisia tabaci Faustinus cubae Myzus persicae Agrotis ipsilon Corecoris dentiventris Thrips tabaci Lasioderma serricorne Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica 20
21 15. DOENÇAS Principais doenças Nome Comum Murcha bacteriana Talo oco Nematóide de galhas Alternariose Esclerotinia Mancha aureolada Amarelão Cercosporiose Fonte: Souza Cruz Espécie Ralstonia solanacearum Erwinia carotovora Meloidogyne incognita e Meloidogyne javanica Alternaria spp Sclerotinia sclerotiorum Rhizoctonia solani Pythium spp, Fusarium spp Cercospora nicotianae 21
22 16. CLASSIFICAÇÃO DO TABACO Grupos: Tabaco de Estufa (TE) e Tabaco de Galpão (TG) Subgrupo: Folhas Manocadas (FM) e Folhas Soltas (FS) Classe: classificado segundo a posição na planta Subclasse: o TE é classificado em três subclasses (O, R e L). Já o TG é classificado em apenas uma subclasse (L), conforme a cor das folhas Tipo: classificação segundo a qualidade das folhas (Tipo 1, 2 e 3) * Classificação segundo a Instrução Normativa n 10 do MAPA, de abril de
23 16. CLASSIFICAÇÃO DO TABACO CLASSES SUBCLASSES TIPO Ponteiro T Meeiro Semi-meeiro B C O L R Baixeiro X Fonte: SindiTabaco 23
24 17. COLHEITA Ocorre em média 10 dias após a capação do fumo A colheita deve ser feita nas horas mais frescas do dia e em baixas condições de umidade do ar, para facilitar no processo de cura das folhas 24 Fonte: SindiTabaco
25 17. COLHEITA Critérios adotados para a colheita Folhas do baixeiro Tipo Burley: folhas com coloração tigrada, talo esbranquiçado, pouca presença de spots nas últimas folhas Tipo Virgínia: talo esbranquiçado, perda de pilosidade, folha que quebra fácil no caule e que estalam ao serem quebradas e presença de manchas necróticas Fonte: SindiTabaco Imaturo Maduro Muito Maduro Folhas do ponteiro Imaturo Maduro Muito Maduro 25
26 18. ARMAZENAGEM Após o processo de cura, o tabaco deve permanecer armazenado em um galpão apropriado, livre de umidade e de qualquer contaminação, para uniformizar a cor, brilho e liberar os aromas das folhas 26
27 19. PRODUTIVIDADE Irrigação localizada (gotejamento + fertirrigação) Melhora o tamanho e a qualidade das folhas de fumo Promove um amplo desenvolvimento radicular das plantas Antecipa a colheita, permitindo um número maior de safras por ano Irrigação localizada por gotejamento vs sequeiro Produtividade (ton/ha) Número de safras por ano Sequeiro Gotejamento Sequeiro Gotejamento País Máximo 2 3 ou 4 Brasil 27
28 20. FOTOS Lageado Grande SC (65 Dias Após Transplantio) Gotejamento Sequeiro 28
29 20. FOTOS Sequeiro 38 DAT 61 DAT Gotejamento 38 DAT 61 DAT 29
30 20. FOTOS Marechal Cândido Rondon PR (40 Dias Após Transplantio) Gotejamento Sequeiro 30
31 20. FOTOS 75 Dias Após Transplantio Gotejamento Sequeiro 31
32 20. FOTOS 15 dias após início da irrigação Sequeiro Gotejamento 32
33 20. FOTOS Gotejamento Sequeiro Gotejamento Sequeiro Gotejamento Sequeiro Sequeiro Gotejamento 33
34 20. FOTOS Gotejamento Sequeiro Sequeiro Gotejamento Sequeiro Gotejamento Sequeiro Gotejamento 34
35 20. FOTOS Gotejamento Sequeiro Sequeiro Gotejamento Gotejamento Sequeiro 35
36 20. FOTOS 36
37 OBRIGADO 37
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