GT DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITOS FUNDAMENTAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS APONTAMENTOS SOBRE A DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA NO DIREITO BRASILEIRO

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1 GT DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITOS FUNDAMENTAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS Modalidade da apresentação: Comunicação oral APONTAMENTOS SOBRE A DESAPROPRIAÇÃO URBANÍSTICA NO DIREITO BRASILEIRO Resumo: O objetivo do presente ensaio é apresentar apontamentos ao regime jurídico das modalidades de desapropriação urbanística previstas no Direito brasileiro. As desapropriações urbanísticas são aquelas que podem ser empregadas para fins de política urbana. Para tanto, emprega-se a metodologia preconizada pela Dogmática Jurídica, tendo como base empírica o sistema do Direito Positivo brasileiro. Nesse contexto, constata-se que a Constituição Federal e a legislação em vigor preveem três modalidades de desapropriação urbanística, cada uma com regimes jurídicos diversos. Convém destacar o modo como a garantia fundamental da justa indenização. Na desapropriação urbanística por necessidade pública e naquela fundada no interesse social, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro. Contudo, persistindo o descumprimento da função social da propriedade urbana, após a aplicação do Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo e da obrigação do parcelamento, edificação ou utilização, determina-se a desapropriação urbanística com pagamento em títulos da dívida pública. Palavras-chave: Função social da propriedade. Desapropriação. Desapropriação urbanística. Direito de propriedade. Município. Política urbana. Propriedade privada. Propriedade urbana.. 1 INTRODUÇÃO A Constituição Federal impôs ao Estado o dever de instituir e concretizar políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente urbano. Por outro lado, a efetivação delas necessariamente envolve a intervenção estatal na propriedade privada.

2 Como se sabe, a forma mais agressiva de intervenção do Estado na propriedade privada ocorre por meio da transferência compulsória do bem particular para o patrimônio público, observados os direitos fundamentais do administrado. O objetivo do presente ensaio é apresentar apontamentos ao regime jurídico das modalidades de desapropriação previstas no Direito brasileiro e que podem ser empregadas para fins de política urbana. Para tanto, emprega-se a metodologia preconizada pela Dogmática Jurídica, tendo como base empírica o sistema do Direito Positivo brasileiro (VILANOVA, 1997; 2000). 2 DIREITO DE PROPRIEDADE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL O direito de propriedade integra o rol de direitos fundamentais individuais assegurados na Constituição Federal de 5 de outubro de Embora o perfil que o liberalismo lhe outorga esteja bem distante do presente, 1 convém ressaltar que a propriedade privada continua sendo reconhecida como indispensável para o Estado Democrático de Direito (cf. FRANÇA, 1999; 2000; ROSENFIELD, 2008). 2 1 O art. XVII da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 2 de setembro de 1789, estabelece o seguinte: Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode dela ser privado, a não ser quando a necessidade pública, legalmente reconhecida, o exige evidentemente e sob a condição de justa e anterior indenização. 2 Malgrado algumas resistências de natureza ideológica, o direito de propriedade mantem o seu patamar de direito humano na ordem jurídica internacional. O art. XVII da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 2008, estabelece o seguinte: 1. Toda a pessoa tem o direito à propriedade, só ou em sociedade com os outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Em sentido similar, o art. XXIII da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem da Organização dos Estados Americanos, de abril de 1948: Toda pessoa tem direito à propriedade particular correspondente às necessidades essenciais de uma vida decente, e que contribua para manter a dignidade da pessoa e do lar

3 Assegura-se a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país o direito à propriedade, 3 sendo-lhes garantido o direito de propriedade, 4 nos termos do art. 5º, caput, e XXII, 5 da Constituição Federal. A propriedade privada ainda é elevada à condição de princípio constitucional da ordem econômica, em conformidade com o art. 170, II, 6 da Constituição Federal. É interessante esclarecer que a propriedade também deve ser vista como uma garantia institucional no sistema constitucional brasileiro, que não pode ser eliminada ainda que por emenda constitucional (cf. FRANÇA, 1999; PONTES DE MIRANDA, 1987). Afinal, sem a propriedade privada, não teria sentido o status que a livre iniciativa detém na Constituição Federal. 7 De todo modo, o delineamento jurídico do direito de propriedade deve ser estabelecido pela lei, por injunção do princípio da legalidade (cf. SUNDFELD, 1993). 8 Do mesmo modo, a privação ou diminuição do direito de propriedade pressupõe o respeito ao devido processo legal (cf. SUNDFELD, 1993). 9 3 Direito fundamental individual que compreende o direito da pessoa de adquirir, de modo pleno e exclusivo, bens que formem um patrimônio que assegure ao indivíduo uma existência digna e autônoma perante o estado. 4 Direito fundamental individual que compreende o direito da pessoa de manter e empregar a propriedade privada segundo o seu legítimo interesse. 5 Esses enunciados constitucionais têm a seguinte redação: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aso estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII é garantido o direito de propriedade. 6 Art A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II propriedade privada. 7 Vide o art. 1º, IV, o art. 170, caput, e parágrafo único, todos da Constituição Federal. 8 Vide o art. 5º, II, da Constituição Federal. 9 Vide o art. 5º, LIV, da Constituição Federal.

4 Em rigor, o conteúdo jurídico do direito de propriedade compete às normas de Direito Privado. Entretanto, as intersecções que a propriedade privada apresenta com o interesse público acabam por ensejar a presença de normas de direito de Direito Público na disciplina da intervenção do estado nessa área socioeconômica (cf. FRANÇA, 1999; GRAU, 2002; SUNDFELD, 1993). O direito de propriedade confere ao seu titular as prerrogativas de uso, 10 gozo, 11 disposição do bem, 12 assim como a de reavê-lo de quem injustamente o possua ou detenha, 13 seguindo-se o disposto no art , caput, 14 do Código Civil. Trata-se de um direito oponível erga omnes, caracterizado pela plenitude 15 e pela exclusividade 16 até que se prove o contrário, consoante o art do Código Civil. Todavia, a Constituição Federal legitima a intervenção do estado na propriedade privada com a finalidade de harmonizar as prerrogativas do proprietário com o interesse público. A base constitucional dessa prerrogativa estatal reside no princípio da função social da propriedade (cf. FRANÇA, 1999). 10 Compreende na faculdade de se pôr a bem a serviço do titular, sem modificação de sua substância (cf. PEREIRA, 2003). Todavia, o uso da propriedade privada não pode resultar em abuso de direito, por injunção do art , 2º, da Lei Federal nº , de 10 de janeiro de 2002 ( Institui o Código Civil ). 11 Abrange a percepção dos frutos, seja qual for a natureza destes (cf. PEREIRA, 2003). 12 Trata das faculdades de consumo, modificação e alienação do bem, atingindo a sua substância (cf. PEREIRA, 2003). 13 Consiste no direito de obter a tutela jurisdicional adequada para a retomada ou recuperação do bem que injustamente o possua ou detenha (cf. PEREIRA, 2003). Não convém esquecer o disposto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal. 14 Esse enunciado legal tem a seguinte redação: Art O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavêla de quem injustamente a possua ou detenha. 15 A propriedade é plena quando todas as prerrogativas constantes do art , caput, do Código Civil, encontram-se reunidas numa só pessoa (cf. PEREIRA, 2003). 16 A propriedade é exclusiva quando a pessoa tem o senhorio sobre o bem excluindo-se o senhorio das demais pessoas sobre o mesmo bem (cf. PEREIRA, 2003). 17 Esse enunciado legal tem a seguinte redação: Art A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.

5 A propriedade privada somente será considerada constitucionalmente legítima quando ela atende a sua função social, ou seja, sua finalidade socioeconômica e ambiental. 18 Trata-se de uma conclusão que pode ser construída a partir do art. 5º, XXIII, 19 e do art. 170, III, 20 ambos da Constituição Federal. Mas não se pode perder de vista que existem várias modalidades de propriedade privada, cada uma delas com regimes jurídicos específicos e com graus variados de intervenção estatal de acordo com os preceitos constitucionais que lhes são pertinentes (cf. FRANÇA, 1999; GRAU, 2002). Em regra, o Estado intervém na propriedade privada estabelecendo limitações administrativas às prerrogativas de uso, gozo e disposição do proprietário na forma da lei e em face do interesse público (cf. DI PIETRO, 2004; SUNDFELD, 1993). Ao fazê-lo, o estado demarca o direito de propriedade no que concerne à administração pública sem ensejar qualquer pretensão indenizatória em favor do proprietário (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014). A forma mais grave de intervenção do Estado na propriedade privada compreende a desapropriação, a ser melhor examinada no próximo item. 3 DESAPROPRIAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO 18 Vide o art , 1, do Código Civil. 19 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aso estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII a propriedade atenderá a sua função social; 20 Art A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: III função social da propriedade.

6 A desapropriação consiste no processo que permite ao Estado extinguir totalmente o direito de propriedade em prol do interesse público, fazendo com que o bem expropriado seja compulsoriamente incorporado ao patrimônio público mediante o pagamento de indenização (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2010). Ao lado da servidão administrativa, constitui uma forma de sacrifício de direito no ordenamento jurídico brasileiro (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014; SUNDFELD, 1993). Esse processo tem amparo constitucional no art. 5º, XXIV, 21 da Constituição Federal. Conforme o art. 5º, XXIV, da Constituição Federal, a lei deve estabelecer o processo de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro, ressalvadas as hipóteses previstas na Constituição em que esta não deve ser paga em dinheiro. A indenização deve assegurar ao expropriado o valor prestante em dinheiro para recompor o seu patrimônio em razão da perda do bem que lhe foi tomado (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014). A Constituição Federal prevê duas exceções à garantia da indenização em dinheiro na desapropriação. Ambas estão necessariamente relacionadas ao não cumprimento da função social da propriedade imobiliária pelo proprietário. 21 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.

7 A primeira exceção abrange a desapropriação cabível para a propriedade do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que viola a função social da propriedade de acordo com a legislação urbanística em vigor, nos termos do art. 182, 4º, III, 22 da Constituição Federal. A segunda exceção, por sua vez, diz respeito à desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, cujo objeto é a propriedade imobiliária rural que não esteja cumprindo a sua função social, de acordo com o art. 184, caput, 23 da Constituição Federal. Mesmo nessas duas exceções a indenização deve ser prévia e o valor pago deve permitir ao expropriado recompor o seu patrimônio (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014). Uma vez que cuidam de respostas à inobservância ao princípio da função social da propriedade, a Constituição federal procura onerar o expropriado ao fixar um modo de pagamento menos benéfico daquele previsto para a desapropriação amparada no art. 5, XXIV, do texto constitucional. Registre-se aqui que o procedimento constante do art da Constituição Federal não constitui modalidade de desapropriação, mas sim o 22 Art º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de, sucessivamente: III desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 23 Art Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 24 Art As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem

8 perdimento de bens, haja vista se tratar de uma sanção aplicável em razão da prática de crime (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014). 25 Ao se conjugar a Constituição Federal com a legislação em vigor, é possível identificar as seguintes modalidades de desapropriação: (i) a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, disciplinada pelo Decreto-lei nº 3.365, 21 de junho de 1941; 26 (ii) a desapropriação por interesse social, regida pela Lei Federal nº 4.132, 10 de setembro de 1962; 27 (iii) a desapropriação com pagamento em títulos para fins de política urbana, sob incidência da Lei Federal nº , de 10 de julho de 2001; 28 e, (iv) a desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, regulamentada pela Lei Federal nº 8.629, de 25 de fevereiro de e pela Lei Complementar Federal nº 76, de 6 de julho de O Decreto-lei nº 3.365/1941 serve igualmente como lei geral das desapropriações, devendo ser aplicada nas lacunas das leis específicas sobre a matéria. De todo modo, a União tem competência legislativa privativa sobre a matéria, nos termos do art. 22, II, 31 da Constituição Federal. qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 25 Vide o art. 5º, XLVI, b, da Constituição Federal. 26 Dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. 27 Define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação. 28 Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 29 Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal. 30 Dispõe sobre o procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária. 31 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (..) II desapropriação.

9 Em face do objeto do presente ensaio, as considerações que seguem vão se restringir às modalidades de desapropriação pertinentes à política urbana. 4 AS DESAPROPRIAÇÕES URBANÍSTICAS A Constituição Federal estabelece todo um conjunto de normas destinadas à política urbana. Esta tem como principal escopo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade lazer, circulação, moradia e trabalho e assegurar o bem-estar de seus habitantes (cf. CAMMAROSANO, 2002; SILVA, 2006). Enfim, viabilizar cidades sustentáveis no Brasil, nos termos do art. 2º, I, 32 do Estatuto da Cidade. A desapropriação é um dos instrumentos jurídicos previstos no Estatuto da Cidade para a concretização de suas diretrizes, consoante seu art. 4, V, a. 33 Tomando-se por base a Constituição Federal e a legislação em vigor, é possível identificar três classes de desapropriação urbanística, ou seja, de desapropriação para fins de política urbana. Há a desapropriação urbanística por necessidade ou utilidade pública, admissível em face do art. 5, c, d, e, g, i, j, k, m, n, e p, e 1 a 3, 34 do Decreto-lei n /1941. Como também, existe a desapropriação 32 Esse enunciado legal tem a seguinte redação: Art. 2 A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. 33 Esse enunciado legal tem a seguinte redação: Art. 4 Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos: V institutos jurídicos-políticos: a) desapropriação. 34 Esses enunciados legais têm a seguinte redação: Art. 5 Consideram-se casos de utilidade pública:

10 urbanística por interesse social, nos termos do art. 2, IV, V e VIII, 35 Lei Federal n /1962. Em ambos os casos, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro, seguindo-se o endosso do art. 182, 3, 36 da Constituição Federal. c) o socorro público em caso de calamidade; d) a salubridade pública; e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de meios de subsistência; (...) i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; p) os demais casos previstos por leis especiais. 1 A construção ou ampliação de distritos industriais de que trata a alínea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias à instalação de indústrias e atividades correlatas, bem como a revenda ou locação dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas. 2 A efetivação da desapropriação para fins de criação ou ampliação de distritos industriais depende de aprovação, prévia e expressa, pelo Poder Público competente, do respectivo projeto de implantação. 3 Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado a classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão. 35 Esses enunciados legais têm a seguinte redação: Art. 2 Considera-se de interesse social: IV a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habitação, formando núcleos residenciais de mais de dez famílias; V a construção de casas populares; VIII utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 36 Esse enunciado legal tem a seguinte redação: Art As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

11 Por fim, há a desapropriação com pagamento em títulos para fins de política urbana. Inicialmente, assevere-se que nessa modalidade de desapropriação, somente o Município tem competência para emitir a declaração de interesse social. Registre-se ainda que o Poder Público municipal somente poderá fazê-lo após o decurso do prazo de cinco anos da aplicação do Imposto Predial Territorial Urbano progressivo e da obrigação de parcelamento, edificação ou utilização do bem, sem que o proprietário tenha observado o princípio da função social da propriedade. 37 Nessa modalidade, ao invés de a indenização ser em dinheiro, ela é composta por títulos da dívida pública previamente aprovados pelo Senado Federal, a serem resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano. 38 Levando-se em consideração o disposto no art. 8º, 2º e 3º, 39 do Estatuto da Cidade, verifica-se que houve a preocupação em restringir o valor da indenização, bem como as possibilidades de compensação fundada no título dela decorrente. Não deixam de ser medidas que têm amparo no princípio da função social da propriedade. 37 Vide o art. 182, 4º, do Estatuto da Cidade. Vide os arts. 5º a 8º do Estatuto da Cidade. 38 Vide o art. 52, V a IX, da Constituição Federal. Vide o art. 8º, 1º, do Estatuto da Cidade. 39 Esses enunciados legais têm a seguinte redação: Art. 8º (...) 2º O valor real da indenização: I refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que trata o 2º do art. 5º desta Lei; II não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios. 3º Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de tributos.

12 Efetivada a desapropriação, o Município deve proceder ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público. 40 Aproveitamento este que pode ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório. 41 De todo modo, o adquirente do imóvel que lhe foi repassado pelo expropriante assume a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização similar àquela imputada ao expropriado CONSIDERAÇÕES FINAIS Em termos práticos, dificilmente a desapropriação urbanística com pagamento em títulos tem espaço para ocorrer (cf. BANDEIRA DE MELLO, 2014). Afinal, que proprietário ainda persistiria no descumprimento da função social da propriedade urbana após a aplicação das medidas interventivas que deve preceder aquele processo? Todas desapropriações urbanísticas devem respeitar fielmente o devido processo legal e garantia fundamental da justa indenização. Ainda que a desapropriação esteja fundada no descumprimento da função social da propriedade urbana, não se admita que o Poder Público cometa atos condenáveis à luz do princípio da proporcionalidade. REFERÊNCIAS 40 Vide o art. 8º, 4º, do Estatuto da Cidade. 41 Vide o art. 8º, 5º, do Estatuto da Cidade. 42 Vide o art. 8º, 6º, do Estatuto da Cidade.

13 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 31 ed. São Paulo: Malheiros Editores, DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 17 ed. São Paulo: Jurídico Atlas, CAMMAROSANO, Márcio. Fundamentos constitucionais do Estatuto da Cidade. In DALLARI, Adilson Abreu; SUNDFELD, Carlos Ari. Estatuto da Cidade (comentários à Lei federal n /2001). São Paulo: Sociedade Brasileira de Direito Público, Malheiros Editores, 2002, pp FRANÇA, Vladimir da Rocha. Perfil constitucional da função social da propriedade. Revista de Informação Legislativa. Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Edições Técnicas, a. 36, n. 141, p. 9-21, janeiro/março FRANÇA, Vladimir da Rocha. Um estudo sobre a relação entre o estado e a propriedade privada a partir de John Locke. Revista de Informação Legislativa. Brasília, Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Edições Técnicas, a. 37, n. 148, p , outubro/dezembro GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e crítica). 7 ed. São Paulo: Malheiros Editores, PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 18 ed. Atualização por Carlos Edison do Rêgo Monteiro Filho. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2003, v. IV. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários à Constituição de 1967 com a emenda n. 1 de Rio de Janeiro, Editora Forense, 1987, t. V. ROSENFIELD, Denis Lerrer. Reflexões sobre o Direito de propriedade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

14 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. 4 ed. São Paulo: Malheiros Editores, SUNDFELD, Carlos Ari. Direito administrativo ordenador. São Paulo: Malheiros Editores, VILANOVA, Lourival. As estruturas lógicas e o sistema do Direito Positivo. São Paulo: Max Limonad, VILANOVA, Lourival. Causalidade e relação no Direito. 4 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000.

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